I Can't Love You

Capítulo 86 — Nós fazemos um bom time.


“KATE!!”

“MAMÃEEEE”

“Meu Deus, o que aconteceu?”

“Kate, acorde”

“Chama uma ambulância!”

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“Ela está bem?”

“Castle, pede ajuda”

“LIGUEM PARA A EMERGENCIA!”

Eu podia escutar tudo o que eles falavam. Eu sentia a preocupação e o medo na voz de cada um presente, mas eu não consigo me mover. Kate estava caída em meus braços, totalmente jogada em meus braços, desmaiada. Sem vida. Enquanto todos pediam ajudam e tentavam me tirar do meu traze, minha mente não conseguia parar de pensar que isso estava acontecendo novamente. E de novo eu não posso fazer nada.

Lembro perfeitamente quando Gina morreu em meus braços. Na verdade eu nunca vou ser capaz de esquecer. E agora estava acontecendo novamente, ou quase, Kate estava desmaiada em meus braços. Novamente vem aquela sensação de impotência, de não poder fazer nada, e pior, vem a sensação de culpa.

Naquele maldito dia que eu fui atrás dela e fizemos amor, eu coloquei a vida dela em risco. A vida dela e dos meus filhos. Se algo acontecesse, eu não perderia apenas o amor da minha vida, perderia também os meus filhos. Meus dois pontinhos que eu já amo tanto.

Porque eu não prestei atenção nela?

Meus erros se repetem e eu me sinto um fracassado nesse momento.

— Rick... – sua voz sai rouca.

Me levanto da cadeira rapidamente e vou até seu encontro na cama de hospital. Kate abriu os olhos com dificuldade e eu sorri. Ela estava bem. Kate recuperou a consciência pouco antes de chegarmos, mas ela ainda estava zonza e sonolenta. Seus olhos arregalados e assustados.

Assim que paramos na emergência uma equipe médica já nos esperava. Rapidamente os médicos rodearam a minha mulher e levaram para fazer exames. Logo vi os tios de Kate chegarem atrás de mim e me acompanharem até a recepção. Estava calado. Não tinha dito mais nenhuma palavra.

— Está tudo bem, meu amor. – seguro sua mão e acaricio seu rosto. – você está bem...

— O que aconteceu? Onde estamos? – ela olha em volta tentando reconhecer o lugar.

— Estamos no hospital. Você desmaiou, mas agora já está bem.

— Eu não lembro de nada... – ela toca sua testa como se quisesse lembrar.

— Kate você já... – sou interrompido por batidas na porta. me viro e vejo o Doutor Backer entrando. Ele era o médico que cuidaria de Kate no lugar da Doutora Davidson caso algo acontecesse.

— Senhorita Beckett. – ele cumprimenta com um sorriso no rosto. – como está se sentindo?

— Tonta... – ela murmura baixinho. – com sono e com sede.

— Isso é normal. A medicação para você dormir está fazendo efeito... – enquanto o médico fala, eu me levanto e coloco um pouco de água no copo com canudo para Kate e ajudo Kate a beber. – sua pressão baixou muito, por isso você desmaiou.

Nesse momento Kate parece entender tudo o que estava acontecendo, mas como uma boa mãe, sua mão vai direto para sua barriga. Era visível sua preocupação.

— Eles estão bem?

— Os bebês estão ótimos, mas preciso que você fique aqui essa noite em observação.

— Nós ficaremos. – digo e Kate me olha. – só preciso saber se está mesmo bem.

— Sim, ela está. Só precisamos tomar cuidado com a pressão. Você teve algum estresse hoje?

Kate fica calada. Por um momento eu me pego lembrando todos os momentos do dia, até que Meredith vem em minha cabeça.

— Sim. – respondo rápido. – ela ficou um pouco alterada... você acha que pode ter sido isso?

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— Provavelmente. Mas sua pressão já está normal agora, então nada de estresse daqui para frente, ok? Eu conversei com a Doutora Davidson aqui e ela concordou com você passar a noite aqui. Aliás, ela deu recomendações expressas para que você ficasse até ela chegar.

— Você não precisava ter incomodado ela... é Natal.

— Recebi ordens quanto a isso também. Não importa o dia ou a hora, se você não se sentisse bem, era para avisa-la na mesma hora.

Kate riu como se aquilo fosse algo que sua amiga realmente faria.

