Destination Works
XVII. Raiva por...?
(...)
— SUR-PRE-SAAA! -gritaram assim que eu entrei.
— Ai meu Deus. -estava atônita com tudo aquilo.
— Gostou da surpresa? -o branquelo veio até mim.
— Err... -eu estava sem palavras diante de tudo aquilo.
— Gostou da surpresa? -Tae chamou minha atenção, parecendo meio temeroso.
Ah. Por isso ele ficou tão estranho quando eu disse que não gostava de surpresas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Eu... Amei. -me joguei em cima dele, o abraçando.
(...)
— Congratulations. - colocou o bolo na mesinha. - Esse é o nosso agradecimento por tudo.
—Pelo que...
— Apenas aceite. É de bom agrado. - Jimin deu um tapinha nas minhas costas e sentou-se no outro sofá de frente para mim, sorrindo.
Assoprei as velas -ainda não entendi pra que elas- e partimos o bolo. Em vez de colocarem música ou algo para tocar, Namjoon cantou um rap freestyle para mim, depois Suga tentou fazer o mesmo e ai os dois começaram a brigar, mas no final todos cantaram ao vivo. Foi um momento maravilhoso.
Nunca vou esquecer isso.
— Que bom. -Jin riu.
— Eh...? Eu disse isso em voz alta?
— Em alto e bom som!
(...)
A porta rangeu de leve. Olhei sem muito alarde, vendo se não tinha sido fechada direito, e vi o JungKook gesticulando para que eu fosse com ele. Os outros estavam tão ocupados em limpar que nem reparariam se eu sumisse um pouco.
— Kookie? O que houve?
Ele se pós a andar e nem ao menos olhou para trás. Eu o segui, meu coração batendo na garganta. O que será que aconteceu para ele estar agindo assim, suspeito? Será que está com raiva de mim ou algo do tipo? Comecei a me questionar, mas logo abandonei os pensamentos. Entramos no elevador e subimos para a cobertura. Ele segurou em minha mão e me levou para perto da grade de proteção. Era um belo por do sol. O céu banhado em laranja e lilás e as luzes coloridas da cidade piscando como pérolas.
— É lindo. - eu disse inconscientemente.
— Não tanto quanto você.
Me virei para mandá-lo repetir o comentário. Será que escutei direito ou estou ficando louca? Antes que alguma palavra saísse de minha boca, ele me beijou e segurou minha cintura antes que eu pudesse empurra-lo. Não tive nem chance de retrucar porque foi... Bom. Meu Deus! Oh meu Deus!
Ele meu soltou e cambaleou para trás. Estendeu um embrulho na minha direção e eu o peguei, ainda sem palavras. Kookie me fitou, os olhos intensos mas sem sinal de vida. Ele estava tão surpreso quanto eu. Então se virou e correu...
(...)
— Alô~? - reprimi um bocejo.
— Annie? Até que enfim! Sabe quantas vezes eu te liguei?
— Hum-m.
— Ei, minha tia abriu uma loja e não tem empregados o suficiente. Eu queria saber se dava pra tu vir ajudar..
— Hum-hum
— EBA! Vou te passar o endereço de onde vamos nos encontrar. Tchau.
— Espera.
— O que?
— ... Quem é você mesmo?
A risada do outro lado da linha foi abafada.
— Aish... É a Mio!
— Hum... Tchau.
— Até daqui a pouco.
(...)
—Annie! Bom dia!
— ...dia~ - respondi sem muita vontade.
Virei-me e dei de cara com o Tae. Ele estava todo agasalhado, com touca, luva e tudo mais. O que era bem estranho e engraçado. Bem a cara dele.
— Vai sair?
Afirmei com a cabeça.
— Encontrar com minha amiga. E você, para onde vai desse jeito?
— Vamos ensaiar no estúdio. Não podemos perder a forma. - sorriu, daquele jeito que só ele consegue.
— Boa sorte.
Voltei-me para o elevador, escutando o V falar com mais alguém. Captei as palavras ''Kookie'', ''melhor'' e ''até lá embaixo''.
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Oh! Ele vai descer. E a única forma é o elevador ou as escadas, e ninguém é doido o suficiente para usar as escadas. Respirei fundo e entrei no elevador e apertei o botão, até alguém vir e segurar a porta. Ele não me olhou. Apenas ficou do meu lado.
— Ei, JongKook. - chamei e o encarei.
— Hum? - ele me encarou de volta.
Ele pareceu não ter dormido muito. Olheiras se formavam ao redor dos olhos, mas ele não parecia se incomodar com isso.
O que foi aquilo ontem?! Como ousa... Por que? Exijo explicações, maldito!...
Era o que eu queria dizer, mas não tinha como isso sair de minha boca. Impossível. Seria vergonhoso.
— O que quer?
— Sobre ontem... No terraço... - fitei o chão.
— Terraço?
Voltei a encará-lo. Ele olhava para cima com o indicador no queixo, parecendo pensativo.
— Ei! Não venha dizer que não lembra!
Escutei o plim do elevador e ele saiu.
— Deve ter sido algo ruim, me desculpe. -foi o que disse antes de continuar seu caminho, me ignorando.
— Mas o que? Que raiva!
Raiva? Eu estou com raiva?
