Agora e para Sempre

2 Temp - Estou com medo disso


HELENA LACERDA

Duas semanas se passaram e já fui transferida para outro quarto. O tratamento começou a fazer efeito; voltei a comer alimentos fisicos e já posso me sentar ereta. Esta tudo dando certo pela primeira vez.

Mas não é a felicidade que eu esperava sentir. Me sinto dentro de um mundo que não é meu.

Percebi que todos estão mudados. Meu irmão não tem uma perna, Guilherme e minha melhor amiga vão criar uma familia, minha antiga inimiga esta feliz com meu ex-namorado. É como se eu acordasse de um coma e encontrasse todos 10 anos depois.

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E estou sozinha. Acho que é o preço que pago por ter sido cruel todos esses anos.

Minha mãe e o doutor entram.

— Oi mãe. Oi doutor Isaac. - comprimento com um aceno bobo.

Nenhum dos dois respondem.

Georgia segura uma pasta na mão.

— Tem algo errado? - pergunto ao ver suas expressões.

— Sim, Helena - minha mãe parecia irritada. - esta aqui, seu exame.

Me entrega o papel.

Nomes cientificos preenchem as paginas e a olho confusa.

— Não entendo.

— Ultima pagina.

Abro nela.

No utimo paragrafo há um circulo vermelho em cima de uma palavra.

"Positivo"

No começo não entendi mas depois a palavra ficou clara para mim.

Encarei os dois.

— Não me diga que... - não consegui terminar. As lagrimas inundaram meus olhos.

Comecei a chorar, apertando a mão contra o peito.

Eu não acreditava que aquilo estava acontecendo.

— Sinto muito Helena.

— É perigoso manter o feto, Doutor - ouvi ela dizer. - não devemos continuar com isso.

Levantei a cabeça.

— Você quer acabar com ele? - perguntei com a voz carregada de dor.

— Desculpe, Helena, mas é o bebê ou você.

— Não! - gritei voltando a chorar.

— Esse bebê é do Arthur? - pergunta minha mãe.

Assenti, não podendo falar.

Minha vida esta acabada.

— Temos que fazer isso, filha - sua voz estava mansa. - não quero te perder.

— É o meu bebê! - respondi. Minha mão tocou meu ventre.

Eu sentia uma dor forte no peito

— Isso pode causar má formação na criança. Quando esse tipo de caso acontece, sugerimos a perda do feto. Para acabar com o sofrimento de ambos.

Eu não respondi, apenas deitei e chorei tudo o que eu conseguia chorar.

O Doutor saiu nos deixando sozinhas.

— Filha... - começou mas a interrompi.

— Não conte para os VilasBoas.

— Mas Arthur merece saber.

Fiz não com a cabeça.

— Não. Por mim, não faça isso.

Ela engoliu em seco e acarisciou minha cabeça careca.

Eu estou gravida. E estou com medo disso.