POV Susan

Abri os meus olhos e para o meu alívio estava no meu quarto.

— Não foi apenas um sonho - falei suspirando

Olhei em volta e não vi o Nico, no criado mudo tinha uma bandeja com suco e sanduíche, peguei o suco e tomei de uma vez. Coloquei o copo de voltar

— Jarvis? - chamei me levantando da cama

— Sim, senhorita Stark - ele respondeu prontamente

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— Onde está o Nico? - perguntei fazendo um coque no meu cabelo

— Na sala de estar - Jarvis respondeu normalmente

— Obrigada, Jarvis - falei indo em direção a porta

— Não recomendaria a sua ida até a sala - Jarvis falou no mesmo instante que toquei a maçaneta

— Por quê? - perguntei sem entender, mas logo ouvi um forte gemido de dor

Abri a porta e fui correndo pelo corredor. Ainda no topo da escada vi quase todos na sala, exceto meu pai e o Banner, todos olhavam para a TV. Nico estava de cabeça baixa, seu punho fechado com tanta força que eu podia ver detalhadamente os nós branco dos dedos dele, Natasha e Clint olhavam fixamente a tela sem esboçar qualquer emoção, Steve sempre desviava o olhar da tela, o som de gritos e gemidos preenchiam o ambiente.

— Vou perguntar mais uma vez - aquela voz e a pergunta me soaram familiares - Quais os códigos?

Silêncio preencheu o ambiente, até que o som de um grito tomou conta da sala.

Desci a escada devagar para não chamar atenção, quando me aproximei do sofá, olhei para o que eles assistiam e fiquei em choque. Era eu naquela tela, eu estava com queimadas e cortes, sangue escorria livremente, eu estava ofegante, suando e chorando de dor, de alguma forma eles conseguiram as imagens das minhas torturas. Meus olhos lacrimejaram.

— Jarvis, desliga agora - falei, até foi desligada e todos olharam prs mim surpresos por eu estar ali

— Susan, eu sinto muito - Steve falou se levantando, se aproximou de mim, mas recuei um passo, não preciso de pena

— Onde conseguiram isso? - perguntei olhando-os querendo impedir o choro

— Deixaram um envelope sem remetente pro seu pai no térreo - Natasha respondeu

— Ele viu isso? - perguntei e ela assentiu - Onde ele está?

— Foi pra oficina pessoal dele - Clint respondeu

— Obrigada - falei e seguir em direção a oficina do meu pai

Estava descendo a escada quando ouvi o barulho de alguma coisa explodindo. Quando cheguei a porta da oficina vi que ela não passava de cacos de vidro no chão, muitos equipamentos quebrados, vi meu pai usando a luva da armadura, ele tava pronto pra disparar em um protótipo de robo dele, mas sem querer chutei uma sucata e automaticamente a mão dele virou pra mim e ele disparou. Por instinto fiz um campo de força a minha frente.

— Sei que já aprontei muito com você, mas vamos concordar que me atacar foi exagero - falei quando ele parou o disparo

— O que está fazendo aqui? - ele perguntou. Seu olhar mostrava exatamente como ele estava se sentindo

Tristeza, desolação e culpa estavam corroendo os pensamentos do meu pai, suspirei e respondi

— Eu vi o que mandaram - respondi desviando o olhar para bagunça - Quis saber como você estava?

— Quer mesmo a resposta? - meu pai perguntou tirando a luva e jogando longe - Eu me sinto um fracasso, eu sou um fracasso.

— Pai... - tentei falar mas ele não deixou

— A sua mãe só me pediu uma coisa naquela carta, Susan. Ela pediu que eu cuidasse de você e nem isso eu consegui - ele falou e percebi que ele estava quase chorando

— Não conseguiu? Pai, você me salvou quando mais ninguém podia, se não fosse por você eu estaria morta agora - falei olhando-o

— MAS EU NÃO TE PROTEGI DO LOKI - ele gritou me olhando - Eu poderia ter te perdido, você poderia ter sido morta enquanto estava sendo torturada

— Mas o soro que você ajudou a criar, me fez sobreviver - falei, mas ele balançou a cabeça negativamente, se recusando a aceitar o que eu dizia

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— Susan, você não merecia ter passado por aquilo - meu pai falou me olhando

— Se pudesse trocar de lugar comigo, passar por tudo aquilo no meu lugar, você faria? - perguntei olhando-o

— Claro que eu faria - ele respondeu sem hesitar

— Se arrependeria? - perguntei novamente

— Me maneira nenhuma - ele respondia firme

— Por quê? - questionei novamente

— Porque eu te amo, preferia ter passado por tudo aquilo e poupado você - ele falou deixando as lagrimas escorrem novamente

— E foi justamente por isso que passei por tudo aquilo - falei olhando-o - Eu queria poupar vocês.

