Fire meet Gasoline

Abrir mão da esperança


P.O.V Victória Stewart

Foram horas dentro daquele quarto e de esperança eu só tinha Hope. Hope era a única coisa naquele lugar podre que me importa. Se não fosse por ela eu já teria desistido de tudo e de todos. Foi por causa de Hope que eu consegui passar por todas os obstáculos. Hope era a minha primeira filha. Ela era meu tesouro. Meu mundo. Minha esperança.

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Justamente por essa razão, eu simplesmente não posso aceitar o que Gaia me disse. Não posso deixa-la matar minha pequena. Ainda fico abismada pela capacidade que Gaia tem para ser um monstro. Como uma pessoa pode desejar o mal para alguém da própria família.

Por mais que Gaia renegue Gaia,por ter seu sangue segundo ela manchado, Hope continua carregando o sangue olimpiano em suas veias e chegava a ser doentio ver alguém a tratar com tanto desprezo como Gaia faz. Se antes eu a detestava,agora eu a odeio por completo e não vou deixar aquela vadia da terra tentar encostar em um fio de cabelo da minha Hope!

Olhei para Hope que estava dormindo serena em meus bracos.

— Prometo que nada ira acontecer com você meu amor! - Digo alisando seu rosto pequenino. - Não importa quem eu tenha que matar ou se eu vou ter que morrer,para que isso aconteça. - Falo com determinação.

Coloco Hope deitada na cama e coloco dois travesseiros em cada lado dela,formando uma barreira para que ela não rolasse no chão. Dou um beijo singelo em sua testa e me afasto da mesma. Agora era hora de pensar em como sair dali. Deveria ter um jeito de fujir dali e eu só precisava descobrir como. Vejo pelo canto do olho,algo brilhante ser arremessado para dentro do quarto,através da janela. Franzo o cenho e e vejo um dracma.

Guarda rapidamente no bolso, quando ouço passo vindo do lado de fora da porta. Corro até Hope por impulso e me deito ao seu lado fingindo dormir. Ouço passos desengonçados e uma voz áspera.

— Eu não acredito que ao invés de partir para guerra,tenho que ficar de babá da uma maldita meio-sangue e sua prole. - A criatura diz e posso ter certeza que se trata de um nascido da terra.

Sinto algo em meu bolso e me lembro que meu pai havia me dado uma adaga de ouço. No momento ela estava transformada em uma presilha de cabelo. Agora eu tinha uma forma de sair e se eu estivesse sozinha daria para fugir sem problemas,mas agora com um bebê recém-nascido.

Respiro fundo. Não era hora para lamentar e sim de agir. Se eu não fizesse nada Hope iria pagar com sua vida. Senti que ele se aproximou da mesinha e abri os olhos. O nascido da terra, colocava uma bandeja de comida na mesma e continuava distraído reclamando. Peguei a presilha e quando abri a mesma,ela se transformou na adaga dourada que meu pai fez para mim.

Levantei cuidadosamente. Diminui minha respiração e controlei meus passos. Se andasse ele iria me notar. Dessa vez eu teria que mirar. Fiz uma pequena e breve oração a Apolo para que me ajudasse na mira e me concentrei em acertar o coração.

— Hey! - Grite e o nascido da terra se virou para mim.

Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa,arremessei a adaga em seu peito e logo o vi sumir em poeira dourada. Sorri com o feito,tinha me livrado dessa ameaça. Corri até Hope e peguei tudo que tinha levando comigo e também peguei minha filha tomando cuidado para não acorda-la. Essa menina tem um sono pesado e com certeza deve ter puxado isso de Ares. Ares... Só de pensar nele meu coração se aperta. Dessa vez é ele quem não vai me perdoar.

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Peguei minha adaga e sai do quarto. Assim que fiz isso fiquei confusa ao encarar um corredor imenso. Começo a caminhar sem rumo nenhum. Quando passo por uma das portas a mesma se abre me dando um belo susto. Já estava pronta para atacar a pessoa quando vejo que é Alice.

— Ninguém pode aprisionar uma filha de Hermes! - Alice diz sorrindo de canto.

— Fico feliz que esteja solta,mas preciso que me responda uma coisa. - Falo sentindo minha garganta secar.

— Diga Victória. – Alice me olha preocupada.

— Você tem a capacidade de se teletransportar? - Pergunto nervosa.

— Sim, o colar que meu pai me deu ainda funciona! - Afirmou.

- Òtimo! - Exclamei. – Conseguiu recuperar ele.

— Sim! Meu carcereiro estúpido tinha guardado nessa sala. - Alice diz e tira o colar verde do bolso.

— Alice, você precisa ir e levar ... - Eu travei na hora de continuar.

— Não. - Ela negou quando percebeu. – Mas, você é a mãe dela! - Exclamou Alice.

Puxei Alice para dentro da sala em que ela estava antes. Era arriscado ficar gritando no corredor.

— Não vou ser mais, a mãe de mais ninguém se ela continuar aqui comigo. - Retruquei.

— Mas Victória e se algo acontecer com você. Quem vai cuidar dela? - Alice perguntou desesperada.

— Eu não vou arriscar a segurança de Hope,por nenhum egoísmo meu. - Digo convicta. - Ela tem um pai e uma grande família que vai cuidar dela. - Digo sentindo lágrimas molharem meu rosto.

