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Capítulo 07


Hermione Pov

A visão do Weasley atirando o objeto mais extraordinário que eu já tive o privilégio de encontrar nas mãos daquele ladrão não saía da minha cabeça. Ele foi idiota, negligente e irresponsável agindo da maneira que agiu, meu senso prático não conseguia entender suas ações, dessa forma, coloquei pra fora toda a minha descrença e raiva pelo absurdo, tentando incutir naquele auror o tamanho do disparate que ele tinha acabado de cometer. Eu não queria admitir, mas o nervosismo por ter ficado à mercê de um bruxo que não hesitaria em me estrangular ali mesmo ainda estava me afetando, agravando ainda mais minhas respostas.

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Ele não encarou bem minha reação, eu pude notar, parecia achar que tinha feito o correto, mas eu não ia deixar aquele assunto terminar sem garantir que ele entendesse e aceitasse o meu ponto de vista. Enquanto ele tentava se defender, eu me preparava para destilar mais uma leva de palavras mordazes, mas ele foi mais rápido e me veio com “eu escolheria você”.

Aquilo me atingiu em cheio, anulando todos os meus pensamentos, fazendo-me lembrar de uma parte escondida de mim que clamava por atenção, aquela parte que não queria ser sozinha. Eu não tinha intenção de me envolver com ningúem, muito menos com ele, aquele ruivo já tinha se entrometido demais na minha vida, mas o fato de suas palavras me afetarem me assustou. Eu queria desesperadamente ir embora, desaparecer para o mais longe possível dele, me sentia andando nunca corda bamba e de repente não me achava mais tão equilibrada.

Enquanto nos encarávamos em silêncio, pude sentir, além do medo, a culpa por ter sido a razão pela falha da nossa missão começando a criar raízes. Todas essas emoções estavam virando um turbihão na minha mente, mas finalmente voltei a mim e, ignorando aqueles sentimentos o melhor que eu podia, percebi quão estúpida eu estava sendo. Eu não era essa pessoa, não saio por ai assustada com o que aurores petulantes falam e muito menos me sinto culpada pela falha de terceiros, a raiva pela minha atitude chegou na hora certa para me salvar de um desmoronamento e eu voltei à minha resposta padrão para todos os momentos em que me sentia ameaçada: revidar.

Retornei a nossa discussão optando por continuar como se nada tivesse acontecido, mas eu tinha que admitir que aquilo não estava sendo tão fácil quanto eu gostaria. Por mais que eu estivesse com raiva por tudo que estava sentindo, apenas ignorar, como eu sempre fiz, se mostrou não muito eficiente. Minhas respostas não conseguiam ser tão incisivas e eu via claramente no rosto do Weasley que ele estava no limiar de toda sua paciência, claro que eu não ia parar e acabei tendo que encarar as consequências disso.

Em um instante eu estava no meio de uma briga, tentando ao máximo agir como a pessoa que sempre fui, no próximo eu tinha sido puxada para o meio de um mar agitado sem nem ao menos saber nadar, não consegui fazer nada a não ser me afogar. Eu só processei o que estava acontecendo quando senti seus lábios pressionados sobre os meus, era impossível acreditar no que ele tinha acabado de fazer. Nem nas extrapolações mais ridículas que a minha mente podia construir eu tinha imaginado essa cena como uma possibilidade, mas agora que me vi fazendo parte dela, para meu desgosto, não fiz nada para interrompê-la.

Todas as minhas defesas tinham sido ultrapassadas e ao invés de me desvencilhar rapidamente dos braços daquele atrevido, minhas mãos se agarraram a ele como se eu estivesse realmente me afogando. Mais tarde eu diria a mim mesma que o nervosismo por tudo o que havia acontecido tinha sido o responsável por aquele grande lapso da minha mente, porém naquele instante eu só conseguia sentir o calor do seu braço em minha cintura enquanto sua outra mão acariciava meus cabelos jogando pra longe o resquício de lucidez que ainda tentava tomar o controle de volta.

