I Miss The Misery

2ªTemporada- Vamos voltar para Lisboa!


“A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas quem te garante que não estás somente a servir para tapar buracos, a servir para curar feridas antigas?”
—Kentin More

A noite já tinha caído e todos pareciam ter um ar cansado. Eu própria já tinha dificuldade em manter os olhos abertos. Aconchego-me no colo de Castiel enrolada numa pequena manta e continuo a descansar os olhos. Sim, eu estou com uma pequena manta em pleno Verão. Oiço os gémeos abrirem a boca e dou um pequeno sorriso.

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—Eu não acredito que é a nossa última noite aqui e estamos todos a cair para o lado de sono -oiço Rosalya resmungar_ devíamos de ir sair em vez de estarmos aqui todos a olhar uns para os outros á espera que a hora de deitar chegue.

—São 22:30 da noite -Sophie responde_ Já não é tão cedo assim. Nós temos voo amanhã de manhã.

—Eu quanto a vocês não sei, mas eu vou me deitar -Kentin levanta-se. Abro os olhos e sigo-o com o olhar fechando-os de seguida.

—Nós vamos também -Nathaniel e Sophie levantam-se. Oiço os meus amigos subirem as escadas.

Foram ficando cada vez menos pessoas na sala. Rosalya e os gémeos também foram dormir poucos minutos depois. Parecendo que não, a praia cansa. A praia faz-te abrir a boca de sono ás 21h noite. Castiel dá dois leves tapinhas na bunda, chamando-me á atenção. Abro os olhos.

—Hey… vamos subir? -sussurra. Eu acento.

Ele levanta-se carregando-me no seu colo. Diz boa noite aos poucos que restam na sala e sobe as escadas comigo ainda nos seus braços. Oiço-o abrir a porta do nosso quarto e coloca-me sobre a cama. Logo me encolho.

Abro os olhos, esperando vê-lo a preparar-se para se deitar ao meu lado, mas não. Castiel retira um cigarro do seu maço JPS preto e pega um isqueiro do bolso.

—Vem para aqui… -peço com voz de sono.

—Já vou, dá-me 5 minutos -diz num tom meigo. Eu sento-me na cama olhando para ele a fumar na varanda.

Levanto-me da cama e aproximo-me da varanda, onde ele do outro lado se mata aos poucos com o cigarro. Abro um pouco a porta.

—Hey, volta para dentro! -exige_ O fumo não te faz nada bem, nem a ti nem ao bébé.

—Deixa-me dar um bafo -peço e ele me olha como se eu tivesse dito a pior coisa do mundo.

—Lake, tu sabes que… -ele começa, mas corto-o.

—Sim eu sei que vai passar tudo para o bébé, mas eu prometo que é só um -faço beicinho_ eu prometo que volto a ser uma linda menina o resto da gestação.

O ruivo me olha, com aquele olhar de quem quer se bater a si próprio por não se render a um beicinho. Ele levanta o braço e coloca o cigarro sobre os meus lábios. Dou um pequeno bafo e assopro o fumo no seu rosto.

—Foi uma vez sem exemplo -diz dando o seu último bafo e apagando o cigarro de seguida_ Anda dormir, está a ficar tarde.

Foi como ele disse, uma vez sem exemplo. Uma vez não faz mal…certo?

(…)

P.O.V. Ladylake Off

P.O.V. Lysandre On

Já tinham todos ido dormir e eu ainda andava pela casa á espera que ela aparecesse. “23:30” disse ela. O relógio da cozinha marca 23:28. Coloco o copo com resíduos de Ice Tea dentro do lava loiça e oiço baterem á porta com cuidado. Apresso-me a sair da cozinha a atravesso a sala apenas iluminada por dois pequenos candeeiros. Hesito ao abrir a porta e recomponho-me. Respiro fundo e abro-a finalmente revelando a garota de cabelos curtos platinados do outro lado da porta.

—Hey… -sussurra ela desviando o olhar.

