Por Broduey

A casa estava silenciosa, tudo era impecável e limpo. Subi as escadas que dava para um corredor, segui as instruções do senhor Torres e bati na porta. Ninguém respondeu.

Broduey: Camila? – voltei a bater e ninguém respondeu.

Abri a porta dando de cara com um quarto que só não estava completamente escuro por causa dos poucos raios de sol que entrava pelas fendas da cortina.

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Broduey: Camila?

Algo se mexeu na cama.

Camila: Quem é? – sua voz estava baixa – Pode acender a luz por favor?

Procurei pela parede o interruptor e acendi a luz.

Broduey: Oi.

Camila: Oi – sua voz soou roca.

Ela não parecia muito bem, estava pálida e com olheiras... Ela sentou ainda ficando enrolada com o edredom.

Camila: O que está fazendo aqui?

Broduey: Você faltou hoje.

Camila: É... já estive em dias melhores.

Observei o seu quarto... As paredes pintadas de branco com detalhes em rosa, roxo e azul. No canto um prateleira abarrotada de livros. Ao lado da cama uma cômoda com remédios em cima.

Broduey: Você está bem? – entrei no quarto.

Camila: Como eu disse, já estive melhor... Como... Como chegou aqui?

Broduey: Seu pai abriu a porta, e ele pediu pra avisar que já foi trabalhar e Elisa também.

Camila: Estou perguntando como conseguiu o meu endereço?

Broduey: Deu um pouco de trabalho, mas consegui me infiltrar nos arquivos da escola – ela sorriu de lado.

Camila: Tem notícias do Diego? – eu sentei nos pés da cama.

Broduey: Ele está melhorando. A Fran está com ele.

Camila: O que veio fazer aqui?

Broduey: Temos um trabalho para fazer.

Camila: Eu não lembro de nenhum trabalho.

Broduey: A Angie passou hoje, somos uma dupla.

Ela fechou os olhos e colocou as pernas pra fora da cama, ela tentou levantar, mas sentou de novo.

Broduey: Está tudo bem?... Camila?

Camila: Pega a minha bombinha por favor – ela apontou para a cômoda.

Fui até a cômoda e entre os remédios peguei a bombinha de asma e entreguei a ela.

Broduey: Cami, tem alguma coisa que eu... eu possa fazer?

Ela não respondeu, apenas levantou e correu até uma das portas que tinha no quarto. Era o banheiro.

Fui atrás dela e a encontrei vomitando, mas acho que eu teria ficado muito mais calmo se ela não estivesse vomitando sangue.

Broduey: Camila...

Camila: M-Me ajuda – ela olhou pra mim – P-Por favor.

Broduey: Vamos pro hospital – ela sentou no chão, estava mais pálida e tremendo – Tem mais alguém aqui? – ela negou.

Camila: A-A bombinha – ela apontou para a cama.

Broduey: Tá, claro – fui até a cama peguei a bombinha e a entreguei, e ela logo levou a boca – Espera aqui que eu já volto.

Desci as escadas correndo, a casa era grande, mas eu estava torcendo para ter um carro que fosse. Entrei em vários cômodos a procura de uma garagem, até que finalmente a encontrei. Encontrei a chave pendurada ao lado da porta.

Abri o carro e corri de volta para o quarto... Ela ainda estava no banheiro, sentada no chão com a cabeça escorada na parede.

Broduey: Cami – ela olhou para mim – Vamos.

A ajudei a ficar de pé. Ela estava fraca então passei o braço dela por volta do meu pescoço e a peguei no colo.

Broduey: Olha, espero que o seu pai não se importe por eu pegar o carro.

Entrei na garagem e a coloquei dentro do carro, logo estávamos a caminho do hospital... Se eu tenho carteira de motorista? Não, mas isso não importa em casos graves....

Por Camila

As coisas estavam acontecendo a minha volta, mas tudo estava ficando escuro e eu não conseguia ficar acordada...

Por Broduey

Levaram ela para uma sala. Fiquei na sala de espera até que o médico me chamou.

Broduey: Ela está bem?

Médico: Está.

Broduey: O-o que vão fazer?

Médico: A senhorita Torres tem anemia, tudo o que podemos fazer é o que sempre fazemos.

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Broduey: O que vocês sempre fazem?

Médico: Aumentamos a dosagem do remédio, mas eu tenho que avisar que essa é a última vez que podemos fazer isso. Da próxima vez teremos que iniciar o tratamento.

Broduey: Tratamento?

Médico: A anemia dela está profunda, a cada dia está pior. Se piorar iniciaremos um tratamento de leucemia...