MOONLIGHT - Teen Wolf

Fazendo Amigos


Naquele dia, April acordou cedo. Não que tivesse conseguido dormir. Levando em conta tudo que a garota viveu em apenas uma noite, não era de se estranhar. Teve o maior “papo de garotas” com a sua mãe, que, de acordo com ela, achava que April havia fugido para “viver um romance”. Certo, Lucy era meio pirada e April tentava não pensar muito nas coisas que sua mãe falava. April achava que a mulher iria surtar vendo-a chegar aquela hora da madrugada, cheirando a cachorro molhado e com os cabelos mais parecendo uma vassoura de palha do que outra coisa. Estava sozinha quando desceu para tomar café, agradeceu a todos os deuses e ao chefe de sua mãe que exigia que a mulher estivesse bem cedo no trabalho. Então, April nunca a pegava em casa antes de ir para a escola.

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O dia parecia estar se arrastando. E na opinião de April, nada podia torná-lo mais tedioso. Ao contrário do frio da noite anterior, aquele dia estava quente e seco. Ela não entendia o clima daquele lugar, era confuso e maluco, como tudo naquela cidade. Parecia demorar uma década para a aula acabar. Suas próximas aulas seriam de economia e isso significa: Scott McCall.

Tudo bem, ela não entendia o porquê de estar tão ansiosa. Só queria agradecer por ele ter a salvado de uma pneumonia na noite anterior. April lembrou o que sua mãe tinha lhe dito quando a pegou no flagra entrando de fininho em casa na noite passada e a garota afirmou que o Scott era apenas um ''‘conhecido’'' — o que não era mentira —, e a mulher disse: “Então, agradeça a esse garoto direito April, Ele já te salvou vezes de mais para um ‘conhecido’” e “Querida, apenas faça amigos, tudo bem?”.

April odiava o fato de sua mãe sempre se lembrar do seu histórico anti social. A menina sempre afastava cada ser que se aproximava dela, principalmente aqueles que poderiam vir a ser seus amigos. Talvez ela herdara isso de seu pai. Ele também era péssimo em fazer amigos.

Quando o sinal finalmente soou, April saiu apresada da sala de aula. Normalmente ela esperava todos saírem, colocava seus fones de ouvido e ia ficar quietinha em algum canto da biblioteca ou do campo. Mas hoje ela prometera a si mesma deixar de ser uma anti social maluca. Enquanto os outros alunos começam a encher os corredores, April se dirigiu logo para a sala de economia. Quando desceu o último degraus das escadas, uma torre de livro veio de encontro ao seu rosto. O garoto se assustou com o “impacto” que o corpo de April causou ao bater nos livros, seus braços tremeram e acaba derrubando todos os livros no chão.

— Você está bem? — ele perguntou, se abaixando para pegar os livros.

— Sim, mas você deveria olhar por onde anda às vezes — April disse, quase rosnando.

— Eu sou um estabanado. Desculpe-me.

— Na verdade, não foi nada — bufou —, eu meio que também sou meio estabanada — respondeu, abaixando para ajudar o garoto com os livros.

— Bem, eu sou o David. David Loween. E você é…?

— April Brooke — respondeu ela, sorrindo. — Afinal, o que você faz com tantos livros de francês?

— Ah, é que aquela bruxa da professora de francês me fez carregar todos esses livros — falou o garoto, revirando os olhos, o que fez April rir.

A professora Carter era mesmo uma bruxa. A garota sentiu um pouco de pena por ter sido tão rude com o pobre garoto. Ajudou-lhe com a pilha de livros. Olhou o garoto pelo canto dos olhos, ele tinha cabelos tão dorados e bonitos que a fez ficar om inveja por um momento, o garoto usava grandes óculos de armação preta, eram bem modernos comparados aos óculos que April costumava usar na quinta série. Os óculos do garoto estavam pendendo sobre o seu nariz e suas bochechas estava um pouco avermelhadas pelo calor, como as de April estavam.

— Como será que se diz bruxa em francês? — ela perguntou.

— Acho que sorcière — ele começou a dizer. Estavam acabando de ficar em pé. Os livros estavam todos empilhados outra vez, só que agora no chão. — Ou seria mademoiselle Carter?