— Bom, vou deixá-los a sós.

O médico se retira e eu me sento na beirada da cama, olhando para Kate.

— Me desculpa...

— Pelo o quê, Castle? Você não fez nada...

— Fiz. – digo firme. – mas não vamos falar sobre isso agora. Você precisa descansar e eu preciso avisar aos seus tios que você está bem. – me levanto e beijo sua testa. – já volto.

Pego meu celular e vou até um canto no quarto. Olho pela janela as luzes da cidade quase todas apagadas. Minha mãe atende o telefone no primeiro toque e eu dou notícias de Kate. Aviso que passaríamos a noite no hospital e que amanhã ela poderia trazer Alexis para ver a mãe.

Todo o tempo eu senti o peso dos olhos de Kate sobre mim.

Quando finalmente encerrei a ligação, voltei para o seu lado.

— O que houve com Alexis? Você parecia preocupado no telefone...

— Ela está bem. Mas quando saímos ela ficou chorando porque não podia vir também, então minha mãe ficou com ela. Ela chorou até cair no sono. – Kate sorrir de leve e fecha os olhos.

— Posso te pedir para deitar aqui comigo?

— Claro que sim. Não precisa nem perguntar isso... – ela sorrir e fasta seu corpo para o lado e eu me deito.

— Você parece estar estranho comigo...

— Eu só fiquei preocupado, meu amor. – eu a aperto em meus braços e beijo seus cabelos.

Kate abraçou minha cintura e suspirou.

— Eu sei que eu te assustei e que não deveria mais dar importâncias para as maluquices da Meredith, mas eu não consegui. Alexis estava triste... a minha filha estava triste e eu não podia fazer nada. Você entende? – ela inclina a cabeça para me olhar.

— Entendo. Mas eu vou cuidar melhor de você a partir de agora.

— Amor...

— Não, Kate. – a interrompo. – me deixe cuidar de você o quanto eu puder. Você não sabe como foi horrível ter você em meus braços e me sentir impotente... culpado. Então, por favor, me deixe cuidar de você.

Kate sorrir e acaricia meu rosto.

— Eu te amo.

KATE.

Não, filha. A sua mãe está descansando... – acordo com a voz de Castle distante, baixa, quase inaudível. – Ok, então obedece a sua tia e quando chegar aqui nada de correria e nem de gritos, certo?

Vejo um singelo sorriso aparecer em seu rosto bonito e sorrio também.

Já era dia, e eu sei disso porque o sol entrava pela pequena brecha da cortina que Castle abriu enquanto falava no celular. Ele desliga a chamada e continua olhando algo no telefone. Me permito admirar um pouco o meu homem. Ele era lindo, e nem mesmo a sua cara fechada de preocupação muda isso.

— Ei... – ele diz assim que me ver acordada. – eu te acordei? Me desculpa.

— Não... – digo e estendo o braço para ele se aproximar. Assim que o faz, eu o puxo levemente para que ele se deite comigo e ele aceita. – senti sua falta na cama.

— Como está se sentindo? – pergunta logo após beijar meus cabelos.

— Bem. Melhor, na verdade. Acho que foi um exagero eu ter que ficar a noite inteira aqui.

— Não se sente enjoada? – ele muda de assunto. Balanço a cabeça e Castle sorrir. – Pedi para a enfermeira trazer um café da manhã reforçado.

— Não é ela quem decide o que eu vou comer, amor.

— Eu sei, mas ela é uma fã e disse que ia fazer o que fosse possível. – eu o encaro e ele rir. Uma risada gostosa que me aquece como um abraço quentinho e gostoso que só ele sabe dar.

— Quer dizer que você está jogando seu charme para as enfermeiras?

— Não... talvez. – ele rir novamente. – foi só para te conseguir um bom café da manhã, já que eu mesmo não posso fazer isso.

— Sei... – volto a encostar a cabeça em seu peito e nós ficamos em silencio. – o que Alexis disse?

— O quê? – ele para um pouco e se lembra da ligação da ruiva. – ela está ansiosa para vir te ver. Sua tia disse que ela acordou cedo e pediu para ligar. – eu sorrio imaginando a ruiva insistente tirando o juízo da minha tia.

— Ela vem?

— Sim. – eu abro ainda mais o sorriso. Estava louca para ver a minha ruivinha também. – pedi para que deixassem as visitas livres, assim seus tios podem vir também.

