Do you remember us?
Capítulo 48 - Preparations for eve.
Hoje é dia vinte e três, a loja ficou lotada o dia todo, e eu trabalhei como nunca, o dia todo sem parar, foi bom porque ocupo a minha mente. Amanhã por ser véspera de natal não abriríamos a loja, e foi um alivio.
Dani amanhã iria comigo para a casa dos meus pais, a família dela morava muito longe, então era muito difícil passar datas assim juntos, e ela ficou feliz de ir passar comigo, pois antes ela passava em casa apenas com Stevie, que bebia até cair.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Nós fomos embora de carro, estava começando a nevar, e ficava mais difícil dirigir, Dani pressionava os olhos tentando enxergar pelo vidro do carro, quando um idiota nos fechou e ela quase perdeu o controle do volante, meu coração veio na boca, a respiração falhou e eu comecei a tremer, imagens do meu acidente me vinham á cabeça, segurando o papel com o resultado do exame de gravidez e um segundo depois sendo jogada para a janela vendo apenas uma luz branca muito forte.
— Imbecil – ela gritou quando parou o carro em frente á uma loja para se recuperar do susto, eu não conseguia me mexer, meu corpo estava paralisado e o coração acelerado. – Elena desculpa, você está bem? – ela falou passando a mão em meu braço tentando me acalmar.
— Estou – disse longos minutos depois, mas eu não estava, meus olhos estavam cheio d’agua.
— Está tudo bem Lena, foi só um susto, nós estamos bem – ela olhava em meus olhos, e então consegui respirar novamente, meu corpo relaxou um pouco.
— Vamos embora – disse.
Ela voltou a ligar o carro e tomou a direção até o apartamento. Por um segundo eu senti toda a dor do acidente.
O restante da noite eu consegui deixar o acontecimento de lado, nós fizemos um jantar e bebemos uma garrafa de vinho, ficamos conversando no sofá até quase duas horas da manhã, e então cada uma foi para o seu quarto. Ao colocar a cabeça no travesseiro tudo voltou, imagens de hoje e do meu acidente, imagens de acordar naquele quarto de hospital e não me lembrar de ninguém, o desespero que eu senti, tomei um comprimido para a dor de cabeça, e depois de algum tempo consegui finalmente pegar no sono.
Acordei com meu celular tocando ao meu lado, estava cansada e o deixei tocar, mas ele não parou, revirei os olhos e atendi mal humorada.
— Alô.
— Oi filha – a voz doce de minha mãe do outro lado me fez deixar o humor de lado. – Está tudo bem? Sua voz está estranha.
— Está sim mãe, só estou cansada, essa semana foi muito agitada lá na loja.
— Ah eu sei filha, Lyana me contou, mas tem o lado bom né? – ela sorriu – que horas você e a Dani vão vir para cá?
— Eu não sei, você precisa de ajuda com alguma coisa? – perguntei torcendo para a resposta ser não.
— Pra ser sincera sim – ela riu – com a decoração, e você é ótima nisso.
— Tudo bem – suspirei dando adeus á uma tarde de sono – acho que depois do almoço nós vamos.
— Certo filha, até mais tarde então – ela disse animada e fez barulho de beijos.
— Até mãe. – desliguei o celular.
Me permiti dormir mais meia hora, mas só de saber que eu precisava sair já perdi o sono. Me levantei e arrumei meu quarto e o closet, fui escolher o vestido que eu usaria hoje a noite, o separei junto com o sapato e os acessórios, coloquei em uma mala grande que não fosse o amassa-lo, coloquei algumas maquiagens lá também.
Fui para a sala, fiz um chá de camomila, andando até a sacada, que nem dava para abrir a porta, pois havia muita neve, e lá fora ainda caia uma neve fina que ia aos poucos ocupando a rua.
— Bom dia – a voz rouca de Dani me assustou.
— Bom dia – sorri para ela.
— Incrivel, toda véspera de natal neva – ela disse irritada.
Nós tomamos café da manhã e então ela foi arrumar as coisas dela para podermos ir até a casa da minha mãe.
