Vai safadão!

“A gente briga e separa

A gente separa e volta

Eu levo tapa na cara

Eu que apanho e ela chora”

Sasori ainda se perguntava por que se sujeitava às loucuras de Deidara. Só seu melhor amigo destrambelhado para sugerir para a Sakura que todos fossem a Safadão Night – festa preferida do Deidara e que acontecia, religiosamente, uma vez por mês. Arrastado para lá quase a força, o ruivo não estava animado. No entanto, Sakura ficou alegre ao entrar no local. Estava tocando “A Dama e o Vagabundo”, que era quase a trilha sonora oficial de Deidara e Ino. O casal entrou na pista já dançando bem garradinho, o que fez Sakura gostar da ideia e também puxou Sasori para dançar com ela. Embora aquele não fosse seu tipo de música, enquanto estava nos braços de Sakura não parecia tão ruim assim. Afinal, a rosada estava bem animadinha e toda hora roubava um beijo do ruivo.

Enquanto Sakura e Sasori estavam bem juntinhos, Deidara e Ino já estavam tendo a primeira DR da noite. Sim, teriam outras. Sempre tinha. Deidara, que não era nenhum santo, devia ter olhado pra bunda de alguém, o que deixou Ino puta. A loira já estava apontando o dedo na cara do loiro e ele estava gritando com ela por conta do som salto.

— Eles brigam sempre mesmo? – Perguntou Sakura curiosa.

— Você não viu nada, meu amor! – Comentou Sasori, que a partir daquele momento ia ignorar o casal.

Quando começou a tocar “Sou Ciumento Mesmo”, Deidara puxou Ino contra a vontade para dançar com ele. Ela tentou resistir, mas aí ele sussurrou no ouvido dela: “Quem vive de orgulho morre de saudade!” e ela não se aguentou e riu, perdoando instantaneamente o noivo.

"A gente tá só complicando

Namorando, separando

E voltando no outro dia

O nosso amor é desse jeito

Com as brigas, com defeitos

Cem por cento de energia

Tá claro você não existe sem mim

Eu não existo sem você

Vamos logo se assumir

Soltar a voz e dizer

Sou sem vergonha mesmo

Sou ciumento mesmo

Pra mim não é defeito

É meu jeito de amar"

— Deidara, um dia você me paga tudo que me faz passar! – Rosnou Ino e mordeu o pescoço do noivo.

— Ciumenta! Eu só tenho olhos pra você! – Tentou de desculpar.

— Eu não sou cega nem burra, Dei! Eu vi você olhando pra aquela garota que passou com a saia curta! – reclamou.

— Cala boca, me beija e para de chiar! – Falou Deidara e Ino o beijou. Ia mostrar pra todo mundo que ele estav acompanhado.

[...]

— Tá tudo certo com vocês? – Perguntou Sakura assim que o casal se aproximou dela e de Sasori.

— Foi uma briguinha leve. – Afirmou Ino.

— E o que acontece numa briga pesada? – Perguntou Sakura curiosa.

— Nem queira saber! – Comentou Sasori.

— Ela já tinha enfiado a mão na minha cara. – Falou Deidara com tranquilidade.

— Vocês são... selvagens? – Riu Sakura.

— É o jeito do nosso amor. – Disse Deidara abraçando Ino.

— Só eles se entendem assim, Sakura! – Disse Sasori.

— Seus amigos são mais pirados que os meus, amor! – Sakura disse voltando a dançar com Sasori.

— Eu te falei que eles eram assim. - Lembrou Sasori.

— Não exagerou nenhum pouco! Amor, eles são perfeitos um pro outro. - Riu Sakura.

— Eu só fico me perguntando quando vai sair o casamento, porque se depender do Deidara só daqui há uns dez anos e olhe lá. – Riu Sasori.

— Ele deve estar brincando né?

— Pior é que eu acho que não! Você viu que a Ino já perde a cabeça fácil com ele.

— Verdade, mas eles deviam resolver isso logo. Você falou que são seis anos juntos né?

— Agora já é quase sete!

— Nossa, você nem pense me enrolar tudo isso entendeu? – Ameaçou Sakura.

— E quando você quer casar comigo? Por que, por mim, eu casaria amanhã! – Afirmou Sasori.

— Bobo! Eu adoraria casar amanhã também, mas é melhor a gente ir com calma. Mas quando eu peço calma é tipo uns dois anos e só. Tá mais que bom! Entendeu?

— Ok!

[...]

Quando começou “Aquele 1%”, Deidara gritou: “MINHA MÚSICA” e ficou dançando sozinho. Até Ino já estava cansada aquela hora. No entanto, o loirinho parecia com mais energia do tinha quando chegou.