— Obrigada.

— Não me agradeça por cuida de você, Kate. – ele segura meus rosto e beija meus lábios suavemente. – agora dorme um pouco, ainda é cedo.

Balancei a cabeça e fechei os olhos. Não demorou muito para eu voltar a dormir. Os remédios da noite ainda estavam fazendo efeito, e provavelmente eu passaria o dia assim. Acordei com o meu médico chegando para as visitas, junto com ele a notícia que Érica estaria aqui ao meio dia e que eu não receberia alta de mais ninguém além dela. Esse era o jeito mandão de Érica, mas no fundo eu sabia que ela estava preocupada comigo.

Logo depois que o Doutor Backer saiu, o meu café da manhã chegou. Pelo visto Castle tinha mesmo várias admiradoras pelo hospital, já que me deixaram uma bandeja cheia de comida e não a típica geleia ou fruta que todo hospital oferece. Comecei a tomar meu café e só então tive noção da minha fome.

Castle recebeu uma chamada no celular e saiu do quarto dizendo que já voltada. Menos de cinco minutos depois me deparo com um furacão ruivo correndo da porta do quarto até minha cama. Seu sorriso quase não cabia em seu rosto. Os braços abertos prontos para abraçar o mundo.

— Mamãeeee. – sua voz doce era música para meus ouvidos. Deixei meu lanche de lado e abri os braços para receber a minha menina, que não demorou muito par está em cima da cama agarrada em mim. – eu estava morrendo de saudade, mãe.

— Eu também meu amor. – eu a aperto em meus braço e beijo seu rosto.

— Alexis, eu falei para não correr e não gritar. E principalmente não pular em cima da Kate. – Castle fala sério, repreendendo a menina.

— Deixa, amor. – digo sem tirar os olhos da ruiva. – estou amando a minha visita.

— Eu vou passar o dia aqui com você, mamãe.

— Sério? Então nós vamos passar o dia agarradinhas... – a puxo para meus braços novamente.

Volto meu olhar pelo quarto e só então percebo a presença dos meus tios.

— Como você está, minha querida? – tia Thereza se aproxima e beija minha testa rapidamente.

— Estou bem, foi só uma queda de pressão... tive alguns aborrecimentos ontem à noite e o médico disse que acha que foi isso, mas estamos esperando a minha médica chegar. Ela quer me examinar.

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— Ótimo, fico mais tranquila assim...

— Mãe, eu posso comer um pouco? Estou morrendo de fome.

Alexis faz uma cara dramática que me faz rir.

— Claro que pode meu amor. – trago a mesa de rodinhas mais para perto e deixa Alexis se servir.

— Alexis, você não tomou café em casa? – Castle pergunta sério e a menina balança a cabeça.

— Ela não quis, e olha que eu insisti muito. – meu tio se pronuncia e eu já sei que Alexis deu trabalho. Tio Robert tinha um poder de fazer as pessoas fazerem tudo o que ele quer, era assim quando eu era criança também. Se eu queria ir ao parque e ninguém queria, meu tio sempre arrumava um jeito de eu fazer o que eles queriam. Acho até que ele ensinou alguns de seus truques ao meu pai na época.

— Ela não quis nem abrir o presente do papai Noel.

Eu encaro a ruiva surpresa. Ela estava ansiosa para ganhar o presente e agora não quis abrir.

— Porque você não quis abrir seu presente?

— Porque eu quero vocês lá quando eu abrir. – ela diz olhando para mim e para Castle. – não quero abrir se não estiver com vocês.

Eu sorrio e acaricio seu cabelo enquanto ela morde sua torrada.

— Assim que a gente chegar em casa a primeira coisa que vamos fazer é abrir os presente, ok? – ela balança a cabeça animada e sorridente.

Castle se aproxima e beija a filha enquanto meu tio começa a mudar de assunto, falando sobre o aconteceu depois que Castle me trouxe para o hospital. Eu realmente tinha deixado todo mundo preocupada e teria que responder todas as milhões de mensagens que com certeza estariam no meu celular.

— Rick, você parece cansado... porque você não vai para casa descansar um pouco e trocar de roupa. Nós ficamos com a Kate.

— Não precisa, Thereza. Eu estou bem. – ele dá um sorriso fraco e eu só tenho mais certeza que ele está mesmo cansado.

