Only You

Real Love


Não sei por quanto tempo fiquei dedilhando canções melancólicas no piano que Peeta tinha me presenteado, mas de repente senti um toque em meu ombro que me sobressaltou.

Peeta!— sussurrei virando-me para ver quem metocava e Ripper estava segurando uma xícara na mão – Pensei que fosse o Peeta.

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— Te trouxe um chá. – ela me estendeu e tomei todo o conteúdo.

— Obrigada.

— Vá se deitar menina. – assenti e logo subi para o quarto de Peeta.

Não demorou muito para que o sono me vencesse, me sentia exausta e cansada. Pela manhã acordei na esperança de vê-lo e ao procurar pela casa não o encontrei. Cada vez ficava mais ansiosa pelo seu regresso, mas ele não aparecia.

— Darius!

— Sim, Mrs. Mellark.

— Vou até a cidade, se alguém chegar poderia avisar que não demorarei?

— Aviso sim. Quer que mande preparar uma carruagem? – pergunta assim que seguro uma cesta de piquenique.

— Não precisa, irei caminhando.

Sempre gostei de caminhar e não é tão longe daqui até a cidade.

Assim que chego ao meu destino procuro pela casa de uma senhora que há algum tempo venho ajudando.

— Bom dia menina, o que faz sozinha por aqui?

— Bom dia Mrs. Evans vim trazer-lhe isto. – estendo a cesta e ela sorri me convidando para entrar.

Conversamos um pouco e logo me despeço dela. Caminho pelo centro olhando uma loja e outra apenas para distrair-me até que uma voz me chama a atenção.

— Mrs. Mellark, caminhando sozinha por aqui? Por acaso não deveria estar em casa repousando, já que espera um herdeiro de seu marido? – giro meu corpo para deparar-me com o Comandante Hawthorne.

— Na verdade eu o perdi. – digo com voz de lamento me condenando por estar mentindo.

— Ah, entendo e mesmo assim se encontra sozinha por aqui? Será que esperava mesmo um herdeiro do Mellark, já faz tempo, não é? – ele caminha até onde estou e recuo para trás.

— Por que quer saber?

— Pelo visto seu marido não a domou ainda, não é? – segurou meu braço com força e ergui minha mão livre afim de estapeá-lo e foi aí que ele surgiu de repente e afastou o Comandante de mim o socando em seguida.

— Se afaste dela! Quando vai aprender que ela não pertence a você! – meu corpo inteiro paralisou somente com o som de sua voz, ele estava de costas para mim e quando o Comandante tentou revidar-se, Peeta se esquivou e deu-lhe um outro soco – Vá embora e nos deixe em paz. – disse meu marido com a voz firme.

— Isso não ficará assim, Mellark! – disse seu rival limpando alguns respingos de sangue no canto da boca e já se virando para ir embora.

— Você está bem? – finalmente se vira para mim e não respondo apenas o abraço tão forte quanto posso e derramo minhas lágrimas sobre seu peito – O que faz sozinha aqui? – ele me segura pelos ombros e seus olhos demonstram seriedade.

— Vim trazer uma cesta de piquenique a Mrs. Evans. – logo desvia seus olhos para os lados como que pensando em alguma sentença, mas ao invés disso me solta e diz algo que não compreendo – O que disse?

— Disse que meu cavalo está ali, venha vamos embora. – ele me ajuda a subir em seu cavalo depois sobe, com certa dificuldade e fica atrás de mim segurando-me firme.

— Quando vai olhar para mim de verdade? – pergunto assim que me ajuda a descer do cavalo já na propriedade Everdeen.

— O que quer dizer? – ele ainda não me encara, então me aproximo mais e seguro seu rosto para que olhe dentro dos meus olhos.

