Life Surprises [HIATOS]

Chapter 19 – The Family Reunion


A noite caiu rápido, a escuridão tomou conta da cidade até as luzes das casas iluminarem as ruas solitárias de Atenas, várias reuniões foram acabadas quando a lua subiu, incluindo a reunião a qual Alexandre Bonasera estava, claro, foi negócios; Mesmo com a morte de sua filha, o homem não parava um minuto, mal passou o tempo em casa para receber os amigos que foram prestar condolências, nem ao menos ligou para a filha desde que a levou para sua casa, nem mesmo sua mulher. Ele poderia ao menos parar para conhecer a neta, mas nem isso ele fizera. Ao invés de passar o seu tempo com a família, prestar solidariedade para filha mais velha, o senhor ficou horas e horas em reuniões com o conselho da cidade. Mas era noite, o pessoal do conselho queria estar em casa e o senhor Bonasera não podia prende-los lá por mais tempo, então deixou que todos fossem embora, só depois de algum tempo que ele tomou o seu rumo para casa.

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Ainda não se conformava com a morte de sua filha, trabalhar dobrado naquele dia o ajudou a esquecer de sua perda. Ele sabia que quando fosse voltar para casa aquela angustia voltaria, a mesma que sentiu quando perdeu sua primeira mulher, e quando visse a filha desabando como aconteceu quando ele a viu no aeroporto, ele iria acabar quebrando por dentro também. Mas ele era muito orgulhoso para derramar uma lágrima se quer na frente de quem fosse mesmo sentindo a dor da perda, mesmo que perdera uma filha algumas horas atrás. Na verdade, se ele estivesse lá, em sua casa faria que tudo se tornasse real, e ele preferia pensar que sua filha mais nova estava em uma de suas viagens pelo mundo com o marido para trabalho. Ele sabia que não iria conseguir olhar para Alice sem lembrar de sua Esther, ou até mesmo olhar para a filha de Stella que tinha o mesmo nome que a sua, seria difícil conviver com tudo isso, e ainda mais com sua filha mais velha. A decisão de trazer Mac Taylor para Grécia foi por Stella, ele não iria conseguir ajudar sua filha e pareceu que o detetive conseguiria.

Quando entrou em seu carro, era notável que estava triste, nem cumprimentara o motorista como todos os dias fazia, seu olhar foi distante, fora da janela. Em silêncio também, o motorista do senhor Bonasera deu à partida do carro e acelerou até a mansão Bonasera distante dali. Olhando para a janela dava para ver algumas gotas de água escorrendo pelo vidro, não estava chovendo, mas a noite estava úmida e fria, a lua brilhava como nunca antes e as estrelas apareciam apagadas. Foi uma noite igual uma qualquer. Pensava Alexandre. Mas não era, ali, já distanciando da cidade, era visto as árvores escurecidas, uma parte escura da cidade que foi como se fosse ele. Dentro de si ele sentia uma enorme escuridão, seus olhos mostravam isso, escuridão, mas também tristeza, muita tristeza.

O carro passou com uma certa rapidez por uma placa vermelha, uma casa mais a frente e cada vez eles estavam voltando para a civilização. Não tinha ninguém nas ruas, mas as luzes de algumas casas estavam acesas, então ele sentiu uma falta de ar em seus pulmões, estava perto. Muito perto na verdade. A casa dos Bonasera ficava a alguns metros à frente, era a maior da região, as casas foram muito populares e ricas, mas a maior do lugar foi a mais moderna casa dos Bonasera. Era uma casa grande para a quantidade de pessoas que viviam lá, mas o proprietário não se importava nem um pouco com esse detalhe.
Perdido em seu devaneio, Alexandre não percebera que o carro parou em frente a sua mansão. O motorista pigarreou chamando a atenção do chefe no banco de trás. Como se fosse puxado de seu “mundo”, o homem sobressaltou, levantou o olhar e suspirou. Chegara em casa, agora teria de enfrentar sua família, e os amigos que podiam estar presente lá.

