Harry Potter e...

Capítulo 5 - Hogsmead


CAPÍTULO 5

A próxima visita à Hogsmead foi no ultimo fim de semana do trimestre, e dessa vez Harry estava empolgado com a possibilidade de ir escondido. Amy, Rony e Hermione saíram juntos com o resto da turma para o vilarejo, e apenas Amy e Rony sabiam que Harry ia para lá depois.

—Não sei Hermione. Acho que Harry não gostaria de um pote de gafanhotos caramelizados. –Amy disse para a amiga quando ela estendeu o pote e sugeriu que levassem de presente para Harry.

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—E isso aqui? –Ron disse mostrando um pote de pirulitos com gosto de sangue.

Amy olhou torto para o pote. Aqueles dois tinham um gosto questionável demais para escolherem doces, mas antes que respondesse alguma coisa, uma voz conhecida falou atrás deles.

—Definitivamente não! –Harry olhava com nojo para o pote.

Amy e Rony abriram um sorriso ao ver o amigo, mas Hermione não.

—Harry? O que faz aqui? Devia estar no castelo! Como chegou aqui?

—Com isso. –Harry disse e estendeu um pedaço de pergaminho velho- Fred e Jorge me deram. É um mapa de Hogwarts, que monstra onde todos estão e todas as passagens secretas do castelo.

Hermione olhou para o pedaço de pergaminho como se fosse uma prova com nota três, enquanto Amy e Rony olharam como se vissem um baú cheio de ouro.

—Que demais! –Amy disse com os olhos brilhando.

—Como eu nunca fiquei sabendo disso? Sou irmão deles! –Rony se sentiu traído.

—Harry não vai ficar com ele, não é mesmo? Vai entrega-lo para a professora McGonagall.

—É, junto com a Capa de Invisibilidade. Lógico que não, Hermione. Vamos ficar com ele- Rony disse.

Os quatro saíram da Dedosdemel, Harry coberto pela capa, e foram para o Três Vassouras tomar uma cerveja amanteigada para esquentar. Harry despiu a capa ao sentarem-se à mesa e os quatro esperavam ser atendidos, quando o ministro da Magia, Hagrid e a Professora McGonagall entram no estabelecimento. Amy imediatamente empurrou Harry para debaixo da mesa e Hermione fez um pequeno pinheiro levitar e cobrir a mesa dos quatro. Por azar, os professores e o ministro sentaram bem na mesa do lado, e fizeram seus pedidos.

Rosmerta, a dona do estabelecimento, começou a reclamar com o ministro sobre os dementadores espantando sua clientela. Eles pareciam ser velhos amigos. Começaram, então, a falar sobre Sirius Black.

-Sabem, ainda não acredito que ele mudou de lado. Se alguém me dissesse que Sirius Black era um Comensal da Morte, eu falaria que a pessoa estaria louca. –disse Rosmerta- Ainda me lembro de quando era um bonito menino. Vivia aprontando todas, não era Minerva? Ele e James Potter, a dupla imbatível.

Todos na mesa de Amy arregalaram os olhos com a informação e prenderam a respiração sem perceber.

—Exatamente! Potter confiava mais em Black do que qualquer outra pessoa. E os dois continuaram amigos depois de Hogwarts. Black foi ao casamento de James e Lily, e ainda foi convidado pelo casal para ser padrinho de Harry. –disse Minerva.

—Foi mesmo horrível quando Black matou todas aquelas pessoas. Um horror, um horror. –disse Rosmerta.

—Você não sabe o pior, minha querida. Poucos sabiam que O Lorde das Trevas estava atrás de James e Lily, e quando eles se esconderam, com a ajuda de Dumbledore, fizeram de Black seu fiel do segredo de onde estavam. Apenas Black poderia dizer a localização deles. Você Sabe Quem nunca teria achado os dois se Black não tivesse vendido os amigos. –Cornélio contou.

—Então Black traiu os Potters? – perguntou Rosmerta chocada.

—Traiu. Quando Você Sabe Quem encontrou sua perdição no jovem Harry, Black não teve o que fazer a não ser fugir. Peter Pettigrew, um amigo de James e do próprio Black o achou antes que o Ministério encontrasse. Pobre homem. Testemunhas viram Pettigrew encurralar Black e gritar: James e Lilian, Sirius! James e Lilian! Como você pôde? Quando o homem fez menção de pegar a varinha, Black o fez em pedacinhos e matou todos que estavam ao redor. O maior pedaço que encontraram de Pettigrew foi seu dedo. –disse a professora Minerva.

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—É verdade eu ele é doido, Ministro?