—Hey… -devolvo_ queres entrar?

—Já estão todos a dormir? -pergunta receosa.

—Sim, já foram á algum bocado -respondo_ e conhecendo-os como conheço, só acordam amanhã de manhã -sorrio tentando tranquiliza-la.

—Eu prefiro que fiquemos cá fora -diz_ podemos dar uma volta á beira mar, está uma noite fantástica.

Eu acento e fecho a porta atrás de mim. Descemos os pequenos degraus e caminhamos até á praia. Está um silêncio de tal forma que a única coisa que se ouve são as ondas do mar e as poucas gaivotas que ainda andam por ai a esta hora da noite.

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Olho no seu rosto dócil que parece triste. Percebo que está preocupada com algo.

—Há algo errado? -pergunto. Ela olha para mim.

—Não sei -responde_ estou triste e não sei bem porquê. Parece que me falta algo.

—Isso tem alguma coisa a ver com o facto de nos irmos embora amanhã? -pergunto com um sorriso meigo.

Os seus olhos fitam os meus, mas não dizem nada. Não consegui retirar alguma coisa deles. Medo, frustração, saudade, tristeza….

—Afinal sempre vão hein? -rebate, virando-se de frente para o mar.

—Sim… -coloco as mãos nos bolsos.

—Alguma vez irão voltar? -pergunta virando-se bruscamente para mim. Percebo algum tipo de desespero e dor na sua voz.

—Quem sabe, este sitio é um paraíso -respondo.

Aproximo-me dela ficando de frente a frente. Amanda encara o chão com uma certa raiva.

—Não fiques assim, aposto… -ela corta-me.

Sem me deixar terminar a frase, os lábios de Amanda encostam nos meus para um beijo lento e a transbordar de desejo. Coloco as minhas mãos na sua cintura e puxo-a um pouco mais para mim.

—Boa viagem -sussurra.

(…na manhã seguinte…)

O despertador toca, indicando-nos que é hora de levantar. É hora de voltar para casa. Abro os olhos e fito Castiel ainda com os olhos fechados.

—Desliga isso -resmunga, referindo-se ao despertador.

Assim faço e aproveito para ver as horas. 08:31 marca o meu celular. Espreguiço-me, ganhando coragem para me levantar e ir tomar banho. Sento-me na cama, com as mãos no rosto. Estou cheia de sono.

—Só mais um pouco -ele me agarra por trás, puxando para o pé dele.

—Nós temos que nos levantar -sorrio_ não podemos perder o avião.

—Só mais um bocadinho -diz ele, com os seus braços firmes á minha volta_ estamos tão bem aqui…

—Nós temos que ir -sussurro com os lábios perto dos dele_ Vila Doce espera por nós. Estou a morrer de saudades da Gwen e do Dragon.

—Eu também sinto falta deles -suas mãos mexem no meu cabelo_ Vamos lá voltar para casa.

Ambos nos levantamos e vamos na direção do banheiro para tomar um bom banho. É de manhã que se começa o dia então tudo tem que ser bom desde o primeiro momento em que acordamos para o dia realmente ser perfeito. Quando voltamos para o quarto, já tenho a roupa que irei vestir em cima da cama. Opto por uns shorts cinza curtos e um top sem mangas preto com uma frase escrita. Para maquilhagem, baseio-me apenas em batom em tons escuros e delineador preto. Calços os meus Addidas pretos e coloco o celular no bolso das calças.

Descemos poucos minutos depois e deparamo-nos com a casa numa confusão. Vejo Rosalya entrar em pânico por não saber de uma saia e Lysandre maluco á procura do seu bloco de notas. Definitivamente todos se esqueceram de arrumar as suas coisas ontem á noite.

—O que se passa? -pergunto olhando para todos numa correria para trás e para a frente.

—Estamos a tentar arrumar as nossas coisas antes que chegue a hora do avião -responde Max_ eu e Sarah temos que estar em Itália ao final da tarde.

