Meu Milagre

Capítulo XVI


Se olha pela décima terceira vez, querendo ter certeza que sua roupa está adequada e boa o suficiente para a ocasião – o vestido preto de poá, com um laço rosa na cintura, um casaco branco por cima e sapatilhas rosa – mas para ela parecia que estava faltando alguma coisa ou que não estava à altura dos Campbell. Por fim prende apenas as mechas da frente, deixando o resto solto e como acessório apenas seu colar com o pingente de cruz.

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A porta de seu quarto é aberta, revelando uma cabeleira loura de imediato ela reconhece o irmão – ele sorri – Arthur adentra o quarto, parando diante da mais nova.

—Vai sair? – Diz ao notar a irmã arrumada.

—Sim. – Vira para olhar o irmão que também está arrumado. Cabelo arrumado para trás, camisa social azul marinho, com uma gravata borboleta cinza e suspensórios xadrez vermelho, calça social preta e sapatos sócias preto. – Vai sair com a Sabrina?

—Um almoço com a família dela. – Segura na mão da irmã e a roda. – Está uma gata, vai sair com o Richard? – Faz uma cara de desgosto.

—Sim, almoçar com a família dele. – Puxa o irmão para a cama e ambos se sentam. – Acha que vão gostar de mim?

—Claro que vão, você é uma garota incrível. – Beija a mão da irmã. – Não gosto desse seu namoro. Aquele imbecil já te machucou muito.

—Ele mudou. – Arruma a gravata do irmão, que estava torta. – Assim como você. Todo mundo merece uma segunda chance.

—Mesmo assim. – Acaricia a bochecha da irmã. – Se precisar de qualquer coisa me liga.

Beatriz se joga sobre o irmão, fazendo o mesmo cair deitado na cama. Ele a abraça com força – os dois haviam criado uma ligação muito forte e os anos de maus tratos tinham ficado para trás – ele a joga na cama.

—Eu te amo. – Arthur senta e olha para a irmã. – Eu estive pensando e tomei uma decisão. – Ele passa os dedos nos cabelos, tentando arrumar. – Eu vou sair de casa.

—Não, por favor. – Levanta assustada ficando em pé diante do mais velho. – Não quero ficar sozinha.

—Calma. – Segura na mão da irmã, a puxando para sentar no seu colo. – Você irá morar comigo. Vou te tirar dessa casa. – Passa a mão nos cabelos da irmã, fazendo um leve afago. – Quero que você tenha um ambiente melhor. Vou ajudar você no colégio e futuramente na faculdade.

—Não Arthur. – Levanta do colo do mais velho, se afastando do mesmo. – Não posso mais fazer isso. Você tem que me odiar, me odiar. – Sai correndo do quarto o mais rápido, não queria olhar mais nos olhos do irmão.

Beatriz sabe que está fazendo mal ao irmão, por não contar a verdade, mas não tem coragem de contar a verdade. Agora que tem o que sempre almejou não quer viver sem – o amor que recebia a deixava feliz – mas estava sendo egoísta e perversa, disso ela sabia.

Corre para os fundos da casa dando de cara com o pai, que se assustou ao ouvir a porta bater. Ao se virar depara com a filha mais nova e fica estático no lugar.

Beatriz é a filha que mais se parece que sua esposa - só não a cor do cabelo, já que sua esposa é ruiva - e vestida daquele jeito, toda comportada. Sua esposa se vestia da mesma forma quando eram adolescentes e se não fosse pelos cabelos negros da filha, juraria que quem estava parada ali era sua esposa.

—Desculpe-me. – Beatriz abaixa a cabeça. – Com licença. – Dá as costas para o mais velho e volta a andar.

—Beatriz? – A jovem para assim que ouve a voz grossa do mais velho. – Aonde vai?

—Na casa do Richard. – Vira para o mais velho encontrando os olhos do mesmo, porém havia algo diferente neles. – Posso ir?

