E se for você?

Capitulo 9 - We Could be Heroes


P.O.V Judy

Quero guardar para sempre em minha memória e no meu coração esses lindos momentos de alegria que estou desfrutando com Nick neste lindo Festival .

O vento estava soprando calmo, perfeito para um festival com a minha diva Gazelle . Não estava frio como na previsão do tempo do Jornal ZNN da manhã.

Á noite, as luzes dançavam sobre as lanternas penduradas em formas de hortaliças e legumes nos mastros do famoso Clube Sansão das Tocas. Único e prestigiado pela nossa população . Era lá onde estava montado o Show da Gazelle. Em meio as barracas de comida, se ouviam vozes de filhotes correndo de mãos dadas com os pais.

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Haviam tantos cheiros deliciosos de cenouras e bifes vegetarianos chiando enquanto eram fritos nas grelhas, pasteizinhos de Belém sendo expostos nas prateleiras, sorvetes de iogurte sendo servidos para as crianças.

Estava tão ansiosa pelo show. Já Nick ...nem tanto, né?!

Ele só estava interessado na comida. Já havia comido dois big’s hambúrgueres , uma travessa de pasteizinhos de Belém e mandando ver num sorvete de mirtilo com cobertura de framboesas com chocolate.

O clima estava agradável , no ritmo de alegria .

Eu havia ganhado um lindo chapéu de palha da prova de pegar as maças com a boca, e fiz questão de colocar sob a cabeça do meu raposo para ficar lindo como um cowboy do velho oeste e combinar com o clima de festa.

Haviam tantos brinquedos como os carinhos bate- bate, cama pula- pula, piscina de bolinhas de plásticos, a prova de pegar maças com a boca, pescaria, bingo e etc.

Quando os meus olhos púrpuras vêem uma iluminada roda gigante multicolorida girando . Os ratos japoneses diziam que ela dá sorte , então tomei a decisão que iria testar essa sorte ao lado de Nick.

Peguei bem forte em sua pata alaranjada e corremos até a pequena fila da roda gigante.

Quando entramos na cabine e tivemos a visão do alto sentíamos que estávamos tão altos como pipas ao sabor invisível do vento frio.

Eu nunca havia experimentado essa estranha sensação de liberdade mais intensa do que andar de carrossel . Era tão gostoso sentir o ventinho no rosto e nas orelhas. O frio na barriga.

Parecia que estávamos voando.

Nick soltou um grito entalado de sua garganta. E eu gritei em resposta.

Era bom gritar. Extravasar todas as nossas frustrações e nos sentirmos melhores.

De repente, a roda gigante parou.

Todos começaram a gritar e a xingar, querendo que o brinquedo voltasse a funcionar. As crianças ficaram exaltadas e chorando.

Foi então que Nick e eu vimos uma cabritinha passando sua perna esquerda e depois a outra com intenção de sair da barra de segurança até ficar completamente na beirada da cabine apenas se segurando com as suas duas patas.

Olhamos um para o outro. Ela queria se jogar daquela cabine. Não gostei do olhar que Nick lançou para mim.

Eu não queria que ele se arriscasse. E ele pensava o mesmo de mim.

Mas antes que eu pudesse agir , Nick já havia saído da nossa cabine e estava escalando , se segurando na pilastra de madeira que circulava por todo o brinquedo , sem problemas, até chegar à cabine aonde estava a pobre cabritinha deprimida , e que por um milagre ainda se segurando na beirada.

Os animais que estavam lá embaixo começaram a berrar para a cabritinha não desistir de viver, incentivando ela não ser precipitada.

Eu tenho que fazer alguma coisa ou perderei o Nick.

Para sempre...