Atualmente...

Após fecharem a ruptura que trazia o pilar para esta dimensão, Mikaela, Edward e Lizzie foram para a beira de um lago. Lá, eles usufruíram da água cristalina para retirar o sangue seco de seus corpos e tentaram amenizar as que estavam nas roupas.

Terminado, eles se teletransportaram para a aldeia onde moravam, e ficaram completamente aliviados ao ver que tudo estava intacto e que não havia sinais de tentativa de invasão. Os moradores, ao ver Mikaela, logo foram enchê-la de agradecimentos e perguntas. Desviando, Edward seguiu caminho em direção a casa deles. Ao adentrar, seus filhos imediatamente correram para abraçá-los, e fizeram o mesmo quando Mikaela, não muito depois, também chegou. Eles informaram brevemente a Anne e Afonso sobre o que aconteceu no pilar, e propositalmente deixaram seus filhos escutarem.

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Edward vestiu seu sobretudo sem uma camisa por baixo e pegou Lizzie pelos braços, colocando-a em suas costas.

— Para aonde vai, Ed? — perguntou Mika.

— Tenho perguntas que precisam de repostas.

— Irá demorar?

— Não. — Ele olhou para ela, sério. — Busque os outros Selos. Não temos tempo a perder para esperar eles chegarem.

— Considere feito. — Mika sorriu.

Ele devolveu o sorriso e dirigiu-se até a porta, indo para fora. Corvo crocitou lá de dentro.

— Pode vir junto, Corvo.


No Reino dos Céus, haviam centenas de corpos mortos de anjos e demônios. Os anjos que não detinham ferimentos graves estavam responsáveis pela limpeza, fazendo o máximo que conseguiam para retirar tanta imundice sobre o solo sagrado. Os arcanjos Miguel, Jael e Amtiel ajudavam na limpeza.

Em um determinado momento, os três sentiram um poder horrendo e poderoso aproximando-se lentamente da borda do Reino. De imediato, eles empunharam suas armas e outros anjos começaram a se reunir, todos olhando tensos para onde o ser iria surgir.

Ora, acontece que quem surgiu foi Edward, com a haste de sua foice repousada no ombro e um corvo pousado no outro. Indiferente ao ter aquelas lâminas apontadas para ele, pousou na superfície serenamente. Percebendo que ninguém havia parado de estar hostil mesmo o reconhecendo, o Selo fez uma careta.

— O que foi? — perguntou.

— Por que motivo chegou aqui esbanjando sua aura horrenda? — questionou Miguel.

— Ah, para. Não me diga que estão com medo só porque falamos que nem vocês estão livres de nossa punição caso coloquem o equilíbrio em risco. — Um sorriso abriu-se no rosto do Edward. — Acalma-se. Vocês não infligiram nada... pelo menos não dessa vez.

Dito isso, os arcanjos abaixaram as armas e os anjos fizeram o mesmo logo em seguida. Sem dizer mais nada, Edward passou por eles, seguindo seu caminho desviando dos corpos. Não muito depois, Tyrael se juntou ao Selo na caminhada.

— É bom vê-lo, Morte — cumprimentou o arcanjo.

— Igualmente. Então, como foram as coisas aqui?

— Caóticas. Fome e Fúria até passaram por aqui montando em uma monstruosidade gigante, enquanto enfrentavam outra monstruosidade gigante. Mas, felizmente, nos saímos bem, apesar de tudo. Digo, sofremos menos baixas do que eles.

— E que diferença faz sofrer menos? Sabemos nem mesmo quantos demônios há na toca deles.

— Hm. Isso é verdade. Boa observação. Então fomos mal — corrigiu. — O que fazes aqui? Se me permite perguntar.

— Ah, tenho perguntas a serem saciadas.

— Entendo. Irei parar de importunar então. — Tyrael esticou a mão em direção ao Selo. — Perdão pela arrogância de meus irmãos. Se bem que você colabora com esta arrogância.

— Assim é mais divertido. — Ed sorriu e apertou a mão do arcanjo, puxando-o para mais perto e sussurrando: — Comunique aos outros para tomarem cuidado. Lúcifer criou dez seres poderosos. Não é preciso ser um gênio para saber que eles são criados especificamente para confrontar a nós.

— Assim farei.

Edward seguiu o caminho subindo os degraus que levavam para a sala do trono. Ele passou pelas antigas repartições dos serafins, que agora estavam completamente vazias, servindo apenas para relembrá-los dos pecados cometidos por setes deles. Pensativo, ele seguiu pelo corredor em direção a porta da sala, e os anjos que ali vigiavam rapidamente abriu-a. Desta vez, uma fenda estava por trás dela, surpreendendo até mesmo os vigias. Sem delongas, o capitão dos Selos adentrou na ruptura.

