Marotos no Futuro

A Hard Day's Night


It's been a hard day's night
And I've been workin' like a dog
It's been a hard day's night
I should be sleepin' like a log

Hoje foi um dia difícil
E tenho trabalhado como um cachorro
Hoje foi um dia difícil
Eu deveria estar dormindo como uma pedra

A Hard Day's Night — The Beatles

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— Não isso, não é possível! — exclamou levantando-se exaltado.

— ¿Por qué no es posible? ¿¡Tu no me amas!? — gritou Dulce se levantando também, e ao notar a mudança de idioma, refez a pergunta, enquanto ainda conseguia se concentrar.

— Eu te amo! Porém isso não é possível! Não podemos ter uma filha! Isso é um erro! — ele berrou de volta, não notando que era a primeira vez que dizia aquelas palavras para a namorada. Charlie se encontrava com lágrimas nos olhos, era exatamente como imaginava, só um pouco mais doloroso. Destiny olhava com fogo nos olhos para o garoto que viria a se tornar seu padrinho. Estava bem tentada a pular no pescoço dele.

— Ele ama ela? — James murmurou e os amigos que estavam sentados escutaram, apesar dos gritos dos dois.

— É uma longa história, explicamos depois com calma. Para simplificar, eles nos enganaram, namoravam escondidos — contou Sirius por cima, voltando a prestar atenção na discussão. E preparando-se para segurar Dulce se necessário.

— Eres un idiota, Lupin. Mi hija no es un error! — falou e dessa vez não se preocupou em traduzir. Só queria ferir gravemente o menino que amava. Por mais que não conhecesse Charlotte, simplesmente sabia que ela não era um erro. Já Charlie entendia perfeitamente o que a futura mãe falava, já que também havia aprendido o espanhol, — assim como Dest — e em meio a tudo aquilo, sentiu-se feliz ao ver que pelo menos isso não mudara — ERRO FOI ME ENVOLVER COM VOCÊ!

Remus estava com uma expressão sofrível. Queria poder falar tudo, porém... não conseguia.

— Senhores, acalmem-se, há muito para se falar ainda — Dumbledore interviu, ficando de pé, antes que a menina partisse para a agressão física. Dulce se jogou na cadeira ignorando Remus, que também voltou a se sentar. As lágrimas já rolavam pelo rosto de Charlie, que tentava manter o silêncio. — Acho que vocês já devem imaginar de quem o Neville é filho — falou gesticulando em direção ao menino.

— Ou meu ou de Frank — se pronunciou Alice.

— De ambos — informou o professor, deixando-os surpresos, porém felizes.

— Mas como isso é possível? — perguntou Alice, ainda um pouco chocada.

— Ah, faça-me o favor. Você realmente não sabe como são feitos os bebês ainda? — falou Liz, sendo ligeiramente grossa. — Provavelmente vocês pararam essa enrolação e se pegaram de vez — sacudiu os ombros indiferente.

— Há algo mais que vocês gostariam de perguntar? — questionou Dumbledore e várias frases foram ouvidas ao mesmo tempo. — Por favor, um de cada vez — pediu e Frank fez a perguntar que todos queriam saber.

— Fora termos filhos, o que nos aconteceu?

— Ah, sim, essa pergunta. Para boa parte de vocês, o que falarei não será fácil — ele falou, assustando a todos do passado. Será que poderia ter acontecido coisas piores do que a morte de Lily, James e Sirius? Pelo visto sim. — Bem, vocês têm alguma preferência por quem devo começar?

Eles se entreolharam mais uma vez. — Comece por mim. Já sabemos que ao final de tudo isso acabarei morrendo mesmo — falou Sirius e Dumbledore assentiu.

— O senhor passou 12 anos em Azkaban, senhor Black. Acusado de trair o senhor Potter e a senhorita Evans — informou, fazendo Sirius quase enlouquecer. Antes que alguém falasse algo, Dumbledore continuou — Porém eram falsas acusações, o verdadeiro traidor era Peter — James ficou transtornado, fechou o punho em raiva, não sabia qual fora a traição de Peter, mas ele pagaria.

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— O que foi que ele fez? — Remus encontrou forças para perguntar, sem querer realmente acreditar que um dos seus melhores amigos causara a prisão do outro.

