Agora e para Sempre

2 Temp - Utrassom


HELENA LACERDA

— Helena, seu estado é critico. Um bebê complicaria ainda mais as coisas. - explica o doutor.

— Não vou abrir mão da minha escolha.

Suspira pesado.

— Você teria que parar o tratamento. O cancêr ainda esta fluindo em seu sangue, e nesse momento as coisas estão melhorando para você. Não podemos interromper agora.

— Vocês já pararam por alguns dias.

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— Alguns dias, não 9 meses. E mesmo que você escolha o bebê, ainda correm o risco de morrerem. Os dois.

— Não custa tentar, certo? - falo esperançosa. - podem baixar o tratamento.

— Você esta com 12 semanas. Esse tempo em que ele esteve ai, enquanto fazia a quimio, já foi muito arriscado.

— Pois bem, já fiz minha escolha.

— Não concordo nada com isso.

— Mas é o meu bebê.

— Quando estiver bem, poderá ir pra casa.

— Eu nunca estarei bem.

— Certo Helena. Tenho que ir.

Não me despeço.

Minha mãe me olha com raiva mas não diz nada.

Kailaya me ajuda a levanatar. É dificil me manter em pé, já que ainda me sinto fraca, mas ela me ajuda.

— Sente-se aqui.

— Não. Por favor, não me faça sentar em um negocio desse. - ela assente e empurra a cadeira de rodas.

Me apoio nela, que me leva pelos corredores do hospital, atê a ala de pediatria.

— Olá, Helena. - cumprimenta uma mulher loira e com um sorriso alegre. - sou a Doutora Michelle, mas pode me chamar apenas pelo nome.

Sorrio.

— Como esta se sentindo hoje?

Me ajudam a deitar.

— Estou bem.

— O bebê já mexeu?

— Não. - ela digita no monitor ao meu lado. - nem parece que há bebê aqui.

Ela ri.

— É assim mesmo, quando se é mãe de primeira viagem. Esta ansiosa?

— Muito. - sorri.

Pega um creme.

— É gelado. - pasa em minha barriga.

Coloca um controle encima, tentando encontrar o feto no monitor.

— Aqui esta.

Olho para a tela. Consigo enxergar apenas um borrão branco na tela preta.

— Esse é o embrião. - aponta com o dedo. - o seu bebê.

Meu coração acelera.

Os olhos lacrimejam e eu sorrio, emocionada.

— Ele esta otimo. Tudo certinho.

Me desabo a chorar.

Meu bebê, meu filho.

Ela acariscia minha mão.

— Parabens.

— Obrigada.

Ficamos ali vendo meu bebê. Aquela mancha que faz sentido a minha vida.