—Gostaria de dizer que sim, Rosmerta, mas quando visitei Azkaban da ultima vez, o homem me parecia bem lucido. Os dementadores parecem não afeta-lo como os outros. Ele inclusive me pediu o jornal do dia, disse que estava com saudades de palavras cruzadas. Pelo o que me disseram, antes de fugir, durante o sono, ele ficava murmurando ele está em Hogwarts, ele está em Hogwarts. Espero que o peguemos logo, antes que ele se junte com seu antigo mestre. Estaríamos perdidos se Aquele Que Não Deve Ser Nomeado retornasse junto com seu melhor seguidor.

—Sabe, Cornélio, se você for jantar com o diretor, é melhor voltarmos logo para o castelo.- Minerva disse.

—Claro, claro. Obrigada, Rosmerta, querida. – disse o ministro.

Ouviram barulhos de cadeiras arrastando e os professores se levantaram e saíram. Amy, Rony e Hermione se entreolharam, não sabendo o que dizer. Antes que chamassem Harry, ele saiu apressado de debaixo da mesa e foi para fora.

O trio o seguiu. Harry correu entre a multidão, esbarrando nas pessoas à sua frente, até um lugar mais afastado do vilarejo e parou de repente, a respiração acelerada. O trio trocou olhares, decidindo quem iria falar com ele. Rony e Hermione olharam para Amy e apontaram para Harry com a cabeça. A menina respirou fundo e foi até o amigo que estava de costas para eles.

—Harry...

Ela segurou sua mão e percebeu o garoto chorava silenciosamente.

—Ele... ele traiu os meus pais. Ele era amigo deles, e agora estão mortos por culpa dele. ELE ERA AMIGO DELES! –Harry gritou e se virou raivoso para os amigos- Eu quero que ele me ache. Quando me achar, eu vou mata-lo!

—Harry, não diga isso! –Amy estava assustada com os pensamentos do amigo.

—É verdade! Ele merece isso! Azkaban não é ruim o suficiente para ele!

—Vamos... vamos voltar para o castelo, ok? Nós podemos ir com você, pela passagem que você nos falou, ou... você vem com a gente, coberto pela capa, ok?

Os quatro voltaram para o castelo em silencio. Ao chegarem no salão comunal, Harry subiu direto para seu dormitório, e os três se sentaram perto da lareira. O salão estava vazio, pois todos ainda estavam em Hogsmead.

—E se ele fizer alguma loucura? E se ele for atrás de Black?-Hermione disse preocupada, quase a beira de lágrimas.

—Ele só disse aquilo por que está com raiva, Mione. Harry não vai matar ninguém. Ele não falou sério. –Amy disse, tentando convencer a si mesma.

—É... ele só está transtornado... e não é pra menos. Não é todo dia que se descobre que um assassino procurado traiu seus pais e ainda por cima é seu padrinho.

—Rony!- Hermione o advertiu.

—O que? Acha que eu devia subir para ver como ele está? –Rony perguntou.

—Não agora... talvez mais tarde. Ele precisa de um tempo. –Amy disse.

Os três ficaram sentados, infelizes com seus pensamentos, não sabendo o que fazer ou falar. Quando Rony subiu para ver Harry, voltou decepcionado, pois o amigo não quis falar nada. Os três foram jantar quando deu a hora, e levaram alguma comida para Harry no quarto. Ele estava sentado na cama, olhando para fora, observando a noite cair e sequer olhou para os amigos quando eles apareceram com comida no quarto. Hermione e Rony desceram para a sala comunal, sem esperanças que o amigo falasse com eles, mas Amy ficou parada um instante na porta, depois se sentou ao lado dele.

—Você precisa comer.

—Malfoy sabia.- ele disse numa voz seca.

—Que?

—Se lembra do que ele disse? Na aula de poções... se eu fosse você, Potter, ia querer me vingar... Ele sabe, o pai dele deve ter contado. Ele era do circulo intimo de Voldemort.

—Ótimo, agora você dá ouvidos ao Malfoy.

—Ele sabia, esse tempo todo. Hagrid sabia, Dumbledore sabia... e ninguém me contou.

Amy olhou para o amigo. Ele parecia devastado emocionalmente. Ela segurou a mão de Harry e brincou com seus dedos um instante, então olho para ele e disse:

—Eu não sei como você esta sentindo Harry. Não poderia saber, nunca passei pelo o que você esta passando. Mas vou chutar que você esta se sentindo... com raiva de Black, triste pelos seus pais, traído por aqueles que sabiam e não te contaram... e deve estar sendo uma merda. Todos esses sentimentos... estão filtrando sua razão, seus pensamentos mas... você não precisa passar por isso sozinho. Não precisa esconder o que sente. Eu, Hermione e Rony estamos aqui pra você Harry.

