Esther Collins

Cheguei em casa um pouco depois de meia-noite, estava exausta por causa daqueles saltos e de ter que sorrir para todos, até mesmo para o avô carrasco do Kevin.

Tomei um bom banho, e enquanto me secava, os olhos de John Armstrong apareceram em meus pensamentos, lindos e claros como o céu em dia de sol. Eu não sabia o que era aquilo, mas não era normal, eu só tinha o visto uma vez para já estar vendo coisas onde não tem.

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Antes de deitar eu rezei e pedi para que tudo continuasse do jeito que estava, pois se minha vida fosse assim todos os dias, eu estaria bem. E foi com esses pensamentos que eu adormeci.

Minha tia me acordou bem cedo no dia seguinte, e mesmo morrendo de sono eu levantei. Era domingo, dia de ir à igreja e de participar do coral. Eu gostava de cantar, mas não para tantas pessoas.

Marchei para o banheiro levanto as minhas roupas, afinal não teria muito tempo para me arrumar. Tomei um banho rápido, e tentei me vestir o mais rápido possível.

Coloquei um vestido lilás simples até o joelho, e uma sapatilha branca. Fiz uma trança de lado e passei um pouco de gloss de morango. Estava do jeito que eu queria, simples e bonita.

O caminho até a igreja foi calmo, minha tia parecia contente, então não fez sermão nenhum aquela manhã.

Quando chegamos a igreja estava quase vazia, mas logo aqueles bancos estaria lotados de pessoas. A senhora que era responsável pelo coral chamou-me e disse que hoje eu cantaria sozinha, pois o coral tinha ido participar de uma competição em Ohio.

Fiquei um pouco insegura, mas se eu não confiasse em meu potencial, quem confiaria?

Aos poucos a igreja foi se enchendo de pessoas e o reverendo já estava se preparando. Vi Kevin e seu pai se sentarem em um dos últimos bancos. Sorri para Kevin e me sentei perto da minha tia.

O reverendo começou falando do amor, e como ele era arrebatador, independente da sua forma. Logo depois falou do amor familiar e de como ele era importante para nós, falou sobre o amor que Deus tinha por cada um de seus filhos e por fim falou sobre nossas preocupações no nosso dia a dia e como afetava as nossas relações.

O reverendo fez uma pausa e explicou o porquê do coral não estar presente e também falou que eles teriam uma surpresa agradabilíssima.

Subi o altar me tremendo um pouco, mas firmei as pernas e consegui caminhar. Peguei o microfone e coloquei pra fora toda a coragem que eu tinha.

— Bom dia! Hoje eu irei cantar uma música muito bonita, ela é diferente de tudo o que eu já cantei, porém eu espero que vocês gostem.

No final da apresentação as pessoas aplaudiram e aos poucos a igreja foi ficando vazia. Não vi mais Kevin e nem o seu pai, porém achava que eles estariam do lado de fora, como todos.

— Você cantou bem, Esther!- Elogiou-me minha tia - Parece que a festa de ontem te deixou mais feliz, estou certa?

— Claro, tia Lia!- disse concordando - Depois de uma festa tão maravilhosa quanto aquela é impossível ficar triste.

— Onde está a Rachel? Ela sumiu depois do sermão! - disse minha tia - Me espere lá fora, Esther!

Ao sair da igreja não vi o Kevin e nem seu pai, porém tive o azar de encontrar Rachel em uma situação bem desagradável. Ela estava com o filho do reverendo, e ao que parece estavam discutindo.

- Você não pode fazer isso conosco! - disse Rachel chorando - Você tem tanta culpa quanto eu!

- Olha só, Rach! Nem sabemos se é verdade e você já está me culpando. - disse o filho do reverendo - Você vai fazer o que nós combinamos e se for verdade daremos um jeito.

- Nossos pais vão nos matar, já posso sentir. - disse Rachel - Minha mãe vai me expulsar de casa, tenho certeza.

- Já tenho planos pra nós, fica calma! - disse o filho do reverendo abraçando-a.

Foi quando o filho do reverendo olhou em minha direção e se afastou rapidamente de Rachel, que me olhou assustada.

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- Você está a muito tempo aí?- perguntou Rachel - Samuel só estava me consolando, achei muito tocante o que o reverendo falou.

- Tudo bem, eu estava te procurando, tia Lia quer ir pra casa.- respondi - Foi um prazer vê-lo.

Andei a passos largos até chegar na porta da igreja e vi tia Lia dialogando com o reverendo enquanto ele anotava algo em um caderninho.

Desisti de esperar por elas e fui caminhando para casa, pois ainda estava cansada da festa de ontem. Ao chegar em casa nem me dei ao trabalho de tirar o vestido e me joguei direto na cama.

Não sei por quanto tempo eu dormi, mas sei que acordei com o toque do meu celular, que por um acaso estava alto demais.

Era o Kevin, e pelo número de chamadas perdidas com certeza era algo bem sério.

— Alô? Kevin?

— Sim, sou eu! Você não sabe o que aconteceu...

— Algo com o seu pai?

— Não, com o meu avô!- disse Kevin - Ele teve um infarto de madrugada e encontraram ele morto hoje de manhã.

— Meus pêsames, Kevin! Eu sinto muito, por tudo!

— Porém tem uma parte boa nisso tudo...

— O quê ? - indaguei - Você não está comemorando, né?

— Claro que não, apesar de tudo ele era meu avô. A boa notícia é que minha tia vai dar tudo que é de direito do meu pai, então nós iremos nos mudar.

— Que bom, Kevin! Fico muito feliz por você.- disse tentando parecer animada - Quando será o enterro?

— Amanhã de manhã.

Estava feliz pelo pai do Kevin, e pelo Kevin, porém não seria a mesma coisa sem ele. Kevin foi o único amigo que eu tive depois de tudo o que me aconteceu, e eu realmente tinha um carinho enorme por ele.

Tomei um banho e vesti um pijama confortável, já estava tarde e eu não tinha nada melhor para fazer. Domingo sempre era um dia monótono e mesmo assim eu ficava cansada.

Fiz pipoca e resolvi assistir um filme qualquer que estava passando na televisão, porém não conseguia me concentrar em nada, pois tudo o que tinha acontecido naquele final de semana estava pairando sobre a minha cabeça.

Desisti de assistir o filme e acabei voltando para o meu quarto, pois só tinha um jeito de tirar os Armstrong da minha cabeça; Dormindo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.