My Impossible Girl

Brigas e vizinhos


P.O.V Clara

Alice quase nos matou hoje, não que eu não ande a pé pela cidade, mas o que essa menina faz é descomunal, qualquer lugar que dê para ir caminhando, ela vai. Eu gosto de praticar esportes, mas ela corre durante uma hora todos os dias.

Claro que o corpo dela é maravilhoso por isso, e o que mais dá raiva é que ela come tanto quanto o Matt e continua magra. A corrida diária ajuda a manter o peso, o surfe e a dança também, mas ela não para.

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Chegando em casa começamos a conversar sobre tudo o que aconteceu desde a última vez em que nos falamos antes de vir para cá. Matt é muito fofoqueiro e o John apresenta certa curiosidade em relação às pessoas que não conhece direito, resultado? Bombardeio de perguntas.

— Como seu amigo se sentiu sabendo que você está o melhor amigo dele? – Matt foi direto ao ponto.

— Normal, ele nunca gostou de mim desse modo e nem eu dele. Sempre gostei do melhor amigo dele mesmo. – dá de ombros,

— Qual sua matéria favorita na escola? – John muda o foco.

— História. – responde de forma natural.

— E como é sua vida sexual? – Matt nos faz engasgar com a própria saliva.

— Não é da sua conta é uma resposta? – diz de modo irônico.

— Ouch! Essa doeu em mim. – John provoca. — É uma garota de humanas então? – completa.

— Com certeza. Cinema, livros, escrita e direito na veia. Humanas por completo. – ri e as perguntas acabam.

Um traço de sua personalidade que gosto muito é o modo como responde às perguntas que lhe são feitas, age de forma tão natural que parece que já está acostumada com um interrogatório diário.

É como se estivesse ensaiando para responder as perguntas dos fãs quando for famosa e ela também é muito irônica e sarcástica, o que me faz a respeitar ainda mais. Adoro quando alguém é irônico e a pessoa atingida não percebe o tom de ironia na voz.

Jack chega em casa acompanhado de Gwen e no momento em que os vejo é impossível não me lembrar da cena deles na cozinha, Matt também se lembrou posso ver que tremeu levemente. Balanço a cabeça repetidamente tentando me esquecer das imagens que inundaram meu cérebro.

Meu irmão e sua ficante se sentam no sofá, acho que o medo de se relacionar é de família, já que eu e Jack ainda não tomamos coragem para começar a namorar. As pessoas devem pensar, nossa Clara, mas ele que não te pediu em namoro. Colega se eu quisesse já o teria pedido, afinal quem tomou a iniciativa de dar nosso primeiro beijo fui eu. Com o namoro não seria diferente.

Paramos o que estamos fazendo ao ouvir um carro buzinando, todos saímos e vamos até o portão para ver o que está acontecendo. Acho que uma pequena parte de todos nós é fofoqueira, menos do Matt essa é a maior parte de seu ser.

Eu, Alice, Rose, Matt, John, Jack e Gwen nos posicionamos nessa ordem na grade que separa a minha casa da rua para observarmos o que se passa na lá e o porquê de um carro ter buzinado bem em frente ao meu portão.

Vejo o carro que havia emitido o barulho segundos atrás estacionado na garagem da casa que se localiza na frente da minha. Finalmente venderam aquela casa e agora terei vizinhos novos. O casal nos cumprimenta e entra no seu novo lar, pouco tempo depois sai um garoto de lá de dentro, presumo que seja filho deles.

O garoto caminha até nós e estende a mão para mim, eu estendo de volta e ele a beija. Olho de relance para Matt e percebo que está se segurando para não bater no garoto.

— Sou Danny Pink e como a senhorita se chama? – flerta comigo.

— Clara, Clara Oswald. E eu sou o namorado dela, Matthew Smith. A loira é a Rose Tyler e é a namorada do meu irmão John Smith. O outro rapaz é Jack Harkness irmão da Clara e moça que está ao seu lado é Gwen, sua namorada. A garota bronzeada é a Alice, nossa amiga que mora no Brasil. Prazer em conhece-lo. – Smith toma a frente e nos deixa sem graça.

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— Por favor nos perdoe, nunca o vi desta maneira. Juro que ele é muito legal se der a chance de conhece-lo melhor. – tento concertar um pouco o estrago.

— Ah, claro. – diz assustado e com os olhos arregalados. — É... Hum... Eu te-tenho que ir, vou ajudar minha mãe. – atravessa a rua correndo praticamente.

Sinto que se nossos olhos soltassem algum tipo de raio lazer, Matthew Smith teria sido dizimado neste exato instante. Não é uma simples encarada de cada um, é uma chuva de olhares que está recaindo sobre ele.

Entramos e nos sentamos novamente no sofá, exceto Lice que se senta no chão. Segundo ela é o melhor local para se sentar, essa menina é louca. Ela ama sentar no chão, odeia usar sapato e roupas de frio, sempre brinco dizendo que tem sangue indígena.

Matt agora está encolhido no sofá, provavelmente com vergonha do que fez. Eu nunca o vi com tanto ciúmes quanto hoje, talvez ele nunca tenha se sentido tão ameaçado. Resolvo falar em particular com ele e o arrasto até a cozinha.

— O que foi?

— Matt eu preciso saber o que aconteceu com você para ter dito aquilo hoje. Sei que não é sim, eu te conheço.

— Ele já chega dando em cima de você, eu não me contive foi muito atrevido. Mas eu me arrependi de ter dito aquilo no mesmo momento em que o fiz, eu não sou assim, nunca fui. – lamenta.

— Fica calmo, eu sei que não é assim. Acho que eu teria feito o mesmo se fosse o contrário.

— Muito obrigado por me entender, é por essas e outras que eu te amo. – se aproxima e me beija.

Não retribuo direito, pois estou pasma. Nós nunca havíamos dito a palavra que começa com “a”. Isso nos leva a um patamar completamente diferente, está um passo do namoro, estou pasma para conseguir me mover e sinto algo estranho dentro de mim, não sei se estou preparada para começar um relacionamento. Me acho nova demais para isso e ao mesmo tempo estou curiosa demais para saber como é se entregar a alguém completamente. — Clara? – passa a mão na frente de meu rosto.

Devo estar paralisada a um bom tempo para que ele tenha que me fazer voltar a realidade. Perco o foco facilmente, começo a pensar em mil possibilidades, desde um pedido de namoro singelo até um pedido de casamento na Disney com direito a valsa da Bela e a Fera e fogos de artifícios rompendo no céu.

— Também te amo. – o beijo com vontade dessa vez.

Retornamos para a sala e vejo que todos estão nos olhando, como disse anteriormente hoje o lado fofoqueiro de todos resolveu aparecer ou só estão curiosos porque é a primeira vez que temos uma discussão mais séria. O celular da Alice toca e toda a atenção se volta para ela.

Se levanta e sobe para meu quarto, já sei até de quem se trata. Talvez eu não seja a única pessoa a ter a primeira briga de casal hoje, espero que não seja isso. Não faz nem três dias que está aqui, seria demais brigar agora com o Caio.