Alexandre B. – Espere um minuto!- Pediu o senhor falando em sua língua nativa. O homem no banco de motorista assentiu sem dizer uma palavra. Um pouco mais de 5 minutos e o senhor Bonasera estava em frente a sua grande porta. Aquela porta não pareceu tão grande como agora. Tomando uma respiração profunda, sua mão foi até a maçaneta da porta e a rodou até abrir a grande porta da mansão. Havia dois seguranças em pé ao lado da porta, do lado de fora da casa claro, eles não disseram nada, nem Alexandre dissera para eles, o homem apenas colocou os pés dentro da casa e fechou a porta atrás de si, a imagem ali lhe enfureceu.

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Mac Taylor estava brincando com sua neta. A menina corria de um lado para o outro e Mac corria atrás dela, a menininha já trajava outras roupas, não foi uma fantasia dessa vez, ela usava uma calça legging preta e uma blusa rosa, nos pés calçava uma linda sapatilha dourada e no cabelo tinha uma faixa que separava o cabelo da franja. Esther parecia estar brincando com eles também pois a menina apareceu logo atrás pegando a mais nova no colo e a girando, Mac chegou atrás das duas puxando Alice do colo da menina e repreendendo a mais velha por ter feito isso, pois as duas poderiam se machucar, argumentou ele.

O fato de ver aquilo o enfureceu pelo simples motivo de ser Mac ali, e por eles estarem brincando no funeral de sua filha... Não foi bem um funeral, mas... Foi mesmo porque ele não gostava de Mac, ele não era um “bom partido para sua filha”, como sempre dizia, apesar de não existir nada entre ele e Stella, Alexandre ainda não gostava do CSI.
Mesmo furioso, guardou esse sentimento por dentro e adentrou completamente na casa, entregou para uma das empregadas sua maleta e foi até a sala para onde Alice havia corrido para falar com a menina, chegando lá viu sua filha mais velha sentada no tapete brincando com seu único neto homem, Esther estava sentada no sofá assistindo TV e Alice estava junto com Stella e Mac no tapete tentando chamar a atenção do mais novo ali, Jade também estava lá mas estava com o seu computador.

Stella B. – Sorrir para a titia, Matt!- Pediu Stella segurando o menino no alto virado para ela, o bebê não fez nada, apenas resmungou.

A única que percebeu a presença do senhor Bonasera foi Alice, assim que a menina virou o rosto para o lado viu o avô e deu um grande sorriso.

Alice B. – Grandpa!- Gritou a menina correndo em direção ao avô que estava parado na porta.

Quando ouviram a menina gritar, todos olharam em direção a porta para ver Marcus parado lá. A jovem Alice subiu nos braços do avô que a pegou no colo e a abraçou, Stella observava os dois com um sorriso triste no rosto sabendo que seu pai estava, também, muito triste. Ela sabia que seu pai queria chorar, só não fizera isso pois não queria demonstrar fraqueza na frente de ninguém, e por causa de Alice também, a menina não entenderia o porquê do avô estar chorando, ou ela. Colocando a menina de 2 anos no chão, o velho homem sorriu quando viu o sorriso brilhante da neta.

Alexandre B. – Como foi o seu dia?- Perguntou o homem, arriscando-se no inglês já que sua filha mais nova sempre pedira para que falasse com a menina como se ela fosse uma americana pois já planejava morar nos Estados Unidos com os filhos. A menina sorriu docemente e olhou para trás para Stella e Mac, colocou a mãozinha cobrindo a boca e deu um sorriso sapeca.

Alice B. – Nós brincamos de montão!- Abriu os braços para mostrar ao avô o tanto que ela brincou, e claro, tropeçou em suas palavras. – Matty riu assim...- Abriu os braços novamente para mostrar ao avô, o que fez o homem rir, não só pelo fato da menina ter chamado o irmão pelo nome errado, mas pela empolgação dela. – E nosso foi pro Aladdin!- Gritou deixando os mais velhos sem entender o que ela falara.