— Não está não. – ele me olha. – você passou a noite acordado, meu amor. Vai para casa, descansa um pouco e depois volta. Não custa nada.

Ele estava tentado a aceitar, mas não dá o braço a torcer.

— Não quero te deixar...

— São só algumas horas, amor. E eu não vou estar sozinha, meus tios vão ficar aqui e você volta antes da Érica chegar.

— Tudo bem. – ele aceita e sorrir. – mas eu não quero que você faça esforço, ok?

— Pode deixar. – eu pisco e sinto seus lábios encostarem nos meus num beijo simples.

Antes de sair Castle deixar algumas instruções para minha tia, mas estavam mais parecidas com ordens que eu sei que ela vai seguir todas elas. Alexis e eu terminamos de comer enquanto ela me falava o que tinha conversado com a Meredith ontem à noite. A mulher fez promessas a filha que eu sabia que ela não iria cumprir. Disse que a levaria a praia e que passariam um dia inteiro no parque, e que ela tinha um presente especial. Presente esse que ela provavelmente nem comprou, mas deixou a minha menina cheia de esperança.

No fim, sou eu quem vai cuidar do coração partido dela.

— Eu estava pensando... – minha tia se aproxima. – acho que vou ficar um tempo maior por aqui.

— Vai? – eu a olho surpresa. Tia Thereza não gostava de ficar mais que uns dias na cidade. Ela sentia falta do agito de Nova Iorque.

— Vou. – ela balança a cabeça. – você vai precisar de ajuda na gravidez, então...

— Não. – eu a corto. – você não precisa fazer isso, tia. Eu estou bem, e se precisar de ajuda a Martha pode me ajudar ou eu posso contratar alguém, ou...

— Não adianta, Katie. – meu tio tira sua atenção do jornal e me encara. – ela já decidiu e eu concordei, então... – ele jogas os ombros e eu sei que nada do que eu disser ou fizer vai fazê-la mudar de ideia.

Encaro minha tia. Ela tinha um sorriso vitorioso e convencido nos lábios.

— Conversaremos mais sobre isso quando eu estiver em casa. – digo e ela dá os ombros, como se a batalha já estivesse ganha. E na verdade estava, eu só não quero admitir.

Ligo a televisão e Alexis passa os canais até achar um filme interessante. Ela disse que era o melhor filme de todos e que eu ia amar, não duvidei. Amaria qualquer filme desde que estivesse com ela agarrada em meus braços e meus dois pontinhos seguros dentro de mim.

O filme não passava de um típico filme para crianças, mas em clima de natal. Alexis ria e enchia meu coração de amor. O quarto estava silencioso, menos pelo o fato da televisão está ligada, e quando eu olho para os meus tios, os dois estavam sentados no sofá de visitas assistindo atentamente o filme.

A manhã passou rápida. Quando menos espero vejo Castle entrando pela porta do quarto sorridente e bem menos cansado. Acho que aquela cara de preocupação era mais cansaço. Ele se aproxima e me beija.

— Ela está acabando com você? – ela indica Alexis que sorrir com escondendo suas letras. Nós estávamos jogando palavras cruzadas. A menina trouxe o jogo para fazer passar o tempo igual quando ela estava doente no hospital.

— Sim. – faço uma careta.

— A mamãe é péssima, pai. – ela diz e rir.

— Um dia eu ganho de você, mocinha. – me estico e aperto seu nariz levemente a fazendo soltar uma gargalhada.

— E como você passou a manhã? – Castle me encara.

— Bem.

— Deu trabalho? – ela olha diretamente para minha tia.

— Não, ela se comportou bem.

— Não desobedeceu nenhum pouquinho? Porque eu conheço a Kate, ela não passaria a manhã deitada sem reclamar.

— Bom, ela reclamou um pouco, mas começou a jogar com Alexis e parou.

— Vocês percebem que eu estou aqui, certo? – os dois me olham. – parem de falar como se eu não estivesse.

— Amor, nesse caso eu prefiro falar com sua tia. – reviro os olhos e ele sorrir.

— Eu fui uma boa menina, agora eu preciso andar. Pelo menos um pouco, vai? Só levantei para ir ao banheiro e foi rápido... – começo a fazer a minha cara de pidona. – andar faz bem, toda grávida precisa andar um pouco...

Castle me encara.

— Ok, mas só um pouco. não quero que você faça esforço até a Doutora Davidson chegar e dizer que está tudo bem.

