Contos

Amar você apenas para sempre


Rafael acordou com uma dor de cabeça horrível. Ele não costuma dormir de tarde, mas estava exausto pois ficara a noite anterior inteira jogando legue of Legends com seus amigos pelo Skype. Ele chegou da escola e caiu no sono, mas acordou inúmeras vezes com o barulho das chamadas. Ele pensou em ir colocar seu perfil no “ocupado”, mas a preguiça o dominou e ele resolveu apenas aturar o barulhinho irritante. Até que não aguentou mais e levantou de vez. Ele olhou no celular: eram 18 horas. Ele havia dormido três horas. Ele foi até o computador e viu quem tanto o atormentava. Era Eduardo. Ele finalmente atendeu a chamada e a voz de Eduardo logo chegou em seu Headphone.

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-Finalmente atendeu!

-Vai tomar no meio do seu cu Eduardo, eu estava dormindo. O que você quer? Já vou avisando que não vou jogar lol agora.

-Me encontra em frente à padaria perto da minha casa.

Então ele desligou. O garoto logo pensou: “Ok, não vou mesmo”, mas logo tocou outra chamada de Eduardo. Ele atendeu e rapidamente Eduardo disse:

-É sério, vai lá!

E desligou novamente. Rafael ficou parado por um minuto, apenas raciocinando e rindo. Então se levantou e desceu as escadas até a entrada da casa.

A casa de Eduardo ficava longe, e a padaria perto da casa dele ficava ainda mais longe. Rafael foi obrigado a pegar dois ônibus e andar por quinze minutos. Depois de cinco minutos de caminhada, passou na frente da casa de Eduardo, e o xingou mentalmente por não ter pedido para ele o encontrar ali. Depois de mias dez minutos de caminhada, chegou à padaria.

Inacreditavelmente, Eduardo ainda não estava lá. Então Rafael se apoiou na parede do lado de fora da padaria e esperou. Dez minutos depois Eduardo chegou. Ele veio de bicicleta, o que fez Rafael imaginar que ele não estava em casa, e parou ao seu lado, descendo da bicicleta.

-Que bom que você veio. Por um momento achei que ficaria aqui esperando como um idiota.

-Ok, o que você quer?

-Te contar uma piada.

Rafael ficou pasmo. Ele não podia acreditar que pegara dois ônibus para Eduardo contar uma piada. Mas o garoto só sorria. Rafael ,desencostou da parede e tentou ir embora, mas Eduardo o segurou pelos ombros, o virando novamente para ele.

-Ah cara, pelo menos houve, ok?

Rafael soltou o ar com raiva.

-Fala logo.

-Tá. – ele tossiu, arrumando a voz –Porque o Rafael atravessou a rua?

Pense na cara mais assustada que você já viu em alguém. Esse era Rafael.

Vendo o silêncio do garoto, Eduardo mesmo respondeu sua própria pergunta:

-Porque o Fernando estava do outro lado!

Então o garoto empurrou Rafael para a rua, que tropeçou e quase caiu. E do outro lado Rafael realmente viu ele: Fernando. Ele nunca se arrependeu tanto de contar para Eduardo que gostava do menino. Foi o maior erro da sua vida.

Fernando estava parado no ponto de ônibus. Seu cabelo loiro meio comprido estava bagunçado e ele usava o uniforme de uma escola local. Carregava uma mochila vermelha nas costas, a mesma mochila da primeira vez que Rafael o viu. Ele ficou apenas olhando o garoto enquanto esse notava sua presença, o que foi seu maior erro, pois ouviu uma buzina e quando virou o rosto, viu o ônibus se aproximando.

Ele só pensou em uma coisa: passar pela parte de baixo, entre as rodas. Então ele se jogou no chão, e o ônibus passou por cima dele. Teria sido uma boa ideia se o garoto não tivesse tentado olhar para o fim do ônibus, levantando a cabeça ligeiramente. A última coisa que se lembra foi de uma dor no topo da cabeça.

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ᵴᵴᵴ

Ele abriu os olhos lentamente. A imagem á sua frente era clara e borrada. Ótimo, pensou ele, estou no Paraíso. E nem ganhei meu beijo antes.

Mas então ele sentiu uma dor lancinante no topo da cabeça. Não, ele não estava morto. Se estivesse, não sentiria dor. A imagem à sua frente começou a voltar ao normal, e ele pode ver o quarto branco de hospital no qual se encontrava. A porta ficava à esquerda no final do quarto, a qual era não podia ver pois havia um pequeno corredor na frente, onde provavelmente se encontrava o banheiro. Havia uma mesinha com uma flor na sua esquerda e uma parede de janelas cobertas por uma cortina branca à sua direita. A cama dele ficava no meio do quarto.

-Você está bem?

Foi então que ele percebeu que havia algo quente na sua mão. E haviam dedos. Cinco deles.

Ele virou a cabeça para sua esquerda e viu um cabelo loiro. Fernando.

Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, uma enfermeira entrou na sala. Ela tinha cabelo loiro e olhos verdes.

-Boa notícia! Você bem! Foi só um golpe na cabeça, e o máximo que podemos fazer por você é lhe dar um remédio pra dor. Aqui. –ela lhe deu uma caixa retangular azul fraca, que ele pegou com a mão direita, mas não queria soltar a mão de Fernando. –Vocês já podem ir!

Ela olhou superficialmente para Fernando, para nossas mãos, sorriu e foi embora rebolando.

-Vamos.

Fernando puxou sua mão, o levando do quarto, e eles saíram sem nenhum problema.

Já do lado de fora, ele não sabia o que aconteceria. O garoto simplesmente lhe daria tchau e iria embora? Eles iriam para a casa um do outro? Isso seria bom. Mas o garoto apenas continuou seguindo pela cidade. Alguns minutos depois, eles estavam adentrando a praia. Rafael parou por um minuto.

-É, bem, eu... Tenho dentista. Tenho que ir.

A desculpa saiu antes que ele pudesse pensar a respeito. Ele sempre a usava quando alguém o convidava para ir à praia. Ele não tinha cara de quem vai à praia.

Mas ele não queria se afastar do garoto.

Fernando se virou para ele e disse, com uma careta.

-Vem logo Rafael.

E ele foi.

Sem hesitar.

O garoto o puxou até a orla da praia, onde ficaram parados, longe o suficiente apenas para a água não os alcançar. Então Fernando o puxou pela camisa e o beijou. Mas o beijo foi interrompido por um grito. Quando se viraram, havia uma mulher sangrando no chão, e um zumbi virando em direção a eles.

Então ouviram um barulho de água. Olharam para o mar e viram uma Tsunami vindo em sua direção.