— Sabíamos que Voldemort estava atrás de Harry e colocamos o Feitiço Fidelius, com o senhor Black como guardião. No entanto, um tempo depois, sem avisar a ninguém, James, Lily e Sirius mudaram para Peter sem relevar para ninguém, pois imaginaram que ele seria a escolha menos óbvia. O que não sabíamos é que ele estava trabalhando para Voldemort há um tempo, e revelou o segredo para o mestre. Causando a morte de vocês dois — explicou e apontou para o futuro casal. — Após isso, Sirius sendo o único que sabia da verdade, foi atrás dele e Peter fingiu a própria morte, colocando toda a culpa em Sirius. Eu ainda acreditava que ele era o guardião do feitiço, entendam. Não pude fazer nada para ajudar.

— E como Sirius saiu de Azkaban? — perguntou Liz. — Digo, ele teve que sair, para conhecer a Dest, o Harry...

— Ah, sim. O senhor Black conseguiu fugir — eles olharam para o menino espantados.

— E como ele conseguiu isso?! — exclamou Frank, que desde que se conhecia por gente, pensava que a prisão era impossível de escapar.

— Isso já não posso contar, não é um segredo meu — falou Dumbledore, e encarou os marotos, que entenderam que era algo que envolvia um dos milhares de segredos deles.

— E por que ele fugiu? — indagou Lily.

— Ele descobriu que Peter continuava vivo e perto o bastante para causar mal a Harry, se fosse necessário. Acredito que isso deu força de vontade o suficiente para escapar — James e Lily olharam com gratidão para Sirius, pois sabiam que ele faria tudo que fosse possível para proteger o filho deles.

— Obrigado, irmão — agradeceu James.

— Não precisa agradecer, até porque não fiz nada disso ainda. Porém, se for necessário, farei de novo. Ou pela primeira vez. Essa coisa de tempo está realmente me confundido — falou Sirius. — E depois que eu fugi de Azkaban, professor?

— O senhor conseguiu ajudar Harry, porém Peter conseguiu fugir. Então você ainda continuou como foragido.

— E como a Destiny entra no meio de tudo isso? — perguntou Dulce, acenando para a menina.

— Sirius entrou em contato comigo algum tempo depois de fugir. Quando finalmente descobriu meu paradeiro — respondeu a menina. — Acho que podemos pular a parte da morte, não? — Destiny falou, nem um pouco afim de reviver aquilo.

— Por mim tudo bem. Já sei que morri tentando ajudar o Harry e por agora, isso basta — respondeu o Sirius. — Agora o que gostaria de saber é como a Liz e eu ficamos juntos.

— Logo após terminarem Hogwarts, não sei os detalhes, porém não muito tempo depois do fim da escola, vocês acabaram casando e tendo a Destiny — contou Dumbledore.

— E o que aconteceu comigo? Eu não acredito que realmente pensei que Sirius fosse um traidor! — exclamou Liz.

— A senhorita não acreditou. Sabia que ele era inocente. Depois descobri que ajudou na realização da troca do feitiço.

— E por que não fiz nada a respeito?!

— Porque você não é capaz de pensar claramente — murmurou Dest, porém todos escutaram.

— O que você quis dizer com isso? — perguntou Alice.

Dumbledore soltou um suspiro antes de começar a explicar. — A senhorita Potter, na época senhora Black, foi atacada por Comensais da Morte, um pouco antes da morte de seu irmão e da sua cunhada. Foi torturada a tal ponto, que perdeu a sanidade e vive o resto da vida no St. Mungu’s. Só foi deixada com vida como um aviso aos puros sangues que lutavam contra Voldemort.

— E quem cuidou da minha filha? — questionou Elizabeth, tentando controlar a sua voz. Dest sentiu um calorzinho no coração, ao escutar sua mãe a chamando de filha.

— A tia Dulce. Fui criada junto com a Charlie — respondeu Destiny.

— E o Harry? Quem cuidou do Harry? A Dulce também? — indagou Lily.

— Infelizmente não — resmungou Harry. — Seria agradável demais.

— Não, sua irmã — informou Dumbledore e Lily ficou revoltada, imaginando como havia sido a vida do menino.

— Isso é inaceitável! Ele não pode ser criado por ela! Não pode! — exclamou. — Por que a Dulce não o criou também?

— Porque ele está mais protegido com ela. Seu sangue vive em ambos e o protege enquanto Petúnia o aceitar em sua casa — explicou o diretor.

— E como ela lhe trata? — Lily falou virando-se para Harry, que deu de ombros.

— Já foi pior — respondeu sinceramente.

Lily ainda estava revoltada. — Vamos mudar isso, tenha certeza — disse, sem se importar com as consequências.

— Simplificando tudo até agora, Sirius foi preso injustamente, fugiu, porém acabou morrendo. Eu enlouqueci. James e Lily morreram por causa de um amigo que se revelou um traidor. Ou seja, só coisa boa — ironizou Liz.