— Estou querendo dizer isso. – junto nossos lábios e o beijo como tive vontade nesses meses. A princípio luta para querer se afastar, mas não permito isso. Seguro firme em sua nuca e enterro mais minha boca na sua. Deixo minhas lágrimas escorrerem livremente entre nosso beijo. Como senti falta disso, seu gosto é tão bom, seus lábios corados e divinamente macios – Senti tanta sua falta. – falo quando afasto para tomar um pouco de fôlego e novamente volto a beija-lo.

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— Preciso cuidar do cavalo, com licença. – diz me afastando dele e logo segura a rédea e começa a caminhar em direção aos estábulos.

Sinto meus olhos arderem mais ainda pelas lágrimas que continuam a cair enquanto o vejo se afastando e sua aparência não é nada boa. Ele parece cambalear um pouco enquanto anda e não é só isso que me preocupa. Seus olhos me encararam com tristeza e certa frieza.

Ele regressou exatamente quatro dias após nosso aniversário de casamento. Não permitirei que me trate assim, mas dei motivos para estar ressentido comigo. Caminhei atrás dele e assim que entrou no estábulo o segurei pelo braço.

— Peeta, olhe pra mim!

— O que quer de mim, Katniss? – sua voz ainda soou indiferente.

— Eu quero você... eu preciso de você. – o empurro até alguns fenos empilhados, de modo que ele cai e eu sento em cima dele imobilizando seus braços nas laterais de seu rosto – Eu li a carta que me deixou. Procurei ser forte enquanto você esteve ausente. Não permiti que entrasse novamente naquela melancolia. Fiz tudo isso por você e, é assim que me trata? – digo com o rosto próximo ao seu.

— O que quer que eu faça, é você que me trata indiferente, não eu. – ele tenta se soltar e não permito, uno nossos lábios novamente e ele vira o rosto para o lado e acabo por beijar seu pescoço, então levo minhas mãos até o cós de sua calça e puxo a camisa para fora, em seguida seguro firme a bainha da mesma e subo até eu tórax. Deslizo minhas mãos pelo seu abdômen e ouço um gemido de dor sair de seus lábios.

— O que aconteceu? – paro o que estou fazendo e o encaro.

— Me machuquei em uma batalha. – então olho para o local e vejo algumas cicatrizes superficiais.

— Isso foi feito por uma espada? – ele assente e me apresso em desculpar-me e beijar o local, pelo que percebi o ferimento deve ter sido profundo, pois mesmo cicatrizado imagino que o corte tenha sido profundo e provavelmente perdeu muito sangue com isso. Começo a chorar descompassadamente e agora ele senta comigo ainda em seu colo me abraçando e afagando meus cabelos.

— Não chore. – diz de forma séria.

— Não mereço você... t-tudo o que te disse antes... não queria dizer... eu sinto muito Peeta... – digo com certa dificuldade e começo a soluçar e até gaguejar – Você sempre foi tão perfeito, eu é que não soube dar valor... por favor, me perdoe.

Depois de um tempo me acalmo e beijo a curvatura de seu pescoço e continuo a me desculpar por tudo o que disse a ele antes de partir.

— Tudo bem Katniss, vai passar... eu vou ficar bem. – é só o que diz depois de tudo o que desabafei.

— M-mas eu não quero que você me deixe. Quero que continue a me amar como sempre amou. – digo ainda gaguejando.

— Eu já faço isso, Katniss. – ele me tira de seu colo e se levanta voltando sua atenção ao cavalo.

Percebendo que não quer conversar, então ajeito meu vestido e caminho até a casa. No almoço ficamos em silêncio e depois ele diz que descansará em seu quarto. Não o incomodo e quando a tarde está caindo tomo meu banho e coloco um vestido bem leve e bonito. Peço para prepararem o chá da tarde e monto uma bandeja com duas xícaras e biscoitos. Subo até seu quarto e o encontro deitado sobre a cama, com os braços cruzados atrás da cabeça olhando para o teto.

— Oi, vim lhe trazer um chá. - caminhei até a cama e depositei a bandeja sobre ela. Peeta se sentou e me encarou.

— Obrigado.

