25 de fevereiro de 2015.

Hoje as coisas estavam indo muito bem. Digo quem não gostaria de estar num paraíso como esse, com jardins incríveis, ar condicionado e quatro piscinas? Ainda mais quando o resto dos amigos já voltou as aulas. A única coisa ruim era não pegar como as coisas funcionariam desde o começo (já que tinha ido pro 8º ano e a equipe de professores nem os métodos de ensino são os mesmos), e quem estaria na minha turma. Esse último conseguia resolver perguntando pro Victor, então não me importei tanto assim, mas me deixava ansiosa.
Nessa noite eu ia ir participar de uma atividade do hotel, um desfile. Só ia ter velhos, mas quem liga? Não liguei. Pois estava tentando fazer as coisas mudarem. “É melhor fazer e se arrepender do que nunca ter feito”, foi a frase que estava levando minhas férias adiante. Estava tentando sair do fundo do poço me agarrando aos tijolos.
Antes do tal desfile acontecer, fui ver o chat do grupo no facebook. Sempre as mesmas pessoas falando. Pessoas que não me interessavam, mas tinha o Daniel, que sempre fazia as coisas ficarem melhores por ser engraçado. Subi o chat pras conversas de anteontem, quando eles estavam falando de uma garota ruiva que entrou esse ano. Disseram que Adriel e Theo tinham tirado ela das garras da Gabi pra conversar. Gabi não se incomodou, porque a ruiva gosta de animes, assim como Theo. De um jeito estranho, senti um desconforto. Nunca reagi bem a rejeições, e de certo modo, meu cérebro levou como uma rejeição, como uma troca. Tentei não me importar, pensei em outra coisa. Nada de voltar pra dezembro.
Pouco tempo depois, Theo me chamou. Um simples diálogo, e o primeiro que eu me lembrasse de fevereiro.
Ele: Saiu do colégio?
Eu: Não
Ele: Ata
Fim.
Fiquei encarando a tela do celular por uns segundos, e voltando na tua janela esperando que dissesse mais alguma coisa. Nas primeiras três vezes que reli minha barriga revirou, mas controlei isso. Joguei o celular na cama, e mais uma vez, disse a mim mesma para pensar em outra coisa.
Me distrai, fui pro desfile e tudo. Acontece que com o passar dos dois últimos dias que eu e minha família íamos ficar lá, ele ficava voltando na minha mente. Do nada.