All I Want

Tradição


Slip inside the eye of your mind

Don't you know you might find

A better place to play

You said that you'd never been

But all the things that you've seen

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Will slowly fade away

So I start a revolution from my bed 'Cause you said the brains I had went to my head

Step outside, the summertime's in bloom

Stand up beside the fireplace

Take that look from off your face

You ain't ever gonna burn my heart out

Lydia não estava realmente chateada com seus amigos mas ela não se arrependia de nada que havia falado. Tão pouco ela estava chateada com Stiles. O motivo de todo aquele choro foi por conta do que ela havia percebido naquela noite.

Enquanto andava pela rua, Lydia deixou seus olhos desviarem para placa digital que indicava as horas, a temperatura e a data. Droga, pensou consigo mesma. Lydia rapidamente chamou um táxi e pediu para ele ir o mais rápido possível para o destino que ela havia dito.

Quando o táxi estacionou, Lydia pagou e saiu andando calmamente. Muitas pessoas no lugar dela estariam amedrontadas por estarem naquele lugar depois do pôr do sol. Mas Lydia só se sentia triste. Ela percorreu o caminho tão conhecido por conta das inúmeras vezes que tivera ali, avistou Stiles de longe. Mesmo com pouca luz, reconheceu o homem sentado no chão com as pernas encolhidas. Naquele momento ele parecia tão frágil quanto uma criança, pensou Lydia.

Ajoelhou e se sentou do lado dele com as pernas cruzadas.

— Oi Cláudia - Ela falou tocando na lápide de sua sogra, soltando um sorriso fraco.

Stiles não havia se movido, ele sabia que em algum momento Lydia apareceria, então quando ouviu passos, já sabia que eles pertenciam a mulher de cabelos ruivos.

— Vinte anos… - Comentou Stiles.

— Eu realmente queria tê-la conhecido. - Observou Lydia ainda com os olhos fixos na lápide.

— Ela teria amado você como uma filha, aposto que eu teria sido deixado de lado. - Falou Stiles rindo levemente.

Lydia o acompanhou na risada balançando levemente a cabeça. Ela respirou fundo e olhou para o céu.

— Alguma vez você já imaginou o quão diferente sua vida teria sido se ela nunca tivesse ficado doente e morrido? - Perguntou Lydia olhando para Stiles pela primeira vez desde que chegou.

— Sim mas… - Stiles balançou levemente a cabeça olhando pro alto rapidamente. — Eu não sei se desejaria que as coisas fossem diferentes. - Stiles mudou a posição em que estava para poder se explicar. — Eu não posso te explicar o quanto eu a amo e o quanto eu sofri e acho que ainda sofro, desde que ela se foi. Mas algumas coisas… algumas coisas precisam acontecer. — Eu amadureci muito por causa dela e não sinto que isso tenha sido ruim. Talvez se ela não tivesse morrido, você nunca teria vindo falar comigo. Nós não teríamos passado por tudo o que passamos, e eu estou falando dos momentos bons e ruins. - Ele suspirou — Sabe Lydia, independente de como estamos agora, eu não me arrependo de nada. - Ele disse olhando nos olhos de esmeralda que eram iluminados pela lua.

Lydia sorriu, estendeu seu braço e segurou a mão de Stiles apertando levemente.

— Eu também não. - Ela disse quase num sussurro. — E você acha mesmo que o destino não daria um jeito de me colocar na sua vida?! Licença mas somos Lydia e Stiles, os queridinhos da América. - Disse Lydia em tom brincalhão.

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Eles ficaram em silêncio por alguns instantes, apenas aproveitando a companhia um do outro e observando as escritas da lápide que Stiles havia escolhido.

Amada esposa

Melhor mãe do mundo

Sim, a melhor. Pensou Stiles consigo mesmo antes de se levantar e estender a mão para que Lydia o acompanhasse.

— Tchau mãe. - Falou Stiles antes de se virar e começar a andar.

Lydia deu um tchau com a mão mas parou por mais alguns segundos, falando em pensamento com Cláudia. Quando terminou, ela acompanhou Stiles até o Jeep. Ao chegar lá, ela fez a pergunta que estava em sua mente.

— Então, a tradição continua? - Ela perguntou enquanto abria a porta do carro e olhava pra Stiles por cima do carro.

— Você ainda pergunta? - Perguntou Stiles em descrença.