Os olhos do menino brilharam com as lagrimas que se acumularam. Amy deu um beijo na testa dele e um leve sorriso.

—Quando quiser descer, estaremos lá embaixo te esperando. – apertou de leve a mão dele e desceu para o salão comunal.

Harry quis agradecer à amiga, mas não achou palavras ou força para levantar. Sem perceber, acabou caindo no sono e só acordou na manhã seguinte. Quando levantou, percebeu que o dormitório estava vazio, assim como o salão comunal, onde só estavam Amy, Hermione e Rony.

—Onde está todo mundo? –Harry perguntou, o que fez os amigos se sobressaltarem de susto.

—Harry! Bom dia. Hoje é o primeiro dia das férias, lembra? Todos foram para casa. –Hermione disse.

—Esta quase na hora do almoço. Eu já ia subir para te acordar, deve estar faminto. –Rony disse.- Você esta péssimo Harry.

—Estou ótimo.

—Harry, você deve estar muito confuso e perturbado com o que ouviu ontem. Mas o importante é não fazer nenhuma bobagem. -Hermione disse calmamente para o amigo.

—Como o que?

—Como ir atrás de Sirius Black.- Amy disse.

—Vocês não entendem. Ele traiu os meus pais. Vocês tem ideia... Sabem o que eu escuto toda vez que um dementador se aproxima de mim?

Rony e Hermione se olharam apreensivos e sacudiram a cabeça.

—Sua mãe suplicar.- Amy disse antes que Harry falasse.

Ele olhou surpreso para a amiga.

—Você me disse isso, quando estava na enfermaria depois do jogo. Eu deduzi que era sua mãe. –Amy se explicou.

—Exatamente. Como posso deixar que ele siga vivo depois de ter feito isso?

Amy se levantou do sofá que estava sentada e olhou meio brava para Harry. Rony e Hermione olhavam apreensivos de Amy para Harry.

—Você prestou atenção no que acabou de dizer, Harry? Sua mãe e seu pai deram a vida para manter você vivo, você consegue ouvi-la suplicar por sua vida, e mesmo assim, decide ir atrás de um assassino que quer te matar? É assim que você agradece, morrendo aos treze anos? Apesar de não ter conhecido seus pais, tenho certeza que eles não gostariam que o filho fosse atrás de um assassino!

—Eu nunca saberei o que eles gostariam que eu fizesse, Amy! Por causa de Black eu não tive a chance de conhece-los.

—Tenho certeza que consegue adivinhar a resposta. –Amy disse.

—Amy esta certa, Harry. Deixe Black para o Ministério! Eles vão prende-lo...-Hermione disse.

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—Você não ouviu o que o Ministro disse, Mione? Azkaban não afeta Black, os dementadores não afetam ele.

—Então darão o Beijo do Dementador nele.- Rony disse.

—O que é isso? –Harry perguntou.

—É quando... bem... um dementador retira todas as sua lembranças boas, toda a felicidade, até sugar sua alma. A pessoa fica sem personalidade, apenas... existe, sabe?

—É um destino terrível!-Hermione disse.

—Ele merece. –Harry disse e todos os amigos olharam apreensivos para ele.

O clima ficou meio tenso entre eles até que descobriram que Hagrid estava montando uma defesa para Bicuço e os quatro decidiram ajudar. Certa tarde, ainda nas férias, os quatro estavam estudando embaixo de uma arvore no jardim, quando Hermione pediu ajuda a Rony para ir buscar alguns livros e Harry e Amy ficaram sozinhos.

—Harry? –Amy disse, depois de alguns instantes em silencio.

—Sim?

—Sinto muito por ter pegado pesado com você outro dia no salão comunal. Não devia ter falado sobre os seus pais daquele jeito. Está chateado comigo?

Harry olhou para a amiga. Na hora, tinha ficado um pouco bravo, mas não conseguia ficar com raiva dela, pois sabia que ela só queria o seu bem.

—Não, não estou chateado. Acho que você tem razão. Black me mataria.

—Eu sei que você quer que ele pague pelo o que fez, mas sabe que ir atrás dele não é a solução, não sabe?

—Sei...

—Eles vão pega-lo, tenho certeza disso.

—Sim... Amy, eu... disse mais alguma coisa quando desmaiei no jogo?

—Não. Você só disse que ouviu ela suplicar.

Harry olhou para o chão, cabisbaixo, e começou a arrancar algumas gramas da terra.

