Linha Tênue

Capitulo 02.


Observei o loiro seguir seu caminho pelos corredores, sem duvida nenhuma ele era parte da escória do colégio, pelas roupas sem marca e um tanto surradas estava nítido que era bolsista, mas tenho que admitir que Fox teve uma ideia decente, minha melhor chance estava com o garoto mais nerd do Colégio Einstein.

— Gale você tem algo contra ele? – Perguntei de forma direta para o moreno ao meu lado.

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— Não, ele é um fracassado não tem como descer mais que isso. - Havia desprezo na voz dele.

— Sempre tem Gale, sem tem. – Pensei por um momento, eu precisava daquele nerd em minhas mãos. - Preciso que ache algo ainda hoje, aquele projeto de gente precisa estar aqui. – Bati um dos dedos na palma da mão.

— Você não precisa de algo contra ele Katniss. – Glimmer falou sorrindo. – Basta ir a até ele e pedir e tenho certeza que ele fará de tudo para transformar você em um gênio da matemática.

— Como pode ter tanta certeza?- Ela parecia convicta - Eu não posso correr riscos Glimmer.

— Porque ele é totalmente apaixonado por você. – Vi que Gale logo ficou inquieto ao meu lado.

— Como é?

— Isso esta claro desde que ele entrou no Einstein. – Ela comentou abrindo a bolsa tirando um pequeno espelho de dentro dela com calma, olhou os cabelos por um momento antes de continuar. - Ele olha para você com aquele olhar apaixonado, nos últimos quatro anos ele observa você quase como se te venerasse Katniss, vai dizer que nunca notou? – Sabia que era bonita e atraia olhares, cobiça, mas nunca tinha cogitado que tinha alguém apaixonado por mim fora Gale.

— Eu vou arrebentar aquele nerd. – Gale começou a caminhar com cara de poucos amigos na direção que o loiro tinha ido, como sempre ele era impulsivo demais, segurei o braço dele com força.

— Depois Gale, agora preciso de um professor e se você bater nele vou perder minha melhor chance de passar de ano. – Ele pensou por um momento antes de voltar a ficar do meu lado ainda de cara fechada. – Quero o máximo de informação possível sobre ele até a ultima aula.

— Por que quer informações? Achei que ia usar a paixonite dele por você.

— E vou, mas preciso fazer com que ele acredite que sei algo sobre ele, não que nunca olhei pra ele e estou pedindo ajuda entende? – Odiava ter que me explicar – Quero tudo que puderem entenderam? E sem levantar suspeitas sejam discretos e não envolvam mais ninguém nisso. Tenho uma reputação a zelar. - os três concordaram e seguimos em direção a sala de literatura. As aulas seguintes transcorreram sem maiores problemas.

Estava quase dormindo enquanto víamos mais um filme de péssima qualidade contando sobre como Panem surgiu. O professor Templesmith adorava falar sobre as diversas catástrofes naturais que o mundo sofreu anos atrás e as mudanças geográficas que os continentes tiveram.

Ele falava tanto sobre um assunto tão conhecido que chegava a ser irritante, afinal todos sabiam que muitos países foram destruídos e que os continentes gradativamente foram reestruturados mudando o mundo e sua até então divisão geográfica. Bastava olhar para o antigo mapa-múndi para ver o quanto a América foi uma das áreas mais atingidas e que o que antes era o segundo maior continente do mundo teve sua área reduzida significativamente. O alagamento dos pequenos países da então conhecida América Central separou o que sobrou do continente assim o que restou do que antes era a América do Norte virou Panem. Uma nação resiliente formada por 13 Distritos e pela Capital que se ergueu lentamente e hoje é uma das grandes potencias mundiais.

Meu celular vibrou quase no final da aula e vi uma mensagemdizendo o que os três haviam descoberto sobre o nerd, não era muito ainda sim era um começo. Esperei o ultimo sinal tocar e após deixar meu material com o calouro que me esperava na porta da salasegui junto com as meninas até o corredor da biblioteca onde descobriram que ele ia todos os dias após o termino das aulas, era o lugar perfeito vazio e ninguém nos veria conversando.

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— Ei Peter. – Chamei com meu melhor sorriso, mas ele não se virou então chamei novamente e não demorou para ele parar, ele olhou o corredor por um momento e se virou um tanto surpreso ao me ver.

— Oi. – A voz dele saiu um tanto baixa, tímida demais até.

— Que bom que te encontrei aqui, eu queria muito falar com você. – Observei enquanto ele parecia meio sem reação com a minha presença, então continuei com naturalidade. – Não sei se me conhece...

— Conheço. Você é Katniss Everdeen. – Ele falou rápido e corou ligeiramente em seguida – Quer dizer o colégio não é grande e temos algumas aulas juntos. – Ele se explicou falando bem mais rápido.

— Não tudo bem como você mesmo disse o colégio não é tão grande, mas não fomos apresentados direito, você é Peter Mellark não é?

— Peeta, na verdade é Peeta. Peeta Mellark. – Ele parecia sem graça em me corrigir, e quis estrangular Fox por passar a informação errada.

