Proibida Pra Mim

30º Capítulo – “Nossa pequena hóspede acordou.”


Depois de verificar que não havia câmeras ali, Gustavo se escondeu atrás de um balcão e esperou o homem armado passar direto por ele. Assim que Gustavo ficou fora do campo de visão, saiu do seu lugar e se aproximou de vagar por trás e com um movimento rápido, quebrou o pescoço dele e o arrastou até a parede. Andou de vagar por outros corredores, tomando cuidado para ficar longe do foco das câmeras, mas não encontrou o segundo homem e andou em direção a saída. Assim que chegou do lado de fora, varreu a multidão com os olhos procurando pelo segundo homem, mas não o encontrou.

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— Tem alguma coisa errada. __ Gustavo pegou o celular e mandou uma mensagem para Felipe. — Você não desistiria tão fácil.

A experiência é uma arma importante na profissão de Gustavo e essa mesma experiência está dizendo pra ele que alguma coisa está errada. Quando um assassino recebe um alvo, ele não para até conseguir o que quer e sair sem completar a missão vai contra o código de qualquer assassino que se preze.

Minutos depois o telefone vibrou com a resposta de Felipe, dizendo que estavam bem e em casa. Gustavo foi andando até lá, tomando cuidado para não ser seguido e não demorou para chegar. Quando chegou, chamou na porta e Felipe saiu para abrir.

— Cadê a Alice? __ Paloma perguntou, assim que ele entrou na sala.

— Como assim? __ Ele perguntou, parando de imediato. — Ela veio com vocês. __ Respondeu, virando para Felipe.

— Não Gustavo. __ disse Felipe. — Ela ficou com você.

— Não, não, não. __ Ele andou de um lado para o outro, com as mãos na cabeça. — Ele estava com vocês.

— Eles a pegaram. __ A voz de Felipe saiu baixa.

— Não. __ O desespero tomou conta de Paloma. — O que eles querem com ela?

— Gustavo, você precisa fazer alguma coisa. __Felipe abraçou a Paloma, tentando acalmá-la.

Gustavo levantou do sofá, pegou o celular e discou alguns números.

— David, você me deve um favor e eu estou ligando pra cobrar.

GUSTAVO

É tudo culpa minha, eu não podia ter me distraído durante tantos dias. Eu só precisava protege-la e falhei. Quando me afastei deles, achei que estaria a protegendo, mas foi o maior erro que já cometi. Liguei para um parceiro antigo, que treinou junto comigo e que me deve um grande favor. Quando perguntei onde ele estava, me surpreendi ao saber que ele estava montando a nova base da Citros em um galpão na cidade vizinha. Agora estou aqui, esperando o portão de metal abrir, para entrar com o carro.

— Gustavo. __ Ele me cumprimentou assim que desci do carro.

— David, eu preciso da sua ajuda. __ O desespero é evidente na minha voz.

— O que aconteceu? __ Ele perguntou e olhou para o Felipe e Pirralha atrás de mim.

— Preciso rastrear e encontra uma pessoa. __ Falei. — Na verdade, acho que são duas.

— Me explica melhor.

— Uma amiga foi levada por um homem dentro de um supermercado e digamos que é possível que o alvo seja eu.

— Gustavo você precisa notificar a Citros, eles podem ter descoberto quem você é. __ Falou, me lembrando do protocolo.

— Não posso fazer isso agora. __ Digo rápido. — Preciso encontrá-la antes.

Ele me olhou durante alguns segundos e pareceu entender o que eu não estava dizendo.

— E eles? __ Ele fez um gesto na direção do Felipe e da Paloma.

— A casa deles pode não ser um lugar seguro. __ Disse sincero.

— Tudo bem. __ Ele me olhou sério. — Me conte tudo.

Demorei alguns minutos para explicar tudo o que tinha acontecido e ele não demorou para invadir o sistema de segurança do supermercado e da rua na frente. Baseado na hora em que chegamos no supermercado, ele conseguiu localizar o carro em que eles chegaram. Quando adiantou o vídeo, vimos o desgraçado saindo com a Alice, desmaiada, a colocando dentro do carro.

— Meu Deus. __ Paloma se entregou ao choro. — Eles mataram minha prima.

Felipe a abraçou e me olhou sério.

—Não acho que ela esteja morta. __ Disse David, sentado na frente do computador.

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— Nem eu. __Digo, tentando manter meu controle.

— Por que não? __ Perguntou Felipe.

— Primeiro, por que se ela estivesse morta, ele não se daria ao trabalho de a tirar de lá. __ David girou a cadeira e olhou para Felipe.

— A gente não pode se basear apenas nisso. __ Disse Felipe, alto.

— Mas não é só isso. __ David disse e me olhou.

—Do que vocês estão falando? __ Paloma se afastou um pouco de Felipe e nos olhou.

— Eles não a mataram, pelo menos não ainda. __ David cruzou os braços.

— E o que é que eles querem? __ Paloma é a única que ainda não entendeu.

— Eu. __ Falei, sentindo a raiva me consumir.

—_________________

Alice despertou aos poucos, sentindo a cabeça latejar. Quando abriu os olhos, se deparou com um quarto pequeno, com as paredes e o piso sem acabamento e uma janela com grades. Quando se sentou, viu que estava deitada no chão, ao lado oposto ao da única porta do cômodo. Uma cadeira de madeira foi colocada de frente pra ela, mas não tinha ninguém sentado nela, pelo menos por enquanto. As lembranças do ocorrido invadiram sua mente e ela não conseguiu conter as lágrimas.

Eles vão me matar.

No mesmo instante, um barulho da chave girando na fechadura chamou sua atenção e ela se encolheu contra a parede. Assim que a porta se abriu, um homem alto e forte, de cabelos e olhos negros e com o maxilar firme entrou no cômodo.

— Olha, nossa pequena hóspede acordou. __ Ele disse, com um sorriso intimidador.