Wake Up

Pistas


Meu rosto estava como se eu tivesse lutado contra um rinoceronte, e perdido. Eu só lembrava de ter chorado a noite toda, eu simplesmente larguei Judy lá, isso passava pela minha cabeça o tempo todo. De qualquer forma coloquei meu uniforme e fui para o DPZ, o ar daquele local estava bem... Triste. Nunca tinha visto ele assim, ofereceram rosquinhas pro Garramansa e ele recusou, acho que todos pensavam na mesma coisa que eu...

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A melhor policial de Zootopia se foi.

Os policiais estavam tentando desvendar um caso de assassinato a duas semanas, então, sem pistas, deram o caso para mim e para Judy, conseguimos mais pistas em um dia do que eles conseguiram na semana inteira. Quando descobrimos o local onde eles podiam estar, naquela noite chuvosa, fria, com a Judy adormecida no chão... Balancei minha cabeça, eu não queria pensar naquela cena, a primeira lágrima saiu do meu olho:

— Olá Nick - Garramansa falou ao me ver - Tudo bom? - Ele tentou sorrir, sem muito sucesso, olhei para ele - Acho que ninguém está com um astral muito legal hoje. O Chefe Bogo chamou todo mundo para uma reunião.

Eu concordei com a cabeça e segui andando pra sala de reuniões, eu não estava andando muito rápido e mesmo assim quase tropeçava duas vezes, minha visão as vezes ficava embaçada. Parei pra tomar um café para ver se eu despertava, não funcionou muito, mas tive que continuar mesmo assim. Assim que cheguei todos olharam para mim com a cara de "Tadinho, perdeu a parceira". Eu não era assim, cadê o Nick que fazia brincadeiras? Cadê o Nick que conseguia sorrir quando tudo estava uma droga? Ele não existia mais, ele adormeceu para sempre junto com a Judy.

— Bom dia - Chefe Bogo entrou, eu já estava sentado ao lado de uma cadeira vazia, onde sempre ficava uma coelha pulando esperando pegar a melhor pasta. Chefe Bogo também encarava essa cadeira, até ele estava triste com esse fato - Como todos sabem, nossa polical Judy, não está mais aqui, e essa é a pasta que ela e o Nick estavam investigando, eu quero saber quem vai querer continuar com esse caso.

Foi quase automático o fato deu levantar a mão, só percebi quando todos olharam para mim. Levantei do meu lugar e peguei a pasta e vi, estava ali todas as pistas que Judy havia encontrado com sua letra e ali mesmo, a Cenoura-Caneta. Sai da sala.

Eu andava cambaleando pra todos os lados por toda a DPZ, até eu me encontrar do lado de fora. Peguei o carro e dirigi até o local onde eu menos queria estar: O local onde Judy havia sido baleada. Cheguei e logo segurei uma arma e fiquei olhando para os lados, nada de suspeito. Soltei a arma e continuei andando. Procurei alguma coisa suspeita, fui pra perto do local onde tinha vindo o tiro, tinha um pelo ali. Peguei e fiquei observando, era ruivo, parecia a de uma doninha... Duke.

Corri pro único local onde ele deveria estar naquele momento:

— Quais os filmes que tem agora? - O encarei.

— Nick! O que está fazendo aqui, rapaz? Aé, soube sobre a sua parceira, parece que vamos ficar sem supervisão - Ele riu, não aguentei, segurei ele ela gola da camisa que ele sempre usava e o fiquei encarando

— Nunca mais ria da Judy, entendeu? - Eu tinha rosnado, isso mesmo, rosnado, isso me lembrou do dia em que eu fingi ser selvagem e "ataquei" a Judy, para conseguirmos pegar aquela ovelhinha que se achava a maior - Eu quero que você responda umas perguntas, apenas isso...

— T-tá - Eu o soltei, acho que ele estava em estado de choque pelo fato deu ter lhe agarrado e rosnado - O que quer saber? Da última vez foi pros uivantes, o que é agora?

— Você sabe alguma coisa sobre os assassinatos que andam acontecendo?

Ele engoliu, claro que ele sabia, a culpa estava em seu olhar, o encarei com raiva e então ele disse:

— Tá, tá, eu sei, eu sei! Olha, é o seguinte, como da outra vez... Ele não está nem aí para as brincadeiras. Um ponto importante, não sei quem ele é! Olha que interessante - Ele sorriu mostrando todos os dentes - Eu só dou as armas pra ele, ele que faz o que bem quiser.

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Não aguentei mais. Peguei-o pelos braços e só soltei quando chegamos no DPZ, todos olharam pra mim. O Chefe Bogo que estava passando, encarou a doninha:

— Duke de novo? O que ele fez dessa vez, Nick?

— Parece que ele anda oferecendo as armas para os animais que estão sendo os assassinos.

— E-eu já falei pra essa raposa tudo o que eu sei - Ele sorriu - E eu quero uma cela confortável dessa vez - Um policial o levou com grosseria para, provavelmente, qualquer cela daquele lugar.

— Nick, pode voltar ao trabalho - Quando o chefe olhou para mim eu já estava caminhando pra minha sala para rever as pistas.

Tranquei a porta, não queria ser incomodado, olhei para os lados, eu sempre tinha reclamado do espaço daquela sala, por ser muito pequena, Judy ria das minhas reclamações e me enchia o saco para eu trabalhar. Agora sem uma cenourinha ali, parecia uma sala tão grande...

Puxei a cadeira e me sentei, fiquei lendo e relendo aqueles papeis pela centésima vez, revi as fotos dos que foram assassinados, uma foto de uma coelha foi acrescentada no meio delas, não consegui segurar, chorei mais uma vez.

Lembrei do dia em que o Chefe Bogo avisou que um de nossos policais praticamente sumiu depois de uma ronda, mais tarde descobrimos que ele foi assassinado, e como sempre, a cenourinha não conseguia ficar parada, ela e sua frase "Eu não tolero injustiças". Mais tarde, outro policial foi assassinado, depois mais outro, depois desses três assassinatos, aconteceu o da Judy. Olhei para a sua foto, ela estava sorrindo, era apenas uma raposa que estava fazendo graça atrás da câmera para ela sorrir verdadeiramente:

— Raposa boba - Disse a mim mesmo. Fiquei olhando as fotos, de novo e de novo, até perceber algo que eu não sei como não percebi antes - Todos que foram assassinados são policiais...

Ouvi alguém tentando abrir a minha porta, olhei para ela, Garramansa estava pedindo para abrir:

— Oi Nick - Ele mostrava o seu sorriso mais falso, uma máscara para esconder uma tristeza - Bom, eu não sei se já te deram, o DPZ pediu pra eu esconder, mas, toma - Ele me deu um cartão mostrando onde ia ser o enterro da Judy - Espero que você vá, acho que ela queria que você fosse... Ela iria no seu...

— Pode deixar, eu vou Garramansa, obrigado - Ele saiu e tranquei a porta de novo e voltei a olhar as fotos. Peguei a da Judy e guardei no bolso, e sai do DPZ.