— Vai deixar Hope assim! - Alice diz desesperada.

— Se eu sobreviver eu voltarei para ela. - Digo olhando meu anjinho adormecido.

— Eu entendo, só que... – Alice me olha com olhos repletos de água. - È como se você tivesse caminhando para a forca, agindo desse jeito. - Alice chora.

— Mas a situação é justamente essa. - Digo sem controlar minhas lágrimas. - Existe grandes chances de eu morrer, temos que ser realistas!

— Tudo bem,Victória eu a levo. - Alice concorda. – Mas volto para buscar você. – Garantiu Alice.

— Não quero que você volte. - Nego rapidamente. – Quero que fique ao lado de minha mãe e Ares e que ajude com Hope e a proteja. - Peço segurando suas mãos.

— E você e as outras? - Alice perguntou.

— Eu irei dar um jeito em tudo. - Argumento.

— Promete? - Ela perguntou chorosa.

— Sim... prometo. - Digo sentindo um aperto no coração.

— Se despeça dela, enquanto eu me preparo. – Alice diz se afastando um pouco.

Como se pudesse sentir o que estava prestes a acontecer Hope acorda. Seus olhos verdes acastanhados brilharam como nunca antes. Sorri para minha menina, aquela poderia ser a última vez que veria seu sorriso.

— Minha doce Hope! - Exclamo. – Você não sabe o quanto me destrói, fazer isto meu amor. Eu não quero ter que deixa-la . Eu prometi ficar com você e protege-la, mas não posso. - Digo soluçando de tanto chorar. - Eu sou muito perigosa para você meu anjo. Você ficará segura com seu papai. - Digo dando um beijo na sua testa.

As mãozinhas de Hope tocaram delicadamente meu rosto úmido. Fechei os olhos por causa da suavidade do toque, aquela poderia ser a última demonstração de carinho entre mim e minha filha. Posso estar sendo pessimista,mas não tenho bons pressentimentos em relação ao meu futuro.

— Filha se eu não conseguir voltar para você, quero que me perdoe. Eu prometo que vou tentar sobreviver esse caos. Você foi a melhor coisa que me aconteceu. Você e Ares são as coisas mais importantes da minha vida. - Digo acariciando seu rosto. – Eu sinto muito... - Digo a entregando para Alice.

Hope começa a chorar no colo de Alice. Suas mãos pequeninas se esticando em minha direção. Assistir aquela cena me deixava completamente devastada.

— Saia logo daqui Alice! - Implorei a mesma. – Sai! - Gritei .

Uma luz verde e dourada envolveu Alice e minha filha e uma explosão de luz me deixou cega por uns instantes. Quando minha visão se ajustou, percebi que estava sozinha. Senti meus joelhos cederem e não consegui me manter de pé. Cai no chão e me encolhi chorando.

Minha filinha estava segura e isso é tudo que importa. Meus sentimentos não importavam, mais que Hope. Hope era sempre em primeiro lugar na minha vida e sempre iria ser assim.

Levanto do chão e ouço algo caindo. Olho e vejo o dracma. Corro até um pequeno balde que havia ali e jogo o dracma,fazendo uma prece a Iris. Tudo que eu queria era poder falar com Ares. Não demorou muito para eu vê-lo.

— Ares eu sei que não tem confiança alguma em mim e eu te dei motivos para isso, mas Hope precisa de Ajuda. - Digo sem deixar que o mesmo falasse nada.

— Victória aonde você está? Cadê minha filha? - Ele me perguntou sério.

— Hope deve estar chegando em casa com Alice. Consegui manda-la por meio de Alice. - Digo e meu coração se aperta.

— Onde você está ? - Ele pergunta novamente.

— Isso não importa agora! - Digo com firmeza. - Preciso que proteja nossa filha. - Digo e não consigo impedir as lágrimas de cair.

— O que está acontecendo Victória? Como assim Alice está com Hope? Cadê Você? - Ele indaga confuso.

— Prometa para mim que vai protege-la de tudo e de todos! - Praticamente gritei.

— Eu prometo. - Ares diz e posso ver a verdade em seu olhar. Dou um pequeno sorriso fraco.

— Ela é sua prioridade agora. - Afirmo.

— Eu vou te encontrar Victória. - Ares tenta dizer,mas eu o impeço.

— Eu não sou sua prioridade e sim Hope. - Grito. - Não me procure ou tente qualquer coisa estúpida para me resgatar. Ares desista de mim e faça de tudo para proteger Hope! - Digo séria.

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— Eu não te odeio Victória. Estou magoado pelo que fez. Mas, não vou deixar você em perigo, eu ainda te amo. - Ares diz nervoso e preocupado.

Sorrio para o mesmo.

— Eu te amo Ares e sempre irei te amar. Independente de qualquer coisa. - Digo tudo que estava em meu coração.

A mensagem de Iris começa a acabar e eu abandono o balde saindo do quarto. Havia uma confusão do lado de fora. Guardas para todos os lados, gritando e gritando ordens. Vi quando todos olharam para mim. Senti uma coisa dura bater contra minha cabeça e tudo ficar escuro.

“Mas está ficando ruim

Morte certa

Mas eu quero o que quero

E eu tenho que conseguir

Quando o fogo morre

Céus escurecidos

Quente como um fósforo

Só sobra fumaça” — Fire meet Gasoline,Sia.