Defenceless
Capítulo Treze
Natalie terminou de ouvir a narração de Anna completamente estupefata.
— Amiga... Me segura que eu tô BEGE! – Natalie exclamou quase saltando da cadeira, gesticulando. – Esse Luke é um DEUS. Como assim, que lindo! – os olhos da castanha brilhavam.
— Nem me fale, ó. – Anna levantou o braço, mostrando que a pele estava arrepiada. Natalie riu.
— Tá vendo a diferença? Não dá nem pra compará-lo ao idiota do Hunt... – ela mesma se interrompeu quando percebeu que começaria a falar de Hunter. Xingou-se mentalmente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Tem certeza, miga? Vocês pareciam estar se dando muuuito bem ontem à noite. – Anna lhe lançou um olhar sugestivo.
Natalie finalmente bebericou seu café. Estava forte, exatamente como ela precisava para curar a ressaca.
— Claro, estávamos bêbados. As pessoas ficam mais sociáveis quando estão bêbadas, sabe disso.
— Sei... – Anna deu uma garfada em seu waffle. – Sabe que ele pareceu super preocupado com você depois dos vinte minutos em que ficou desaparecida barra morta no banheiro? – Natalie lhe lançou um olhar reprovador.
— Ah, tá bom. Que piada. – dessa vez foi ela quem colocou um pedaço de waffle na boca.
— Miga, ele não é só esse poço de luxúria. Calma lá, vai!
— Você trocou meia dúzia de palavras com ele, Anna. Metade do tempo ele fica se insinuando. A outra metade ele fica se achando. – Anna riu da conclusão de Natalie.
— Vai ver ele quer te provocar porque viu que você é a impaciência em pessoa. Ele parece super divertido. Você deveria levar as coisas mais na brincadeira.
— Ah claro... Vou tentar fazer isso enquanto ele diz o quanto eu estou perdendo por não querer dar pra ele. – Anna se engasgou com um pedaço de waffle e começou a rir. – Não tem graça, Anna!
— Desculpaaaa! É que do jeito que você conta acaba se tornando engraçado. – ela segurou o riso daquela vez.
A conversa das duas foi interrompida quando o celular de Natalie vibrou sobre a mesa. Ela puxou o celular para ler a mensagem na tela bloqueada e quase caiu da cadeira. Anna a olhou assustada.
— Que foi, que aconteceu?! – Natalie olhava do celular para o rosto da amiga repetidas vezes sem conseguir falar uma palavra. – Fala, Natalie! Tá me deixando preocupada.
A única coisa que a castanha conseguiu fazer foi esticar o celular na direção do rosto da amiga para que ela pudesse ler.
Unknown
Que diabos aconteceu ontem à noite, Esquentadinha?
Você e a sua amiga simplesmente sumiram do mapa.
H.
A expressão de Anna era um misto de incredulidade e animação. O maxilar dela parecia ter se desprendido do crânio, pois ela estava totalmente boquiaberta diante da mensagem que ela lera pelo menos três vezes seguidas depois de ter roubado o celular da mão de Natalie.
— A-MI-GA.
— Gente, como ele tem meu número?!?!? Eu simplesmente não me lembro de ter passado! – Natalie estava desesperada, os olhos selvagemente arregalados. – O que mais será que eu fiz que eu não me lembro?!
Anna começou a rir animadamente, batendo palminhas.
— Vai ter que perguntar pro Saxton, aí!
— Isso não tem a menor graça!
— Ahhhh, mas você achou super engraçado quando eu te contei que enchi a cara com o Jake e não me lembrava do que tinha acontecido na noite anterior!
— Isso é... Isso é diferente! – Natalie tampou o rosto enquanto colocava os pés sobre a mesma cadeira na qual já estava sentada, deixando os joelhos próximos do rosto. – Meu Deus, o que eu faço?
— Responde ele, pelo o amor de Jeová! – Anna esticou o iPhone de Natalie de volta.
— Acho que vou ignorar.
— AH, mas não vai MESMO! Se você não responder, eu mesma respondo. – a morena digitou a senha do celular de Natalie, desbloqueando-o.
— NÃO, me dá aqui! – Natalie puxou o celular, arrancando-o da mão de Anna. Respirou fundo enquanto encarava a mensagem na tela. – Eu respondo...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Como você conseguiu meu número?!
Não lembro de ter te passado! Aconteceu algo mais do qual eu supostamente deveria me lembrar?
Ela bloqueou o celular e o colocou de qualquer jeito sobre a mesa. Apoiou a cabeça nos joelhos completamente estarrecida. Anna a observou, curiosa.
— O que você respondeu? – a amiga parecia estar mais ansiosa do que a própria Natalie.