— Não há de que, querido. – disse suavemente – Me conte sobre sua viagem. Passaram por muitos perigos? E, ah... acredito que não tenha recebido as cartas que lhe enviei, ou as que seu pai enviou.

— Este foi o lugar mais distante que já havia ido, e sim, verdade não recebemos nada.

Enquanto tomávamos o chá, Peeta me contou dos perigos que enfrentaram e como as pessoas não falavam o mesmo idioma ficou tudo muito difícil para eles. Contou como acabou sendo ferido no abdômen por uma espada e o quanto o Almirante foi prestativo e conhecia bem algumas plantas nativas capazes de ajudar na cicatrização sem deixar inflamar.

— E o novo Almirante, é um bom homem? – Peeta sorriu de lado ao se lembrar de algo e como tive vontade de beija-lo por isso, desde que chegou está sério e calado.

— Sim, ele é um bom homem e disse que pode me ajudar em algumas questões sobre eu permanecer mais tempo aqui. E, eu terei três meses antes da próxima missão, mas depois desta posso pedir um afastamento maior.

— Entendo a profissão que escolheu, Peeta. Só vamos tentar aproveitar estes três meses em paz. – afastei a bandeja e fiquei sobre meus joelhos, não queria ficar pensando em sua partida agora que acabou de chegar – Quero que... nos tornemos mais do que isso que temos vivido... – senti minhas bochechas se aquecerem e me aproximei mais de seu rosto.

Ele levou sua mão até meu rosto e acariciou com carinho. Logo me encontrava sentada em seu colo e nos beijávamos fervorosamente. Abri os botões de sua camisa e senti suas mãos por baixo do meu vestido, ele apertou de leve minha coxa e acabei apertando meu corpo no seu, tirando assim sons de nós dois.

— Katniss... se continuarmos... – o calei com um beijo.

— Eu sei... – então me afastou por um momento e retirou a bandeja de cima da cama a depositando na mesinha que havia no canto do quarto. Em seguida voltou para a cama e deitou-se sobre mim sem pôr todo peso.

Continuamos a nos beijar o que me pareceu horas, mas nosso momento não durou muito, pois logo a batida na porta nos fez afastar.

— Sinto muito por isso. – disse ele com um olhar triste.

— Tudo bem, não se preocupe. – o tranquilizei.

— Já vou! – gritou para quem batia e começou a abotoar sua camisa.

A pessoa que solicitava meu marido era Dominik, e não imaginei o quão preso ficariam nisso. Tiveram uma árdua reunião por dois dias inteiros para tratar assuntos das propriedades, nos víamos somente a noite na hora de dormir e ele ainda tinha o semblante cansado pela viagem. Na tarde de sábado quando finalmente terminaram de resolver as pendências Peeta veio até a sacada frente a sala onde eu pintava uma tela.

— Está ficando lindo. – referiu-se a pintura.

— Obrigada, mas acho que falta um pouco mais de intensidade nesta parte aqui, está vendo? – apontei para um ponto da tela.

— Para mim está tudo perfeito. – sorri limpando minhas mãos no pano e deixei a tela de lado para lhe dar atenção – Ia te chamar para uma caminhada, mas não quero atrapalhar o que está fazendo.

— Isso aqui não é mais importante do que caminhar com você. – retirei o avental, dobrei e o coloquei embaixo do cavalete – Adoraria caminhar com meu marido. Vamos?

Ele me estendeu o braço e logo enrosquei o meu. Descemos os degraus da sacada e caminhamos em direção ao jardim.

— Quer balançar? – apontou-me o balanço que ficava sob uma enorme mangueira.

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Sentei-me e segurei firme nas laterais do balanço e logo o senti me puxar para trás e soltar. Fechei os olhos apenas sentindo a brisa em meu rosto e a maravilhosa sensação de poder estar aqui com ele.

No jantar ele parecia apreensivo, quase não comeu e nem comentou sobre algum assunto que eu tentava puxar. Senti que algo o incomodava, mas não me deixava aproximar para conversar, ou tentar entende-lo.