Miguel olha para a filha sem entender, afinal ela não pedia permissão para nada – não que a jovem não tentasse, mas assim como sua esposa ele não se importava com o que a caçula fazia ou fingia não se importar – não sabia como lidar com a caçula.

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—Papai. – Diz ao se aproximar do mais velho. – Sinto muito. – Era tudo o que conseguia dizer quando estava apenas os dois. – Eu o amo muito.

—Beatriz. – Tentava não demonstrar o quanto aquelas palavras mexiam consigo. – Beatriz. – Os olhos da filha mostrava a dor e a angústia que sentia e doía na alma dele vê-los assim.

—Em breve sairei da vida do Sr. e da mamãe. – Ela fica nas pontas dos pés e se inclina, depositando um beijo no rosto do mais velho. – Nunca mais machucarei o Sr. e a mamãe. – Se vira e anda para longe do mais velho, não queria ver o ódio nos olhos dele.

Miguel vê a filha sumir do seu campo de visão. Não sabia explicar o motivo daquelas palavras terem mexido consigo, mas sentia um aperto no peito.

Beatriz sabia que seus pais não chorariam por sua morte, mas seu tolo coração queria acreditar que sim e isso a machucava ainda mais.

Ao abrir a porta da frente se depara com Richard que estava preste a bater, ele olha para a namorada e sua expressão fica séria e preocupada.

—O que houve, pequena? – Segura a mão dela e a puxa para fora. – Fala comigo, por favor.

—Não houve nada. – Finalmente encara o namorado percebendo que o mesmo estava mais arrumado do que de costume. – Está lindo. – Suas bochechas ganham uma coloração rosada.

—Você está lindíssima. – Dá um selinho nela. – Podemos ir?

—Beatriz? – Os dois se assustam ao ouvir a voz grossa e seria de Arthur. – Esqueceu sua bolsa.

—Obrigada. – Pega a bolsa e sorri envergonhada. – Desculpe-me pelo o que disse.

—Tudo bem. – Deposita um beijo na testa da irmã. – Eu já vou indo. – Ele vira para Richard. – Se tentar passar do limite te arrebento a cara. – Olha sério para o menor. - Cuide dela. – Olha para a irmã e sorri. – Tchau. – Sai andando indo para a garagem.

—Babaca. – Rosna irritado. – Vou quebrar a cara dele.

—Calma. – Ela põe a mão no rosto dele. – Ele só está cuidando de mim.

—Eu posso fazer isso. – Mostra todo o desconforto que sente em relação ao mais velho. – Por isso eu sou seu namorado.

—Ele é meu irmão. – Sorri ao notar o ciúme do namorado. – Nós podemos ir? – Richard se aproxima de Beatriz e captura os lábios dela a surpreendendo, mas ela retribui.

✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟

Depois de uma longa caminhada o casal finalmente adentra o bairro nobre da cidade. A área mais protegida da cidade.

Ali só residia famílias importantes, famílias com grandes fortunas - Richard vive ali - Beatriz sabe quem são os Campbell, não só por serem uma das famílias mais influentes, mas por ser a família mais caridosa da cidade.

Richard junto com Beatriz para diante de enormes portões dourados, os mesmos se abrem e Richard adentra puxando Beatriz. Caminham para a porta da mansão – uma mansão grande na cor pastel, com grandes portas de madeiras – uma linda vista. Uma das portas se abre, revelando um homem de aproximadamente 40 anos, mediano, moreno, cabelos negros e olhos castanhos escuros, usando um fraque.

—Bom dia Sr. Campbell. – Ele sorri para o casal. – A Sra. Campbell os espera. – Dá passagem para o casal que adentra a residência.

Richard conduz Beatriz pelo hall indo para a sala de visitas – um ambiente grande, com grande sofá branco em L com almofadas pretas e duas poltronas pretas, uma televisão de 75 polegadas uma mesa de vidro com umas revistas e uma porta de vidro, dando uma visão do jardim – o lugar é regado de luxo e conforto, diferente da casa da jovem.

