Edifício Baelor

Aquele com o Chá Abandonado


Gwen tinha colocado água no fogo para fazer um chá naquela noite. Alex vivia com uma xícara de chá em mãos, e depois de um tempo ela foi tomando gosto pela coisa também. Quando alguém bateu a porta, ela não ficou realmente surpresa. Mesmo em uma quarta à noite, era comum aparecer alguém, nem que fosse por alguns minutos. Secou as mãos num pano felpudo com desenhos de mamutes que o pai dera, e abriu a porta como estava mesmo. Descalça, com shorts jeans, regata e blusa de flanela. O cabelo no final de uma trança malfeita.

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— Robb? — se assustou. O ruivo encontrava-se apoiado no batente da porta. O cabelo impossivelmente desarrumado, as roupas desalinhadas e um olhar feroz. Sem uma palavra que fosse, se arremeteu para dentro do apartamento, com uma mão nos cabelos de Gwen e a outra na cintura. Suas bocas se encontrando de forma quase rude. A língua exigente, tornando-se o centro de sua atenção.

— Pelos deuses... — ofegou a menina enquanto ele dava uma trégua, atacando seu pescoço. Ela ia reclamar que ele não podia entrar daquela forma, que a porta estava aberta, que o fogo estava ligado. Mas então Robb a estava mordendo e ela não tinha mais nenhuma reclamação.

Colocou as mãos nas costas dele, procurando pele, rastejando por ela e arranhando, segurando firme em sua nuca, com a camisa enrolada no braço.

Restringiu os sons que sua boca emitia puxando a boca dele mais uma vez para sua.

Ainda no beijo, Robb chutou a porta e pressionou a dona da casa nela, girando a chave.

Entre beijos cheios de luxuria, sapatos sendo chutados dos pés, casacos e camisetas largados pelo caminho e mãos exigentes explorando o já conhecido corpo alheio, Gwen chegou ao fogão e desligou o fogo. A última de suas preocupações.

Robb mordeu seus lábios e os abandonou, começando uma trilha de beijos e mordidas e chupões pelo pescoço, bem meticuloso, desabotoou o sutiã e continuou seu caminho, ajoelhando-se lentamente, com as mãos presas em cada lado daquela cintura fina. Gwen podia jurar que ela ia desabar ali mesmo, e provavelmente iria se não se agarrasse firmemente ao fogão. O suspiro saiu meio entrecortado, e quando olhou para baixo, seus olhos se encontraram com os do Stark, e ela se deixou perder.

Ainda não tinham feito sexo na cozinha dela. Fizeram aquela noite. Ambos em um êxtase de emoções sem descrição.

Gwen não podia deixar de imaginar, que ali, enrolada naquele chão com ele, com uma mão alisando seus cachos e a outra decorando o vai e vem do seu abdómen, enquanto seguiam naquele ritmo suave, como deveria ser poder ter isso indiscriminadamente todos os dias, acordar ao lado dele. Robb beijou cada pinta de seu ombro nu, uma mão a trazendo mais para perto, o nariz se embriagando da fragrância do pescoço alvo. Sexo não era tão bom, ela tinha certeza. Não devia ser, ela não devia sentir-se incapaz de abandonar aquele abraço caloroso e se perder em pensamentos aleatórios sobre eternidade.

Acordou primeiro que ele, por uns minutos admirou o corpo enrolado ao seu de uma forma meio possessiva, observando as marcas que ela tinha deixado, as curvas que ela tinha gravado com as mãos, as entradas da cintura que ela queria beijar e beijar. Se conteve e acariciou de leve, por algum reflexo, os cachos cobre, os cílios castanhos, o nariz fino. Deixou seus dedos descansarem nos lábios dele e corou só de imaginar os caminhos que ele tinha percorrido na noite anterior. Ela ainda se sentia quente, ele tinha estado em cada centímetro de seu corpo. Gwen nunca se entregava assim a ninguém, porque ninguém procurava por isso. Sexo com Robb era um exercício meticuloso e exigente de ambas as partes, detalhado e cuidadoso. Nem sempre, mas mesmo quando não era, era diferente de qualquer outro.

Pensou em fazer uma xícara de chá com a água fria do bule. Pensou em sentar-se com a camisa dele e perguntar o que tinha acontecido na noite passada.

Mas isso não era o tipo de relação que eles tinham, por isso quando ela se levantou e saiu da cozinha, Robb acordou e foi embora, da forma que entrara. Calado. Um tempo depois da porta ter sido batida, Gwen ainda se encontrava encostada no batente da cozinha, olhando aquela bagunça e se perguntando se aquilo ia ter fim. Ela tinha a impressão que estava perdendo alguma coisa importante.

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