Tempestades de um espinho que ansiava virar flor

Fatigado relato marcado na pele mental castigada pelas incessantes chamas de um passado.



Apontaram-lhe os dedos, semearam-lhe ódio
com a inquestionável premissa amaldiçoada
de que pagaria por seus terríficos atos.
Incendeiem sua alma! Tragam-lhe pesadelo!
Vozes atrozes ecoavam, num ruído estremecedor.
Beberá de seu veneno! Há muita fumaça e pouco fogo!
Era passagem só de ida aos confins do inferno,
as correntes indicavam, era negada sua fuga.
No meio das chamas, a sentença estava clara:
Por seu erro pagará, pelo resto de sua vida!
Rejeitaram-lhe a defesa, esmagaram-lhe o rosto,
com todas as provas de seu trágico crime fatal.
Anunciavam seu fim, sem contar com um detalhe
que distinguia lacaios infernais de almas humanas:
Percebeu que estava cego pela sede da ira e do caos,
despertou para seu erro e anulou o controle hostil.
Não seria mais títere, ordenado pelo desejo sombrio
da maldição que nunca voltou, e nem permitiria voltar.
E em meio à rotina peculiar que antecedeu sua vinda
de infinitos dias insanos e impiedosas noites em claro,
o prisioneiro já estava, desde muito, cumprindo a sua pena.

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