—Demorou, meu filho. – Uma voz fina e suave surge atrás deles. – Já estava prestes a mandar o motorista atrás de você.

—Não exagera mãe. – Vira para mãe, fazendo Beatriz também virar.

Uma mulher de aproximadamente 43 anos – de estatura mediana, pele clara e longos cabelos castanho claro lisos, olhos verdes. Com um longo vestido branco de poá – uma mulher encantadora e conservada.

—Já chegamos. – Richard dá um beijo na mãe. – Mãe essa aqui é Beatriz minha namorada. – Aponta para Beatriz que se encontra mias vermelha que um tomate. – Beatriz essa é Denise minha mãe. – Aponta para a mais velha que ri da palhaçada do filho.

—Para de bobagem, Richard. – Dá um tapa no ombro do filho. – Já nos conhecemos e você sabe disso. – Cumprimenta Beatriz com um beijo na bochecha. – Como está, querida?

—Estou bem e a Sra.? – Sorri ainda constrangida.

—Estou bem também. Vamos nos sentar. – Aponta para o sofá. – Não precisa me chamar de Sra. não sou tão velha assim. – Diz risonha.

Os três caminham para a sala, Beatriz e Richard sentam no sofá e Denise senta em uma das poltronas de frente para o casal. Denise olha para Beatriz a analisando a jovem – mas a mulher já conhecia muito bem a jovem – mas ver seu filho ao lado de uma garota como ela, é realmente algo que a deixa feliz.

—Cadê a Lia e o pai? – Diz Richard quebrando o silêncio.

—Lia está se arrumando e seu pai foi resolver uns assuntos na empresa, mas já deve estar voltando. – Seu olhar cai sobre Beatriz. – Não precisa ficar nervosa, querida.

-MÃE? – Natália chega na sala gritando e os três olham para a jovem, ficam um pouco surpresos ao ver a roupa da jovem. Usando um chapéu preto, com os cabelos solto, uma camisa social branca com babados e por cima um blaiser azul marinho, um short social também azul marinho, meias pretas até os joelhos e botas pretas com uns detalhes brancos. – Que caras são essas?

—Que roupa é essa? – Richard olha confuso. – Vai a alguma festa? – Caçoa da irmã. – Parece uma palhaça.

—Cala a boca. – Pega uma das almofadas e joga na cara do irmão. – Imbecil, eu tenho estilo ao contrário de você.

—Não comecem. – Repreende os dois. – Cumprimente a visita.

—Oi Beatriz. – Natália corre até o casal e se joga no colo de Beatriz, a abraçando. – Como está? Estava com saudades. Achei que não viria.

—Chega Lia. – Richard a segura pela cintura a tirando de cima da namorada. – Assim vai matar minha namorada. – Joga a irmã ao seu lado no sofá. – Se comporte.

—Não seja chato. – Soca o braço dele. – Ela não é propriedade sua. – Levanta e senta entre o irmão e a cunhada, fazendo o mais velho se afastar dando lugar para ela. – Você já passa muito tempo com ela.

—Porque ela é minha namorada. – Richard tenta puxar Natália, mas a jovem segura no braço da cunhada. – Mãe dá um jeito na Lia.

—Estão assustando a Beatriz. – Ri ao ver Beatriz perdida e assustada com os dois. – Eles são sempre assim. Menos vocês dois.

—Desculpa mãe. – Dizem em uníssono.

—Com licença Sra. – O mordomo diz ao adentrar a sala com uma mulher ao seu lado. Uma mulher de aproximadamente 45 anos, alta, pele clara e cabelos castanhos claros, olhos avelã. Trajando um longo vestido salmão liso. – A Sra. James acaba de chagar.

