Sweet Dreams Club

Capítulo 9


O loiro podia ouvir o seu coração bater nos ouvidos de tanta raiva que sentia; ele voltou ao apartamento de Clary e trancou a porta atrás de si, encontrando a garota no mesmo lugar, encolhida e abraçada aos joelhos. Ela chorava silenciosamente e, quando Jace tentou tocar em seu braço ela se assustou.
– Clarissa, sou eu, Jace. - ele disse com uma voz suave e atraiu a atenção da garota.
Ela levantou os olhos para ele, o medo estampado neles partiu o coração que Jace nem sabia que tinha. O loiro a puxou delicadamente pelos braços, fazendo-a ficar de pé; ele a virou de costas para si e retirou rapidamente a blusa rasgada dela, pegou a sua jaqueta e cobriu os ombros de Clary, fazendo a garota vesti-la. Ela parecia em choque, as lágrimas ainda corriam pelo seu rosto.
– Clarissa, fala comigo, pelo amor de Deus.
– Obrigada, Jace. Se você não tivesse chegado...
– Nem pense nisso. - Ele abraçou a moça e ela encostou a cabeça em seu peito.
O corpo de Clary parecia entorpecido, todo dormente e ela mal conseguia se manter em pé; tantas coisas ruins passaram pela sua cabeça quando entendeu as intenções de Sebastian que seu estômago deu uma volta, ela paralisou pelo medo e, se não fosse Jace... Deus sabe o que poderia ter acontecido.
– Você tem chá ou alguma outra coisa que beba em casa?
Ela assentiu e o loiro a levou para a cozinha, ajudando Clary a se sentar na bancada, onde ele poderia ficar perto dela enquanto estivesse preparando o chá. Ele pegou alguma coisa calmante no armário e deixou a chaleira esquentando a água; a ruiva não havia dito mais nenhuma palavra desde então e isto incomodava Jace, porém, ele resolveu deixá-la colocar as coisas em ordem em sua cabeça.
Clary tomou o chá devagar, sentindo-se cada vez mais relaxada. As coisas horríveis que havia passado pareciam mais distantes agora, algo que talvez teria sido só um sonho ruim e, como quem acorda devagar de um sono, a ruiva tomou consciência das coisas ao seu redor: a jaqueta que vestia era dois números maior que ela e cheirava tão bem que ela sentiu vontade de nunca mais tirá-la, Jace ao seu lado, olhando qualquer coisa, ainda sem camisa. Por um momento ela pensou que ele podia se resfriar daquele jeito e então tocou seu ombro com a mão que, só depois, ela percebeu estar muito quente pela reação de Jace.
– Tudo bem? - ele se virou para ela e colocou uma mão em seu rosto, analisando a possibilidade da moça estar com febre. - Sua mão está quente.
– Você que está frio. Vai se resfriar assim, Jace.
– Não se preocupe comigo, eu quero saber se você está bem.
– Pensei que estaria pior. - ela encarou as mãos. - Tudo parece... longe, um sonho ruim.
– Eu estava na academia quando recebi seu sms, eu vim o mais rápido que eu pude, mas não a tempo.
– Você chegou a tempo. - ela deu um sorriso fraco. - Ele só rasgou a minha blusa e depois me jogou no chão... ele parecia realmente irritado quando disse que tinha marcado com um amigo e ele tinha que ir embora.
– Chegou a expulsá-lo.
– Duas vezes. Ele veio trazer o caderno com a matéria que eu perdi hoje a tarde, eu pensei que ele tinha boas intenções, não que fosse um psicopata estuprador.
– Acho que não vai ser mais um problema pra você, Clarissa. Minhas ameaças costumam funcionar bem.
– Espero. - ela sorriu fraco. - Eu não tenho como te agradecer, Jace.
– Você não precisa.
– É claro que eu preciso, você não precisava fazer nada disso.
– Eu vivo a vida salvando moças em perigo, Clarissa, é o trabalho de um vigilante. - ele disse em tom solene e sorriu ao ouvir a risada de Clary. Como era bom ouvir isso novamente.
– E você faz chá pra todas elas?
– Não. - ele deu um sorriso sem graça e sentiu o suave puxão de Clary que o conduziu a ficar de frente com ela, o corpo dele entre as pernas da moça. - Na verdade, desde que Aline terminou comigo eu não tive nenhum interesse sério e a única mulher que eu sempre faço chá é a Izzy.
– Nunca namorou desde então.
Ele negou com a cabeça e ficou de costas para ela no mesmo lugar, apoiando o final da coluna no balcão que Clary estava sentada; ela deitou o rosto em suas costas e o abraçou pelos ombros. Realmente Jace estava frio.
– Sua vida é solitária.
– Ultimamente ela anda bem animada.
Jace riu ao receber um soco praticamente sem força em suas costelas.
– Não quer se deitar um pouco, Clarissa?
Ela respirou fundo e levantou a cabeça. - Quero.
Jace a acompanhou até o quarto e sentou-se na cama dela enquanto via a ruiva pegar uma blusa rosa do guarda-roupa e caminhar até o banheiro de seu quarto. Ela saiu de lá dois minutos depois, segurando a jaqueta de Jace.
– Muito obrigada por isso. - ela sorriu e colocou a jaqueta sobre os ombros do rapaz. - Agora esquente-se.
– Você manda. - ele sorriu.
Clary se deitou na cama, mas não puxou as cobertas. Eles conversaram enquanto Jace brincava com o seu cabelo, ouvindo Clary contar sobre sua infância em Londres. Até que a suave voz de Jace foi ficando longe, os olhos da ruiva pesaram e ela dormiu, uma das mãos presa na do loiro.

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