Heart of stone

Capitulo 6


Katherine Cullen

No corredor, ao lado da sala de literatura, havia uma porta com uma pequena sala, que devido ao cheiro forte de produtos, que só o meu olfato aguçado pode apurar, imaginei que fosse um local onde guardavam as coisas responsáveis pela limpeza da escola. Assim que o sinal tocou, e o professor encerrou a aula, fui a primeira a sair daquele lugar, sentindo olhares sobre mim. Encostei-me na parede com uma respiração ofegante, mesmo que desnecessária, e passei a observar cada pessoa que saia da sala. Senti Tyler se aproximar e prontamente me aproximei mais ainda da parede, tentando não parecer visível. Ele não me olhou, mas sabia que estava ali. Assim como eu tinha certeza de que sabia. Esperei que ele estivesse a minha frente, passando pelo corredor entre as pessoas, para puxa-lo para dentro da sala.

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Realmente era o lugar onde guardavam os produtos de limpeza de toda a escola. Era bastante pequeno e úmido. Meu nariz reclamou, mas não dei bola. Estava escuro, mas podíamos ver bem um ao outro. O garoto estava encostado na parede com as mãos para cima, minhas mãos em volta de seu pulso, mantendo-o no lugar. Ele não parecia assustado, mas também não parecia feliz. Tinha uma carranca nítida, e o cenho franzido.

— Pode me soltar? – pediu.

— Apenas diga ao seu alfa que precisamos conversar.

Soltei-o com brutalidade, fazendo com que batesse a cabeça na parede, mas não tão forte a ponto de rachar a mesma.

— Você enlouqueceu? – perguntou.

Rolei os olhos.

— Não tenho tempo pra isso, Tyler – grunhi – Diga a Dean que o espero hoje, depois do toque de recolher, no lago.

Sem dizer mais nada sai do lugar, deixando-o sozinho. Pude ouvir o seu rosnado antes que a porta fosse fechada, mas aquilo nem se quer me causou arrepio. Ele era um iniciante, não haviam duvidas.

Atravessei o campus sem me importar com as pessoas que esbarravam em mim sem querer. Quando cheguei ao quarto, fechando a porta logo atrás de mim, a cama parecia chamativa o bastante, mas não poderia dormir, não com tanta coisa prestes a acontecer. Por tanto tempo, por tantas noites, eu decorei o que falaria quando encontrasse Dean, o que faria quando nos víssemos depois de tudo o que aconteceu, e de repente não havia mais nada que pudesse ser dito. Só tinha vontade de cravar minhas unhas em sua garganta. E ao mesmo tempo – a boa e velha Katherine. – queria abraça-lo e dizer que senti sua falta, porque realmente sentia. Mas essa Katherine ficou para trás, e eu jurei vingança. Cumpriria a minha promessa.