— Me desculpa é essa mania dos professores de nos chamar pelo sobrenome, acho tão formal. – Disfarcei e ele concordou com a cabeça.

— Não tem problema, não é um nome comum. – Ele realmente não parecia incomodado com meu erro. – Você não é a primeira pessoa a errar.

— Garanto que a partir de agora não erro mais. – Ele sorriu e ajeitou os óculos de grau. – Eu queria falar com você um minutinho se não for incomodo.

— Incomodo nenhum.

— Eu nem sei como começar, bom eu estou um tanto encrencada em cálculos sou péssima na matéria de alguma forma o professor Latier fala e não consigo entender os exercícios e agora eu preciso tirar 10,0 na próxima AV3 ou vou reprovar de ano. – Ele estava atento a cada palavra então continuei. – Sei que nunca nos falamos antes, mas eu vejo o quanto você é bom em matemática, sei que é o primeiro na turma avançada e queganhou o torneio matemático três anos seguidos. – Vi que ele pareceu se animar ao ver que sabia coisas sobre ele. – Então eu queria saber se você poderia me ajudar com algumas aulas nessas duas semanas?

— Claro, podemos estudar todos os dias depois das aulas. – Sorri em resposta, havia sido mais fácil do que pensei. – Podemos nos encontrar aqui na biblioteca.

— Na verdade você se incomodaria de ser em outro lugar? – A ultima coisa que queria era que me vissem com ele. – Não quero que saibam que estou indo mal na matéria, sou a chefe das lideres e gosto de dar bom exemplo para as meninas, odiaria que elas achassem que podem ir mal nos estudos.

— Claro que não, eu entendo.

— Você pode ir lá em casa?

— Claro, que horas?!

— As 17h00min seria ótimo, se estiver tudo bem para você é que tenho treino das lideres hoje. – Sorri e ele sorriu também.

— Estarei lá. – Prometeu com um sorriso ainda mais largo.

— Posso? – Apontei os cadernos na mão dele e ele logo me entregou uma caneta. - Aqui esta meu endereço e telefone caso aconteça algo. - anotei em uma folha do caderno dele com uma letra caprichada. – Obrigada Peeta.

Segui em direção a quadra com as meninas que estavam esperando no outro corredor e contei tudo o que tinha conversado com o loiro, e assim que chegamos nos juntamos as outras, como não estava disposta a treinar apenas passei alguns passos para que elas fizessem enquanto observada atentamente cada uma. Nosso treino era em conjunto com o time de basquete então assim que ouvi o apito do Gale encerrando o treino dispensei as meninas como de costume, mas ao invés de ir embora me aproximei dos garotos.

— Vai me esperar princesa? – Gale perguntou se aproximando e neguei com a cabeça.

— Não, quero falar com o Marvel. - decretei e observei o loiro em questão parar onde estava enquanto os demais jogadores seguiam para o vestiário nos deixando sozinhos.

— Queria falar comigo?

— Sim tenho uma informação para você. – fui direta. – Alias deveria começar nossa conversa desejando parabéns papai.

— Como? – ele estava nitidamente surpreso.

— Lavinia Chaney esta grávida. – Vi o rosto dele perder a cor rapidamente. – E antes que você perca seu tempo negando sei que dormiu com ela e obviamente ela não é de dormir com qualquer um então acho que você deveria se preocupar.

— Não é possível! – pelo desespero dele era possível sim. – Como você sabe disso?

— Não revelo minhas fontes Marvel, sabe como funciona.

— O que eu vou fazer? Meu pai vai me matar, eu estou indo para Owens no fim do verão. – Owens era uma ótima universidade, muito conhecida por valorizar a prática de esportes era a instituição universitária que mais promovia atletas. - Isso não pode ser verdade.

— Mas é, porém para sua sorte eu tenho uma solução provisória para você. – Sorri. – Obviamente que você ficaria me devendo um favor enorme. – Ironicamente jogadores titulares e lideres de torcida tinham um tipo de código de ética, onde favores e proteção era algo comum e confiável.

— Qual a solução?

— Você vai saber, basta confiar em mim acredite Lavinia Chaney vai ter muito trabalho para comprovar a paternidade dessa criança e quando ela conseguir você já vai estar longe daqui aproveitando o Distrito 10. Obviamente você sabe que não vai ser bom para ela, então se você esta apaixonadinho é melhor dizer agora.

— Confio em você, faz o que tem que fazer, não importa se isso vai acabar com ela é do meu futuro que estamos falando aqui, um filho esta fora de qualquer plano agora.

— Ótimo. Gale ainda não sabe, mas vou precisar dele então vai ter que se acertar com ele caso precise. – Era um aviso de que ele devia um favor ao moreno também.

— Certo.