— Ele tomou algum energético? Porque ele tá muito eufórico! – Comentou Sakura assustada com o ritmo acelerado dos movimentos de Deidara na pista. Ele até levantou a camisa para mostrar o tanquinho, o que quase fez Ino puxar ele pelos cabelos de lá. Mas a loirinha tava cansada por causa do salto e não foi.

— É normal. Ele sempre fica assim com essa música. – Comentou Ino.

— Por isso que eu não gosto de vir nessas festas com ele. Deidara se descontrola! – Afirmou Sasori.

— Até que a música parece com ele mesmo! Deidara 1% vagabundo! – Sakura riu vendo o loiro se acabando na pista de dança.

— Eu diria 100% Vagabundo! Não tem um pingo de vergonha na cara! – Disse Ino levemente irritada com o noivo.

— Ah, Ino ele só tá se divertindo! – Sakura tentou ajudar a loira a relevar o comportamento do noivo.

— Esse é o efeito Safadão no Deidara! Ino vai ter que arrancar ele de lá! – Disse Sasori e então viu Ino arrastando o noivo da pista de dança com o fim da canção.

— VOCÊ É MUITO CHATA! – Reclamou Deidara com Ino.

— Quero ver se fosse eu me oferecendo desse jeito no meio da pista! Duvido que você não ia me arrancar de lá! – Rebateu a loira.

— Não fode, Ino! Era a MINHA música! – Deidara bateu no peito. Sim, ele estava completamente alcoolizado.

— Vamos? Tá na hora de ir pra casa já! – Pediu Ino.

— Só vou porque a minha música já tocou. – Avisou Deidara e passou o braço por cima dos ombros da loira.

— Vamos também, né Sakura? Ou você vai me falar que é fã do Safadão também? – perguntou Sasori a namorada e Sakura riu.

— Vamos! O deidara já vale por uma legião de fãs! – Disse Sakura.

[...]

Quando Sasori e Sakura chegaram em casa, vovó Chiyo já estava dormindo. O casal se jogou na cama e começou a falar dos melhores momentos da Safadão Night.

— Não teve problema mesmo a gente deixar a sua vovó sozinha esse tempo? – Perguntou Sakura preocupada.

— Foram só umas horinhas. Ela é doente, mas pode ficar algumas horas sozinha. E aí? Gostou da noite?

— Gostei. Olha, o Deidara não é fraco não! Adorei o seu amigo. – Riu Sakura.

— Espera aí... adorou em que sentido? – Sasori fingiu estar com ciúmes.

— Achei ele divertido. Aliás, ele e a Ino. Seus amigos são maravilhosos.

— Acho que de careta e sério já basta eu, né?

— Você é muito fofo e romântico. É claro que tem o lado safadão também, mas você guarda para as quatros paredes. Já o seu amigo, pensei que ele fosse fazer um strip tease ali mesmo. Pensei que a Ino fosse matá-lo! – Riu Sakura.

— Deidara gosta de brincar com fogo! Se ele tivesse provocado mais um pouquinho a Ino tinha arrancado ele pelos cabelos, fazendo escândalo. Hoje ela tava mais contida. Acho que foi por causa da sua presença.

— Poxa, se isso é o mais contida dela, não quero vê-la descontrolada!

— Sakura, eles são o casal mais briguento que eu conheço. No entanto, eles se amam muito também. Vá entender né?

— São os mistérios do amor.

— Agora que tal você ir tomar um banho comigo? – Sugeriu Sasori com um sorriso malicioso.

— Será um prazer! – Sakura beijou rapidamente o namorado e o seguiu até o banheiro.

[...]

— Você gostou da Sakura? – Deidara perguntou pra Ino assim que chegou em casa.

— Gostei. Ela e o Sasori formam um casal lindo, totalmente sintonizado. E, ao contrário de você, ele não faz a garota passar vergonha na rua.

— Que vergonha te fiz passar, Ino?

— Aquilo que você fez na pista de dança você acha que foi o que?

— Ah, Ino! Eu tava dançando, amor!

— Precisava ficar levantando a camisa?

— O que é bonito foi feito pra se mostrar!

— Ah é? Da próxima vez eu mostro meus peitos pra todo mundo então! – Procovou Ino.

— Nem inventa esta merda! – Grunhiu Deidara.

— Me provoca de novo pra você ver se eu não faço!

— Tudo isso é ciúme por ver que eu sou desejado!

— Se enxerga, Dei! Você é um exibido! Isso sim! Eu sou sua noiva e exijo respeito!

— Eu te respeito, amor. Aquilo foi só uma dança, ok? – Deidara deu um beijinho em Ino.

— No próximo mês você me pagar se fizer algo parecido, entendeu?

— Ui, tá me ameaçando! – Debochou antes de ficar por cima da noiva e começar a beijá-la.

— Safado! – Disse Ino.

— Eu sei que você gosta! – Deidara mordiscou a orelha de Ino e ela sorriu. É, ele tinha razão, ela gostava.