Poxa! Que cara de pau. Podia ao menos tentar se explicar ou ficar vermelho... Mas ele agiu como se nem lembrasse! E se desculpou como se fosse algo irrelevante... Que raiva desse arrogante!
— Biscoitinho de merda! - gritei, mas ele provavelmente não ouviu.
Enquanto eu refletia, o elevador estava em movimento. Apertei o botão várias vezes, mas o elevador continuou a subir e abriu. Uma pessoa entrou. Apertei o botão novamente e dessa vez ele desceu.
— Bom dia. - me saudou.
Olhei o dono da voz. Era o Rap Monster. Ele estava esquisito todo de preto, com cara de quem diz: "Se aproxime e eu te mato".
— Bom dia...
— Tem estado bem?
Sorri.
— Melhor impossível. -falei, o que foi bem irônico. Esse dia não está tão divertido.
— Tente não se preocupar muito. Não é como se fosse algo extraordinário.
Ele falou como se soubesse o que tinha acontecido.
O elevador abriu e ele saiu. O segui.
— Ei. -comecei a chamar.
Desisti. Era melhor ir logo antes que a Mio me amaldiçoasse.
...
— MAS QUE PORRA É ESSA?!
Juro que senti as paredes temerem com meu grito. Mio e a tia dela haviam tampado os ouvidos na hora que me olhei no espelho. Bom pra elas.
— Eu não vou usar isso! Nem morta! -pigarreei.
As duas se entreolharam e deram de ombros, numa decisão mútua de ignorar qualquer comentário que viesse de mim.
— Ficou tão lindo nela. Eu disse que era do tamanho certo.
— Ficou perfeito!
Essas... Só faltou soltarem flores pelo olhar.
— Vou me trocar. -bufei.
— Espera. Você prometeu...
Encarei minha amiga. Seus olhos brilharam. Ela iria chorar? Não posso fazer minha amiga chorar. Suspirei derrotada e andei para perto dela.
— Tá bom, eu faço isso, mas não chora, tá?
— EBA! - ela coçou o olho - Aish, esse cisco não quer sair de meu olho! Vou me trocar, tchau.
— Falta uma coisinha... - a tia dela me olhou de baixo pra cima, franzindo a testa.
Ela era baixa e de aparência jovial, com cabelos castanhos com pequenas ondulações e olhos negros. Andando até uma caixa, ela retirou algo e colocou em minha cabeça, depois sorriu satisfeita.
Corri para o espelho e quase gritei novamente. Eu fui obrigada a vestir um vestido de babado preto parecido com aqueles de maids japonesas, curto, bem curto. Isso deveria ser proibido. E ainda por cima colocar uma cauda e orelhas de gato, e também me obrigaram a colocar maquiagem e vestir meia calça. Um completo desastre!
— Err... Senhora...
— Pode me chamar de Ja Eun.
— Ja Eun-shi, eu quero que meu caixão seja adornado com flores roxas.
Ela sorriu e deu um tapinha em minhas costas.
— Como estou? - Mio chegou pulando e deu uma volta, fazendo o vestido voar. Ela levantou as mãos ao lado do rosto. - Miau!
— Uma gata. -resmunguei.
— Há, há.
— Vamos meninas, abrimos em dez minutos.
...
O dia foi bastante puxado, eu realmente não sabia que o lugar era tão movimentado assim!
Não sabia o que era pior. As cantadas baratas e os assédios constantes ou essa roupa ridícula.
A porta foi aberta novamente. Que droga! Já estávamos perto de fechar! E esse bando de...
— ANNIE?!
— VOCÊS?!
Gritamos todos juntos. Pude ouvir a Mio soltar um "Ai, droga" e os puxar para dentro.
— É você mesma? - o alien charmoso veio até mim, parecendo não acreditar no que via.
— Claro que sou eu. -desviei o olhar, morrendo de vergonha.
— Ah. Está tão fofa. -sorriu e passou a mão em meus cabelos, bagunçando os mesmos.
— Ehh... Nada mal... -o Yoongi me olhou dos pés à cabeça, e foi se sentar.
— Espero que não se importem. Está quase na hora de fechar e... -a Mio interrompeu o Monster.
— Sem problema! -falou a garota.
— Poucos educados e ela ainda atrapalha. -resmunguei, revirando os olhos.
— Espero que não esteja me incluindo nos mal-educados. -Jimin me cutucou, estreitando os olhos.
— Claro que não. -cruzei os braços e revirei os olhos dramaticamente.
— Vamos comer. Deixe-a em paz, ok? -o mais velho do grupo piscou para mim e saiu arrastando o baixinho com ele, em direção a uma das mesas.
— Alguém os atenda, por favor. -suspirei.
Eles comeram, bagunçaram, derramaram comida no chão, riram da minha cara, deram autógrafos pra Mio e sua tia -que estavam babando em cima dos coitados- e muito mais!
— Annie-shi, vai sozinha para casa? -J-Hope sorriu para mim.
— Ah... Sim.
— Podemos ir juntos! -Taehyung correu até mim, me abraçando.
— Na verdade... -RapMon ficou de pé- ainda precisamos fazer algo. -a maioria fez um muxoxo de tristeza.
— Tudo bem. -falei.
— Mas o Jungkook pode te acompanhar. -sorriu.
— O que??!!
Namjoon eu te mato!
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