— Você não vem para a cama? – perguntei encostada na soleira da entrada que dava para a sala.

Peeta buscou por uma garrafa de vinho e se serviu.

— Irei mais tarde, vou dar uma lida em alguns documentos que Dominik me entregou. – disse sem me olhar e novamente lá estava ele, frio comigo.

Depois que caminhamos e ele me balançou, conversamos um pouco e acabei contando-lhe as novidades. Como o casamento da Madge e o primo Josh foi maravilhoso e que, eles já esperavam o primeiro herdeiro. Também contei sobre meu aniversário e no quanto sua família foi amorosa comigo, depois disso ficou assim.

— Está tudo bem? Quer conversar? – me aproximei dele e toquei-lhe o braço.

— Não, obrigado. Vai dormir, Katniss. – disse categórico – Amanhã conversamos.

Sinto mais uma vez as lágrimas querendo molhar meu rosto, mas tento segurar até chegar ao quarto. Ao deitar a cabeça sobre o travesseiro fiquei imaginando o que ele tinha. Sinto que algo esteja o afligindo muito. Sei que tenho tentado a todo custo me redimir desde que retornou, mas não estou tendo sucesso algum.

Rejeitar parece ser muito mais fácil do que ser rejeitado. Deixo as lágrimas molharem meu rosto e travesseiro finalmente. Não sei por quanto tempo fiquei assim até sentir o colchão da cama se afundar e então seu corpo deitar, mas nada acontece depois disso. Penso em me virar e tentar conversar, logo abandono a ideia, ele deve estar cansado e talvez quando sentir-se à vontade possa me procurar. Espero ele dormir e quando sinto sua respiração tranquila, sei que dormiu. Então viro meu corpo ficando de frente para ele e o abraço tentando repousar minha cabeça em seu peito. Sentindo meus movimentos me ajeita da melhor forma possível em seu corpo e finalmente consigo dormir um sono tranquilo.

(...)

Abro meus olhos preguiçosamente e escuto um barulho de chuva. Quando olho para o lado percebo que ele não está mais ali. Levanto e logo visto meu robe que estava sobre a poltrona. O prenso bem em meu corpo e aperto o laço em volta da cintura.

Caminho lentamente até a enorme janela do quarto abrindo o cortinado. A chuva caía veemente lá fora, era uma manhã de domingo tempestuosa.

Fiquei alguns minutos observando a chuva até que um som diferente me chama a atenção. Mesmo sem me arrumar vou em busca do som. Abro a porta e caminho a passos curto. Quando paro frente ao enorme espelho que antecede a escada principal, olho meu reflexo e o que vejo é uma jovem assustada. Os cabelos soltos caindo sobre ombros, pés descalços e com roupa de dormir. Por um segundo sorrio com um pensamento. “Se Dulce Maria me visse agora, diria: Menina você não irá descer e permitir que teu marido a veja assim. ” Mas, agora já não está mais aqui para me dizer o que tenho, ou não o que vestir.

Começo a descer os degraus e o som se exalta cada vez mais. É o piano que Peeta me presenteou, mas tem algo a mais – como uma voz – sim, alguém canta. Uma voz suave e triste ao mesmo tempo. Chego até a soleira da entrada da sala então o vejo, está de costas para mim. Me encosto no beiral abraçando meu próprio corpo e fico admirando-o. Está vestido com uma camisa branca. Seu cabelo perfeitamente penteado – com toda certeza se arrumou antes de descer e bondoso como é, deve ter dispensado os empregados para descansarem. Pelo silêncio na casa constato que deve ter os dispensados mesmo.

Ele canta uma canção que nunca ouvi antes, mas quem a escreveu deveria estar em um triste dia. A letra diz sobre alguém estar fazendo planos e tudo se perder como um sonho. Fala que tudo o que estava planejando era pensando em uma pessoa especial e que essa pessoa não se sentia da mesma forma. Real amor, o real amor.... É sobre isso que fala a canção.

