Sou uma pessoa de metáforas. Uma pessoa romântica cheia de metáforas para explicar as coisas da vida de uma forma mais bonita, porque gosto de coisas bonitas.

E, dentre essas metáforas todas que eu desenvolvia, em dado momento, a nossa se apresentou para mim como uma flor que arruma pétala por pétala ao desabrochar e ser tocada pelo sol pela primeira vez.

Ele era tão profundo e insondável como o Mar.

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Continha um universo inteiro tão dentro de si que era impossível ser conhecido sem que se mergulhasse. Só a superfície era visível, inóspita e hostil, porém intrigante e fascinante. Muitos querem conhecer o mar, mas poucas realmente têm a coragem de se preparem para imergir naquela imensidão azul. E ele vivia dentro de si, satisfeito e confortável sem participar de todo o mundo em terra lá fora, se estendendo por onde ninguém conhecia, mas todos queriam chegar, forte e independente.

E eu me via como o Céu.

Um teto azul pouco notado, observando tudo de longe. Com uma vontade de estar próximo ao Infinito, e de abraçar todas aquelas pessoas que precisassem lá embaixo levando-o a se estender de horizonte a horizonte. Eu me identificava com o céu, e suas mudanças grandiosas de humor e cor. Em constante adaptação e transformação, afetada por pequenas coisas e reagindo a elas com grandes tempestades de sentimentos e emoções.

Quanto mais pensava nisso, mais via que era a melhor de todas as minhas metáforas, e todos os traços pareciam se encaixar.

Nós éramos como Céu e Mar, se tocando no horizonte e transformando a paisagem num espetáculo só nosso.