Astronaut: ReFlying

Capítulo 10


Capítulo 10

Por falar em fanfic... eu também tô escrevendo uma — sorriu de modo muito predatório dando ao rosto parcialmente coberto um ar meio sinistro — A fanfic dentro da fanfic, “As Trepadas Vorazes”. É tipo doze distritos que sorteiam casais para ir numa arena e foder até a morte. Quem transar mais e sobreviver ganha. Eu e o Petey somos os protagonistas. Querem que eu leia um trecho?

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—--

— NÃO!

— LEIA!

— Céus...

Peter, Tony e Bruce falaram ao mesmo tempo. O primeiro meio desesperado só de pensar em qual seria o trecho, o segundo só querendo pôr lenha na fogueira e o último sem acreditar nas pérolas que saiam da boca de Wade.

— Não se atreva! Eu prometo que leio tudo quando estiver finalizada! — Peter tentou uma chantagenzinha emocional, sem esperança alguma de ser atendido. Ao mesmo tempo, tentou se preparar para passar uma vergonha monumental.

— Jura? Jura que vai ler nosso best seller, baby boy?

— Juro! — Peter mentiu sem qualquer remorso.

— Tudo bem — Wade voltou a bloquear a tela e guardar o celular — Mais umas quatro ou cinco rodadas na arena e o livro acaba. Ainda não decidimos se termina em orgia ou BDSM.

— Será uma obra-prima!! — Tony gracejou — Depois você podia fazer uma sequencia com o Bruce de protagonista...

— Claro! — Wade animou-se com o incentivo. Banner engoliu saliva errado e engasgou.

— ANTHONY!

— Te irritei?

Antes que Bruce respondesse, Natasha entrou na cozinha, ela usava uma regata justa, com um decote generoso e uma calça colada, ambas as peças pretas, combinação que dava destaque pros cabelos ruivos e pele pálida.

Ela analisou local.

— Precisando de bebidas? — os quatro concordaram (até mesmo Peter) — Vou pegar. Atualizando: Niat acabou de chegar com a moto, Thor avisou que vai passar na casa de Loki pra pegá-lo, mas os dois vão demorar um pouco. Tem uma galera organizando Verdade ou Desafio na área dos fundos, se aparecer alguém aqui fazendo algo estranho, provavelmente foi desafiado.

A garota passou as informações como um soldado fazendo seu relatório de missão. Saiu logo em seguida para buscar as bebidas, como prometera.

— Muito eficiente — Tony afirmou antes de voltar a preparar os sanduíches.

— Não sabia que sempre faziam essas festas — Peter falou antes de dar um tapa na mão de Wade, que arrastara a cadeira e já se preparava para abraçá-lo pela cintura.

— Não é sempre — Bruce explicou — É só quando alguém entra pro grupo. E, acredite, é bem raro.

— A última vez foi no ano passado, quando Loki se tornou nosso amigo — Tony interrompeu a fala só para assistir um adolescente atravessar a cozinha correndo, apenas de cueca — Eu preferia ter passado a vida sem ver isso.

— Deve ser do Verdade ou Desafio! Baby boy, podemos...?

— Nem em sonhos — Peter cortou. Jamais entraria naquele tipo de brincadeira com o cara que escrevia uma história chamada “As Trepadas Vorazes” e o usava de protagonista.

Wade forçou uma carinha fofa, que ficou muito bizarra sob a sombra do capuz e teve inumeros efeitos sobre Peter, exceto o de comovê-lo.

— Petey mau — apesar de tudo o garoto acabou sorrindo da frase dita com afetação.

Natasha voltou para a cozinha com dois copinhos de plástico, acompanhada por Niat, que também trazia dois copinhos cheios de bebia. Trajava jeans escuro e regata branca sob uma jaqueta de couro. Tinha um capacete pendurado no braço.

— Yo! — a menina loira cumprimentou com um sorriso, recebendo boas vindas dos outros jovens.

