Damaged Memories

Prologue


— Milorde.

Voldemort abriu os olhos, com um evidente fulgor vermelho, irritado por terem interrompido o seu momento de paz, quando foi claro quanto a não fazerem isso.

— Espero que tenha um ótimo motivo para perturbar-me, Avery — sua voz saiu ríspida, fazendo os presentes estremecerem.

— Capturamos James Potter, milorde — ele apressou-se a dizer, antes que o líder perdesse a pouca paciência que sustentava.

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Voldemort tentou disfarçar o evidente interesse na informação, embora estivesse claro que aquele assunto muito lhe interessava.

— Como? — ele perguntou.

— Milorde, nós... Fizemos uma emboscada. Não uma emboscada! — Avery enrolou-se, nervoso — Pettigrew nos informou que ele estaria naquele lugar àquela hora, e nós fomos. Ele estava distraído, sozinho...

— E se fosse uma informação falsa? — perguntava Voldemort, aparentando uma falsa e perigosa tranquilidade — Um plano para capturar-lhes?

Avery engoliu em seco, sem saber o que responder.

— Milorde... — ele disse, sentindo a impotência dominá-lo por todos os poros de seu corpo.

— Saíram em grupo, como numa missão, que eu não autorizei — ele levantou-se de sua cadeira, caminhando lentamente por entre os seus servos, a varinha sendo acariciada verticalmente por uma de suas mãos — Se as coisas dessem errado, seria uma grande perda.

— Queríamos fazer-lhe um agrado, milorde — Travers tentou corrigir o erro do colega, arrependido de ter concordado com aquele plano, o rosto do lorde não aparentava que algo bom viria.

— E o que esperavam, se não conseguissem? Esconder-me? — Voldemort continuou a caminhar, nem um pouco satisfeito.

— Jamais, milorde! Nunca! — disse Avery, negando rapidamente, os olhos arregalados.

— Não acredito em você — ele sentenciou, com um sorriso assustador.

— Como poderíamos, milorde? Sempre sabe de tudo! — insistiu Travers.

— Basta de bajulação! — Voldemort levantou a mão, irritado — Vão pagar pelo erro que cometeram.

A sensação de poder era maravilhosa. Os olhares aterrorizados dos torturados, amedrontados de seus seguidores, e o brilho curioso e fascinado dos olhos acinzentados de Bellatrix, a sua mais leal seguidora. Ela tinha medo, mas aceitaria o castigo de cabeça erguida, em vez de inventar mentiras. Ela era sincera, sabia que a mentira só pioraria, e Lord Voldemort sabia reconhecer o seu valor.

— Tenho um assunto melhor a tratar agora — ele trocou a varinha de mão — Bellatrix fará a honra de lhes dar o seu merecido.

Ele ignorou a felicidade quase que infantil da Death Eater, quando os gritos foram escutados por cada parede da mansão.

Sem precisar perguntar por uma localização, seguiu até a sala anexa àquela onde esteve. James Potter estava adormecido, um corte no nariz e nos lábios jorrando o seu sangue puro de ascendentes indignos de magia.

Um desperdício que Voldemort lamentava.

Era o que ele estava pensando, antes de ser interrompido. A maldita Ordem da Fênix, o maldito Dumbledore e sua grande filosofia de vida, que dizia que o amor era a base do universo e da vida.

Voldemort não queria desperdiçar sangue bruxo. E, se James Potter e outros tantos não lhe seguiriam por vontade própria, pois que o fizessem de outra forma.

Ele arrastou uma cadeira para o lado do sofá, onde Potter estava jogado, inconsciente. A tortura de Bellatrix não pararia até que ele retornasse, o que lhe dava tempo suficiente para fazer o que precisava.

Concentrado, ele apontou a varinha para a cabeça do bruxo adormecido, dizendo uma simples palavra:

— Obliviate.