POV’s Lydia

Já faz uma semana. Uma semana que aconteceu aquilo – como eu não gosto de relembrar o inicio daquela noite, eu chamo aquele acontecimento infame de “aquilo” – e ele não fala comigo. Ele me ignora completamente, parece que nada aconteceu, pra falar a verdade nada aconteceu, eu me dizia sempre; Então por que eu fico tão incomodada?

Quando o dia amanheceu, algo parecia ter mudado, ele ficou quieto a maior parte do tempo, eu me lembro de ter o visto dizer algo enquanto dormia, mas acho que não é o significado dele ter se fechado tão subitamente. Ele parecia preocupado e por incrível que pareça, com um pouco de medo, ou pode ser apenas algo da minha cabeça. Ele me trouxe para casa, mas não entrou, ele me deixou na calçada, e disse frases curtas antes de ir embora:

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

“Você está bem?”

“Sim. Eu acho que sim.”

“Que bom.” Falou e eu tirei o cinto de segurança.

“É... Eu já vou indo.” Falei e ele acenou com a cabeça. “Obrigado, Stiles, eu nunca vou esquecer o que você fez por mim.” Falei me aproximando e dando um pequeno beijo em sua bochecha, fazendo-o reprimir-se com o susto.

“Hum...” falou passando a mão pelos cabelos desgrenhados. “Não tem de que.”

Eu abri a porta, e sai do carro. Fechei a porta, e antes de ir embora, ele acenou novamente com a cabeça e partiu.

Essa foi a ultima vez que ele falou comigo. Agora, todas as vezes que o encontro no colégio, ele parece se esconder, ou fugir. Ele não me ligou – anotei o meu numero numa agenda que vi largada em seu jipe – nem se quer passou aqui em casa, para pegar as suas roupas, ele está fugindo de mim, só não sei o motivo.

Quando cheguei em casa naquele dia, fui recebida por um bilhão de perguntas da minha mãe, e depois, a tarde, pelos questionamentos de Allison. Não tive coragem de contar a minha mãe o que tinha acontecido, sei que é errado, mas não quero preocupa-la com meus problemas, ela já tem sobrecarga demais para lidar.

Mas acabei contando a Allison, que quase me bateu, pois tinha me avisado antes, naquela festa, que não gostava nada do Harry, e eu burra, não ouvi a minha amiga. Ela ficou com uma expressão preocupada o resto do dia, como se a qualquer momento eu fosse desmoronar, e chorar todas as lágrimas que pudesse; Mas eu não fiz isso, até porque já tinha chorado o necessário no dia anterior, nos braços – na verdade não literalmente em seus braços – de uma pessoa nova.

Desde então, eu estou vivendo a vida normalmente. Claro que no dia posterior, as pessoas ainda comentavam sobre a festa épica e como tinham se divertido. Mas pra falar a verdade eu nem me importava com o que eles achavam ou deixavam de achar, eu estava mais preocupada com o porquê do garoto dos olhos indecifráveis não querer falar comigo, o que será que eu fiz?

POV’s Stiles

Ela estava linda essa noite, havia aderido um novo corte de cabelo, mas curto que o de sempre, eu não ligava para o corte do cabelo, afinal ela era linda de qualquer maneira.

Estávamos no mesmo lugar de todas às vezes, e fazíamos o que sempre fizemos, olhávamos para as luzes, aquelas lâmpadas de alguns lugares que pareciam nunca se apagar, eu me sentia assim perto da Malia: Sempre acesso.

Estava feliz, na verdade eu tinha mais de um motivo para está feliz naquela noite, finalmente iriamos poder sair daquele lugar, faltava apenas um ano e iriamos viver como dois loucos mundo a fora, iriamos viver mil e uma aventuras, ela e eu.

E também tinha outro motivo, pois hoje eu iria finalmente pedir a Malia em namoro, eu sei que demorei muito, mais eu tenho plena certeza que ela sente o mesmo por mim, e eu espero que ela diga sim, espero profundamente.

“Malia?” sussurrei, pois estávamos meio abraçados, e ela podia me ouvir.

“Stiles.” Respondeu olhando para os meus olhos, deixando nossos rostos extremamente perto um do outro.

“Você ainda quer viajar o mundo comigo?”

“É o que eu mais quero.” Falou se aproximando mais de mim.

“Eu... eu posso te fazer uma pergunta?”

“Já fez uma, não vejo mal em fazer outra.” Falou e eu a virei de frente para mim, pegando em suas mãos, e vi de relance os seus pulsos marcados por linhas cicatrizadas. Malia não pensava mais em suicídio.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

“Olha... eu sei que se você disser não, vai ficar um clima meio estranho entre nós dois, e sei que a nossa amizade jamais será a mesma, mas se eu não disser isso sinto que vou explodir...”

“O que está havendo, Stiles?” falou com uma expressão preocupada. “Tem algo errado?”

“Não, pelo contrario, tem algo extremamente certo, algo que eu sei que não sinto sozinho, algo que existe e que eu quero por pra fora...”

“Stiles, dá pra parar com essa enrolação e perguntar de uma vez por todas?” me interrompeu nervosa.

“Malia...” falei suando frio. “Você aceita namorar comigo?”

Olhei bem para o rosto dela e vi um sentimento, alivio.

“Stiles, você sabe o susto que me deu?” falou me dando um tapa no ombro, enquanto eu ria de sua preocupação.

“Isso é um sim?”

“Claro que não seu idiota!” disse e eu teria me sentido melhor se tivessem arrancado meu coração. “É um com certeza.” Falou rindo da minha cara de assustado.

O alivio me atingiu como um soco, mas a maior surpresa foram às mãos geladas de Malia em meu rosto quente, e os seus lábios macios nos meus.

Aquela foi a ultima noite que a vi.

Acordei atordoado naquela manhã, estava no mesmo lugar, mas ela não estava mais ali. Uma garota ruiva estava deitava sobre o meu colchonete velho, e vestia o moletom gasto que eu havia usado diversas vezes, ela dormia profundamente, e eu não tive coragem de acorda-la.

Fiquei encarando aquela garota, Lydia, eu pensara coisas que nem se quer era verdade sobre ela. Nunca imaginei que aquela que até poucas horas atrás, era uma garotinha mimada e esnobe se tornaria uma pessoa frágil de quem eu tinha uma vontade imensa de enxugar as lágrimas;

Me assustei com o que eu estava pensando. Eu mal a conhecia, não sabia nada sobre ela, e não era uma noite que faria diferença. Aquela era uma quase desconhecida; Eu não podia compara-la com Malia, nunca.

Eu prometi nunca mais me aproximar de qualquer pessoa, eu sou destrutivo.