Proibida Pra Mim

18º Capítulo - "Não é um conto de fadas."


Droga, acho que deveria ter esperado mais uns dias pra pilotar. A dor está irradiando do ombro para toda a extensão do tórax, mas eu preciso conversar com ela. Não faço a mínima ideia do que vou dizer e de como vou explicar quem é a Pilar. Mas ela precisa acreditar que não tenho nada com ela, não mais. Juro que esqueci completamente de enviar as coordenadas finais, antes de quase morrer de hemorragia, é claro. Pra completar, meu telefone estava descarregado, então não consegui falar com ela ou com qualquer um. Mas não importa, vou falar com ela pessoalmente.

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Gustavo estacionou a moto em frente à casa dos Guimarães, parou e tocou a campainha. Não demorou muito e Paloma abriu a porta, demonstrando completa surpresa.

— O que você tá fazendo aqui, Gustavo? __ a expressão de surpresa no rosto da garota fez Gustavo sorrir.

— Oi Pirralha. __ sua expressão tornou-se firme. — Posso entrar?

— O que? Claro, entra. __ afastou-se dando espaço para ele entrar. — Gustavo você não deveria ter saído da cama, como a Alice te deixou sair? __ Gustavo parou e virou de frente pra ela.

— Ela não deixou. __ disse passando a mão no cabelo. — Ela está aqui.

— Aqui? Não, ela não está aqui. __ Paloma sentia-se cada vez mais confusa.

— O que aconteceu, Gustavo? __ Felipe estava vindo da cozinha.

— Nada só... __ suspirou. — Ela interpretou errado uma coisa e eu preciso explicar.

Gustavo lançou um olhar explicativo para Felipe, que não demorou para entender.

— Ela não está aqui. __ A voz de Paloma chamou a atenção dos rapazes. — Eu já disse.

— Paloma, dá uma olhada no quarto dela. Ela pode ter chegado e nós não percebemos. __ Felipe falou sem desviar os olhos do amigo.

—Claro. __ Respondeu, percebendo que os dois queriam conversar a sós.

Felipe esperou que Paloma subisse a escada até o corredor dos quarto.

— O que ela descobriu? __ perguntou, assim que Paloma desapareceu no corredor.

— Nada. __ respondeu de imediato. — Uma agente da Citros foi me procurar, por que não dei notícias depois da missão. A Alice abriu a porta e subentendeu que ela seria uma possível namorada que eu – fez sinal de aspas com as mãos – esqueci de mencionar.

Assim que Gustavo terminou de falar, Felipe caiu na gargalhada.

— Graças a Deus, achei que ela tinha descoberto algo. __ Gustavo o olhava firme.

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ALICE

Fiz o possível para chegar em casa sem eles me verem, mas parece que não adiantou nada. Minha prima tá batendo na porta do meu quarto a alguns minutos, e eu estou tentando ignorá-la.

— Alice Safena, acho bom você me responder antes que eu mande o Felipe arrombar essa porta.

Droga. E o pior é que sei que ela é capaz de convencê-lo disso.

— O que você quer? Eu estou dormindo. __ Respondi, sem me levantar da cama.

— Abre a porta agora. __ fala, com seu melhor tom inquisidor.

Quando me dô conta de que ela não vai desistir, me levanto e vou até a porta. Quando abro-a, me deparo com a Paloma de braços cruzados sobre o peito me olhando com uma cara muito zangada.

— Por que você não avisou quando chegou? __ Ela nem está piscando.

— Você tava... __ como digo isso? — brincando com o Felipe. __ lancei o meu melhor olhar de “peguei você no flagra”.

E funcionou, no mesmo instante sua expressão irritada foi substituída por uma expressão de vergonha.

— Relaxa, prima. Acredite, eu achei que o Felipe nunca fosse tomar atitude com você. __ digo sorrindo.

— certo, depois falamos sobre isso.

Como assim depois?

— O Gustavo está ai, e quer falar com você.

Ele não pode ser tão cara de pau.

— Não quero falar com ele. __ Digo, demonstrando minha irritação.

Ela me olha desconfiada e se encosta ao batente lateral da porta.

— O que ele fez? __ Respiro pesadamente.

— Tem um mulher que provavelmente representa algo pra ele. __ ela entra e eu encosto a porta. — E eu não quero mais problemas na minha vida. __ Ela sentou na minha cama e eu sentei ao seu lado.

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— E você perguntou pra ele? __ eu ri, fazendo a expressão de irritação dela aparecer.

— Não, Paloma. Eu não perguntei. Sabe por que? __ não esperei ela responder. — Por que ela chegou dona de si, mostrando que o território é dela, e ele? Não disse um piu.

— Não disse por que você não me deu chance. __ Gustavo falou, em pé na porta do quarto.

Alice ficou parada, encarando-o.

— Ok, eu vou sair e deixar vocês conversarem. __ Paloma levantou da cama e caminhou até a porta.

— Não quero conversar com você, vai embora. __ Alice levantou, cruzando os braços sobre o peito.

— Gatinha, eu não tenho nada com ela. __ ele entrou no quarto, dando passagem para que Paloma saísse, encostando a porta em seguida.

— Não me chame assim. __ Alice caminhou até ele, ficando frente a frente. — Você não tem direito nenhum de chegar sem avisar, fingir que nada mudou e mexer comigo desse jeito.

— Gatinha...

— Não! Isso – fez um movimento circular com a mão - não é um conto de fadas. E eu não vou me apaixonar por você de novo e ficar aqui chorando quando você for embora, por que é isso que vai acontecer não é?

Gustavo ficou mudo, não sabia que o dizer. Não podia dizer que não iria embora, por que teria que ir.

— Viu? Como eu disse, a sua única preocupação é você mesmo. Sempre foi assim. __ Alice passou as mãos com força sobre os olhos, impedindo que as lágrimas caíssem.

— Não Alice. __ deu um passo e se aproximou dela. — Isso não é verdade.