—Eu conversei com o Lupin. Ele disse que conhecia os meus pais. Me prometeu dar aulas para afastar os dementadores depois das férias.

—Harry, isso é incrível!

—É, é sim. Assim vou poder afasta-los nos jogos de quadribol.

—Já pensou o que vai fazer em ralação à vassoura? Vai comprar outra?

—Não sei, acho que sim.

Mas a preocupação com a vassoura desapareceu na manhã de natal.

Quando estavam tomando café da manhã, Edwiges deixou um grande embrulho cair na frente deles. Os quatro desembrulharam rapidamente e se depararam com uma Firebolt novinha em folha.

—Harry! Quem lhe mandou isso?- Rony perguntou boquiaberto.

—Não faço ideia, não veio nenhum cartão.

—Quem gastaria tanto ouro sem se identificar? –Amy perguntou

—Acho isso muito estranho- falou Hermione.

—Você vai deixar todos os jogadores dos outros times morrendo de inveja, Harry. Malfoy sequer vai aparecer no jogo, de tanta raiva e vergonha.- Rony disse.

Mas a felicidade não durou muito, pois Hermione contou para a professora McGonagall sobre o presente suspeito, e ela confiscou a vassoura, o que deixou Harry chateado e Rony bravo com Mione. Tudo piorou quando pelos de gato e rato e um pouco de sangue apareceram na cama de Rony, e ele culpou Hermione por deixar o gato dela fazer isso.

Parecia o fim da amizade dos dois e Amy e Harry não sabiam o que fazer. Amy andava mais com Hermione, para a amiga não ficar chateada, e Harry com Rony, mas os dois estavam odiando toda aquela situação.

Algumas semanas depois, Minerva devolveu a vassoura de Harry, falando que não tinha achado nada suspeito, e ele ficou feliz da vida, pois poderia jogar a partida contra Corvinal com a melhor vassoura do mundo.

A Grifinória ganhou o jogo e estava na final da Copa de Quadribol, junto com a Sonserina. Todos comemoraram a noite no salão comunal, comentando a ridícula tentativa de Malfoy e alguns alunos da sonserina de assustarem Harry, ao se vestirem como dementadores.

Harry tentou chamar Hermione para a comemoração, mas ela disse que tinha muito que estudar e que, além disso, Rony não a queria por perto.

—Qual é, Rony. Dá um tempo pra ela. –Amy comentou, enquanto Harry falava com Mione.

—Sem chances. Ela sequer lamentou pelo o que aconteceu. Está agindo como se Perebas estivesse de férias no Caribe, e não em mil pedaços no estomago daquele gato burro.

—Tenho certeza que ela lamenta o que aconteceu. –Amy disse, mas parecia que nada iria fazer Rony mudar de ideia.

Era tarde quando todos foram dormir. Mas o silencio da noite foi cortado por gritos que vinham do salão comunal. Amy reconheceu a voz de Rony, e desceu imediatamente. Vários alunos se dirigiam para o salão, até Percy e a professora Minerva.

—O que esta acontecendo? –perguntou a professora.

—Que ótimo! Teremos um pós festa?-perguntou Jorge.

—Quieto, Jorge!- falou Percy.

—Professora! Sirius Black... uma faca... no dormitório... eu acordei e...- Rony estava vermelho e respirava rapidamente.

—Do que está falando, Wesley? –perguntou a professora.

—SIRIUS BLACK ESTAVA NO NOSSO DORMITÓRIO COM UMA FACA! –Rony disse em pânico.

—Rony! Você tem certeza? Deve ter sido um pesadelo!-Percy disse meio constrangido com o irmão.

—Não foi pesadelo! Pergunte ao Sir Cadogan se ele deixou alguém passar pelo buraco do retrato! –Rony disse alarmado.

A Professora Minerva saiu murmurando alguma coisa, talvez xingando os alunos por tal absurdo. Todos ficaram em silencio para ouvir o que ela dizia lá fora.

—Sir Cadogan, o senhor deixou um homem desconhecido entrar na Torre da Grifinória? –perguntou a professora.

—Certamente, professora!

Fez-se um silencio de espanto. Todos olharam arregalados para Rony.

—O... o que? O senhor deixou?- perguntou a professora incrédula.

—Sim, senhora. Ele me disse a senha e eu o deixei entrar. Estava com um papel de todas as senhas da semana. –respondeu o cavaleiro.

Professora Minerva voltou furiosa para o salão.

—Quem foi o idiota que anotou as senhas num papel e largou por ai?

Não foi preciso perguntar de novo, pois Neville soltou um ruído desesperado e ergueu as mãos no ar.

Amy revirou os olhos.

Teriam uma noite longa pela frente.