Arranjed Marriage

Nico di Angelo Beija Bem!


Thalia

— Um Big Mac e um McLanche Feliz. – Pediu Nico. Arregalei os olhos.

— McLanche? Sério? Quantos anos você tem?

— Vinte, e você? – Ela me encarou com um sorriso. – Não há idade para McLanche Feliz. – Ele olhou para os brinquedos à sua frente. – Qual você quer?

Revirei os olhos internamente e encarei os brinquedos.

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— Que lindo presente de casamento! Um brinquedo de McLanche Feliz! – Falei, sarcástica. A atendente parecia estar entediada. Por fim, peguei um carrinho de brinquedo qualquer. – Dá pra tirar essa cara de bunda do rosto? Eu estou te pagando, querida. – Falei para a atendente. Nico me olhou, chocado. A atendente revirou os olhos.

— Podem pegar seu pedido no caixa ao lado, senhores.

Sorri cinicamente e caminhei até o caixa ao lado. Nico ainda estava chocado.

— Mas por que tratou ela daquele jeito?

— Não suporto que me olhem com cara de bunda! Nem que me avaliem de cima a baixo como se eu fosse uma peça rara de museu... – Olhei para a porta de entrada e arregalei os olhos ao ver Luke entrando com ninguém mais ninguém menos que Drew Tanaka, a maior vadia de todos os tempos. Ele arregalou os olhos ao me ver, mas sorriu de maneira provocativa e tascou um beijo nojento do tipo desentupidor em Drew. Contive minhas lágrimas ao máximo, cerrando os punhos com força.

— Thalia? – Nico seguiu meu olhar. – Seu namorado?

— Ex. – Rosnei entre dentes. Nico me encarou novamente. – Eu estou bem. Não se preocupe.

— Não precisa chorar por quem não vale a pena. – Ele segurou meu rosto entre as mãos e eu acabei me arrepiando de novo com seu toque. – Quer dar uma lição nele?

Entendi na hora o que ele quis dizer e ponderei aquela pergunta por um momento. Mas, ao encontrar o olhar provocante de Luke, eu não pude mais conter minha raiva. E outra: eu ainda ia beijar Nicholas muitas vezes para manter a imagem de que estávamos casados. Por sorte, eu era uma ótima atriz. Quanto mais cedo experimentássemos, melhor e mais autêntico o beijo poderia ser.

Por fim, antecipei a ação de Nico e, apenas para ficar mais sexy, agarrei sua gravata e o puxei para um beijo. Deus! Ele beija bem! Sorri com esse pensamento (já pensou se ele beijasse mal? Eu estaria extremamente ferrada!) e senti Nico envolver minha cintura e me puxar para perto. Aquilo estava muito quente até eu lembrar que estávamos apenas fingindo, então usei todas as minhas forças para nos separar. Nico sorriu levemente ao me encarar.

— Você beija bem, minha querida.

Revirei os olhos e ri internamente ao encarar o olhar chocado de Luke e Drew no chão. Ele a havia soltado ao me ver no beijo mais sensual que a clientela do McDonalds já havia visto.

Peguei nossa bandeja e esperei Nico pedir ketchup e mostarda. Depois subimos para procurar uma mesa no andar de cima.

— Bem... – Comecei. – Temos que conversar sobre o casamento.

Nico assentiu.

— Já tem a lista com os seus convidados?

Assenti e lhe entreguei a lista. Nico, entre uma mordida e outra de seu lanche, a leu por inteiro e pareceu sorrir de canto ao ler um nome em específico, mas não me disse qual.

— Ok. – Falou. – Esse Luke Castellan... É seu ex?

Assenti.

— Quero esfregar na cara maldita dele que eu estava falando a verdade. – Mordi uma batatinha. – E vou casar com um ricasso mil vezes melhor que ele. – Sorri de canto.

Nico sorriu galanteador. Depois guardou a lista.

— E o Buffet?

— Só tenho duas exigências. – Falei. – Bolo de verdade e MUITA comida!

Nico riu alto. Depois assentiu.

— Concordo com suas exigências! Odeio bolos de mentira desde que era criança.

— Já fiz um escândalo no casamento da minha tia porque o bolo era de mentira. – Lembrei. – Eu tinha seis anos. E meu pai teve que comprar um bolinho para eu parar de chorar.

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Nico riu alto.

— Já joguei o bolo de mentira do aniversário da minha prima no chão quando tinha cinco anos. No final meu pai me levou pra casa na hora e eu nem ganhei lembrancinha. – Ele fez um bico ao lembrar, o que me fez rir. Mais um ponto positivo: Nico tinha um ótimo senso de humor. – Não tem graça! Vinha um carrinho de brinquedo nas lembrancinhas!

Ri mais alto ainda, o que fez com que algumas pessoas nos encarassem, curiosas, mas não com olhares de desprezo e repulsa, como nos lugares que meu “querido” pai costuma frequentar.

— Pelo menos eu saí ganhando. – Falei enquanto mordia outra batata. Nico acabou cedendo e riu também.

— Estamos fugindo do assunto.

Talvez eu queira fugir do assunto. Pensei, mas me mantive quieta.

— É verdade... – Falei. Ainda tinha um sorriso. – Bem... Falta a decoração.

— Eu tenho uma amiga que é ótima com isso.

— E eu tenho uma amiga que também é ótima, apesar de ser perfeccionista.

— Considerando nossos pais, tudo tem que ser perfeito. – Nico brincou. Rimos por um instante. – Como é o nome da sua amiga?