— O Doutor Backer já disse que eu estava bem.

— Mas ele não é a Doutora Davidson. – ele rebate. Castle tinha confiança no trabalho da Érica, e isso faz com ele sempre desconfie dos outros médicos.

— Ótimo, agora me ajude aqui.

Tiro a coberta de cima das minhas pernas e Alexis afasta o jogo se sentando no fim da cama. Me sento na ponta e Castle me ajuda a levantar.

— Pai, a tia Thereza vai morar com a gente.

— Vai? – ela vira o rosto para minha tia.

— Sim. Bom, não morar, mas ficar algum tempo até Kate ter os bebês e quem sabe um pouco mais... apesar de terem ajuda, pois sei que Martha e Jenny ajudarão muito, um par de braços extras sempre é bom, não acha?

Castle abre um sorriso concordando.

— Concordo plenamente e vocês serão muito bem-vindos em nossa casa.

— Castle! – eu reclamo e ele me olha. – eu estava tentando convencer ela que não precisa, e você diz isso? Você precisa me ajudar amor.

— Mas eu estou ajudando, é exatamente por isso que nós aceitamos sua ajuda, Thereza. Obrigada.

Reviro os olhos e minha tia rir.

— Vocês parecem crianças as vezes.

— Quem diria que você iria gostar do Rick, não é amor. – meu tio solta e nós o encaramos.

— Como assim?

Minha tia estava um pimentão. Ficar vermelha quando está com vergonha é de família.

— Não é que eu não gostasse de você, Rick... – ela começa. – mas quando a Kate foi a Nova Iorque eu não tive exatamente boas referências suas, então fiquei com um pé atrás com você. Mas isso já mudou. Só em ver o quanto a minha sobrinha está feliz já é o bastante.

— Que bom que eu consegui mudar isso então. – ele respira aliviado.

Ouço duas batidas na porta e em seguida Érica aparece.

— Bom dia... ou melhor, boa tarde. – ela brinca olhando a hora e cumprimenta meus tios e logo depois beija Alexis no rosto. Eu apresento rapidamente ela aos meus tios e ela se vira para mim. – como está a minha grávida favorita?

— Ótima, louca para ir para casa. – ela rir. – Érica não precisava vir, é natal, você deveria estar em casa com sua família.

— Você também faz parte da minha família, então eu estou em casa. – ela sorrir e segura minha mão. – além disso eu tinha que estar aqui amanhã, então eu só adiantei um dia a minha viagem.

Fico mais aliava em saber que não atrapalhei tanto assim a folga dela, mas ainda me incomoda.

— Já falei com o Doutor Backer e vi seus exames, que estão ótimos por sinal. Sua pressão se manteve estável durante toda a noite, o que é um ótimo sinal. A alteração foi apenas pelo estresse, e como eu disse em todas as outras consultas, nada de estresses. – ela me repreende.

— Eu já entendi a lição, acredite.

— Os meus irmãos estão bem? – Alexis pergunta tímida e Érica sorrir para a menina.

— Pelo o que eu vi, sim. Mas eu mesma vou fazer um novo exame, ok? – Alexis balança a cabeça e sorrir. Mesmo sem entender nada ela gostou de ver os dois pontinhos no monitor. – vou pedir a enfermeira que traga o equipamento.

Érica sai alguns instantes e volta já acompanhada de dois enfermeiros que traziam o equipamento. Um segundo médico chegou para auxiliar ela. Me deito de volta na cama e todos ficam ao meu redor. Essa era a primeira vez que meus tios estavam presentes durante o exame e eu podia ver o sorriso ansioso no rosto dos dois.

— Sim, perfeitamente saudáveis. – ela diz depois de um tempo e aponta no monitor. – esses são os pontinhos de vocês.

— Meu Deus, são lindos. – minha tia já estava emocionada.

— Thereza, não dá para ver nada. São apenas...

— Pontinhos. – Alexis completa e eu rio, sentindo algumas lágrimas descerem.

Estou muito emotiva esses dias, e vendo todos aqui comigo, sabendo sobre os meus pontinhos me deixa ainda mais emotiva.

— Vamos ouvir os corações? – ela pergunta e segundos depois sons desordenados ecoam pelo quarto. Era estranho, mas ainda assim o som mais lindo de todos. Nunca cansaria de ouvir.