A menina correu de volta para o centro da sala e sentou-se ao lado de Stella começando a brincar com o irmãozinho. Alexandre ficou parado onde Alice o deixou e sua filha tinha o olhar para ele. Mac ficou um pouco desconfortável ali, então levantou-se do chão e chamou Esther para darem uma volta, a menina concordou junto com Jade, os três saíram da sala de uma só vez para darem privacidade ao pai e a filha.

Alice B. – Aladdin, mamãe, Aladdin!- Gritou a menina, surpreendendo a Alexandre o fato de ter chamado “mamãe” com Stella, ela nunca chamara a própria mãe de “mamãe”, mas Stella, ela chamou.

Stella não pareceu se surpreender com o fato da menina chama-la de “mamãe”, aliás foi por causa de Esther que chamara ela de mãe e então a menina quis chama-la de mãe também, mas acrescentou um “ma” a mais e a chamou de mamãe. No inicio foi difícil convencer a menina que ela não podia falar isso com Stella, mas eles tiveram que aceitar quando a menina rapidamente se acostumou com o apelido que adotou para a tia.

Stella B. – Porque você não vai procurar a Esther, hem?- Propôs ela, para que a menina saísse e não ficasse entediada com o que eles teriam que falar. – Depois a titia conta a história nova de Aladdin.- Prometeu ela.

Alice B. – E dadda?- Pediu ela. A mulher apenas acenou com a cabeça concordando e um pequeno sorriso no rosto.

Com isso, Alice sorriu animada e saiu correndo da sala deixando a tia a sós com o avô. O homem mais velho aproximou-se do sofá e se jogou lá, sentou-se no sofá e olhou seriamente para a filha que tinha o olhar sobre o sobrinho. Para levantar, foi difícil para Stella com o bebê nos braços, mas ela pegou o jeito e conseguiu levantar-se com Matt em seus braços. Em pé, ela encarou o seu pai, lágrimas inundando os seus olhos, ela não queria deixar que elas fossem, mas não as conteve. Suas bochechas rosadas e seus olhos vermelhos, foi o suficiente para fazer o homem mais velho quebrar junto com a filha. O homem deixou as lágrimas invadirem o seu rosto e os soluços subirem por sua garganta, a mesma coisa foi com sua filha, a mulher correu para o sofá procurando o aconchego do pai, se juntou a ele que abraçava o seu corpo magro e ao menino que não entendia nada do que estava acontecendo ali.

Stella B. – Eu a odeio por ser tão irresponsável!- Exaltou Stella, sua voz abafada pelo ombro do seu pai que segurava sua cabeça enquanto a deixava chorar.

Quando as lágrimas ali foram cessando de ambos, eles se separaram e se encararam pela primeira vez. O pai da grega não queria falar sobre a morte da filha mais nova, então algo lhe veio à mente que era questionável, ele sabia que isso podia não ser propicio nesse momento, mas seria algo que lhe tiraria da mente sua filha mais nova morta. Não era assim que ele queria ver sua filha mais nova, ele lutou tanto para manter suas duas filhas a salvas, ok que ele não foi um bom pai, não foi presente, mas ele as amava e tentou leva-las longe de problemas, ainda mais se os problemas fossem por culpa dele.

Alexandre B. – Por que a Alice te chamou de mãe e o seu amiguinho de...- Ele não quis terminar aquela frase, fechou o punho tão forte quanto fechou os olhos.

Stella achou aquela reação exagerada do seu pai, depois deles terem chorado no ombro um do outro e terem compartilhado suas dores seu pai fala assim com ela, com desprezo. Ela não pôde se conter naquele momento, seu olhar foi de reprovação para o pai, se manteve quieta por uns instantes, sentou o pequeno bebê que estava meio agitado em seu colo e encarou os seus pés quando ele abriu os olhos para finalmente encarar a filha.

Alexandre B. – Apenas me explique, Stella.-Pediu ele como se estivesse exigindo isso dela, e realmente estava.