— Annabeth Chase. – Falei e o antecipei assim que ele abriu a boca para falar. – Sim, filha da famosa arquiteta Atena Chase.

— Uau. – Ele riu baixo. – A minha amiga se chama Piper McLean. – Eu ia falar, mas Nico, assim como eu, me antecipou. – Filha do ator Tristan McLean e da famosa estilista Afrodite McLean, cujo nome de solteira é Afrodite Beauregard.

Ri baixo.

— Estamos andando com pessoas famosas demais. O que vão pensar de nós?

— Que somos pessoas ricas normais! – Nico fingiu estar chocado. Ri baixo e entrei na brincadeira. Nem parecíamos adultos. Parecíamos mais duas crianças.

— Mas eu não quero ser normal! – Reclamei.

— Eu também não quero! – Brincou Nico. Rimos novamente por um longo instante. Estava gostando de conversar com ele. – Você é incrível, Thalia.

— Eu sei que sou incrível. – Gabei-me, bebendo um longo gole de refrigerante. Nico revirou os olhos, apesar de estar sorrindo de canto. – Como eu sou uma boa noiva, vou dizer que você também é.

— Quanta generosidade da sua parte. – Ele falou, irônico. – Minha mãe... Ela ia gostar de você.

Eu conhecia aquela expressão, conhecia aquela dor no olhar de Nico. Assim como eu, ele havia perdido a mãe. Impulsivamente, levei a minha mão até mão de Nico, que estava sobre a mesa e a apertei leve e carinhosamente. Nico olhou para mim; ele parecia atordoado, seus olhos negros semicerrados. Desviei o olhar, corada, e ele pigarreou, constrangido.

— Eu... Já está tarde, eu tenho que te levar para casa.

— Ah, não precisa, eu vou dormir na casa da Annabeth hoje. Ela mora aqui perto, posso ir andando.

Nico balançou a cabeça.

— Eu jamais deixaria você ir andando, sozinha, tão tarde.

Revirei os olhos.

— Não vai acontecer nada, Nico.

— Quem garante? Você é Thalia Grace. Você, minha querida, é completamente sequestrável.

Revirei os olhos.

— Essa palavra ao menos existe?

— Não faço a mínima ideia. – Nico sorriu e levantou-se.

— Vou incluir ela no meu dicionário. – Me levantei também e peguei na mão de Nico. Ele olhou para mim com uma das sobrancelhas erguidas. – O que foi? Precisamos nos acostumar com isso. Depois que nos casarmos, precisaremos manter a imagem de casal apaixonado.

Desculpinha.

Calada, consciência.

— Aham. – Nico deu um sorrisinho.

— É sério! – Dei um soquinho de brincadeira no braço dele.

— É, eu sei. – Ele continuou com aquele sorrisinho cínico.

Revirei os olhos mais uma vez e soltei a mão de Nico.

— Você é um pé no saco, di Angelo.

— E você é uma péssima mentirosa, Grace.

Cruzei os braços e desci as escadas em espiral. Quando estava em um dos últimos degraus, tropecei. Teria caído, caso Nico não tivesse me segurado pela cintura. Olhei para ele; estávamos muito próximos. Eu não sei se eu me inclinei para ele primeiro, ou se ele me puxou para si. Talvez os dois. Nos chocamos, forte, como duas estrelas e então ele me beijou.

Nico. Beijando-me. O choque foi tudo que senti a princípio. Depois, foi como se alguém tivesse apertado um interruptor dentro de mim e todas as luzes se acenderam. Por mais que estivesse adorando aquilo, me afastei e olhei para ele, com as sobrancelhas erguidas. A mensagem era clara: O que diabos foi isso?

— O que foi? Precisamos nos acostumar com isso. Depois que nos casarmos, precisaremos manter a imagem de casal apaixonado. – Não acredito!

— Você é... Inacreditável! – Me afastei dele, segurando o riso. Nico riu. – Me leve logo para a casa de Annabeth antes que ela comece a pensar que já estamos fazendo filhos.

Nico riu alto.

— Seu desejo é uma ordem, minha querida.

Assim que saímos do McDonalds, Nico me puxou para perto, me abraçando pela cintura. Eu sorri.

— Quanta carência!

— O que posso fazer? Você me conquistou, Thalia Grace.

Foi minha vez de rir alto.

— Digo o mesmo, Nicholas di Angelo. – Olhei para o carro de Nico. – Deixa eu dirigir? Por favooor!

Nico olhou para mim e, logo em seguida, para o carro. Ele parecia estar cogitando a possibilidade.

— Tudo bem, vá em frente.

Soltei um gritinho e dei vários beijos em sua bochecha. Nico gargalhou e entrou no carro.

[...]

— Você nunca, nunca mais vai dirigir o Cérbero. – Nico estava mais pálido do que o normal. Parecia que ia vomitar a qualquer momento.

— Por que não? O carro está inteiro, sem nenhum arranhão! – Protestei, indignada.

Por que não? – Ele repetiu, incrédulo. – Você só pode estar brincando!

— Que injustiça!

— Não é injustiça!

— É injustiça!

— Não é!

E, um instante depois, nós estávamos nos beijando de novo. Durou pouco, pois Annabeth apareceu na porta da mansão com um megafone em mãos.

— Thalia Grace, desça desse carro agora!

Afastei-me de Nico, rindo, e desci do carro.

— Boa noite, di Angelo.

— Boa noite, Grace.

Passei por Annabeth sem nem me dar ao trabalho de cumprimentá-la.

— Estraga prazeres.