De alguma maneira que não consigo entender ando até ele, ando quase flutuando e quando chego próximo sinto como se uma corrente elétrica passasse pelo meu corpo. Uma corrente elétrica que, já me é bem conhecida.

Não sabia que ele cantava e muito menos sabia que tocava. Sua voz é suave e melodiosa, mas parece tão triste, tão inerte a tudo. Por impulso me sento ao seu lado e fixo meus olhos em suas mãos tocando as teclas do piano com suavidade. Vagarosamente encosto minha cabeça em seu ombro e fecho meus olhos apreciando o momento.

— Você já acordou. – para de tocar e leva sua mão direita ao lado esquerdo do meu rosto e começa a acariciar.

— Sim, levantei e vi que não estava mais lá. – continuo de olhos fechados sentindo seu carinho, seu toque suave sobre minha pele – Daí vim à sua procura.

— Eu não queria te acordar, você dormia tão serenamente... – sorrio um pouco – Fiquei um tempo te observando e só depois me arrumei e desci. – sinto minhas bochechas enrubescerem.

Ele tem esse poder de me deixar envergonhada.

Ficamos em silêncio por algum tempo enquanto meus dedos tocavam algumas notas da mesma melodia de segundos atrás. De repente tocávamos ao estilo piano a quatro mãos.

— Você está triste? – parei de tocar e quebrei o silêncio.

— Por que pergunta isso? – ele está me olhando mas eu não, ainda continuo compenetrada nas teclas do piano.

— Não é nada é só que... – ia perguntar como tem estado indiferente comigo, mas me lembro de outro detalhe – Peeta há quanto tempo estamos casados? – sei da resposta, mas quero ouvir dele.

— Um ano e sete dias. – responde certeiro.

— E, há quanto tempo dormimos na mesma cama? – estou à beira do muito constrangedor.

— Desde que, nos casamos. – foi exatamente isso mesmo – Posso perguntar o porquê de tudo isso?

Penso se devo falar o que estou sentindo por ele nos últimos meses. Nossos ombros estão lado a lado e num gesto amigável segura meu queixo e faz com que o encare.

— Peeta... – como é complicado dizer isso a alguém, mesmo que seja seu marido.

— Pode dizer, Katniss. – ele me encoraja.

— Se eu pedisse para me acompanhar até o nosso quarto, você viria? – fecho os olhos não conseguindo encará-lo.

— Nosso quarto? – pergunta como se quisesse confirmação do que disse, nunca tinha feito essa referência ao seu quarto que as vezes durmo, pois em certos períodos durmo em meu quarto adjacente.

— Sim, nosso quarto. – digo com os olhos ainda fechados.

— E, por acaso algum dia neguei algo que me pedisse? – com toda certeza nunca me negou nada.

— Não, você nunca negou. – ele agora acaricia meu rosto.

— Abra os olhos querida. – ele me chamou de querida, isso é mais do que pude imaginar, sua voz faz todo meu corpo estremecer e bem devagar faço o que pediu – Agora vamos. – se levanta e me estende a mão.

Subimos os degraus da escada ainda de mãos dadas. Não entendo o porquê de estar sentindo isso já que, dormimos juntos há tanto tempo, trocamos tantos beijos e tantas caricias. Minhas mãos estão suando e tenho medo dele perceber isso. Caminhamos até o centro do quarto, estamos próximos a cama e preciso dizer algo, ou melhor agir.

— Peeta, você tem sido paciente comigo todo esse tempo. – começo falando para tentar me acalmar – Não só enquanto papai estava vivo mas, muito mais depois que ele se foi. – me encara sem desviar seus olhos dos meus e mentalmente me alegro com isso – Por tudo e muito mais, quero te agradecer... – ele me interrompe.

— Não precisa me agradecer, sabe que fiz isso primeiramente por te amar e, segundo porque prometi ao seu pai que te protegeria, te amaria até o fim. – pronuncia tudo com a mesma doçura de sempre, então percebo que o antigo Peeta está aqui comigo, aquele que sempre me amou e se declarou para mim.