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Stella B. – Alice só viu o pai dela por fotos, talvez ela tinha se confundido.- Deu de ombros. – Mac tem olhos azuis assim como o pai da Ally, você sabe como é, pai, ela nunca teve uma figura paterna por perto.- Falou com desprezo, referindo-se é claro ao seu pai. O homem não gostou nada do comentário da filha, era evidente em seu rosto o desconforto em seu rosto. Isso não impediu de Stella continuar. – É engraçado porque, eu sempre senti a mesma coisa!- Ela não gritou, seu tom foi alto, mas ela não quis gritar, seus olhos enchiam d’água, desprezo e mágoa vidente em seus olhos. Suspirando ela levantou-se do sofá com Matthew agora em seu braço, e então deu uns passos para frente, pegou um brinquedo que estava com ela a alguns minutos antes do pai entrar na sala e foi em direção a saída.

Percebendo o seu erro, Alexandre fechou os olhos olhando para baixo, passou as mãos na cabeça e antes de deixar sua filha ir ele a chamou.

Alexandre B. – Stella, olha, eu sinto muito, é que...- Respirou fundo antes de continuar. Stella ficou parada de costas para o pai, ela não queria encarar ele agora. O homem, ao contrario da filha, virou-se para ver ela de costas para ele, mas ele continuou olhando em direção para ela. – É difícil para mim, eu perdi uma filha, Stella, eu não consigo aceitar, só preciso esquecer.- Admitiu ele.

Com um olhar de surpresa, Stella virou-se para encarar o pai, ela parecia nada boa com o que ele tinha cofinado a ela. Tudo bem que estava sendo difícil para ele, mas estava sendo para ela também, os dois foram a única família próxima de Esther Bonasera que ela teve, os filhos da mulher ainda eram muito novos para entenderem qualquer coisa, e teve o marido da irmã, mas ele morreu também, então agora era só os únicos Bonaseras mais velhos que sobraram que foram mais próximos da mulher para sentir a dor. Contudo, Stella ainda estava incomodada com o pai, ele não foi presente o dia todo para receber os parentes que vieram mais cedo ou, não foi presente desde que a mãe dela morreu.

Stella B. – Você só pode está brincando comigo!- Exaltou-se Stella. Inconformada com o que o pai dissera. – Eu também estou sofrendo Alexandre, eu cuidei dela mais que você, eu sempre estive para ela todo o tempo, eu fui presente!- Gritou para o pai. – Mas tudo é questão de você, sobre você, sua dor, seu remoço, quando você só está preocupado com sua política ridícula...- Abaixou o tom, estava mais cabisbaixa agora, seu tom acusando o pai de não estar presente, e foi verdade, ela sempre sentiu falta de seu pai.

Com tudo o que ouvira da filha, o homem ficou calado, as coisas que ela disse ainda estava em sua cabeça, ele estava tentando compreender sua filha. Mas como podia? Se ela tivesse dito isso para ele antes, o que sentia, talvez ele podia mudar tudo, mas agora. Agora como ele podia mudar alguma coisa se tudo já estava feito? Certo que ele nunca foi um pai presente, mas achava que era melhor assim para as filhas, ele se culpava pela família ter caído nas “ruínas”, assim como dizia. Ele só os levou mais para baixo.

O silêncio do pai incomodou Stella, ela também não disse mais nada, virou-se para sair da sala e saiu rápido de lá, não queria encarar o pai, não depois de tudo que ela disse para ele não dizer nada, nem mesmo para se defender. Saiu da sala querendo encontrar com Mac, queria esquecer o que tinha ocorrido a apenas alguns segundos atrás. Abraçou o pequeno menino em seu braço com todo o cuidado para não machuca-lo, beijou a cabeça dele e sorriu em meio das lágrimas que caíam de seus olhos, pelo menos estava com Matt, ele podia não entender o que ela estava sentindo, mas mesmo assim a ajudava a não “cair” totalmente. Sabia onde encontrar Mac e as meninas, então seguiu para o lugar mais obvio da casa; Foi para a sala de brinquedo das crianças, logo quando chegou lá sorriu ao ver sua filha girando com Alice brincando de princesa, deu alguns passos a mais para frente e viu Mac observando as meninas com um sorriso e ela sorriu ainda mais, Jade não estava lá, devia estar trabalhando ou alguma coisa. Stella parou na porta e se inclinou para o lado apoiando-se na parede, ficou observando as meninas brincar que nem percebeu o olhar de Mac sobre ela. Ele sorria para ela, Stella só percebeu o seu amigo olhando-a quando Matt protestou em seu braço, passando a gengiva em seu ombro, ela riu para isso e quando levantou o a cabeça viu Mac sorrindo para ela, e ela não pôde deixar de sorrir para ele também.