— Você não entende. Não sabe como é se sentir fracassado por não conseguir proteger um filho - ele falou e na mesma hora meus olhos arderam

— Eu conheço essa dor melhor que você - falei simplesmente e ele me olhou

— O quê? - ele perguntou sem entender

— Loki, não levou apenas uma Stark, mas dois - falei deixando as lagrimas escorrerem

— Você... você tá... - ele não conseguiu terminar a pergunta

— Não mais - falei lutando contra as lagrimas - Loki, tirou isso de mim, mas não tirou isso de você

— Susan... - ele falou, mas eu o interrompi

— Se formos comparar nós dois, a unica a fracassar foi eu - falei olhando-o - Você conseguiu me salvar, mas eu não consegui salvar o meu filho

— Eu sinto muito - meu pai falou, ficou um tempo em silêncio e suspirou - Depois quero ter uma conversa sério com o Nico

— Pai, não começa - falei sorrindo

— Não começa? Ele tem quase a idade do Steve e engravidou a minha filha de 17 - meu pai falou sério e eu ri - Ele tá com sérios problemas

— Vamos esquecer esse detalhe, ta bem? - perguntei rindo e ele riu também - Você tá bem?

— Tô mais calmo - ele falou e eu assenti - Mas eu ainda vou fazer o Loki pagar por tudo.

— Essa fila já tá bem grande, acredite - falei e suspirei - Vamos nos encontrar com o pessoal, tem uma coisa que eu preciso contar

— O quê? - ele perguntou me acompanhando

— Loki, me libertou por um motivo - falei subindo a escada - Contar como ele pretende destruir vocês.

Chegamos a sala e eles tinham ligado a TV novamente para continuar vendo a imagens, me aproximei do DVD, abri e tirei o disco

— Já chega disso - falei quebrando-o - Jarvis acende a lareira

Ele obedeceu, joguei os pedaços do disco o fogo e logo eles começaram a derreter

— Alguma ideia de como fazer o Loki pagar pelo que ele fez? - Natasha perguntou séria

— Claro, primeiro frustrar o plano dele, segundo manda-lo diretamente para o Tártaro - falei simplesmente

— E como podemos fazer isso, se nem sabemos os planos dele? - Steve falou olhando-nos

— Eu sei - falei e todos me olharam - Ele revelou como pretende matar vocês.

— Qual o plano dele? - Banner perguntou

— Loki pretende atacar vocês com os chitauris - respondi me sentando

— Como isso é possivel, se matamos os chitauri no ultimo ataque - Natasha falou

— Matamos, não. Eu matei, só fui eu que atravessei o portal - meu pai falou e eu dei ar de riso

— Se o exercito chitauri estava morto, como eles voltaram? - Banner perguntou me olhando

— Loki fez um feitiço antigo e raro para traze-los de voltar a vida - respondi um pouco preocupada enquanto me sentava

— Por que tô com a sensação de que não vou gostar de saber como esse feitiço funciona? - Nico falou me olhando

— O feitiço tem a função de fazer uma pessoa viva compartilhar sua energia vital com um morto, trazendo-o a vida novamente - falei séria - E tudo é compartilhado, a vida, até mesmo as consequências.

— Como assim? - Clint perguntou

— O que acontecer com um, acontece com o outro - respondi sem olha-los

— Não. Diz que não é o que eu tô pensando - Nico pediu e eu o olhei

— Exatamente isso - falei e ele passou a mão no cabelo preocupado

— O quê? - meu pai perguntou

— A pessoa que está alimentando a energia do exercito chitauri...- Nico começou a falar

— Sou eu - interrompi e todos me olharam - Foi por isso que o Loki me queria lá.

— Aos 18 anos, a filha de ferro será instrumento de uma guerra - Jhon falou - Acho que temos a resposta pra sua pergunta de como ela seria usada, Steve

— Um instrumento tanto de ataque, quanto de defesa - Steve falou

— Tô louco pra acertar uma flecha no olho dele - Clint falou

— Vocês entendem de magia - Natasha falou olhando-os - Tem algum meio de desfazer?

— Não sei dizer - Jhon falou - Os filhos de Hecate possam saber de algo, mas seria necessário saber que feitiço foi usado

— Foi do tipo que apenas o feiticeiro que lançou pode desfazer - falei olhando pro Jhon

— Isso fica cada vez melhor - Jhon falou com ironia

— Não podemos matar o Loki sem condenas a Su a alimentar a vida dos chitauri e não podemos matar os chitauris, sem matar a Susan - Banner falou - Como vamos derrota-los?

— A maldita rena pensou em tudo dessa vez - meu pai falou começando a ficar agitado

— Acredito que tem um jeito - falei atraindo a atenção deles

— Qual? - Clint perguntou

— Loki não fez o feitiço sozinho - falei olhando-os - Acho que pode ser desfeito por uma pessoa só

— Quem foi a outra pessoa? - Nico perguntou

— Fui eu - suspirei - Ele tinha uma inocente como refém, ameaçou mata-la se eu não o ajudasse, mas só soube o que fiz depois.

— Acha que pode quebrar o feitiço? - Jhon perguntou me olhando

— Talvez, mas preciso saber como o feitiço foi feito desde o começo - respondi simplesmente - Só acompanhei a parte final

— Se o feitiço for desfeito, o exercito chitauri fica fora de batalha - Jhon falou

— E poderemos matar o Loki - Clint completou

— Mas a questão é: como vamos desfazer esse feitiço? - Banner perguntou olhando-os

— Eu ainda não sei - respondi simplesmente - Mas ainda temos tempo pra descobrir.

