Agora e para Sempre

2 Temp: Caindo na real.


— Essa é você? - pergunto ao me virar e dar de cara com o espelho maldito que minha mãe colocou no quarto.

"Pra você ter certeza que esta viva" Disse ela ao colocar o objeto ao lado da cama.

Isso virou um ritual. Todas as manhãs, antes de alguem vir checar meus sinais vitais, eu faço essa pergunta a mim mesma.

Estou viva. Isto é um fato. Mas por que?. Por Arthur. Mas estão vejo que essa foi uma decisão errada. Sempre serei doente; Sempre ficarei internada; Sempre estarei neste mundo infernal, junto as pessoas que um dia me fizeram mal.

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Por causa dele.

— Oi meu amor. - ele aparece antes da enfermeira.

Não respondo.

— Como esta se sentindo?

Beija minha testa.

— Estou bem, Arthur. - falo rispida o que o deixa confuso.

— O que esta acontecendo?

Me viro e o encaro.

— Se arrepende mesmo de ter dormido com a tal Rebeca?

Respira fundo e deixa a mochila na poltrona.

— Sim. Eu me arrependo.

— Eu finalmente vi a verdade.

— Que verdade?

— Você me traiu. - seus olhos desviam dos meus e ele mexe os dedos com nervosismo. - Você me magoou outra vez.

— Eu pedi perdão.

— Perdão não vale nada se a pessoa vive com a lembrança de suas proprias palavras na cabeça.

— O que esta dizendo Helena? - pergunta nervoso. Entende o recado e começa a beija-la com desespero. - Não faça isso comigo, por favor.

— Bem mais difícil que perdoar é esquecer. Você pode perdoar uma traição contra você uma amargura e até um assassinato, mas é impossível que consiga extirpar o fato de sua lembrança. - cito uma frase qualquer que vem a cabeça mas que faz efeito.

— Foi só uma noite.

Lagrimas enchem meus olhos.

— Mas doi. Doi como se eu estivesse là. Como se eu visse tudo, desde o começo.

— Eu não me lembro de nada.

— Você não me ama, Arthur. - As lagrimas encharcam meu rosto enquanto enxergo seu rosto inundado em desespero e medo.

— Eu amo. Amo muito.

— Quem ama, não trai.

— Me desculpe. Eu faço o que quiser.

Se ajoelha.

— Eu não posso mais fazer isso. Hà 1 semana eu tento esquecer suas palavras mas elas não sai da minha mente. Traiu minha confiança Arthur. Me traiu.

— Eu nem lembro quem é a garota. Todos os dias eu estou aqui ao seu lado. Segurando sua mão nas seções de Quimioterapia. Eu leio pra você, eu te faço dormir. Eu estou aqui Helena. E mesmo que eu me lembrasse com toda certeza ainda estaria aqui.

Aperto seus dedos e me desabo a soluçar.

— Eu te amo mas isso ta acabando comigo.

— Eu prometi te fazer a mulher mais feliz do mundo. E vou cumprir.

— Eu não quero. Por favor... - imploro. - não me faça dizer o que não quero.

— Eu não posso viver sem você.

— Você me magou... Muitas e muitas vezes. Eu não aguento isso.

— Eu vou ficar aqui do seu lado, eu...

Paro de ouvir.

Meus sentimentos se dissipam em varios cacos como vidros afiados.

Amizade: Desvio.

Fidelidade: Desvio.

Amor: Uma ferida se abre.

É o que sinto agora. Amor é algo tão dolorido que nos faz acreditar em suicidio. Eu poderia me matar agora, apenas puxando o canudo de ar que esta ligado a minha mascara de oxigenio. Mas algo me impede. E agora tenho certeza que não é por Arthur.

É algo poderoso. Mais piedoso e mais... Profundo.

Minha mente volta a alguns meses atràs, antes de Arthur ir embora. Antes de eu descobrir que minha vida ia virar do avesso.

"— Por que não me contou tudo aquilo antes?

— Sei là. Foi coisa de momento. Não tinha certeza do que sentia atê... Sentir.

— Helena...."

Então é ai que as coisas voltam a ser como antigamente. Dessa vez sou eu que o estou dispensando.

Talvez esse não seja nosso destino. Vivemos um clichê mas não quer dizer que ficaremos juntos no final.

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Vivemos nossas proprias vidas. Não seguimos um roteiro que a escritora escrveu. Somos almas que seguem seu proprio caminho e que não não precisam de um instrutor. Sabemos onde queremos ir. O exato lugar.

Tomo coragem e finalmente falo:

— Meu destino não é com você.