— Então, o que você achou Marinette?

— Sinceridade? - Eu olhei pro rosto da Alya e então ela ficou me encarando com um sorriso que foi sumindo aos poucos com a expressão no meu rosto - Muita melosidade, por favor, né?

— É um romance, o que você queria? - Ela olhou pro roteiro e leu mais de 500 palavras com as mesmas letras: Beijo - Talvez você tenha um pouco de razão...

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Eu ri, ela fechou o notebook e sentou na cama, eu fui pegar alguns filmes que minha avó havia me dado de presente, eu nunca havia visto, mas já que Alya estava ali:

— Minha avó me deu esses filmes aqui - Mostrei pra minha amiga as capas, todos eram filmes relacionados com o tempo mais antigo - O que acha de um pouco de inspiração?

Ela sorriu e adorou a ideia, o primeiro que vimos foi Anna Karenina. Pegamos pipoca e a Alya pegou o suco que estava na geladeira. Era praticamente lindo, minha amiga rapidamente pegou o seu notebook e pesquisou sobre esse filme:

— Mari, olha aqui! Parece que esse filme foi feito todo em um só cômodo! Bom, não todas as cenas mas...

— Isso sim é criatividade!

— Tá acabando a pipoca, vou fazer mais, qual o outro filme que você tá planejando assistir? - Ela olhou pras várias capas jogadas pela cama e um chamou sua atenção - Por favor Marinette, esse! - Ela apontou para o filme Sherlock Holmes, peguei ele e no resto da tarde vimos esses filmes.

Quando eu falei que era para dar inspiração para a Alya, não pensei que ela fosse apagar simplesmente todo o roteiro e recomeçar do zero:

— Eu estou pensando Marinette, e se fizéssemos o nosso filme em um tempo de tipo... 1899?

— E o que poderia acontecer para nossos heróis entrarem em ação?

— Escuta, o que acha de Investigação de assassinato nos anos de 1899?

— Oi?

— Isso! Isso é perfeito! Imagina que a Ladybug seja uma detetive e que é uma das poucas mulheres que seja verdadeiramente admirada, por conta do machismo da época, ela é admirada por sua beleza, pois acho que você ficaria ótima em um traje de detetive, e também por sua esperteza! E sua identidade secreta pode ser... - Ela parou de falar por um tempo, mas eu sabia que quando ela voltasse com as ideias, não ia parar, isso é que eu chamo de explosão de criatividade - Ela em sua identidade secreta podia ser uma garota inteligente, filha de um casal de cientistas famoso, e pinta telas em um ateliê, escondida, vendendo suas obras para um artista muito famoso! Vai ser perfeito!

— Gostei dessa detetive - Fiz um charme, ela riu - E os outros personagens?

— O ChatNoir - Ela novamente fez uma pausa para pensar - É estiloso e muito bem humorado, completamente apaixonado por sua parceira - Alya me olhou e me deu uma piscadinha - e tem uma agilidade em lutas que é extraordinária. Sua identidade secreta é a do inventor mais famoso de Paris, e ele ama a sua vida!

— Melhores detetives - Bati palmas - Uê, e só vai ter a gente no filme?

— Obvio que não, eu quero participar, já tenho uma ideia de como vou me enfiar nessa jaçura! Como no antigo eu ia ser a blogueira normal, esse aqui eu vou ser a jornalista! Então a minha personagem como eu, só que com uma pele mais clara, preconceito de época! E eu estava pensando que eu teria que me vestir de homem - A olhei com uma cara de dúvida e ela continuou - Machismo! E eu estou tentando descobrir quem é a Ladybug por detrás de sua máscara e, sempre publico algo sobre a dupla de detetives em sua coluna no jornal, o que acha?

— Super igual a você.. Na verdade, é você em 1899, tem certeza que você não é na verdade uma reencarnação dessa personagem?

— Tola, e pode também ter um policial! Que pode ser o Nino, que como todos os outros meninos da cidade, tem uma quedinha pela detetive Ladybug, e com isso tem-se uma rivalidade entre ele e o ChatNoir, mas com o tempo, a amizade vai crescendo. Ele é divertido, mas na medida certa, e ele ajuda os detetives em suas investigações e é muito inteligente quando o assunto é literatura - A olhei e ela entendeu minha pergunta quase como se lesse minha mente "Com o que diachos o Nino tem a ver com literatura?" - O que foi? Não existia um DJ na época de 1899, pelo que eu sei!

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— Esse vai ser o melhor filme de Paris - A gente fez um High Five e ela se despediu dizendo que ia escrever o roteiro e que, pelo que ela acha, amanhã já vai estar pronto e vai distribuir pra sala - Isso vai ser incrível, tchau Alya - Nos abraçamos e ela saiu pela porta.

Fui pra janela.

— Cadê você? - Fiquei olhando para todos os lados, nenhum sinal do gato preto - Eu vi você e já resolveu sumir nas sombras? - Observei todas as luzes de Paris, embora algumas ruas não tinham tanta iluminação, era uma bonita cidade - Sinto sua falta, gatinho...