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—Obrigada Afonso. – Levanta e se aproxima deles. – Poderia trazer um suco, por favor.

—Sim Sra., com licença. – Diz ao se retira da sala os deixando à vontade.

—Oi Kate. – Cumprimenta com um beijo na bochecha. – Cadê o Orlando?

—Foi resolver alguns assuntos na empresa. – Se direciona aos três jovens que se mantinham calados. – Como estão meus sobrinhos? – Natália levanta e abraça a tia. – Sempre renovando, não é Lia? – Beija a testa da sobrinha.

—Claro tia. - Sorri para a mais velha.

—Oi tia. - Richard levanta e abraça a tia. - Não sabia que viria. - Desfaz o abraço e segura na mão da namorada fazendo a mesma se levantar. - Tia essa é Beatriz minha namorada.

—Já a conheço, seu palhaço. – Bate de leve no braço do sobrinho. – Como vai, querida? Fico muito feliz em saber que agora ele tem alguém que irá levar para um bom caminho. – A cumprimenta com um beijo na bochecha. – Vocês formam um casal lindo.

—É um prazer conhecer a Sra. – Sorri constrangida.

—Quanta besteira. – Sebastian adentra a sala acompanhado de Bárbara, ambos carregam um sorriso presunçoso e maldoso nos lábios. – É só mais uma de muitas que o R já teve.

—Respeite-a. – Kate repreende Sebastian. – Seja educado e se comporte.

—Que seja. – Sebastian dá de ombros. – Não queria vir.

—Sentem-se. – Denise conduz os três recentes convidados até o sofá. – Hoje não é dia de brigas.

Richard senta novamente puxando Beatriz para seu lado. Sebastian senta ao lado de Beatriz, fazendo a jovem ficar um pouco incomodada. Bárbara senta ao lado de Richard e o clima estranho paira no ar. Natália bufa irritada com o atrevimento de Bárbara e por fim acaba sentando ao lado de Sebastian e as duas mais velhas sentam nas poltronas de frente para os jovens.

Afonso adentra a sala acompanhada de duas mulheres – uma loura de olhos castanhos escuros, de pele clara e outra morena de olhos azuis, de pele clara. Ambas trajando um uniforme – as duas trazem uma bandeja, uma contendo bebidas e a outra com alguns aperitivos.

—Trouxe também uns aperitivos. – As duas empregadas serviam enquanto ele dizia. – Espero que esteja do agrado da Sra.

—Está sim. – Denise pega o copo da empregada. – Obrigada Samanta. – Bebe um pouco do suco.

Após servirem todos os convidados, os três se retiram. O clima na sala não é um dos melhores, Beatriz demonstra desconforto por estar perto de Sebastian – já que o mesmo foi uma paixão antiga – e também ciúmes por Bárbara estar perto de Richard.

—Adorei seu vestido Beatriz. – Bárbara sorri cínica. – Lia tinha um igualzinho ano passado. – Diz ácida. – Mas ela doou no natal.

Todos olham surpresos para Bárbara – todos sabiam como Beatriz vivia e que desde pequena a mesma usava roupas de doação. Isso nunca fora motivo de ter vergonha, mas ela o que a jovem sentia no momento – o sorriso vitorioso brinca nos lábios de Bárbara.

—Não comece Bárbara. – Richard sussurra no ouvido de Bárbara. – Será que o pai vai demorar? – Tenta quebrar o clima de desconforto que se instalou no ambiente.

—Acho já que daqui a pouco. – Denise sorri sem graça. – Apesar de te conhecer sei pouco sobre você, Beatriz. – Ganha a atenção da jovem. – É da idade do Richard, certo? – Beatriz assente para mais velha. – Já sabe os planos para o futuro?

—Gostaria de fazer pedagogia. – Ganha a atenção de todos presentes. – É o que sempre quis fazer.

—Você irá conseguir. – Kate participa da conversa. – Espero que agora o Richard melhore.

