Vossa Majestade

Capítulo 15 - O coração de Sasuke


Sakura estava diante dos mais belos vestidos que já vira. As costureiras juntamente com os ourives capricharam em cada detalhe dos vestidos e agora uma indecisão imensa tomava conta de si.

– Hinata, qual você prefere? - A rosada pousou seu dedo indicador no lábio inferior, analisando minuciosamente cada detalhe dos vestidos que estavam sobre sua cama.

– Majestade, ambos estão lindos.

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– Você não está ajudando... - Suspirou - As cores, as combinações... Estão perfeitos, os dois.

– Talvez o vestido púrpura com as mangas de arminho, já que se trata do aniversário da Rainha. - Hinata esboçou um pequeno sorriso e Sakura assentiu.

– Púrpura e arminho, as marcas da realeza. - Sorriu de canto enquanto caminhava até a mesa de madeira no centro de seu quarto, onde ela havia colocado algumas jóias para se decidir sobre qual usar - Para completar, talvez uma coroa... Acho que fica mais apropriado do que a boina com a pena.

– A pena nas cores preto e branco combina perfeitamente com o arminho, Majestade. - A dama de companhia falou num tom sugestivo - Embora eu também ache que uma coroa dourada adornada com pedras seria perfeito.

– Posso me decidir sobre isso depois. Mas o colar, claro, será este. - Sakura pegou um colar de pérolas cujo pingente era um S de ouro com três pérolas maiores enfeitando-o - É meu favorito.

– Sim, a Rainha o exibe com muito orgulho. - Hinata respondeu sorridente.

Com certeza o colar favorito da Rainha era aquele que tinha a inicial de seu nome. Sakura adorava colares com iniciais e outro que também exibia com muito orgulho era o que tinha o pingente com a letra "R", enfatizando ainda mais que ela era uma Rainha. Também havia um com a letra "H", pois ela era uma Haruno.

– O tenho desde criança... - Respondeu nostálgica, guardando novamente o colar - Foi presente da minha mãe.

– A Rainha Mebuki tinha um excelente gosto. Nota-se pelas jóias que herdaste dela.

– É... - Um sentimento de saudosismo tomou conta da Haruno. Perdera a mãe muito cedo e pouco conviveu com a mesma - Enfim, usarei o vestido púrpura. As jóias escolho depois com mais calma, mas preciso que encomende sapatos pretos de veludo.

– Sim, Majestade.

– Agora vá.

A morena fez uma reverência e se retirou, deixando a Rainha à sós.

Sakura olhou mais uma vez os vestidos, realmente estavam ótimos e a monarca ficou extremamente satisfeita.

Assustou-se ao ouvir a porta atrás de si ser aberta e, quando virou para trás, se deparou com Orochimaru.

– Perdão pela intromissão, Majestade. - O homem pálido dos cabelos negros fez uma reverência para a Rainha.

– Como ousa entrar em meus aposentos sem ser anunciado, Orochimaru? - Questionou furiosa.

– É rápido, Majestade, só queria fazer uma pergunta.

– Pois faça! - Pôs as mãos na cintura e encarou com impaciência o homem à sua frente, deixando claro que ele estava sendo inconveniente.

– Notei que a Rainha não enviou uma única correspondência para o Rei, avisando sobre a festa. Não faz questão de sua companhia?

Sakura soltou um longo suspiro, tentando manter a paciência. Não suportava a intromissão dos Conselheiros em sua vida pessoal e Orochimaru era quem ela mais detestava.

Estava claro que ele só queria provocá-la como sempre fez. Sabia que Orochimaru nunca havia aceitado o fato de que a aliança com Suna não tirou a rosada de sua posição como regente.

– O Rei sabe quando faço aniversário. - Respondeu firmemente - Não há necessidade de avisá-lo. Seria irrelevante.

– Deveria fazê-lo pelo menos para mostrar que lembra do Rei e que se importa.

– Ele sabe que eu não me importo. - Cruzou os braços em frente ao corpo, mantendo seu olhar de superioridade sobre Orochimaru - O que eu falei há três anos, Orochimaru? - Questionou de maneira retórica - Aquela foi a primeira e última vez que me submeti à vontade dos meus Conselheiros. Vocês nunca mais irão impor nada a mim e só abram a boca para expressar suas opiniões caso lhes seja mandado!

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– Deveria se importar... - Ele esboçou um sorriso de canto - Nem que seja pelo bem de Konoha.

– Pelo bem de Konoha? - Estreitou os olhos após questionar com indignação quase palpável - Eu fiz algo contra a minha vontade única e exclusivamente pelo bem de Konoha!

