Proibida Pra Mim

34º Capítulo - "Vamos preparar tudo."


Olho para o chão, em busca de pegadas, mas não tem nenhuma. Provavelmente a chuva já as desmanchou, por que nem as minhas consigo ver mais. Me desloco na direção contrária, seguindo o muro e vejo que uma parte dele foi a baixo, criando uma grande abertura que leva a parte interna da construção. Saco minha arma e a destravo. Passo devagar pelo escombros e sinto a adrenalina percorrendo minhas veias. Sigo pela parte interna do muro, vejo pegadas de barro no chão e as sigo. Para minha surpresa, elas terminam de frente a uma caixa de distribuição elétrica.

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Tem alguém ai dentro.

Me abaixo devagar, seguro a arma com uma única mão, me posiciono, abro a porta do compartimento em um movimento rápido e a vejo lá dentro, inconsciente.

Deixo a arma de lado e puxo o corpo dela para fora. A deito no chão e eu sei o que preciso fazer, mas simplesmente não consigo. Ela está muito machucada. O rosto e os braços estão cobertos de hematomas e cortes e as roupas estão sujas de sangue.

Ela não se mexe, parece não respirar e eu sei que preciso verificar se tem pulso, mas o medo de tê-la perdido me deixa paralisado. O tempo parece passar em câmera lenta e nem mesmo todo o treinamento que recebi na Citros parece servir de alguma coisa.

Quando me aproximo mais a vejo abrir os olhos e uma onda de alívio toma conta de mim.

— Ogro. __ Ela sussurra com a voz fraca, quando me vê.

— Vai ficar tudo bem, Gatinha.

Ela sorri fraco e desmaia de novo. Quando toco o rosto dela me do conta do quanto ela está gelada. Olho para suas roupas e o cabelo molhado e me lembro que ela tomou chuva. Prendo minha arma no cós da calça e saio de lá andando o mais rápido possível com ela nos meus braços. Quando chegamos no carro, abro a porta de trás e me deparo com os lençóis e travesseiro da Paloma.

Graças a Deus.

A deito no bando traseiro e começo a tirar as roupas molhadas que está vestindo. Pego minha mochila no piso do carro, tiro uma camisa de mangas compridas e visto nela. Puxo um dos lençóis e enrolo todo o corpo dela, como um pacote. Apanho mais um e a cubro por cima do outro. Passo o cinto que fica no meio do banco em torno da cintura dela e a prendo.

— Ei cara?

Ouço alguém me chamar e levanto a cabeça de vagar. Olho pelo reflexo da janela que está na minha frente e vejo um homem com uma arma apontada para mim.

— Graças a Deus. __ Digo alto, tentando ganhar tempo. — Meu carro quebrou. __ Me viro e fico de frente para ele, bloqueando sua visão para dentro do carro.

— O que você tem ai? __ Ele gesticula com a cabeça na direção do carro.

Quando do alguns passos na direção dele o ouço destravar a arma e gritar para que eu fique parado e levante as mãos.

— Ei cara, tudo bem. __ Levanto as mãos e ando um pouco mais devagar. — Eu estou machucado... __ Digo levantando um pouco a camisa. — Preciso de ajuda.

Assim que ele desvia a atenção para meu tórax eu me aproximo e derrubo a arma com um golpe rápido. Não do tempo para que ele se recupere e o pego por trás, com um mata leão. Ele luta durante alguns segundos, mas consigo quebrar seu pescoço e o coloco no chão.

Gustavo saca a arma, olha para a Alice no interior do carro e caminha a passos largos até as laterais da construção, mas não consegue ver mais ninguém. Quando volta ele verifica os bolsos do homem caído no chão, achando uma carteira e dois celulares. Caminha de volta até o carro, a olha mais uma vez e fecha a porta. Assim que entra no veículo ele o liga, mantem os faróis apagados e pisa no acelerador.

—---

Já faz algumas horas que Gustavo saiu e o clima de tensão dentro do galpão é quase palpável. Apesar da experiência de David em situações extremas o estar ajudando a manter o Felipe e a Paloma sob controle, ele sabe que não vai demorar para eles chegarem ao limite.

— Deu errado. __ Paloma falou de repente, sem parar de andar de um lado para o outro.

— Nós não sabemos. __ David respondeu, a olhando.

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— Como não sabemos? __ Ela gritou, parando de andar e o olhando firme. — Já faz horas que ele saiu daqui e nada.

— Ela tem razão. __ Felipe falou baixo. — Ele falou que iria ligar se a encontrasse.

— Eu entendo o desespero de vocês. __ David falou firme. — Mas não existe uma pessoa mais bem treinada e preparada que ele que possa ajuda-la. Nós precisamos esperar.

— Vocês não são tão bons assim. __ Ela caminhou a passos largos até David, que está sentado. — Por que se fossem, já a teriam encontrado.

— Eu sei que você está nervosa. __ Ele se levantou. — Mas precisa tentar se acalmar.

— Eu não preciso...

Ela foi interrompida pela toque do celular e todos voltaram a atenção para o aparelho em cima do balcão. David pegou, atendeu e o colocou no viva-voz.

— Gustavo. __ Falou.

— David, eu .... __ O barulho no outro lado da linha deixa quase impossível entender o que ele está dizendo.

— A ligação está ruim. __ David disse. — Fale devagar.

— Eu a encontrei... __ Ele disse, tranquilizando a Paloma e o Felipe. — Ela está machucada... hipotermia... hematomas...

— Entendi. __ David olhou para os dois na sua frente. — Traga ela pra cá, vamos preparar tudo.