Não percebemos o perigo que nossa amiga corria até vermos o loiro pular de novo no mar ao encontro de Elisa.

— Temos que ajuda-la. - Tayla tremia dos pés a cabeça. Eu corri para tentar ajudar Kevin. Mas não como ele já havia conseguido puxa-la para o raso.

Mesmo assim, Matheus e eu corremos para o encontro dele e arrastamos a menina para a praia. Ela era pesada e eu sabia que por mais que não tivesse a intenção, Kevin não conseguiria trazê-la sozinho. Quando chegamos na margem eu o vi fazendo os primeiros socorros. É bem comum vermos isso nos filmes as pessoas fazendo isso, mas não é fácil assim e nem muito menos pode ser feito de qualquer maneira. Ele estava executando esse trabalho com maestria. Fez a massagem cardíaca e uma respiração boca a boca digna de ator de Hollywood.

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Logo conseguimos ver a cor voltando as bochechas dela e uma grande quantidade de água foi expelida por sua boca. Ela tossiu e as meninas nem deram espaço direito e foram logo abraçando ela.

— Elisa eu fiquei tão assustada. - Hirome começou a chorar. Nunca a vi assim. As outras duas também ficaram muito preocupadas. Nos meninos com exceção do loiro estávamos em pé ao redor delas. Kevin estava sentado a um distancia pequena tomando ar.

— Me desculpem eu realmente estou envergonhada. - Elisa conseguiu dizer depois de um tempo.

— Não pense assim. - minha irmã comentou. Daniel trouxe um pouco de água pra ela. Não queríamos deixa-la desconfortável. Assim sendo mais ou menos meia hora depois Hirome foi nadar junto do aniversariante. Laís estava dando uns beijinhos em Daniel e Tayla e eu estávamos organizando um lanche rápido. Um pouco a nossa frente estava Renan, Kevin e Elisa. Dava para ouvir bem o que eles diziam.

— Eu estou realmente grata a você. - a menina disse baixinho. - Estou envergonhada também. Por um momento eu poderia ter estragado a festa do Matheus.

— Não fale isso. - o ruivo falou. - É uma amiga importante. Ficamos feliz que esteja a salvo.

— Obrigada. Kevin é um herói. - ela ria nervosa.

— Ela realmente está bem? - Tayla sussurrou ao meu ouvido.

— Gostaria que sim. - eu disse baixinho.

Terminamos de organizar os sanduiches e chamamos todos pra comer. Ainda eram dez horas, estava bem cedo.

— Já tem um curso em mente pra fazer? - eu cutuquei o ruivo. Eu já sabia exatamente o que cada um ali queria, mas não podia deixar o silencio nos abater assim.

— Eu vou fazer Engenharia Civil. - ele disse seco.

— E você? - dei um empurrão com o ombro em Matheus que estava do meu lado.

— Boa pergunta. - ele disse por fim. Como assim? A uma semana atrás ele iria cursar Direito. - Não sei mais o que eu quero fazer.

— Vamos montar uma empresa de construção. - Renan se animou. - Se não me engano alguém aqui disse que queria ser Engenheiro Ambiental.

— Eu. - Hirome se pronunciou.

E começamos a discutir sobre isso. Falando sobre profissões e da maneira como queríamos que tudo ocorresse. Creio que no fundo ninguém ali queria se separar. Aproveitei a algazarra e fui paquerar a minha amada.

— Tudo bem? - percebi que depois que Elisa que se afogou ela mudou um pouco. Ficou mais retraida e quieta.

— Sim, só que eu fiquei com um pouco de medo. Já perdi alguém assim por afogamento. - disso eu não sabia.

— Quer conversar sobre isso?

— Pode ser depois? Não vamos estragar o bom clima do aniversário do Matheus.

— Certo. Se precisar eu estou aqui, certo?

— Sim.

Procurei sorrir pra ela. O resto do dia foi tranquilo. Ficamos na praia mesmo, Renan que ainda não tinha ido nadar deu seus mergulhos. Arrumamos uma bola e fomos jogar, com exceção de Hirome e Elisa. Mais tarde minha namorada e eu fomos caminhar um pouco juntos.

Quando a noite chegou fomos todos pra minha casa, onde havia um bolo esperando pelo meu coreano predileto. Os pais dele estavam lá junto com o irmão mais novo dele.

Cantamos o velho parabéns pra você e depois comemos. Mais conversa, mais animação. E aos poucos as pessoas iam pra casa. Primeiro foi-se a família do aniversariante, que deram uma carona pra Hirome e Renan. Depois eu fui deixar Tayla em casa, Kevin e Elisa nos acompanharam e nós seguimos deixando eles dois pra trás. Daniel ia ficar pra dormir na nossa casa naquele dia. Minha mãe já havia preparado um lugar pra ele no meu quarto.

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— Meu irmão mais velho morreu afogado. - ela me confessou quando estávamos chegando próximo a casa dela.

— Quantos anos ele tinha?

— Era dez anos mais velho do que eu. Na época o meu pai ainda morava conosco. Fomos a um passeio de família. Eu só tinha sete anos . Ele estava nadando e não sei o que aconteceu. Ele era muito bom naquilo, mas enfim ele se afogou. Meu pai tentou ajuda-lo, mas quando conseguiu alcançar o corpo já não havia mais o que ser feito.

Eu abracei forte a minha namorada. Isso deve ter sido uma experiência muito ruim pra ela. Principalmente quando ela viu que uma pessoa podia ter o mesmo fim que o irmão dela.

Chegamos em casa e nos beijamos por um bom tempo. O toque dos lábios dela era o que eu precisava para dormir tranquilo. Quando nos afastamos eu sentia que não queria deixa-la sozinha, mas eu precisava ir pra casa. Estava nas nuvens pensando em como os nossos sentimentos se cruzavam e se tornavam um. E ao mesmo tempo eu pensava que tinha muitas responsabilidades pela frente.

Voltei feliz da vida e quando ia passando pela casa da vizinha reparei que o loiro ainda estava lá. Estava muito curioso a cerca do que eles diziam, mas eu estava realmente cansado e tudo que eu queria era me deitar e dormir um pouco.

— Boa noite gente, Kevin vê se vai pra casa logo. - eu disse acenando pros dois.

Mas do nada um motoqueiro encosta perto de nós e vi que era o namorado da Elisa. Ao vê-la conversando com o loiro ele parecia bem nervoso. Decidi ficar junto deles para prevenir que algo ruim aconteça.

Por Leonardo Jonh Walker