—O que vocês vão fazer a Itália? -pergunto curiosa. Ele apenas me dá um sorrisão, não matando nem um pouco a mina curiosidade.

—Lake, Castiel -Angel aproxima-se_ vocês já têm as vossas coisas arrumadas?

—Sim desde ontem -Castiel responde, olhando em volta.

Olho para os meus amigos numa pilha de nervos e não consigo deixar de achar graça, mas nós ainda vamos perder o avião com esta trapalhada toda.

(…)

—Eu disse-vos! Nos ainda vamos perder o avião por não termos arrumado as nossas coisas ontem! -Rosalya resmunga com Alexy, mas o azulzinho quase que não lhe dá troco.

—Lake, podes explicar a esta cabeça de neve que não é o fim do mundo se perdermos o avião. Sempre ficávamos cá mais um dia ou 2 -brinca Alexy. Eu rio.

—Alexy tu não estas bem a ver a gravidade da situação. Eu não tenho mais saias para usar! -grita Rosalya. Alexy está pronto para se sair do carro em andamento.

—Eles são sempre assim? -Angel cutuca-me rindo. Dou de ombros.

—Tem dias -respondo.

(…)

Chegámos ao aeroporto. Castiel estaciona o carro e os nossos amigos atrás de nós fazem o mesmo. Retiramos as nossas malas do porta-bagagens e reunimo-nos todos. Está na hora das despedidas.

—Vou sentir a tua falta -abraço Angel com toda a minha força. Lágrimas vêm-me aos olhos.

—Também vou sentir muito a tua -ela retribui do mesmo jeito_ Vem visitar-me a Barcelona -sussurra. A sua voz falha por causa do choro.

—Irei -tranquilizo-a_ Vou só endireitar a minha vida primeiro. Há muita coisa para fazer e pensar.

Ela assente e limpa uma pequena lágrima que espreita pelo canto do olho. Eu faço o mesmo e respiro fundo. Todos se despediram de Angel e apressamo-nos para apanhar o nosso avião. Apesar de todo o drama, confusão e emoções, foram umas férias que nunca mais na minha vida vou esquecer.

Aceno uma última vez para a melhor prima do mundo. A garota de cabelo preto comprido e olhos negros manda-me um beijo. Pego e guardo no coração. Ela ri. Esbarro-me em alguém.

—Armin vamos! O avião está quase a partir -digo empurrando-o para a frente, mas ele mal se mexer do lugar.

—Desculpem, eu já venho -ele sai a correr.

—Armin!! -oiço gritarem.

P.O.V. Ladylake Off

P.O.V. Armin On

—Angel!! -chamo-a. Ela vira-se surpreendida.

Corro apressado. Os seus olhos escuros encaram os meus surpresos por eu ter voltado para trás. Seguro no seu rosto e rapidamente selo os nossos lábios num beijo forte. A minha língua pede passagem e ela cede sem hesitar. Separo-me por falta de ar e deposito um leve último beijo antes de partir.

—Espero por ti em Lisboa -digo, dando passos para trás. Ela está a ficar cada vez mais longe.

—Terás noticias minhas! -grita, molhando os lábios de seguida.

Corro para encontrar os meus amigos, que quase me espancam ao me ver.

—É melhor corrermos! -grita Sophie.

P.O.V. Armin Off

P.O.V. Ladylake On

O avião pousa. Olá Portugal! Olá Lisboa! Olá casa! Estou em pulgas por sair do avião. Dou um leve toque no Castiel e ele assente, indicando-me que percebeu a mensagem. Retiro o sinto mal recebemos autorização para isso e apresso-me a pegas as minhas malas. Castiel retira os seus fones dos ouvidos e guarda os mesmos dentro do seu bolso e segue-me atrás de mim.

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—Desliga as pilhas rapariga, são 14h da tarde -resmunga. Eu apenas faço uma careta.

—Estou cheia de fome -digo_ Arrgh…

—És o quê? Um Tiranossauro? -ele brinca. Dou uma pequena gargalhada.

