Belle Marie

Belle Marie


E ao tardio chegar da enevoada lua
soaram os instrumentos arrebentados
e por certo teve início a melodia nua
torturando o homem de pés e mãos atados.
Ergueu-se um da plateia e esbravejou
mas absorto no sorriso perturbador, se calou.

Inerente a plateia, era o encanto
e o nojo determinado, no entanto,
(com o medo sob a pele do cordeiro)
motivo de escárnio do horror zombeteiro
"Belle Marie!", o enforcado gritou
e assim, despedaçada, a orquestra calou.

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"BELLE MARIE", da boca se fez ouvir
de súbito, a segunda marionete entrou
executado, ao se deixar iludir
ode para o desvanecer, se matou.
Óh, teatro para se redimir
diante do sentimento, se entregou.

Vêde, tal peça não existiu para entreter
Tampouco veio para se admirar
Mas na espera de aplausos, começou a chover
Com mais lágrimas do que gotas, a derramar.
Antes da alvorada, existia alguém
E ao descer das cordas, sobrou ninguém.

"Belle Marie", o enforcado sussurrou.
"Belle Marie", a besta de muitos nomes escutou.

Assim, sem cortinas se sucedeu
o lamentoso conto de uma senhora
e um servo, que se ofereceu
por um amor proibido de outrora.
E a plateia, aos poucos, se pôs a sentir
o perverso e frio, abraço do fogo.

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