Lydia sorriu entrando no carro enquanto Stiles fazia o mesmo.

— Mas espera - Ela falou olhando para o seu relógio. — Onde vamos encontrar um lugar aberto a essa hora?

— Calma minha jovem padawan, eu conheço um lugar. - Falou Stiles já se dirigindo ao local.

Lydia sorriu por perceber que Stiles continuava o mesmo nerd de sempre e relaxou por saber que certas tradições continuam as mesmas.

Desde pequenos eles iam visitar Cláudia, tanto no aniversário dela, quanto no aniversário de morte. Quando pequenos, o pai de Stiles costumava levá-los lá e depois levava eles até uma sorveteria. Conforme eles foram crescendo e John achou que eles já poderiam ir sozinhos. Os dois resolveram continuar com a tradição do sorvete. E assim eles faziam, todo ano, duas vezes por ano. A visita ao túmulo de Cláudia poderia ser meio triste às vezes, mas o sorvete que vinha em seguida, sempre melhorava tudo.

Então quando Stiles estacionou o carro, Lydia saiu contente indo em direção a sorveteria. Depois do dia que teve, o que mais Lydia precisava era se empanturrar de sorvete até que tudo melhorasse. Sorvete tinha esse mágico poder, fazer tudo melhorar.

Stiles observou uma Lydia quase saltitante indo até a sorveteria. Ele havia esquecido no poder que sorvete tinha na vida de Lydia. Ele a fazia parecer uma criança de cinco anos. Ele então trancou o carro e foi na direção da mesma, antes que ela ficasse impaciente o esperando.

Lydia pediu pelo maior milk-shake de sensação que havia. Quem olhasse pra ela talvez não acreditasse que tudo aquilo fosse caber dentro dela já que o maior milk-shake era realmente grande. Mas Stiles sabia que por ser sorvete, se ela quisesse aguentaria três daquele facilmente.

Stiles optou por uma banana split. Os dois então pegaram seus pedidos e se encaminharam até uma mesa. Pela hora, só havia mais uma mesa ocupada por um grupo de colegiais que por incrível que pareça, não estavam fazendo tanto barulho. Então o silêncio que se seguiu enquanto eles tomavam seus respectivos pedidos foi - pela primeira vez depois de muito tempo - agradável.

O único problema do silêncio, é que ele te deixa sozinho com os seus próprios pensamentos. Stiles percebeu quando a feição de Lydia mudou de serena para triste. O que o preocupou já que Lydia ainda estava tomando seu milk-shake e ela nunca ficava triste perto de um milk-shake.

— Lydia, está tudo bem? - Perguntou o moreno ignorando por um momento a sua comida. Lydia suspirou e mexeu no canudo do seu milk-shake sem encarar os olhos castanhos do moreno, que ela sabia que estavam analisando ela.

— Você sabe que eu sempre vou te amar, certo?! - Disse Lydia permitindo que seus olhos se encontrassem com os de Stiles. — Você sempre vai ser o meu primeiro e único grande amor. Independente de quanto tempo passe sem que nós nos vejamos, você sempre será meu melhor amigo.

Confuso. Era assim que Stiles se sentia mediante as palavras de Lydia. Mas ele concordou com a cabeça e sentiu uma urgência de responder a ruiva.

— Eu sei como você se sente, não importa o que aconteça ou quanto tempo passe… você sempre será uma grande parte da minha vida, senão a maior e mais importante.

Lydia apenas concordou sua cabeça levemente, encarando o nada e sem mudar em nada sua expressão facial.

— Nós deveríamos ir pra casa. - Falou Lydia já se levantando e ajeitando a cadeira onde outrora estivera sentada.

— O quê? - Perguntou Stiles completamente aterrorizado. Lydia ainda não havia terminado seu milk-shake. Durante todos esses anos que Stiles conhece Lydia, isso nunca tinha acontecido antes. O moreno não sabia se deveria ficar assustado ou preocupado. — Mas Lyds, você ainda nem terminou seu milk-shake.

Lydia olhou na direção da mesa, como que percebendo pela primeira vez que o líquido continuava ali. Lydia apenas deu de ombros e olhou para Stiles.

— Algumas coisas terminam, outras não. - Falou simplesmente Lydia.

E como uma chama diminuindo até se apagar, Lydia se afastou e saiu pela porta.