— Perguntei como ele conseguiu meu número, porque eu não me lembrava de tê-lo feito. E... E perguntei o que mais aconteceu.
Anna nem teve tempo de comentar, pois o celular vibrou novamente. Natalie agarrou o aparelho no mesmo instante.
Unknown
Quer dizer que não se lembra?
Natalie ficou encarando a mensagem através da tela bloqueada. Era claro que ela se lembrava da noite anterior – com exceção da parte em que ela supostamente passou o número do celular a Hunter. Na verdade, ficou tão surpresa que estava custando a acreditar se ela havia entendido bem o que ele havia falado ou se estava bêbada demais.
“- Você pode ter quem você quiser. Por que foi ficar intrigado logo comigo?
— Eu não sei. – Hunter abaixou o rosto enquanto colocava as mãos nos bolsos das calças levantando os ombros minimamente. Voltou a encará-la e respirou fundo. – “O que eu sei é que não consegui te tirar da minha cabeça.”
Passou a mão pela boca sem saber o que responder. Encarou o celular por alguns instantes.
Mais ou menos. Lembro de alguns flashes.
— O que ele falou? O que você falou? – Anna estava quase infartando de excitação.
Não teve nem tempo de responder a amiga, pois o celular vibrou novamente.
Unknown
Não lembra nem o que eu te falei?
Natalie apertou o celular entre as mãos.
— AMIGA! Dá pra você me falar, pelo o amor de Deus?! - Natalie passou o celular para as mãos de Anna, que passou os olhos correndo pelas mensagens. Mais do que rapidamente, voltou a encarar a amiga, devolvendo-lhe o celular. – Do que ele tá falando, Natalie?
A castanha respirou fundo.
— A gente tava conversando... Eu tava bêbada. E você sabe que eu sóbria já falo o que penso. Bêbada então... – Anna assentiu. Os olhos vidrados em Natalie. – Perguntei por que ele tava tão intrigado comigo se ele podia ter quem ele quisesse.
Anna mordeu o lábio superior, surpresa. Depois soltou-o rapidamente.
Natalie decidiu tomar um grande gole de café torcendo para que o ato a ajudasse a enfrentar aquela situação.
— E ele?
— Falou que não sabia, mas que... – Natalie respirou fundo. Ficava envergonhada de ter que falar aquilo em voz alta. Pensar na frase já era o suficiente para deixá-la sem ar. – Mas que não havia conseguido me tirar da cabeça.
— SOCORRO. – Anna exclamou em alto e em bom som. – Estou. Sem. Ar. Natalie do Senhor Jesus. Meu Deus. Pai Celestial. – os olhos de Anna brilhavam intensamente e ela parecia não conseguir se conter dentro de si.
— M-mas eu não sei! Eu tava bêbada, acho que entendi errado, sei lá, e...
Anna a interrompeu completamente descompassada, ignorando o que a amiga havia acabado de falar:
— Eu não estou conseguindo lidar, gente. – Natalie escondeu o rosto com as mãos. – E o que você respondeu pra ele? – ela continuou em silêncio. Anna a chacoalhou. – O QUE VOCÊ FALOU, pelo o amor de Deus?!
Natalie tirou as mãos do rosto.
— Eu não falei nada! Eu comecei a passar mal loucamente! – ela quase pulou da cadeira.
— Ai, caralho. – Anna levou as mãos à cabeça. Os lábios dela faziam menção de sorrir.
— Que que eu falo, Anna? Que que eu respondo? – Anna a observou ansiosa, mas não se manifestou. – Vou dizer que não lembro.
— TÁ MALUCA? Mas não vai MESMO.
— O que você quer que eu fale, então?!
— A verdade, oras!
— Ah, claro!
— Ele é quem vai ter que lidar com isso, não você, Natalie.
— Mas eu nem sei se ele realmente falou aquilo ou se eu estava bêbada demais, Anna! Posso acabar passando a maior vergonha da minha vida.
Anna respirou fundo.
— Posso responder a mensagem? – ela pediu calmamente.
— Jamais, eu conheço você. – Natalie respondeu de prontidão.
— Prometo que não farei nada absurdo. – ela continuou no mesmo tom, fazendo Natalie encará-la. – Juro. Sou sua melhor amiga, lembra? Seria incapaz de te prejudicar.
Natalie respirou fundo, e antes que pudesse se arrepender, entregou o celular na mão de Anna, que começou a digitar no mesmo momento. Apertou o botão de enviar e encarou a castanha, que naquele ponto parecia já não ter mais nenhum oxigênio em seu cérebro.
— O que você enviou? – ela perguntou, assustada.
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