O tempo pareceu não surtir mais efeito, tudo se resumia a sensações, sua pele na minha, nossa respiração acelerada, os corações martelando no peito, mas quando a boca dele se afastou ligeiramente da minha para recuperar o fòlego, finalmente meu cérebro recobrou a consciência, emitindo uma única mensagema máximo! O que você está fazendo?

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Eu teria que me livrar de grande parte do meu orgulho para que chegasse o dia em que eu admitiria ter gostado daquele beijo, o que surgiu naquele momento, foi quase um pânico, uma necessidade de instantaneamente sair daquele abraço que me envolvia e voltar para meu mundo muito bem estruturado onde eu sabia todas as regras. Não ia deixar transparecer para ele o quanto eu estava abalada, encobrir toda a minha confusão com raiva foi a saída mais fácil que encontrei, e foi o que fiz, rezando para que ele não tivesse olhos bons demais para enchergar através dessa fachada.

Quando ele tentou retomar da onde tinha parado eu o empurrei, mas seus braços não deixaram eu me afastar de imediato.

—Pode parar! O que você acha que está fazendo? – gritei indignada o empurrando mais uma vez e finalmente conseguindo me afastar.

Ele ajeitou os cabelos bagunçados, se endireitou para olhar em meus olhos e respondeu divertido:

—O que eu estou fazendo? Acho que vi você participando muito ativamente. – um sorriso malicioso surgiu em seus lábios e eu estupidamente acabei por encará-los, revivendo a sensação de tê-los colados aos meus. Esse pensamento inconveniente me distraiu por um segundo o que atrasou minha resposta, fazendo com que o Weasley assumisse uma expressão ainda maior de satisfação. Estava na hora de levar aquela situação de volta para um terreno seguro.

—Você não tem o direito de agir dessa maneira, não te dei essa liberdade – ele riu baixinho o que aumentou a minha raiva.

—Você também não me impediu, e eu fiz uma grande descoberta: sua boca é muito melhor calada – respondeu cruzando os braços, me olhando como se me desafiasse a continuar aquela conversa.

Eu não ia cair naquele engodo, percebi que ele estava gostando de ter me enfurecido, de me fazer reagir, acabei agindo de maneira errada, o melhor era fingir que nada demais tinha acontecido, desviar a atenção para outra coisa que não me fizesse pensar em como as mãos deles eram ótimas em acariciar meu pescoço.

—Não temos tempo para distrações bestas, Weasley, acabamos de ser roubados e a caixa está em mãos erradas – retruquei usando o tom de indiferença mais convincente que consegui elaborar.

Ele não ficou alegre com a minha mudança de tópico, seu sorriso desapareceu e todo o ar de divertimento foi esquecido.

—Lá vem você falar de novo dessa caixa, dá um tempo, Hermione! Não aguento mais – falou jogando os braços no ar.

—Nós precisamos fazer algo a respeito! – aquilo não estava aberto para discussões, essa missão não poderia terminar assim.

—Eu já pedi pra você parar – seus olhos azuis se iluminaram novamente e ele deu um passo à frente antes de continuar – Ou você quer outro beijo? Só precisa pedir.

—Não! – respondi me afastando, apenas para perceber que minha reação tinha sido rápida e incisiva demais para alguém que não tinha se afetado. Ele estava brincando comigo e eu estava agindo exatamente como ele queria.

—Não precisa se agitar, não vou contar pra ninguém como você fica linda com as bochechas vermelhas – essa última frase foi dita quase no meu ouvido, ele passou de leve os dedos pela minha bochecha, e antes que eu pudesse me concentrar novamente para responder, ele saiu andando em direção à saída.

Não me orgulho do fato de ter levado ainda alguns segundos para me mexer, e ir pegar minha varinha, que tinha ficado abandonada no altar onde outrora a caixa se encontrava, e minha bolsa que permanecia jogada ali perto. Aquela situação estava ficando difícil de manejar, desde quando um toque de leve no rosto me deixava muda? Não que muitos ruivos de olhos azuis e sorrisos desconcertantes tivessem tentado antes para eu poder comparar. “Foco, Hermione!”.

