Tempestades de um espinho que ansiava virar flor

Uma meia dúzia. Um café. Três meias dúzias. Dois biscoitos.


Imaginei-me dizendo-lhe algo neste dia. Perguntando-lhe como havia estado, e iniciando apenas mais uma daquelas conversas comuns, repletas de assuntos banais. Quem sabe compartilhando uma mesa, com duas xícaras e um prato de biscoitos que formavam um sorriso tosco e esbugalhado como decoração.

Esforcei-me pretendendo reavivar todos os momentos, toda aquela história e a magia contida em cada ato, em cada palavra. Por um distúrbio natural outra vez dei voltas sem sair do lugar, ineficaz perante ao enigma inconsistente que já não consigo mais decifrar.

Em mais uma das tentativas de domar a minha inquietude, demorei a constatar algo que já deveria ter notado a tantos ciclos atrás. Quem sabe, a melhor forma de honrar alguém seja tão singela como partilhar do mais sereno dos silêncios. Mutismo que flui, liberta e acolhe a todas as alternativas e rumos.

Foi nesta quietude que decidi manter-me em exílio, e aquela mesa na verdade sustentava apenas parte da toalha desarrumada. Quem sabe um dia nos encontraremos, mas até então, mentalizei-lhe tão somente um silencioso anseio por um melhor dia. Naquele dia...

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