– Não fez mais do que vossa obrigação, Majestade. - Respondeu - Há séculos monarcas sacrificam suas vontades pelo bem do Reino. Não és a primeira e tampouco serás a última a fazer isso.

– Se eu já fiz o que o Conselho queria, Orochimaru, não existem mais motivos para pressão. Konoha tem uma Rainha regente, mas também tem um Rei, há uma aliança forte. O que mais querem de mim?

– Herdeiros. - Respondeu simplesmente - Há boatos de que o Rei nunca sequer visitou a Rainha em seus aposentos... - Disse em tom sugestivo - Isso é muito grave em diversos sentidos.

– Minha vida pessoal não diz respeito ao Conselho.

- Majestade, quando se dorme com um Rei ou com uma Rainha isso deixa de ser assunto particular. O futuro da Dinastia Haruno depende de vosso ventre.

– Saia daqui! - Bradou - Agora! Saia!

Orochimaru se retirou e Sakura, no momento em que o homem fechou a grande porta de madeira, arremessou um objeto de porcelana sobre ela.

Sua felicidade simplesmente havia acabado ali. Orochimaru sempre dava um jeito de alfinetá-la, sempre fazendo insinuações sobre sua vida pessoal e sobre o futuro do trono.

Saiu do quarto apressada, andando pelos corredores do castelo sem se importar com os que faziam alguma reverência para ela, indo em direção à um dos jardins.

Levou sua mão até o peito e suspirou apreensiva. Sentia como se estivesse gritando numa local cheio de gente e ninguém conseguisse ouvi-la.

– Sasuke... Tudo teria sido tão diferente se você estivesse aqui... - Sussurrou num fio de voz quando a lembrança do Uchiha lhe veio à mente.

– Majestade? - Ouviu uma voz masculina atrás de si e virou-se, deparando-se com Itachi - Parece aflita.

– Estou aflita. - Respondeu.

– Poderia contar-me o porquê? - Perguntou o moreno. Sua preocupação era mais do que clara, uma vez que sentia um carinho especial por Sakura como pessoa e não como Rainha. Ele praticamente a viu crescer.

– A única pessoa para quem eu realmente me abriria está morta há seis anos... - Falou com pesar.

– Majestade. - Aflito, Itachi abaixou o olhar. Aquele assunto ainda mexia com ele, mesmo que tanto tempo já tivesse passado - Todos sabíamos que ele não iria voltar.

– Não, Itachi, eu sentia... Sentia que ele estava vivo, mas o tempo passou e minhas esperanças foram enterradas.

– A Rainha criou expectativas que a machucaram profundamente. Sasuke está morto e nossas vidas continuam.

– Ele dizia que me amava... - Sorriu sem humor, olhando para o horizonte - Eu pensei que esse amor pudesse trazê-lo para mim de alguma forma.

– Sasuke a amou... De verdade.

– O amor de um homem nada vale, Itachi, eu descobri isso com o tempo.

Sakura de fato havia se tornado uma Rainha amargurada, preenchendo vazios em seu coração com coisas fúteis. Ela já não era mais a mesma... A ausência de Sasuke conseguiu transformá-la radicalmente.

– Mas esse amor deu frutos, Majestade... Deveria sentir-se grata por isso.

A expressão no rosto da monarca rapidamente se transformou. Ela, furiosa, olhou para Itachi e ele sentiu que havia falado mais do que deveria. No entanto, o Uchiha simplesmente não conseguia se conter... Era como se o coração de Sasuke ainda batesse de alguma forma.

– Itachi... Já falei isso várias vezes, mas torno a dizer. Não abra sua boca para dizer o que você acha que sabe!

– Não é questão de achar, minha Rainha, é questão de ter certeza.

– Pois não tenha! - Ralhou - Esse assunto não lhe diz respeito.

– Sim, esse assunto me diz respeito. - Mesmo conhecendo o temperamento de Sakura, Itachi não hesitou em confrontá-la mais uma vez - É o sangue do meu irmão que...

– Não ouse repetir isso! - Sakura o interrompeu, furiosa - Sasuke está morto e mais nada relacionado a ele me importa!

– Sim, importa... - O moreno estreitou os olhos - Ainda está machucada, Majestade.

Sakura não disse uma única palavra sequer, mas sentiu seus olhos arderem. Ela queria chorar.

Sem argumentos para rebater, a mulher simplesmente virou as costas e correu novamente rumo aos seus aposentos.

Queria parecer forte, queria demonstrar que não se importava mais, todavia era impossível. De alguma forma, de um jeito ou de outro, sentia que o coração de Sasuke ainda batia.