— A profecia diz que a guerra será quando você tiver 18 anos - Nico falou - Temos seis meses pra nos preparar pra guerra.

— E para as consequências que ela trará - falei e todos entenderam que essa guerra pode ter baixas.

Nico foi em direção ao andar dos quartos, enquanto todos ainda conversavam na sala, aproveitei que eles estavam distraídos e fui atrás do Nico. E o encontrei no meu quarto, sentado na cama com os cotovelos apoiados no joelho e as mãos segurando a cabeça. Me aproximei e me agachei de frente para ele.

— Amor, tá tudo bem? - perguntei olhando-o

— Não. Não tá - ele abaixou as mãos e vi que estava quase chorando - Eu não tô pronto pra te ver morrer.

— Talvez não precise - falei acariciando o rosto dele com carinho

— E em suas mãos ficará a decisão, aqueles que ama salvar o sacrificar - Nico falou e deu um sorriso triste - Te conheço o suficiente pra saber o que é capaz de fazer pra proteger os que ama.

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— Nico se concentra em mim e diz se já sente a aproximação da minha morte? - perguntei torcendo por uma boa notícia

— Não, não sinto nada - ele respondeu me olhando

— Eu decidi salvar vocês quando decidi que vou quebrar esse feitiço - falei tentando passar confiança

— Me promete que não vai fazer dar a sua vida pela nossa? - Nico pediu me olhando nos olhos

— Só posso prometer não fazer nenhuma besteira, se... - falei olhando-o nos olhos - Me prometer não fazer nenhuma loucura

— Eu, Nico di Ângelo, filho de Hades, juro pelo Estige que não farei nenhuma loucura - Nico falou me olhando nos olhos

— Eu, Susan Agostini, protegida de Hades, juro pelo Estige que não irei fazer nenhuma besteira - jurei e sorri levemente - Vai dar tudo certo.

Ele me abraçou, eu fechei os olhos e segurei o suspiro. Eu não tinha certeza do que falei, dizer que iria quebrar aquele feitiço e que tudo daria certo era errado, mas todos precisavam de uma esperança, não podia deixar minha família desesperada, eles precisavam se manter focados, precisavam encontrar um jeito de deter o Loki, o mundo precisa dos Vingadores, não posso ser uma distração para eles agora. Não sei quando, mas algumas lágrimas escorreram e o Nico percebeu.

— O que foi? - ele perguntou desfazendo o abraço

— Nada, só tava pensando - falei secando as lágrimas

— Pensando em quê? - ele falou me olhando

— No futuro, eu já tava pensando até nos preparativos do nosso casamento - falei dando um ar de riso

— Falando nisso - ele falou e abriu a gaveta do criado mudo - Ia te dar isso no dia que você sumiu

Ele abriu a caixinha de veludo preto e vi o anel

— Nico, ele é lindo - falei pegando a caixinha

— Pertenceu a minha mãe - ele falou e eu o olhei - Foi um presente que meu pai deu quando ela descobriu que estava grávida da Bianca. Eu jurei que iria dar a mulher com quem queria me casar e essa pessoa é você

Ele tirou o anel da caixinha e colocou no meu dedo

— Infelizmente teremos que adiar os nossos planos do casamento - falei me encostando na cabeceira da cama e suspirei - Só receio não ter toda a minha família nesse momento.

— E se a gente não adiasse? - Nico falou tranquilo

— Como assim? - perguntei sem entender

— Se a gente adiantasse o casamento - ele falou me surpreendendo

— Tá falando sério? - perguntei ainda surpresa

— Com certeza - ele sorriu - Você aceita casar comigo?

— Só dizer o dia - falei e sorri de volta

— Amanhã - ele falou simplesmente

— O quê? - perguntei achando que tinha ouvido errado

— Aceita casar amanhã? - ele perguntou naturalmente

— Amor, não tem nada preparado - falei olhando-o

— Não precisamos de casamento grande, pedimos ao Quiron pra nos casar e depois podemos casar no cartório. Liga pro Buffet, pede um jantar, um bolo pequeno de casamento e celebramos com a sua família - ele respondeu normalmente - Então você aceita?

— Do que a gente precisa? - perguntei começando a concordar com a ideia

— Deixa que eu cuido disso - ele falou sorrindo e percebi a felicidade refletida nos olhos dele

— Mas acho que tem uma coisa que a gente esqueceu - falei olhando

— O quê? - ele perguntou intrigado

— A permissão do meu pai - falei e o Nico assentiu

— Vou pedir, só espero que ele não me mate - Nico falou em um misto de animação, nervosismo

— Acho que você já fez coisa pior comigo do que me pedir em casamento - falei e ele riu - Vai ficar tudo bem.

— Eu te amo - ele falou com carinho

— Eu também te amo, Nico - falei olhando - o

Talvez fazer o casamento agora traga um pouco de felicidade a família antes da guerra começar, preciso aproveitar cada segundo antes que algo ruim comece a acontecer.