— Tenho que ir, e tenta parecer calmo ou não vai adiantar nada Marvel e não se aproxime dela se ela te contar vai colocar tudo a perder. – ele confirmou com a cabeça – Ah! Um conselho comece a usar preservativo ou vai acabar aumentando demais a população de Panem, ou quem sabe vai contrair alguma coisa por ai que possa vir a te matar. – Me virei e segui para fora da quadra sabendo que ele não iria me responder, ele não era louco de falar qualquer coisa desagradável para mim.

O caminho até em casa foi tranquilo e rápido e assim que estacionei meu carro na garagem vi que meus pais não estavam, minha mãe provavelmente estava fazendo compras enquanto papai devia estar no escritório. A verdade é que algumas vezes nem parecia que morávamos na mesma casa. Passei na cozinha e pedi para que a empregada preparasse um lanche e subi para meu quarto onde troquei de roupa e assim que termineifui avisada de que Peeta havia chegado. Encontrei com ele na sala de estar de pé um tanto sem graça.

— Oi desculpa o atraso eu precisei fazer algumas tarefas antes de vir.

— Sem problemas, senta fica a vontade. – Ele se sentou tímido na ponta do sofá – Quer alguma coisa? Um suco um chá?

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— Não eu estou bem. Podemos começar se você quiser.

— Claro, podemos estudar na sala de jantar. – Seguimos em silencio e assim que chegamos ele começou a organizar os livros que tinha trago em cima da mesa.

— Procurei saber antes de sair do colégio o que vocês estão estudando. – Ele era da turma avançada. – Para ter uma noção do que vai cair e separei algumas coisas, o que você tem mais dificuldade na matéria?

—Tudo – Disse sincera e ele me olhou surpreso. – A verdade é que não entendo quase nada do que o professor Latier explica.

— Então vou tentar explicar tudo que vocês viram no ultimo semestre. – Ele sorriu confiante embora fosse possível ver sua timidez.

As duas horas seguintes se passaram com ele me explicando os exercícios do inicio do semestre com muita calma, tenho que confessar que ele explicava muito bem, paramos para um lanche rápido e no fim fiquei realmente feliz em conseguir fazer o primeiro modelo de exercício sozinha. Estávamos guardando os livros quando minha mãe chegou acompanhada da minha irmãzinha que veio correndo até mim.

— Primrose não corra pela casa! – Mamãe a repreendeu e antes que começasse com um sermão viu Peeta – Olá, acho que não te conheço. – ela o observou dos pés a cabeça avaliando-o.

— Mãe esse é Peeta Mellark, ele estuda comigo e esta me ajudando com matemática. Peeta essa é minha mãe Paula Everdeen.

— É um prazer conhecê-la Sra. Everdeen.

— O prazer é todo meu, mas eu preciso subir agora se me der licença. – Ela não esperou uma resposta antes de seguir em direção as escadas. Mamãe nunca foi de dar muita atenção a quem eu trazia em casa, mas com Peeta ela foi realmente ríspida.

— Bom e essa pequena é minha irmã mais nova Primrose.

— É um prazer conhece-la também Primrose. – Ele sorriu para ela que sorriu junto.

— O prazer é meu Peeta, mas me chame de Prim. – Ela fez um sinal com as mãos o chamando para mais perto como se fosse contar um segredo. – Não gosto que me chamem de Primrose, só a mamãe faz isso normalmente quando vai brigar, ou seja, sempre.

— Certo Prim. – Ele sorriu e se virou em minha direção. – Tenho que ir, esta ficando tarde.

— Fica para jantar. – Minha irmã convidou e tentei sorrir embora soubesse que não era uma boa ideia. Tinha certeza de que minha mãe não gostaria nada de ter o loiro como convidado para o jantar. Mas minha irmã de oito anos parecia não ter percebido isso.

— Obrigado pelo convite, mas realmente preciso ir, meus pais estão me esperando.

— Fica para uma próxima então.

— Uma próxima vez quem sabe. – Eles se despediram e eu o acompanhei até a porta.

— Obrigada Peeta.

— Não foi nada, nos vemos amanhã na escola então. – Isso seria um problema.

— Peeta eu não queria fazer isso, mas bom eu queria pedir para não falar comigo mais do que o essencial no colégio. – Ele fez uma cara estranha então continuei rapidamente. – Não é por nada só que Gale é um tanto ciumento e odiaria que ele implicasse com você. Eu me sentiria muito mal se ele e os garotos do time fizessem algo com você só por estarmos conversando sabe. – Ele pareceu pensar por um momento.

— Eu não me importo com o Hawthorne, não tenho medo dele não vou fugir.

— Mas eu me importo com você. – Usei minha voz mais doce. – Serio o ano letivo esta acabando e não quero que passe por uma situação ruim por minha culpa.

— Ok.

— Espero você aqui amanhã no mesmo horário.

— Estarei aqui.

— Obrigada. Boa noite Peeta. - Dei um beijo no rosto dele o deixando nitidamente desconcertado. Fiquei observando da porta enquanto ele caminhava em direção a uma velha caminhonete estacionada do outro lado da rua, aparentemente Glimmer estava certa Peeta Mellark era apaixonado por mim e isso seria o suficiente para que ele fizesse o que eu quisesse.