O garoto abriu um sorriso infantil. April achou interessante o estilo e o jeito do garoto. Ele parecia exalar um ar misterioso e bem-humorado. Assim que se despediu de David, April voltou a tomar o seu caminho. Quase tinha se esquecido o que realmente importava naquele dia

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***

Scott estava sentando na quarta cadeira à direita da sala de aula. Ele vestia uma blusa de mangas pretas e estava sorrindo. Seus amigos estavam em volta dele, April reconheceu alguns rostos, por que estava estudando a quase quatro meses naquela sala. Ela reconheceu o rosto de Lydia Martin. A garota era uma lenda naquela escola: rica, bonita e costumava dar as melhores festas, de acordo com o que April tinha ouvido falar. Também reconheceu o rosto de Stiles, o garoto que estava aquele dia no hospital quado ela agiu como uma maluca. Suspirou pesarosamente. Porque ela sempre tinha que agir como uma maluca?! Prometeu a sua mãe que tentaria fazer amigos. Sentiu suas bochechas pegarem fogo quando os olhos chocolates de Scott entram em seu campo de visão e pode jurar que ficou sem ar quando o garoto sorriu para ela. April se aproximou do grupo e gaguejou quando disse um “oi” quase inaudível. Ela desejou que os amigos dele não estivessem lá para ouvi-la, principalmente Stiles, o qual parecia se divertir bastante com a situação.

— Você está bem? — Scott perguntou. April estava apavorada. Na verdade, ela não tinha a menor ideia do que falar. Dizer “Preciso falar com você em particular” nunca foi de bom agrado pra ela, então ela respirou fundo e deu um leve sorriso.

— Sim, só… só queria agradecer pela outra noite. Não sei se agradeci então… Obrigada Scott.

April sentiu os olhares dos amigos do rapaz irem dela para Scott. A garota queria cavar um buraco no chão e sair no outro lado do mundo.

— Então, era com ela que você estava na noite passada Scott? — Stiles falou, quase sorrindo.

— Não sabia que se conheciam — a ruiva comentou.

— Na verdade, não nos conhecemos — a expressão de April ficou séria, ela respirou fundo antes de continuar —, fiquei perdida ontem a noite e Scott apenas me ajudou.

— Scott nunca cansa de ser um herói — Stiles disse sorrindo. April estava começando a se arrepender de ouvir a ladainha de “faça amigos” da sua mãe.

— Stiles, não seja chato — disse Lydia. — Enfim, adorei o seu cabelo.

— Obrigada — disse April, abrindo um sorriso.

— Ah, April, não precisava agradecer. Foi um prazer ajudar. — ele sorriu.

— Na verdade, precisava sim. Meu Deus! Eu nem conheço você e já fiz você me levar para casa e um hospital. Eu só te dei trabalho.

Scott balançou a cabeça negativamente.

April não sabia mais o que falar. Odiava o fato de Scott a deixar sem palavras.

— Será que o grupinho de estrelas poderia se sentar? Brooke e Stilinski, parem de fofocar.

April revirou os olhos quando o professor Bobby soprou aquele apito. Stiles quase a jogou na cadeira a frente da de Lydia.

***

Economia nunca foi uma das matérias favoritas de April. Pessoalmente, ela odiava aquilo: toda aquela sala cheia de gente conversando, o calor fazendo sua testa ficar soada e nojenta, todos aqueles números e claro, Bobby, seu professor. Não se permitiu virar o rosto e olhar pra Scott.

Depois de longos momentos perturbadores, April sentiu uma leve cutucada no seu ombro. A ruiva sentada atrás del, estava cutucando seu ombro com a ponta de uma caneta.

— Ei, April — ela disse, sussurrando. — Vou dar uma festa na minha casa do lago hoje a noite, é o aniversario do Stiles. Você gostaria de ir?

A ruiva sorriu. April não acreditou que estava mesmo sendo convidada para uma festa. Sua mãe provavelmente ficaria orgulhosa se estivesse vendo-a.

— Tudo bem — disse ela, sorrindo.

Lydia voltou a prestar atenção no seu livro. E depois desviou seu olhar para Stiles, ela estava com um sorriso no canto dos lábios. April não sabia se eles eram namorados, mas também não perguntaria. April observou o garoto mais calmamente dessa vez. Ele estava mordendo uma caneta hodográfica azul e parecia estar bem concentrado. Seus cabelos eram quase do tom dos cabelos dela, ele também tinha bochechas avermelhadas e tinha pintinhas salpicadas que o deixavam muito fofo. Vestia uma blusa xadrez azul e uma causa jeans meio surrada. Ele tinha a boca mais bonitinha que April já vira. Não julgaria a ruiva se ela realmente fosse namorado do menino. Ele era muito bonito. Mas ainda preferia olhos castanhos da cor de chocolate.