*****

Estavam todos na mesa de reunião, inclusive Mac e as crianças, apesar de ser algo mais privado eles decidiram que, como as crianças não poderiam ficar sozinhas ficariam lá e, Stella meio que exigiu a presença de Mac lá apesar dá relutância de seu pai para não deixar o homem estar presente, nas palavras dele “em uma reunião que é para a família”, mesmo assim Mac estava lá e Alexandre teve que baixar a guarda e aceitar de vez a presença do melhor amigo de sua filha naquela sala de reunião.

A sala estava bem agitada... Na verdade foram as crianças que estavam agitadas, o pequeno Matt chorava e eles não entendiam o porquê, e a pequena Alice queria brincar com as pessoas lá, mesmo com o seu avô repreendendo-a para que ficasse quieta. Pelo menos eles tinham um entretenimento enquanto uns dos advogados não chegavam, apenas um é claro estava presente, que foi o advogado de Esther Bonasera. Stella sentava perto de Mac e Esther ao lado dela, Alice estava sentada na mesa de frente para Stella enquanto Matt estava nos braços da babá, o senhor Bonanera estava em seu lugar na ponta da mesa e observava com descrença a cena de Stella e Mac brincando com Alice, e sua nova neta estava incluída nisso também, o que fez o sangue do homem ferver, ele não sabia o porquê tinha raiva de Mac, foi ciúmes talvez. Mas sua filha já era adulta e podia se cuidar sozinha... Mesmo assim ele queria “proteger” sua filha longe de Mac... Yep, foi ciúmes! Todos estavam estressados demais naquela sala, principalmente o advogado que tinha o testamento de Esther nas mãos, mas ele fora acalmado por Jade que estava lá também.

Senhor, eles chegaram!- Um dos empregados veio anunciar para o chefe, Alexandre acenou com a cabeça e pediu que eles entrassem. Claro, falaram em grego, não eram todos que sabiam inglês ali, além dos que eram dos Estados Unidos e Alice um pouco.

Assim que os dois advogados que faltavam para a reunião começar entraram na sala, tomaram os seus lugares e organizaram seus papéis na mesa. Com isso, Stella tomou Alice em seus braços sentando-a em seu colo para que a menina não atrapalhasse a reunião, Esther tinha a cabeça deitada sobre a mesa e olhava para Alice enquanto falava umas coisas engraçadas para a menina. A babá que tinha Matt nos braços teve que se retirar da sala então deu o menino para Mac, mas uma vez Alexandre Bonasera fuzilou o detetive com o olhar. Uma situação não muito distante de genro e sogro ali, dava-se para notar.

Mac T. – Seu pai está olhando muito feio para cá...- Observou Mac sussurrando no ouvido de Stella bem próximo, tão próximo que a fez arrepiasse. Stella apenas riu ignorando o sentimento por trás do efeito das palavras de Mac que causou nela. Ele acabou rindo também enquanto ajustava Matt em seu braço, o menino estava mais quieto agora.

Os advogados conversavam entre si, e quando se calaram parecia que a sala toda tinha se calado também, e foi o que aconteceu.

— Primeiramente, senhor Bonasera, senhorita, sentimos muito pela perda de vocês, presto aqui minha solidariedade!- Começou um dos advogados mais velhos, esse, apesar de não dominar tão bem a língua inglesa ainda tentou falar para eles. Já o homem mais novo que ele, bem mais jovem que ele sabia mais de inglês do que o chefe, não que dominava mais, pois ele não dominava, mas tentou.