— Será que acabamos com as mortes ou pessoas insanas? — Frank perguntou mais para si mesmo, cansado de tantas notícias ruins. O pessoal daquele tempo permaneceu em silêncio. — Ah, ótimo, então temos mais gente louca ou morta!

— Por favor, professor Dumbledore, termine de contar — pediu Alice, já roendo as laterais do dedo, pois quase não havia mais unha para roer.

— É claro, minha querida. Imagino que queria saber o que aconteceu com a senhorita e o senhor Longbottom — Neville se preparou para o pior. — É com pesar que digo que vocês também permanecem no St.Mungo’s. Após a queda de Voldemort, foram torturados em busca de informação, já que Frank virou um auror que lutou bravamente para a derrota de Voldemort.

Alice estava segurando o choro enquanto apertava a mão de Frank, que também não estava muito melhor. Na verdade, ninguém que se encontrava naquela sala estava verdadeiramente bem.

— Quem lhe criou? — perguntou Frank para Neville.

— A vovó, sua mãe — ele respondeu.

— Você nos visita? – indagou Alice e ele assentiu, colocando a mão no bolso e sentindo um papel de chiclete, um dos muitos que ele já havia ganhado da mãe, e que as vezes ele trazia consigo para lhe dar forças.

— Por favor, será que podemos ter um pouco de notícia boa agora? — pediu James. — Por favor, me diga que pelo menos o Remus e a Dul conseguiram sobreviver sem maiores sequelas.

— Sem maiores sequelas não, porem conseguiram escapar relativamente bem, em comparação a todos. Dulce mudou-se um tempo para a Espanha, para morar perto dos pais, onde criou as meninas. Já Remus viajou por um tempo pelo mundo, e até ensinou Defesa Contra Artes das Trevas aqui em Hogwarts — contou o professor. O grupo ficou feliz, por saber que pelo menos alguns deles sobreviveriam. Porém Dulce e Remus não puderem deixar de sentir tristeza, ao descobrir que não terminariam juntos. — Desejam saber mais alguma coisa?

— Sim. Você-Sabe-Quem-Voltou? — perguntou Dulce, após muito tempo em silêncio.

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— Infelizmente, sim — afirmou Dumbledore.

— Como? Quando? — questionou Remus. — Pensei que ele estivesse morto. Que o feitiço havia voltado.

— Não posso entrar em detalhes. Porém posso dizer que ele não estava realmente morto, e sim vagando sem corpo, por vários anos. Ele, através de artes ocultas, conseguiu sobreviver. E no final do quarto ano de Harry, com a ajuda de Peter e se utilizando de magia negra, conseguiu voltar a ter uma forma física.

— E agora? Voltamos a guerra? — Sirius perguntou aflito.

— Ainda não. Ele conseguiu passar o último ano agindo na surdina, com as coisas relativamente calmas. No entanto, temo que essa calmaria logo se findará. Voldemort já não precisa mais se esconder, pois após a invasão ao Ministério, foi relevado para todo o mundo bruxo o seu retorno — falou Dumbledore.

— E por que houve essa invasão ao Ministério? — interrogou Frank.

— Voldemort estava atrás da profecia, que acreditam se referir ao Harry e a ele. E tentou usar Harry para pega-la, fazendo-o acreditar que tinha Sirius e iria tortura-lo. Harry e alguns amigos chegaram ao Ministério, e provou-se que o Lord das Trevas havia mentido. Porem já era tarde demais e Comensais da Morte apareceram, sendo seguidos por membros da Ordem da Fênix — uma ordem criada por mim, para lutar contra Voldemort, todos vocês, após terminarem Hogwarts, fizeram parte dela —, continuando, houve uma pequena batalha, onde Sirius acabou morto e a profecia foi destruída. Ao final da batalha, o Ministro e mais outros funcionários do Ministério chegaram e Voldemort foi descoberto, conseguindo escapar ao final. E isso é tudo que posso falar por hoje. Acredito que vocês gostariam de descansar e pensarem no que descobriram, para depois falarem com calma com seus filhos. Repito, depois. Vão para seus quartos agora e descansem. Se quiser, podem sair para o jantar. Mas deixem as conversas para amanhã. — mandou Dumbledore, dando por encerrada a conversa.

Eles levantaram-se e se despediram. Seguindo para a torre da Grifinória. Dumbledore estava certo. Tinham muito o que pensar. Cada um foi para o seu dormitório, ajeitando-se para deitarem o mais rápido possível e tentarem entender tudo que haviam descoberto naquelas últimas horas. Nenhum dos membros do passado desceu para o jantar, ainda presos em seus pensamentos.