Os Cinco Selos

Álgido


Aiken


Após determinarem o plano, Lua e Aiken se teletransportaram para as ruínas onde houve o encontro entre eles e a Pietra. Era nítida a preocupação que Lua deixava transpassar, mas Aiken não disse nada, limitou-se a apenas beijá-la. Ela ainda ficou um tempo parada olhando para ele, até por fim os raios verdes envolverem seu corpo e sumir. Fazia um tempo que não ficava sozinho, pensou Aiken.

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Despreguiçando-se, o Selo da Fome começou a ir rumo em direção ao lugar assombrado pela neve infinita. Por enquanto, o lugar que ele estava era tudo podre. Árvores estavam mais do que secas, flores murchas e sem cor, carcaças de animais que há muito morreram e o solo era o mais podre dentre tudo. Aiken não conseguiu imaginar o que levou aquele lugar ficar assim, apesar de ser fruto do desequilíbrio, era necessário um bom motivo para estar desse jeito.

Chegando na divisa entre a podridão e a neve, Aiken sentia a brisa fria de congelar os ossos. Sua esclera ficou negra e sua íris com um prateado intenso, então as chamas prateadas abraçaram seu corpo para mantê-lo aquecido. Por onde caminhava, a neve derretia com o calor das chamas. Incrível que tinha pessoas vivendo aqui, pensava, realmente os demônios não pensariam em ficar vindo para cá. Bem, não com frequência.

Aiken caminhou e caminhou, e a nevasca só parecia aumentar, impedindo dele enxergar muitos palmos a sua frente. Estranhamente — depois de praguejar mentalmente sobre esta nevasca de merda —, a nevasca pareceu ficar menos intensa. Isso proporcionou a Aiken à vista do cristal que procurava. Era maior do ele pensava, sendo, talvez, maior que ele. O azul do cristal era bem escuro e pouco cristalino; estava flutuando a frente de uma montanha coberta pela neve.

De seu bolso, o Selo retirou um pequeno cristal prateado — quase branco. Como instruído por Mikaela, ele apenas depositou um pouco de suas chamas nele e nada além aconteceu. Tsc, nem todos estão prontos, praguejou mentalmente. Observando ao redor, Aiken direcionou-se para o que torcia para ser uma caverna. Ao confirmar que era, derreteu a neve que cobria sua entrada e adentrou.

Lá dentro, sentou-se e aguardou o sinal com o cristal na mão. Aposto que é o retardado do Dante que está empacando. Entediado, Aiken esperou por um tempo que pareceu uma eternidade até que, finalmente, o cristal prateado em sua mão virou pó. Seu sorriso alargou-se.

— Está na hora de trabalhar.

Aiken fora até o mesmo local onde havia estado. Olhou de um lado para o outro, e não conseguiu encontrar nenhuma alma viva, apenas a neve. Cautelosamente, ele deu um passo à frente, e, no mesmo instante, começou o tremor. O Selo observou a montanha se mexer, aumentar. A neve começou a recair, fazendo com que a ventania aumentasse, obrigando Aiken a proteger sua visão com o braço. A montanha coberta de neve, demonstrou-se ser, na verdade, uma criatura alada. O dragão detinha a pele escamada branca mesclada com um tom reluzente de azul, onde havia vários cristais azuis encrustados em si. O azul de suas asas era sólido, mas que reluzia com a luz.

Vendo o tamanho de seu adversário e sentindo um grande poder emanando dele, Aiken imediatamente afastou-se do dragão para aumentar a distância entre eles, na mesma medida que suas katanas negras saltavam da bainha.

O dragão olhou para o Selo. Aiken observou a boca da criatura parecendo inflar e a energia concentrar-se na boca. Quando ele cuspir fogo eu..., Fome arregalou os olhos, e correu para direita em disparada. O dragão soltou o bafo gélido de sua boca, seguindo o Selo — quando o bafo entrava em contato com o chão, o gelo amontoava formando muro.