Stella B. – Thank you!- Agradeceu Stella tristemente. Se confortou mais quando sua filha a abraçou de lado e deitou sua cabeça no ombro da mãe, ela sorriu e esfregou com a mão o braço da menina, depois voltou com sua mão de volta para si.

Victor S. – Meu nome é Victor Schmidt, sou eu que irá ler o testamento de Esther Bonasera-Negal!- Se pôs de pé é para anunciar isso. Alice olhou para cima para olhar para Stella e sussurrou para ela “é como minha mãe e a Esther”, e Stella teve que se conter para não chorar ali na frente dela. – Primeiramente eu queria esclarecer que, tudo foi escrito pela senhora Negal legalmente e há 3 meses atrás foi configurado pela mesma.- Avisou ele, todos ficaram de acordo. – Eu sinto muito pela perda, senhor, senhorita.- Referiu-se a Stella e ao pai dela ao falar isso.

Os dois Bonasera’s acenaram com a cabeça agradecendo educadamente ao advogado americano. Victor tirou os papéis de sua maleta e pôs em cima da mesa, sentou-se em seu lugar para que os dois advogados da Grécia fizessem seus anúncios.

— Queria deixar claro que, esta reunião foi legalmente de acordo com a família, nada que os falecidos tiverem deixado pode ser retirado até um juiz da Grécia autorizar a saída.- O homem mais velho dissera novamente, arriscando um pouco em seu inglês quase terrível.

— Senhores, senhoritas...- Levantou o mais novo de cabelos negros. – Senador Bonasera, represento o juiz que não pôde nos conceder sua presença hoje, tudo que for decido será levado para ele e, caso necessário será resolvido de imediato.- Disse o homem jovem. – Doutor Schmidt, pode começar a leitura do testamento por favor.- Pediu ele, voltando a sentar-se em sua cadeira.

Victor levantou-se novamente com o testamento em mãos pronto para começar a ler.

Alexandre B. – Você pode ir logo com isso!- Apressou o homem. Queria ouvir o que a filha tinha para dizer, as últimas palavras que deixara para família.

Acabou que ele foi repreendido pela filha, mas não se importou. Apressando-se, o advogado americano começou a leitura do testamento.

Victor S. – É do meu desejo que, meus bens mais preciosos fiquem com minha irmã, Stella Bonasera. Caso aconteça minha morte, estou dando a ela o poder de cuidar dos meus filhos, Alice Bonasera e Matthew Negal Bonasera.— Apressou logo começando pela parte que Stella receberia a guarda dos sobrinhos. Isso de fato assustou Stella, não esperava que sua irmã deixasse seus filhos para que ela cuidasse. — Mas à uma condição, para minha irmã tornar legal a guarda dos meus dois filhos ela terá que, legalmente, estar casada, caso isso não for realizado a guarda dos meus filhos vão para os parentes do meu marido. Estou entregando os meus bens mais preciosos para a única pessoal a quem eu confio, espero que você atenda ao meu pedido. Por favor não os deixe, eu sei que você é capaz de cuidar muito bem deles. E para o meu pai, deixo todos os meus bens materiais, tudo que eu não usarei mais pois estarei morta.— Terminou ele o pequeno texto que Esther Bonasera deixara para eles. Foi realmente pequeno, Esther não sabia o que colocar a não ser isso.

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Stella estava em choque, ela tinha que estar casada para conseguir a guarda total de seus sobrinhos, sua irmã contava com ela para cuidar deles. Ela engasgou, não sabia o que falar, ela teria pelo menos deixado alguma loja para ela, não duas crianças.

Victor S. – A loja em Manhattan fica para você, Stella Bonasera.- Falou por fim.

Stella B. – Espera, eu não posso simplesmente ter a guarda deles sem precisar casar?- Questionou um pouco assustada com o que iria ouvir. Não era só ela que ficara surpreso com a decisão de Esther, Mac e Alexandre ficaram muito surpresos.

— De a cordo com a lei...- Começou o advogado mais velho, Stella olhou com esperança quando ele deu essa mini pausa. – Não!- Foi curto e grosso.