Respirei fundo e com todos meus objetos já em minha posse, caminhei na direção em que o auror havia seguido. Meu desafio agora era agir como se nada tivesse acontecido, e fazer um bom serviço dessa vez, nada de respostas afobadas ou ficar se irritando com as brincadeiras que certamente se seguiriam. Pronto, eu estava decidida e ia conseguir me manter firme.

Saí da caverna para encontrar meu tormento pessoal me esperando de braços cruzados, encostado a uma árvore, a luz do por do sol refletindo direto em seus cabelos fazendo-os parecer ainda mais vermelhos, principalmente em contraste com a cor dos seus olhos, ele sempre tinha sido bonito assim? “Difícil deixar de notar agora que você tem uma perspectiva muito melhor, não é?” Chega de divagações! Eu tinha que agir logo antes que ele notasse meu lapso momentâneo, um dos muitos que estavam me acometendo nesses últimos instantes.

—Pensei que você não ia sair de lá nunca – disse saindo do seu local de encosto e indo ao meu encontro – vamos embora, quero chegar na minha casa logo, vou ter muito o que explicar pela manhã.

Eu podia sentir toda a decepção que ele estava sentindo em sua voz, novamente uma pontada de culpa apertou o meu peito, e se eu já estava decidida a não deixar essa missão por isso mesmo, aquilo foi apenas mais um incentivo.

—Precisamos ir atrás deles! – falei séria, sem dar nenhum espaço para brincadeiras.

—Você ficou maluca? Não sabemos nem quem eles são, essa missão acabou, Hermione, você vai poder finalmente se livrar de mim, devia estar feliz – suas últimas palavras foram ditas quase como um sussurro.

Ele estava certo, eu devia estar feliz, aliviada de poder dar um fim a essa viagem, mas meu lado responsável não ia deixar um poder daqueles ser usado para fins nefastos e o olhar de derrota que ele tinha estava me deixando incomodada, mesmo contra minha vontade.

—Por isso eu sou a consultora aqui, Weasley, coloquei um feitiço de rastreamento nos dois no momento em que os encontramos lá no centro de pesquisa. – respondi, tentando ser o mais natural possível.

—Eu vi você mexendo na sua varinha, tinha me esquecido de perguntar, isso é uma ótima notícia! – todo seu entusiasmo parecia ter voltado – você é realmente um gênio – concedeu dando tapinhas nas minhas costas.

—Mas pode ser perigoso, mesmo assim ainda quer continuar? – sua mão teimosa continuava em meus ombros, muito além do tempo necessário e pensamentos de que aquele não era o lugar ideal para ela estar surgiram em minha mente, estava indo muito bem o meu plano....

—Se eu dei a ideia, é claro que vou – retruquei afastando sua mão com a minha.

—Ok, então pegue logo as coordenadas e vamos dar o fora daqui, eu preferia não ter que ficar nessa floresta quando escurecer. – falou, voltando para sua posição anterior.

Ele estava certo, já tínhamos perdido tempo demais com coisas não importantes e cada minuto que passava era mais uma chance de perdermos de vez o paradeiro da caixa. Peguei a minha varinha de dentro do casaco e pronunciei o feitiço que nos diria exatamente onde o Frank e o Ben se encontravam, mas para minha surpresa nada aconteceu. Tentei mais uma vez e o resultado foi o mesmo, eu não conseguia compreender o que estava acontecendo, aquele era um feitiço simples que eu já havia utilizado múltiplas vezes, não tinha como não funcionar.

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—Algum problema? – o Weasley perguntou percebendo a minha agitação, e a minha falta de resposta fez com que ele viesse se colocar ao meu lado. – Você já tem o local?

—Não está funcionando – respondi tentando esconder meu embaraço, será que eu realmente tinha errado um feitiço tão simples?