Dois homens adentram a sala, chamando a atenção de todos presentes. Um moreno, louro de olhos verdes, com barba para fazer e trajando um terno preto. O outro também moreno, de cabelos negros e olhos castanho escuro, trajando um terno cinza escuro.

—Boa tarde. – Os dois falam em uníssono.

—Boa tarde, querido. – Denise deposita o copo em cima da mesa e encaminha até os dois homens. – Demorou.

—Mamãe sempre exagerando. – Natália corre até os pais e pula no colo do pai. – Podemos ir comer?

—Isso são modos? – Denise repreende a filha.

—Estamos em família. – Olha para Bárbara com desdém. – A única intrusa aqui é a Bárbara.

—Hoje não. – Denise olha sério para a filha. – Se um de vocês começaram com provocações ou brincadeiras, iram se arrepender.

—Não queiram ver ela brava. – O mais velho põe Natália no chão. – Boa tarde, Beatriz. – Caminha até a jovem e a mesma levanta. – É um prazer tê-la em minha casa.

—O prazer é todo meu Sr. Campbell. – Aceita o comprimento do mais velho.

—Somente Henrique, nada de Sr. – Pisca para a jovem. – Aquele é o Orlando o pai do Sebastian. – Aponta para o outro homem que já se encaminha até eles.

Orlando cumprimenta Beatriz e em seguida caminha até a esposa, lhe dando um selinho. Henrique senta na poltrona puxando a esposa para seu colo. Natália volta a sentar ao lado de Sebastian. Agora seria a hora de conversarem e se conhecerem.

✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟ ✟

Todos comiam e conversavam – o clima mais leve – Beatriz apenas respondia o necessário, apenas observava o atrevimento de Bárbara que está sentada ao lado de Richard, aproveitava para acariciar a perna do rapaz que as vezes subia um pouco mais até a parte intima do mesmo. Sebastian também provocava o primo, pondo a mão na coxa exposta de Beatriz, a jovem não reagia quando sentia aquele toque, apenas segundos depois tirava a mão de Sebastian de sua coxa.

Os mais velhos não percebiam o clima entre os quatro adolescentes, mas Natália sim e tentava ajudar a cunhada e o irmão, mas de longe ficava impossível.

—Tudo bem Beatriz? – Denise pergunta ao perceber o olhar assustado da nora. – A comida não está do seu agrado? Quer que eu mande preparar outra coisa?

—Não precisa. – Tenta tirar a mão de Sebastian sem que ninguém note, mas o mesmo segura firme. – Es...está tu..tudo gostoso. – Diz tentando com dificuldade.

—Não parece. – Kate a olha preocupada. – Parece nervosa, está tudo bem mesmo?

—Não tia. – Natália diz por fim. – Sebastian está passando a nela. – Diz irritada.

Richard levanta irritado e parte para cima de Sebastian, derrubando o mesmo no chão e lhe socando em seguida – todos olham surpresos para a cena – mas ao perceberem o que realmente ocorre, Henrique e Orlando vão até os rapazes e tiram Richard de cima de Sebastian que já se encontrava inconsciente e repleto de sangue. Ele tenta se soltar dos braços do pai e do tio, mas os dois o prende com força.

Kate corre até o filho inconsciente e com a ajuda de um dos empregados o pega do chão, levando para o outro cômodo sendo seguida por Bárbara e Natália. Denise olha furiosa para o filho.

—Já chega, Richard. – A voz calma e baixa deixava claro o quanto a matriarca estava furiosa. – Você tem que aprender a se controlar.

—Ele que começou. – Se debate nos braços do pai e do tio. – Não devia pôr a mão na Beatriz, faz isso para me provocar.

—Ignore. – Olha para Beatriz que ainda se encontra petrificada no mesmo lugar. – Beatriz? – A garota pisca algumas vezes ao ouvir a voz da mais velha. – Sabemos que é uma boa menina, mas acho que é melhor você e o Richard terminarem.