Respirando fundo, Stella olhara em direção a Mac e depois para o seu pai. Esperava que eles tivessem algo para acalma-la, ela estava mesmo disposta a ter seus sobrinhos com ela já que foi um desejo de sua irmã. Claro, ela não esperava ser a guardiã deles, mas sua irmã pedira, ela não iria recusar um desejo que foi da sua irmã.

Alexandre B. – Talvez à outra saída?- Tentou o homem, mas mesmo com todos suas “poderes” e influencias ali, lei é lei e teria que ser cumprida. Ele esperava que sua filha mais nova desse a guarda dos netos para Stella, mas não imaginava isso, e com a ideia que estava na cabeça o fez estremecer por dentro. Era sua filha mais velha, mesmo assim ele não queria concordar com a ideia que lhe veio à mente.

Esther B. – Mãe?- Chamou Esther, preocupada com a mãe que ficara branca nesse instante. Claro, Esther não estava nada surpresa com isso, mas fingiu estar para não se entregar diante deles.

Mac T. – Stell, podemos conversar um minuto?- Pediu Mac.

A grega concordou colocando Alice no colo de Esther e saindo da sala junto com Mac e o pequeno Matt, assim que saíram da sala, Mac deu o bebê adormecido para a babá e encarou Stella. Segurou-a pelos braços e a levou para um lugar afastado da porta da sala de reuniões, ficou de frente a ela e bem próximo. A encarou sem dizer nada por alguns segundos, ela estava sem entender o que ele queria.

Mac T. – Você quer eles, não é?- Perguntou Mac. Obviamente sabendo a resposta, só precisava ter certeza e ouvir sair da boca dela.

Stella B. – Sim, mas à um obstáculo aqui Mac, eu não sei se...- Respirou fundo. Fechou os olhos e levou as mãos até o rosto. – Com quem eu vou casar?- Perguntou, claro, não esperava uma resposta.

Mac T. – Feito, eu caso com você!- Respondeu com naturalidade.

Stella se assustou, e muito. Arregalou os olhos para o que o amigo acabara de falar, ela realmente não estava esperando por isso.

Mac T. – Você consegue a guarda e eu te ajudo para isso. Stell, somos amigos, você sabe que eu não deixaria de te ajudar.- Falou ele.

Stella B. – Mac, estamos falando de casamento.- Falou ela. – Você tem uma vida, eu não quero tirar isso de você te fazendo se prender a mim só para me ajudar a ter a guarda dos meus sobrinhos!- Jorrou ela, determinada a não “estragar” a vida do amigo. – O que você quer fazer, é errado!- Exclamou não muito alto, estava um pouco atordoada, o que Mac falara mexera muito com ela, com os seus sentimos. Tudo parecia tão confuso agora.

Mac T. – Se você não fazer isso irá perdê-los.- Disse Mac. – É errado, mas é por eles. Eu não me importo comigo, mas sim com eles e com você. Sua felicidade!- Exclamou assustando-a um pouco. – Você já está no meio de uma adoção, o que poderia fazer por eles agora? E o pai da Alice, você quer que ele tome a guarda dela?- Questionou sabendo que com esse ponto ela iria acabar cedendo.

Ela ficou calada e não dissera mais nada, apenas virou-se de costas para ele e andou até a sala de reuniões. Mac a seguiu logo atrás, os dois entraram na sala e todos os olharam. Ainda um pouco atordoada, sentimentos bagunçados, Stella esperou por Mac ficar ao seu lado. Pensou por um milésimo de segundo em considerar a ideia de Mac, mas o que faria se isso acontecesse? Seus sentimentos estava em jogo, ela não queria perder sua amizade com Mac, e ele não precisava fazer isso por ela, arriscar sua vida. Mas aquela foi a única maneira dela conseguir a guarda dos sobrinhos e realizar o último desejo de sua irmã... Ela estava tão confusa agora, ficou ainda mais quando parou em frente a eles e encarou-os.

Alexandre B. – Stella?- Chamou o senhor Bonasera a tirando-a de seu devaneio.

Será que eles não podiam esperar até ela decidir? Com certeza não!

Stella B. – Então...

TO BE CONTINUED...