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Do outro lado da fenda, a calmaria atingiu Edward em cheio. O céu estava azul, ensolarado e com poucas nuvens, e o vento frio roçava em sua pele. O lugar era tomado por árvores, flores e a grama, todos com uma coloração bela, com um verde que nunca seria visto no plano existencial. Lizzie e Corvo também desfrutavam da sensação de paz que sentiram no momento em que entraram.

Eles seguiram caminho pela estrada de tijolos, que os levava em direção a uma construção circular alavancada por tijolos brancos muito bem polidos. Um sulco ao lado, seguindo para o mesmo destino, transportava água cristalina, e subia pelos tijolos sem vazar. Corvo, que estava quieto, viu um corvo branco voando e voou em direção a ele.

No cume da construção, o barulho de aço chocando-se ecoou ao mesmo tempo em que um brilho azul emanou. Conforme subiam a escada feita do mesmo material de tijolos, Edward sentia suas chamas respondendo a esse brilho azul, e percebeu que, ao invés de mana, era na verdade chamas.

No fim dos degraus, Edward conseguiu observar uma mulher que estava mais à frente. Ela detinha cabelos negros e ondulados, que desciam até o fim de suas costas. Era do mesmo tamanho dele, e estava vestida com um tecido branco que deixava a lateral de seu corpo até a cintura à mostra. Em sua mão direita, havia um martelo negro com as extremidades de impacto feitas de cristal azul-escuro. Na mão esquerda dela, segurava uma alma sob uma grande bigorna. As chamas azuis pulsaram mais intensamente no martelo e ela brandiu contra a alma, fazendo o som de metal ressoar junto com as chamas que pulsaram pelo lugar. Por fim, ergueu a alma que definhou gradativamente no ar até desaparecer. Em seguida, a mulher olhou por cima do ombro, com um sorriso sem mostrar os dentes, e, com seus olhos azuis, fintou os de Edward.

— Olá, irmão, Lizzie — ela disse.

— Yo — cumprimentou Liz.

— Há quanto tempo, Vida. — Edward sorriu.

— Bastante. Até mesmo para mim. — Vida olhou Morte de cima a baixo, estudando-o minuciosamente. — Você ficou poderoso.

— O que posso dizer, irmã? — Ele estufou o peito e colocou as mãos na cintura. — A experiência faz o guerreiro.

— Ah, é? Esse monte de alma dentro do seu corpo que virou um novo ser tem nada a ver com sua força, então?

— Talvez tenha. — Suspirou. — Chama-se Sombra. E é um cusão. Graças a ele, porém, posso fazer isso. — Edward ergueu o braço envolto em chamas azuis. Com a liberação da energia negra, transformou-se em chamas negras.

— Incrível — ela disse, com os olhos cintilando. Por fim, piscou. — Acredito que você não tenha vindo aqui para me contar sobre as novidades.

— Não. Estou desconfiado de algo, e preciso de sua ajuda para responder umas perguntas.

— Certo. Acontece que, por causa desta guerra, minha demanda de almas está um pouquinho grande. — Vida pendeu a cabeça para o lado. — Que tal..., tendo em vista que o tempo aqui passa ainda mais devagar do que no plano celestial, eu termino de reconstruir algumas almas, você me conta as histórias, e depois respondo suas perguntas enquanto reparo a lâmina da Liz?

Lizzie imediatamente sorriu e olhou para Edward. — Aceita?! — exclamou ela.

— Aceito. — Edward sorriu.

— Oba! — disseram as duas.

Continua ♥ :p

Curiosidades:

Vida: ela é responsável pela a reconstrução da integridade das almas que voltarão para os corpos de seres que estão sendo criados. Ademais, é responsável pela confecção e manutenção das armaduras dos anjos e arcanjos; e também na criação de magias. Tanto que fora responsável por criar a mais poderosas magias descritas nos livros do Mephistos, que teve Tyrael como encarregado pela a entrega destes livros aos humanos. Não só disto tudo, como foi a forjadora do machado da Pietra, das katanas do Aiken e a espada de Kleist — sim, fora ela responsável pelo aprisionamento do Odin, mas não pela sua derrota. Seu nascimento fora antes mesmo dos Selos, apesar de o cálculo de sua existência ser atemporal, entretanto, diferente do Vingança, a existência dela em si é temporal.