Depois penso por alguns instantes e chego à conclusão de que não faz ideia do que quero dele.

— Peeta... – junto suas mãos com as minhas como se este pequeno gesto pudesse me transmitir coragem – Eu quero que... – neste momento meus olhos queriam se fechar automaticamente, mas não podia fazer isso, pois pensaria que não me sentia segura. Mantive meu olhar firme com o dele e era como se lesse meu interior – Me faça sua. - declarei.

— Como assim? Você já é minha, não é? – balanço minha cabeça negativamente.

Talvez não intendeu em qual sentido estou falando.

— Eu sei que sou, mas eu digo como marido e mulher de verdade, sabe? – ele ergue as sobrancelhas – Nós nunca estivemos intimamente juntos e por mais que quase avançamos nesse sentido... esses dias nós quase... – sinto as maçãs dos rostos queimarem como brasas.

Às vezes parece mais fácil agir quando sua mente anuviada pelo vinho.

— Já disse que não irei forçar você a nada... – ia dizer mais alguma coisa, mas não o permiti, levei minhas mãos até sua nuca e o puxei para mais perto ficando na ponta dos pés e beijei seus lábios como queria.

Sei que antes já nos beijamos ardentemente, trocamos carícias e quase chegamos à beira do ato, mas agora que parece que se concretizará isso, sinto aquela ânsia novamente. Sinto aquela chama ardente que Dália me explicou na noite anterior ao casamento tomar-me por inteiro. Agora minha necessidade em tê-lo é bem maior do que eu mesma.

Desejava isso há um tempo e não adiarei mais.

— Não vai forçar. – afirmo quando nos afastamos um pouco. Nós dois precisávamos recuperar o fôlego – Sinto vontade de fazer isso. Você merece Peeta. Eu quero entregar minha pureza somente a você.

— Tem certeza? – me questiona com certa insegurança.

— Tenho absoluta certeza. Você não me quer? – abaixo a cabeça por um momento e logo segura em meu queixo fazendo com que o encarasse.

— É o que mais quero.

Isso foi o incentivo final para iniciarmos nosso momento. Minhas mãos foram para os botões de sua camisa e desesperadamente comecei a abri-los. Sei que há três dias não tive a oportunidade de admira-lo sem camisa, mas agora será diferente.

Ele desfez o laço do meu robe que me apertava pela cintura. Deixou-o escorregar de meus ombros até o chão.

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Nossos lábios não se desencostavam nem por um segundo. Ele me ergueu em seus braços e me deitou sobre a cama, enquanto continuava a desabotoar os últimos botões. Eu podia sentir as fortes batidas do meu coração. Logo suas mãos subiam e desciam nas laterais do meu corpo ainda coberto pela camisola e cada vez mais uma nova sensação consumia meu ser.

— Peeta... – eu já pronunciava seu nome com certa dificuldade.

Quando terminei de abrir os botões de sua camisa, retirei o tecido de seu corpo e lancei para algum canto. Vez em quando trocávamos olhares e desta feita podia ver a coloração de seus olhos – eram totalmente enegrecidos – e sabia que os meus não estavam diferentes. Ele levantou minha camisola até altura do quadril e pediu permissão com um olhar se podia ir adiante, apenas sorri envergonhada como um gesto de confirmação então retirou o tecido. Seus olhos correram pelo meu corpo e eu quis cobrir-me com as mãos e, mesmo envergonhada queria cada vez mais ir adiante.

— Você é tão perfeita... é a mulher mais linda que eu já vi na vida e tenho certeza de que não existe nada neste mundo que se compare a ti. – sua voz soava tão diferente. Ele não parecia zangando, triste ou amedrontado.

Acredito que de alguma forma eu estava conseguindo alcançar meu objetivo de tornar tudo real. Tornar o nosso amor real. Agora eu podia sentir todo o amor que só ele sentia por mim. Eu também sentia isso, era tão mais forte do que tudo.