*Adrien narrando*

— Isso aqui tá um tédio - Sai da frente do computador e andei até a janela, e fiquei encarando a lua, Plagg sentou no meu ombro e encarou a mesma - Sinto sua falta, princesa...

— Hm - Plagg não falou nada, achei que ele poderia me ajudar nesse momento, mas não foi bem isso que ele fez - Essa lua está me lembrando um Carmenbert, estou com fome!

Típico desse kwami, peguei um pedaço qualquer e joguei na cama, ele rapidamente o engoliu. Me pergunto como ele não tem indigestão... Seres mágicos, vai entender.

Eu não tinha outra escolha a não ser dormir, só com sonhos idiotas para me manter entrentido. (E como ele tá trancafiado em casa, não tem muito o que escrever, por isso, voltemos para a nossa princesa)

*Marinette narrando*

Mais uma vez eu dormi tarde e adivinha o que aconteceu? Isso mesmo, eu cheguei atrasada! Vamos comemorar, parabéns para mim. Cheguei ali e já estava Alya agitada na sua cadeira, eu sentei do seu lado como de costume e ela começou:

— Eu mereço o oscar (Todo mundo merece o oscar, menos o Leo :v) - Ela pegou muitos, muitos papéis de sua mochila e me mostrou - Esse é o melhor roteiro da França!

Quando tocou o recreio, minha amiga bateu palmas e todos se voltaram para ela, e então começou a distribuir os roteiros, quando se voltou para a frente da sala, começou a ler o que estava na capa de todos aqueles papéis:

Um assassinato ocorre dentro de um internato de Paris, a cidade mais requintada e rica da França, país que se encontrava em um momento de transição de uma república elegante, para aderir a industrialização. Então, para isso, teremos um cenário em constante modificação. Ruas lotadas por trabalhadores cansados usando ternos sujos de ferrugem e chapéus que não combinavam com suas roupas e mulheres a usar vestidos mais simples (mas, ainda sim, com seus corpetes e decotes da época), para tornar seu trabalho nas indústrias mais fácil. Enquanto isso, a alta burguesia e a nobreza, ostentavam dinheiro mais do que ninguém, com seus carros antigos e suas vestimentas caríssimas - Chloe sorriu nessa hora, se achando de novo a garota mais rica do mundo -. A garota assassinada foi morta a facadas, e seu corpo encontrado no banheiro. Os detetives começarão a investigar, e verão que o assassinato se enquadra com o de outra garota, assassinada dez anos atrás, no mesmo internato. Por isso, eles terão de contar com a ajuda de uma jornalista (que finge ser um homem para não sofrer machismo em seu ambiente de trabalho) para conseguir antigos documentos sobre o ocorrido no passado, e também com um policial atrapalhado, que os dará acesso a delegacia, onde eles poderão investigar o corpo, conseguir documentos sobre várias coisas, etc... E descobrem que quem está por trás de tudo isso é na verdade uma gangue de vilões, que os detetives conseguem caçar e deter.

Assim que Alya terminou, todos aplaudiram, de pé. Sim, toda a sala se levantou e aplaudiu, aquele roteiro estava mesmo incrível, todos adoraram e concordaram, até mesmo a Chloe. Todos já estavam decidindo as roupas, algumas já lendo o roteiro para saber o que iam fazer e tudo mais. Adrien chegou do meu lado:

— Parece que somos parceiros nessa investigação, My Lady.

— É, parece que somos mesmo - Sorri - Como planeja descobrir a gangue de vilões, detetive ChatNoir?

— Você pensa melhor que eu, detetive Ladybug - Rimos e ficamos brincando mais um pouquinho de chamar casa um pelos nomes dos detetives, até ele mudar de assunto - Vou ficar com ciúmes, você tem todos de Paris apaixonados por você, isso não vale, você deveria ser só minha, não pode mudar o roteiro?

Você deveria ser só minha, você deveria ser só minha, você deveria ser só minha... Aquela frase começou a rodar na minha cabeça, e a voz com que ele falou, ficou muito parecida com a do Chat, então a frase que eu falei saiu do nada:

— Eu sou apenas sua - Tampei minha boca no minuto seguinte, mas já estava feito, e lembrei que podia entrar na brincadeira - Gatinho bobo - Sorri no final para parecer ainda mais uma brincadeira.

— Eu sei disso - Ele me segurou pela cintura - Mas gatos são meio ciumentos com aquilo que são deles.

— Ei, os pombinhos podem vir aqui para eu conversar sobre o figurino? - Alya nos chamou, eu, vermelha já... Totalmente vermelha, fui falar com ela.

Passamos o intervalo inteiro debatendo sobre o filme, perguntaram se podiam mudar algumas coisas na fala, dar um complemento no figurino, quando o sinal tocou, e todos voltamos para o nosso lugar e ficamos olhando para a professora falando alguma coisa, eu sei que ninguém estava prestando atenção, estavam muito mais ansiosos para outra coisa.

Nenhuma outra turma nunca esteve tão animada pra bater o sinal do final da aula.