—Nem ouse fazer isso, mãe. – A raiva transborda nos olhos dele. – Me solta, droga. – Os dois apertam ainda mais os braços de Richard.

—Primeiro se acalme, meu filho. – Henrique olha para o cunhado, o mesmo entende o recado e solta o sobrinho. – Vá ver o Sebastian. – Segura no outro braço do filho.

—Com licença. – Orlando se retira em seguida.

—Afonso, peça para o motorista levar a Beatriz até em casa. – O mordomo se retira assim que ela termina de falar. – É o melhor para você, Beatriz.

—Entendo. – Por fim ela consegue recuperar todos os sentidos. – Não precisa de incomodar, eu vou andando mesmo. – Levanta de seu lugar e seu olhar para em Richard. – Perdoem-me por isso. – Aproxima de Richard. – Melhor assim.

—Pai, por favor. – Ao ouvir a voz embargada do filho o solta. – Não é melhor. – Segura nas mãos da namorada. – Eu não vou terminar com a Beatriz. – Olha para a mãe com raiva. – Não vou deixa-la e se ele ou qualquer outro me provocar ou pôr a mão na Beatriz eu vou matar.

—É esse seu comportamento explosivo e animal que lhe prejudica, meu filho. – Denise tenta explicar a situação para o filho. – É isso que ela merece? Não, a Beatriz merece um garoto que cuide dela e nem você e nem o Sebastian é esse garoto.

—Eu nunca machucaria ela. – O clima ficava cada vez mais pesado. – Não vou cometer esse erro novamente.

—Leve a Beatriz para casa e quando chegar a gente conversa. – Henrique põe um basta na discussão. – Desculpe-nos por isso e espero que a gente possa ter outra oportunidade.

—Eu não queria causar isso. – Beatriz abaixa a cabeça escondendo os olhos marejados. – Sinto muito.

—Não foi sua culpa. – Olha sério para o filho. – Melhor irem.

Richard não espera Beatriz responder e a puxa para fora da sala de jantar – deixando seus pais furiosos para trás – eles passam pela sala de estar e avista Sebastian sendo limpo por Kate e Orlando ao lado dos dois. Juntos adentram a sala de visitas, sendo recepcionados por Natália e Bárbara, nenhuma das duas falam nada, Natália entrega a bolsa para Richard, o rapaz pega e continua seu trajeto para fora da mansão.

O silêncio entre eles dois é desconfortável e estranho. Atravessam os portões sendo observados pelos empregados e pela família do rapaz. Beatriz apenas deixa ser conduzida.

—Sinto muito. – Ele quebra o silêncio. – Não queria magoar você.

—Não me magoou, apenas me deixou assustada. – Levanta a cabeça revelando sua face manchada pelas lágrimas. – Pode não me levar para minha casa?

—Vamos para o nosso lugar. – Para fazendo a namorada também parar. – Eu nunca mais vou te deixar só. – Põe as mãos no rosto da namorada e acabava vendo o sangue secos nos dedos. – Promete mudar, por você faço qualquer coisa. – Beija a testa dela e a trás para mais perto de seu corpo a envolvendo em um abraço. – Dou minha vida se for necessário. – Ouve o choro da namorada e a abraça mais forte.

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Aquelas palavras mexiam com ela mais do que ele poderia imaginar – uma declaração que doía no coração da jovem – cada dia que passava Richard se apaixonava ainda mais por Beatriz, mas ele não sabia que cada dia que se passava era um dia a menos para ela.

Richard desfaz o abraço e olha nos lindos olhos verdes da namorada que agora carregava apenas um brolho triste – queria poder ver o brilho alegre neles, mas cada dia via menos – para tentar amenizar a dor, sela seus lábios nos dela, recebendo um beijo repleto de paixão e salgado por causa das lágrimas.