Retirei meu braço que tapava meus seios e puxei seu rosto para mais perto e beijei seus lábios. Tudo parecia se intensificar cada vez mais.

— Peeta... – segurei seu rosto entre minhas mãos, nós dois respirávamos com dificuldade – Eu te amo. – coloquei todo o amor que estava sentindo em minha voz.

Seus olhos marejaram-se, mas havia um enorme sorriso por trás da emoção.

— Pode por favor, repetir o que disse? – pediu com a voz totalmente embargada.

— Eu te amo, Mr. Peeta Mellark. Eu te amo... – comecei repetir a mesma frase várias, várias e várias vezes enquanto nossos lábios se encontravam para mais um beijo cheio de paixão e lágrimas que se misturavam a um verdadeiro mar de emoções.

— Eu também te amo mais do que tudo. Não sabe o quanto almejei escutar isso de você. – disse beijando meu pescoço o que me fez arquejar seu nome.

Ele se afastou um pouco e o vi desafivelar as calças para em seguida tira-las rapidamente, o que me fez fechar os olhos. Mesmo que eu estivesse totalmente nua aquilo me deixou constrangida. Senti seu corpo quente em cima do meu e ele me chamar.

— O que? – tinha meus olhos fechados.

— Olhe para mim querida. – fiz o que pediu e ele tomou uma de minhas mãos e colocou em seu peito – Senti isso? – seu coração parecia as galopadas de um cavalo.

— Sim. – então contemplei seu tórax sem tecido algum.

— Ele só bate nesse ritmo por você e por mais ninguém.

— Oh, Peeta... – seu olhar era tão cheio de amor – Por que não me torna sua logo?

— Porque serei seu primeiro homem e pode ser desconfortável para você.

— Eu não me importo. – minha voz soou um tanto desesperada.

— Mas eu, sim. – ele sorriu com carinho antes de voltar a me beijar – Tentarei ser o mais cuidadoso o possível. – Peeta parecia saber o que estava falando – Se me permitir...- seu olhar parou em meus seios e logo beijei seus lábios aproximando mais nossos corpos, assim meus seios chocaram-se com seu tórax e sei que ele se satisfez por este simples contato.

A chuva caía veemente lá fora enquanto nos entregávamos um ao outro. Consumando enfim o nosso casamento e o nosso amor. Meu corpo sentiu uma dor passageira que logo foi substituída por uma sensação mais forte, uma sensação que não consigo definir, mas é algo que jamais quero deixar de sentir.

E, quando ele desaba ao meu lado e me puxa para seu peito que sobe e desce num ritmo acelerado tenho a certeza de que tudo foi real. Peeta começa a rir e apoio meu cotovelo sobre a cama e o encaro.

— Está tudo bem?

— Oh, querida... é claro que está, na verdade me sinto como num sonho, mas não quero acordar. – ele fica sério de repente e me encara – Tenho medo de acordar e ver que não é real.

— Não precisa temer, pois estou neste sonho com você e afirmo que o nosso amor é real e verdadeiro... – começamos a nos beijar e toda aquela sensação que há pouco foi saciada retorna com mais intensidade.

Ele logo entende e novamente nos uniu como um só.

Meu estomago protestou depois que nos encontrávamos aconchegados, afinal nem café-da-manha tinha tomado ainda e ele disse que também não, pois havia acordado sem apetite. Peeta se trocou rapidamente e informou-me que estávamos somente nós dois na casa e que iria preparar nossas refeições de hoje – a começar pelo nosso café – tentei me levantar da cama e meu corpo protestou.

— Não se levante. Vou preparar algo para comermos e depois um banho para nós dois. – assenti e logo saiu pela porta.

Deitei meu corpo novamente sobre a cama, puxando o lençol até meus seios e abracei seu travesseiro que agora tinha nossas essências misturadas. Foi fácil um sorriso brincar em meu rosto, já que agora tinha a certeza de que o amava de verdade e ambos os sentimentos eram correspondidos.