— Mas é claro que a porra de um dragão de gelo vai cuspir gelo, e não fogo! — praguejou para si enquanto corria.

Quando o dragão cessou o ataque, Aiken imediatamente freou e escondeu-se atrás dos recém-criados muro de gelo. Certo, se eu conseguir atacá-lo antes dele voar é uma boa. Se voar, terei problemas.

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Repentinamente, a nevasca se intensificou. A neve passava por abundância por cima do muro de gelo, ofuscando completamente a visão do Selo. Junto com a nevasca, houve o bater de asas. Aiken suspirou. Agora, eu tenho problemas, ele pensou.

Aiken virou de frente para o gelo e cruzou suas katanas, então a cauda do dragão rompeu o muro e brandiu contra as lâminas, fazendo-o ser arremessado. O Selo rolou e ficou de pé de imediato. Olhou para a criatura alada nos céus, preparando outro ataque com sua torrente de gelo. Porém, o dragão disparou uma grande bola de gelo em direção ao Selo. Aiken fez suas katanas arderam ainda mais em chamas. Segurando a lâmina esquerda com a ponta voltada para baixo, cortou horizontalmente. Com a lâmina direita, cortou verticalmente. Divido em quatro partes, os pedaços da esfera de gelo não o atingiu. Entretanto, a pata dianteira do dragão veio seguidamente. Aiken apenas teve tempo o suficiente para cruzar suas lâminas acima da cabeça, então a pata o atingiu. O Selo afundou, o chão estilhaçou. Fazendo um grande esforço, Fome tentava segurar a pata para não ser esmagado, mas a pressão era muita.

— Despertar: Deus da Fome.

As chamas prateadas se intensificaram. Praticamente no mesmo instante, os dedos da pata foram cortados. O dragão rugiu de dor erguendo sua pata, mas, com a livre, acertou o Selo com uma pancada. Fome voou abertamente até chocar-se contra uma montanha, encrustando-se. Suas chamas prateadas o cobria como se fosse um manto e a máscara de chamas prateadas ocultava seu rosto — que, neste momento, fazia uma expressão de dor.

— Espero que quem tenha dado um livro de fantasia para Bahamut tenho morrido lentamente e dolorosamente — reclamou.

O corpo de Aiken transformou-se completamente em suas chamas, e ele saiu voando às pressas dali. O dragão apareceu em meio aos céus e destruiu a montanha com um golpe de suas garras, rugindo ferozmente.

Parecendo uma nuvem de chamas prateadas, Aiken voava em direção ao cristal. Este dragão é diferente do que enfrentamos no limbo... é mais esperto. Ou simplesmente porque estou lutando sozinho, diferente daquela vez, mas isso é irrelevante no momento, pensava, ele é tão frio que minhas chamas não ficam queimando na região do corte, logo não poderei usar a propriedade de minhas chamas para alterar seu peso. Também já percebeu que enquanto voa a vantagem é dele. Terei que enganá-lo.

— Personificação da Fome.

Aiken voltou a sua forma corporal — o nimbo prateado com o desenho de uma fera selvagem se formou em suas costas.

Preocupado com a segurança do cristal, o dragão apareceu no ar cuspindo sua torrente gélida. Aiken esforçou-se para correr do ataque frio, correndo de um lado para o outro. Enquanto isso, o amontoado de gelo ao redor do cristal só ia aumentando. Aproveitando-se disto, Fome escondeu-se entre estes vários muros de gelo. Percebendo seu equivoco ao fazer um campo para que seu inimigo se escondesse, o dragão apressou-se destruindo as paredes gelo com suas patas.