Alguns minutos mais tarde ela estava na minha frente com uma mala e uma bolsa, peguei minhas coisas no quarto e fomos para a garagem. O porteiro como sempre foi muito simpático, desejou-nos boas festas e nós também.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Chegamos na casa da minha mãe, e por muito pouco não cai se bunda na neve, estava muito escorregadia a escada, Sra. Vera abriu a porta e me deu um abraço quando entrei, ela era muito meiga.
— Oi querida, ainda bem que chegou – minha mãe disse sorrindo.
— Deixou a decoração para a ultima hora de novo mãe? – perguntei rindo.
— Você me conhece né querida – ela riu – Oi Daniela.
— Sra. Gilbert – Dani deu um beijo no rosto de minha mãe.
— Podem colocar as coisas de vocês no seu antigo quarto.
Pegamos nossas coisas e fomos até o quarto, estava exatamente como eu o deixei á alguns meses, deixei a mala de lado e Dani fez o mesmo. Descemos para ajudar a minha mãe, ela estava toda atrapalhada com um enfeite, eu a ajudei.
Jeremy chegou algum tempo depois, e me deu um beijo no rosto.
— Oi Lena, Oi Dani.
— Oi Jeremy – Dani sorriu.
Ele subiu para o quarto e não voltou mais. Minha mãe e a Sra. Vera já estavam fazendo o prato principal, enroladas.
— Mãe você quer ajuda com alguma coisa? – perguntei.
— Você? Para ajudar com coisas de comer? – ela riu.
— Eu aprendi algumas coisas ok? – disse fingindo estar ofendida e nós rimos.
— Eu ajudo ela Sra. Gilbert – disse Dani prendendo o cabelo e parada ao meu lado. – Vamos fazer uma sobremesa.
— Que tal uma torta holandesa? – disse, minha sobremesa favorita.
— Eu pensei em fazer um cheesecake – ela fez beicinho.
— Façam as duas – disse minha mãe parando por um minuto sua conversa com a Sra. Vera.
E então começamos, pegamos os ingredientes e os colocamos na ilha da cozinha, eu nunca havia feito uma torta holandesa, mas fui seguindo uma receita da Sra. Vera, eu ajudei Dani e ela me ajudou. Nós conversávamos, riamos, e no final a cozinha estava uma bagunça.
As sobremesas ficaram prontas, o prato principal quase pronto, e já passava das 18h, eu tinha combinado com Nick que ele viria depois das 20h, então eu já precisava começar a me arrumar.
Fui até meu quarto, meu banheiro e tomei um banho rápido, lavei o cabelo e sai em meu roupão, Dani estava deitada na cama olhando uma fotografia que achou.
— Você era diferente – ela disse assim que me viu.
— Diferente como?
— Não sei explicar, o seu sorriso aqui está diferente, seu jeito, não sei – ela deu de ombros e colocou a foto de volta no criado mudo.
— Nessa época eu era outra garota, eu não tenho orgulho do que eu era.
— Como assim?
— Dani eu era uma vadia – disse me lembrando da época do colegial – eu era esnobe, arrogante, manipuladora, e eu usava a minha beleza para conseguir o que queria, eu gostava de ter todos os meninos aos meus pés, gostava de ter várias garotas querendo ser minha amiga, querendo andar comigo. Eu era uma nojenta, o tipo de pessoa que hoje, eu não gostaria de ter por perto.
— Nem eu – ela me olhou agora sentada – ainda bem que mudou, você hoje é maravilhosa, você é simpática, carinhosa, meiga, gentil, e é uma amiga incrível – ela me abraçou.
— O que aconteceu aqui? – comecei a rir.
— Não sei – ela riu também.- Se você pudesse voltar no passado, nessa Elena, você mudaria algo?
Fiquei um longo minuto pensando, é algo que já passou na minha cabeça algumas vezes, e eu nunca soube me responder.
— Acho que não – suspirei – acho que é por ter sido assim antes, que eu sou o que sou hoje, tudo o que aconteceu para que eu mudasse me fez o que sou hoje, e eu gosto de ser assim – sorri.
— Gosto de você assim também.
— Chega de grude, vai tomar banho Daniela.
— É melhor mesmo – ela riu e foi para o banheiro.
Fiquei sentada na cama secando o cabelo, e me lembrando de coisas que eu havia feito, e como estou feliz em ter mudado tanto.
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