— Eles são lindos. – minha tia diz mais uma vez limpando as lágrimas do rosto. Érica tinha acabado de sair do quarto. Graças a Deus estava tudo bem com meus pontinhos.

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— Não seja chorona, tia. – brinco. – eles são apenas pontinhos... você sabe, eu já os amo muito, mas eles continuam pontinhos. – Castle me ajuda a levantar da cama.

— Kate, precisamos pensar em outro nome para chama-los. Eles já cresceram desde a última vez que os vimos, daqui a pouco pontinho não vai fazer mais sentido. – eu rio.

— Amor, nunca fez sentido. – pisco para ele que cerra os olhos em minha direção.

— Bom, de uma coisa sabemos, eles são fortes. Você escutou o coração, Rick? – meu tio chama a atenção de Castle. – eles serão jogadores de futebol americano.

— Nem pensar! – sou rápida. – não vou carregar eles durante nove meses para vê-los jogar bola feito loucos. Escolha outro esporte, esse é muito violento. – aviso a Castle, que rir.

— Mãe, eu vou poder escolher um nome? – Alexis me olha interessa e empolgada.

— Claro que sim. – a puxei para mim. – você vai escolher o nome que quiser, mas sem a influência do seu pai...

— O seu tio gostou das minhas opções de nomes. – ele aponta e meu tio dá os ombros.

— São bons nomes, você precisa admitir. – ele diz e eu encaro Alexis.

— E sem a influência do meu tio também. – a menina concorda balançando a cabeça e me ajuda a terminar de arrumar a mala que minha tia trouxe hoje pela manhã.

Érica tinha me liberado para almoçar em casa com a minha família, afinal era natal, e ninguém merece aquela comida de hospital. Assim que ela voltou com a alta assinada, se despediu com um abraço apertado e me deu mais algumas recomendações.

Assim que chegamos em casa fui recepcionada por Cosmo, que pulou com cima de mim e quase me derrubou, a sorte foi Castle está bem ao meu lado e segurar aquela bola de pelos. Segundo ele, o cachorro tinha visto tudo e ficava latindo sem parar.

Me sentei no sofá enquanto minha tia disse que prepararia o almoço. Algumas sobras de ontem estavam na geladeira, então o que ela quis dizer foi: esquentar o almoço. Alexis sentou ao meu lado e não desgrudou de mim um segundo. Até mesmo depois de Martha chegar, ela apenas deu um abraço na avó e voltou a ficar ao meu lado, me abraçando com força como se eu fosse fugir a qualquer momento.

— Então, Alexis... – Martha começa. – gostou dos seus presentes?

— Eu ainda não abri vovó. – ela diz com a cabeça encostada no meu peito enquanto eu acariciava seus cabelos.

— Mas porque não? Você não estava ansiosa?

— Queria a mamãe aqui.

— Mas eu já estou aqui. – avisei ela me encarou como se pedisse permissão. – vai lá abrir. Mas só os que tem o seu nome.

— Tá bom. – ela se levantou animada e correu até a arvore de natal que estava na sala ainda cheia de presentes. – primeiro o do papai Noel. – ela apontou para a caixa maior que tinha escrito como remetente, “Papai Noel”. Ideia do Castle, claro. Ele fazia questão de alimentar todos os sonhos e planos de infância da menina.

Alexis rasgou o papel com rapidez e arregalou os olhos me encarando.

— Eu não acredito. – ela colocou a mão na boca. – como ele sabia?

Ela terminou de rasgar todo o papel e revelou a sua tão sonhada bicicleta ainda dentro da caixa. Ela era branca e roca, com lacinhos e uma cesta, assim como a menina viu na loja semanas atrás e disse que adoraria uma, mas não pediu, apenas deu a dica.

— Nossa, é igual a que você queria, meu amor. – me aproximei para ver de perto.

— É, mamãe. Eu estou tão feliz. – ela me abraça. – como ele sabia se eu não escrevi carta?

— Ah, mas você não pediu em pensamentos? – ela balança a cabeça. – então... o papai Noel consegue sentir essas coisas.

— O papai Noel é muito legal, filha. – Castle se aproxima abrindo a caixa. – vai abrindo os outros presentes enquanto eu monto a bicicleta, pode ser?

— Tá.

Alexis se afastou procurando entre os presentes os que continham seu nome. Castle retirou cada peça da caixa e ficou encarando. Me aproximei.