—Como assim? Tenta de novo – ele pareceu compreender que qualquer chance de sucesso que ainda restava naquela missão dependia dessa informação que eu não conseguia obter.

—Eu já tentei – minha resposta foi apenas um murmuro, pior do que falhar em descobrir o endereço dos ladrões foi ter renovado nossas esperanças apenas para destruí-las de novo.

—Tudo bem, você tentou – ele tinha os olhos e os ombros baixos, finalmente admitindo derrota, aquela visão foi quase um como um tapa – vamos embora, Hermione.

Só isso? Ele não ia gritar e brigar comigo dizendo que a culpa era minha por não ter feito o feitiço direto? A reação dele me deixou completamente mortificada, com gritos e hostilidade eu sabia lidar muito bem, mas naquele momento era apenas a minha própria culpa que me engolia. Eu queria me desculpar, tentar de qualquer modo aplacar a situação, mas as palavras não saiam.

—Weasley, eu... – eu ia falhar até em um pedido de desculpas, aquilo estava ficando cada vez melhor

—Já falei que está tudo bem – ele levantou seus olhos nos meus e deu o sorriso menos convincente que eu já tinha visto na vida, de alguma maneira isso me deixou pior ainda.

Tínhamos chegado ao fim, era hora de pegar nossas coisas, aparatar de volta e ir cada um para seu lado, mas quando tentamos usar a magia nada aconteceu novamente.

—O que? – ele perguntou confuso.

—Isso está muito estranho, primeiro o feitiço de rastreamento, agora nós não conseguimos aparatar – eu sabia que não tinha errado aquele feitiço, tinha que ter alguma coisa estranha nessa história.

—Tente fazer qualquer feitiço, Weasley – ordenei e fiz o mesmo, obtendo o mesmo resultado negativo para nós dois.

—Tem alguma coisa errada aqui – ele passava a mão na cabeça, como se tentando juntar as peças daquele quebra-cabeça.

—Isso é evidente, aposto que eles colocaram um bloqueio nessa área para nos impedir de segui-los, não contei com esse tipo de atitude da parte deles – a realização de que eu tinha sido tão facilmente enganada por dois ladrões baratos pisou bem forte no meu orgulho me deixando irritada.

—Não é possível que eles tenham pensado nisso sozinhos, não é um feitiço fácil de fazer – ele continuou, pensativo.

—A mente por trás desse plano não importa agora, temos que sair dessa floresta, aposto que esse bloqueio se limita a ela. É só nós sairmos que provavelmente vou conseguir localizá-los – eu já estava começando a andar na direção que me parecia a correta.

—Você ainda quer continuar? – ele perguntou surpreso – pode demorar pra conseguirmos sair daqui, não temos mais o mapa – essa última observação foi feita como se ele esperasse que uma nova briga começasse pelo assunto, mas eu tinha coisas mais importantes na minha mente do que reviver aquela discussão.

—Não vou desistir agora, eles nos roubaram e ainda nos fizeram de idiotas! Vamos recuperar aquela caixa e fazer dessa missão um sucesso. – respondi sem parar o paço, ele seguia atrás de mim.

Eu tinha caminhado alguns metros quando o escutei rindo baixinho.

—Hermione, para – seus passos se apressaram para me alcançar, mas eu continuei em frente, não tínhamos mais tempo a perder. Ele chamou de novo o meu nome e dessa vez me parou com o braço em meu ombro.

—O que você quer? – minha visão indo dos seus olhos até o local onde sua mão se encontrava e teimosamente parando ali.

Ele riu novamente e respondeu divertido:

—Você está indo pelo lado errado – ele afastou sua mão e continuou – o caminho é por ali – apontou para o lado completamente oposto do que eu tinha tomado.

—Ah... – eu não tive resposta, apenas senti minhas bochechas queimando e desviando meu olhar do seu, me virei para seguir na direção que ele havia indicado.