— Jovem Corredora, junte-se a nós — Tony tentou aliciar mais um para ajudá-los. Contudo a recém-chegada não caiu na cilada.

— Passo. Ainda não falei com a Tarika, vou caçar essa doida antes que ela resolva entrar nessa de Verdade ou Desafio — disse enquanto ia até a mesa colocar um copo a frente de Tony e o outro na frente de Bruce. Natasha deixou um com Peter e outro com Wade, por fim colocou o capacete em cima da geladeira duplex.

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— Vou dar meia hora para Thor e Loki chegarem, mais meia hora para fazerem um social. Depois vou levar o som pra garagem antes que os vizinhos reclamem — Natasha reassumiu a voz de comando, coordenando tudo como se a casa fosse dela — Hoje tá quente demais, a gente pode sentar na área da frente.

E em seguida as duas saíram da cozinha.

— Ela tem tudo sob controle! — Peter exclamou diante de tanta precisão.

— O único controle que a gente conhece é aquele que zapeia os canais — Wade deu uma risadinha enquanto observava algo que tinha arrancado da orelha e ficara preso no dedinho.

— Natasha é a mulher mais empoderada que eu conheço. Autentico exemplo de como devem ser as novas gerações — Stark puxou o prato com sanduiches prontos, evitando que Wade pegasse algum com a mão suja — Vá lavar-se, Poucas Trancas!

— Anticorpo nunca é demais — Wade gracejou, ele não parecia se estressar com nada.

Acabou fazendo Bruce e Peter rir, e Tony desistir de argumentar, permitindo-o alcançar o lanche.

— Que essa noite seja memorável — o playboy ergueu o copo. Os três imitaram o gesto (Peter teve que ser rápido para evitar que Wade lhe roubasse o copo) e brindaram antes de beber.

Uma memória sendo mais do que firmada: demoraria décadas para esquecer o gosto horrível daquela bebida.

—--

Thor chegando em um lugar era um acontecimento impressionante em muitas maneiras. Não ao estilo Wade de chegar, mas com seu próprio jeito “Deus do Trovão” de ser.

A presença forte ganhava a simpatia e o respeito instantaneamente, graças ao sorriso que sempre iluminava a face expressiva. E Thor tinha um legado, formado no semestre passado, criara a fama de ser o melhor jogador de basquete do colégio, levando o time a vitórias consecutivas pelos três anos do Senior.

Nem bem chegou a festa e foi cercado por antigos colegas, recendo cumprimentos efusivos. Algo bem diferente do que acontecia com o namorado, Loki Laufeyson, que parecia invisível aos outros estudantes.

Rolando os olhos de tédio, não teve tempo de reclamar.

— Ei, Loki — Natasha veio até ele — Que bom que chegou!! Me ajuda a levar a caixa de som pra garagem. Os vizinhos já reclamaram do barulho.

— Eu nem cheguei e já quer me escravizar?! — o garoto enfiou as mãos no bolso da calça jeans escura, que combinava com a camisa social azul de manga curta — Pede pra ele — e indicou Thor com a cabeça. Seu namorado estava cercado por outras pessoas, a risada trovejante causando um treco estranho na barriga de Loki.

— Ciumes? — Natasha perguntou, e sem intenção alguma de provocar.

— Não! Vamos logo pegar essa porcaria de caixa.

— No lugar de sempre — a menina riu diante do mau humor. Era claro que ele estava com ciúmes. Nunca se acostumaria em dividir Thor com os outros, assim como nunca daria o braço a torcer.

Loki torceu o nariz. Thor era tão popular! Nem bem chegaram a festa e ele era alvo de todas as atenções, um copo de bebida já lhe surgira nas mãos e o rapaz loiro se gabava das conquistas na faculdade. E pra si próprio? Nada além de serviço pra fazer!!

Quando coisas assim aconteciam, Loki se sentia um tantinho como aquele personagem da mitologia de quem recebera o nome.