— Você sabe montar isso?

— Claro que sei... tem no manual.

— Castle a minha filha não vai andar num negócio que pode cair. – ele levanta e para em minha frente.

— Kate, relaxa que eu sei o que eu faço. – beijou meus lábios suave. – vai ajudar Alexis, hm?

Concordei mesmo contrariada. Em todo caso, eu não deixaria Alexis andar até ter certeza que estava tudo certo. Olhei para a menina abrindo seus presentes animada, mas seus olhos e coração estavam na bicicleta que estava sendo montada.

Esse ano Alexis ganhou mais presentes do que na vida inteira. Minha tia trouxe presentes, mas comprou mais alguns quando foram ao shopping. Martha também, além de Lanie e Jenny darem presentes. Alexis estava sem acreditar no tanto de brinquedos que ela ganhou em um só dia.

Ver seu sorriso aquecia meu dia.

E eu não pude deixar de pensar que em pouco tempo, meus filhos estarão abrindo os presentes junto com ela.

Eles brigariam, mas também brincariam juntos.

Eles serão a luz da minha vida, assim como Alexis.

Não importa a cena, não importa o momento. Eu sempre me pego pensando em como vai ser quando meus filhos estiverem aqui.

— Hey.. – me aproximo de Castle que estava na cozinha arrumando a bagunça do almoço. – que ajuda?

— Não, você precisa descansar. Então vai sentar no sofá e conversar como todo mundo. – ele diz firme, mas um meio sorriso no rosto. Aquilo não era uma bronca.

— Eu posso sentar e conversar com você aqui. – arqueia a sobrancelha. – o que acha?

— Vou pegar um banco para você. – Castle passa por mim e eu me coloco em sua frente, impedindo sua passagem. Nós estávamos tão próximos agora. Como eu estava com saudade ele. Uma saudade que nem eu sabia que tinha, mas que senti e agora precisava dele. – o quê? – ele pergunta sorrindo enquanto nos encaramos.

Passo meus braços em sua cintura acabando com a pouca distância que existe entre nós.

— Eu sinto sua falta, sabia?

— Também sinto... – ele murmura.

— Eu sei que tem sido complicado, e vai ser assim por um tempo, mas... não vamos nos perder.

— Como assim?

— Não sinta receio em estar comigo só por eu passar mal, pelo contrário, eu preciso mais ainda de você. Mas isso não quer dizer que você pode me tratar como uma pessoa doente, porque eu não sou... – disse calma.

— Eu não te trato assim... apenas quero cuidar de você.

— Então cuida do jeito que você sabe melhor, e que eu amo.

— Como?

Eu sorrio diante sua pergunta dele e aproximo nossos rostos. Acaricio nossos narizes por um segundo e logo selo nossos lábios.

— Assim. – Castle sorrir e me puxa para um beijo mais demorado.

Suas mãos sobem nos meus braços até meus cabelos, segurando-os firme, mas sem força. Sua língua acaricia a minha e sou incapaz de conter um gemido, ainda que baixo. Seguro firme sua camisa social e grudo ainda mais nossos corpos. Qualquer distancia era muito para eu suportar.

— Isso é nojento, sabia? – uma vozinha infantil e calma no desperta do nosso momento. Quando olho para o lado vejo Alexis apoiada no balcão nos encarando com um sorriso no rosto.

— Continue achando isso até os trinta. – Castle diz e eu reviro os olhos.

— Quer vir ajudar? – pergunto e a menina se anima dando a volta e se aproximando da gente. Estico meu braço e a puxo para nosso abraço meio sem jeito. A menina fica entre Castle e eu, e seu braços finos rodeando a gente. Logo sinto um beijo rápido na minha barriga e sorrio. – eu amo vocês, sabiam?

— Sim. – os dois respondem juntos e eu rio. Alexis herdou a autoestima do pai.

— Vamos arrumar isso aqui. – quebro o abraço e Castle vai puxar o banco.

— Você vai sentar aqui, Senhora Castle. – ele me guia. – pode deixar que eu e a Alexis resolvemos tudo, não é? – ele olha para a menina

— Sim.

Castle ajuda a ruiva a colocar o avental feito especialmente para ela e os dois começam os trabalhos em equipe. Ele lava e ela seca. Eu fico apenas observando e conversando com os dois.

Nós fazemos um bom time.