Eu estava passando na frente dele, quando ele me parou novamente, dessa vez segurando minha mão, será que ele podia fazer o favor de parar de encostar em mim? Eu já estava me preparando para fazer essa exigência em voz alta, mas ele foi mais rápido.

—Obrigado, Hermione – ele me olhava com uma sinceridade tão singela que eu não consegui reclamar – você não precisava continuar me ajudando.

—Eu sei – foi tudo o que eu consegui elaborar com aquele par de olhos me encarando como se eu fosse um presente de natal.

—Isso não faz mais parte do seu trabalho, eu só queria agradecer antes de continuarmos. – sua mão permanecia na minha, ele apertou de leve os meus dedos e eu senti que meu coração pulou uma batida.

Chega! Aquilo estava passando dos limites, desvencilhei minha mão da dele e respondi:

—Pronto, já agradeceu, agora vamos – apertei o passo, eu estava precisando de um pouco de distância.

Escutei mais uma vez sua risada e antes do que eu esperava ele tinha me alcançado.

—Acho melhor eu ir na frente, ainda me lembro de algumas partes do mapa – ele concluiu.

—Tudo bem, vá que eu sigo – eu não podia negar a lógica das suas palavras, mas não me sentia animada por uma longa caminhada em que eu ficaria encarando as costas e outros atributos traseiros do Ronald Weasley.

Andamos por um longo tempo, o fato de não sabermos exatamente o caminho e de o por do sol reduzir bastante nossa visão, acabou por atrasar nosso avanço. Várias vezes tivemos que parar a fim de avaliar e escolher o lado que seguiríamos, apostando que seria o certo. Meu humor estava decaindo rapidamente, minha resolução interna de prestar atenção em qualquer coisa que não fosse o auror à minha frente, não estava sendo cumprida. Eu não conseguia desviar o meu olhar e mais de uma vez ele virou para checar se eu continuava atrás dele e me pegou no flagra. Eu percebi que ele notou, pelo sorriso divertido que apareceu em seus lábios, o que me deixou mais irritada e me deu vontade de bater minha cabeça em alguma das árvores. A única razão para o meu comportamento só podia ser que eu estava com alguma disfunção cerebral, não tinha nada a ver com os ombros largos dele ou a sensação, que eu ainda sentia, das mãos dele em mim.

Eu precisava dar um fim àquele meu comportamento ridículo, então decidi agir e inverter as posições dessa situação.

—Acho que você está nos mandando para o lugar errado, Weasley, não reconheço esse local, esta ficando cada vez mais escuro e frio e precisamos sair logo daqui, eu escolho o caminho daqui por diante – ele parou para escutar minha declaração e eu aproveitei para tomar a dianteira.

—Se você insiste tanto, vá em frente, vamos ver como você se sai – respondeu sem acreditar por um segundo que eu fosse nos levar para a saída da floresta.

No fundo eu sabia que ele estava certo, se tinha uma coisa em que eu não me saía bem era localização, mas àquela altura do campeonato estávamos contando apenas com sorte, então era indiferente.

Eu fiquei muito mais confortável em minha nova posição, andamos mais alguns minutos, mas eu sentia que ele estava muito perto de mim, o que não era necessário, então me inclinei ligeiramente para reclamar com ele enquanto continuava andando.

—Você pode se afastar um pouco? Não precisa ficar respirando no meu... – o resto da minha frase foi interrompido por um grito.

Eu oficialmente odiava aquela floresta. Ao olhar para trás acabei me distraindo de onde estava indo e acabei não enxergando que o caminho a minha frente fazia uma descida brusca, meus pés encontraram apenas o vazio e eu comecei a cair. Antes que eu pudesse completar a queda, escutei o Weasley gritar meu nome e senti seus braços me puxando, mas no processo de evitar meu acidente, ele acabou pisando em falso e sendo a pessoa que acabou por desabar até o fim da trilha.

Eu chamei seu nome, mas não obtive nenhuma resposta.