Repentinamente, vinte lobos prateados saltaram em direção ao dragão. A besta gélida preparava-se para contra-atacar, mas viu que Aiken — sua pele estava prateada —parado atrás do cristal com as katanas viradas para baixo. Sem pensar duas vezes, o dragão ignorou os lobos e esticou sua pata dianteira com as garras até o cristal, entretanto, ao fazer isto, Aiken desmanchou-se em chamas prateadas que foram levadas com o vento. Apenas um clone. A alcateia recaiu sobre os olhos do dragão. Nas costas da besta, estava um lobo solitário, que logo começou a tomar forma de Aiken. Aproveitando a distração do dragão com os lobos, o Selo cravou suas katanas nas costas da fera.

Por detrás da máscara de chamas, seu sorriso sádico alargou-se.

Aiken saiu correndo e rasgado as costas do dragão, que logo começou a rugir de dor, enquanto tentava impacientemente retirar os lobos de seus olhos azuis. Ao mesmo tempo que talhava as costas, Aiken garantia que o dragão iria ficar no chão deixando-o mais alguns quilos pesado. Aproximando-se da cauda, Fome descravou suas katanas, deixou seu corpo mais leve e saltou, jogando sua katana esquerda em direção ao cristal.

— Sorte de não cortar você todo, pois preciso de você o mais inteiro o possível. — Do bolso de sua calça, retirou uma pedra rúnificada do tamanho da palma da mão. — Por ora, apenas enfraquecê-lo é o suficiente.

Aiken jogou a pedra na ferida exposta. Ao entrar em contato com a carne e sangue, a pedra se encandeceu. Enquanto o desenho da runa queimava em sua pele escamada para ficar marcado, o dragão começou a rugir de dor.

A katana que Fome jogou em direção do cristal fora pega no ar pelo seu gorila de pelagem prateada, que, sem demora, cravou a lâmina na pedra. Brilhando, o cristal estilhaçou-se em finos pedaços.

Quando, enfim, a runa marcou-se por completo na pele do dragão, virou-se e encarou o Selo com seus olhos azuis ardendo em fúria. Aiken — sua segunda katana já estavam em punho — devolvia o olhar com a mesma intensidade.

— Deve ser vergonhoso para você não ter conseguido proteger aquilo que era seu único dever.

A nevasca se intensificou. A boca do dragão se inflava. Agora só tenho que sobreviver até a segunda parte do plano começar, Aiken pensou, preparando-se.

Continua ♥ :p

Curiosidades:

Lua: uma dos Guerreiros Sagrados, e a segunda criança a ser salva por Camille. Lua havia sido capturada por demônios e, como muitos outros, virou escrava. Ainda muito jovem, aos onze anos, viu seus pais morrerem, amigos e muitos outros. Se não fosse por Camille, ela mesmo teria morrido de fome. Quando fora salva por sua rainha, Lua estava praticamente em pele e osso. Sua situação era tão grave que até mesmo os demônios a jogaram na pilha de corpos mortos, deixando-a para morrer.

Arma: uma khopesh. Ou seja, uma espada com lâmina curva. Perfeita para decapitação.

Magia: uma espécie de teletransporte que ela deu o nome de Delírio. Com esta magia, Lua pode ir a qualquer lugar, desde que esteja com a imagem do local a cabeça; caso não, ela irá ir para um local aleatório. Quanto mais longe, mais mana consumida. Uma magia retirada do livro dos Mephistos, doutrinada por Boros.

Idade: 21 anos.

Altura: 1,75 metros.

Aparência: cabelos loiros e liso, mas cacheado nas pontas. Lua é magra, de pele branca e suas curvas são bem medianas. Sua beleza está focada em seu rosto, onde suas maças são bem ressaltadas e dotada de um rosado natural. Uma beleza delicada, apesar de ela não ser.

Características: apesar de tudo o que passou, Lua consegue ser muito brincalhona, sempre beirando a perversão. Em luta, porém, torna-se uma assassina impiedosa e extremamente fria. De certa forma, ela consegue ler muito bem uma pessoa, e, por causa disso, gostou de Aiken desde o início, pois encontrou alguém que parecia em muito com si.

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Gosta: de ficar em grupo.

Odeia: sentir-se presa.