Os nossos amigos já nos esperavam lá fora. Juntamo-nos todos e seguimos para fora do aeroporto. Somos 10, precisamos de 3 táxis para ir para o centro de Lisboa. Eu não sou a única a morrer de fome, todos estão. Sophie até já se abanada com os calores.

—Podemos comer num restaurante. Ainda falta algum tempo até chegarmos a casa e conduzir de barriga vazia é das piores sensações do mundo -diz Kentin. Todos concordam.

—Lake, mostra-nos o melhor sítio -Lysandre sorri, confiando no meu gosto.

Escolhi um típico da zona. “Casanova” dizia no letreiro bem visível e chamativo. Pagamos aos taxistas e seguimos para dentro desejosos de matar a fome.

—Espero que seja do vosso agrado -digo. Todos olham em volta.

—Querem ficar cá dentro ou lá fora na esplanada? -Nathaniel pergunta.

—Está um calor danado -resmunga Rosalya_ prefiro ficar lá fora.

A platinada pega num elástico e ata o seu imenso cabelo branco num gigante ponytail que quase lhe chega ao fundo das costas. Faço o mesmo para tentar me refrescar.

Acabámos por ficar lá fora na esplanada á beira do rio. Maiorca pode ser um paraíso, mas nada me faz ficar longe de casa por muito tempo. Pedimos frango para todos e ninguém se opôs. Quem é que não gosta de frango assado com batata frita e arroz não é mesmo? Ataco os pãezinhos de alho e Sophie junta-se a mim, enfiando quase 1 fatia de pão na boca de uma só vez. Kentin e Lysandre focam-se nas azeitonas e o resto vai comendo um pouco de tudo.

O comer não demorou muito a vir. Rosalya esqueceu toda a etiqueta e pegou numa coxa de frango e comer em segundos. Castiel comia tudo o que via. Só não foi o cesto do pão nem sei como. De repente, uma garota aproxima-se de mim e da nossa mesa um pouco envergonhada. Vejo perfeitamente que não tem coragem para interromper o nosso almoço.

—Ela rosna mas não morde -Lysandre brinca, todos riram. A garota sorri um pouco constrangida.

—Queres um autógrafo? -pergunto e ela assente com cabeça bastante depressa_ Como te chamas?

—Jenny -responde.

Lysandre rasga uma folha do seu bloco de notas e empresta-me a sua caneta. Pego e escrevo o meu nome com um pequeno coração no final. Entrego a Jenny e ela me olha.

—Posso tirar uma foto contigo? -pergunta. Eu sorrio.

—Claro, mas tens que me prometer que deixas de estar envergonhada -exijo e ela assente_ Ladylake Storm -estendo a mão.

—Jenny Louis -ela aperta e de seguida retira o seu celular maior do que a palma da sua mão.

—Até a tua fã tem um celular melhor do que o teu -Castiel brinca. Faço um mega discretamente.

Tiro a foto com Jenny e ela agradece, indo embora de seguida. Foi a primeira vez que um fã meu interagiu assim desta forma comigo, na rua. Sento-me de volta no meu lugar para continuar a minha refeição.

P.O.V. Ladylake Off

P.O.V. Angel On

Puxo a alça do sutiã preto de renta para cima que ateima em cair do meu ombro. 14:54 marca o pequeno relógio digital por baixo da Tv. Passo os canais, procurando algo para ver, enquanto ele não chega. Suspiro, nervosa, sem saber muito bem o que esperar da sua visita. Levanto-me do sofá e vou levar a loiça suja do meu almoço á cozinha, colocando o prato e o copo no lava loiça.

A campainha toca e sinto um leve arrepio na nuca e nos braços. Apresso-me para a porta e pego no meu robe de seda transparente da cadeira e visto-o. Dou um jeito ao cabelo antes de abrir a porta. Força Angel.

—Hey… Philip…

(...) Amar virou coisa de gente corajosa (...)