Photographs

— First Photo: Burden ▽


Burden: peso, carga, fardo.

Satsuki estava sozinha em casa, havia chegado mais cedo do colégio em que lecionava, devido a uma reunião do corpo docente; os alunos não tiveram aulas naquele dia. Aproveitando o tempo extra, decidiu dar uma organizada geral na casa, quase uma faxina – uma vez que o marido não estava em casa para atrapalhar, ou para ter uma crise alérgica conforme ela começava a limpar os tatames da casa, por exemplo.

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As horas não pareciam ser o bastante para tudo que ainda tinha que fazer para deixar a casa completamente limpa, mas com esforço e suas habilidades de dona de casa, e alguns truques que aprendeu com sua mãe, a professora conseguiu tornar o tempo seu aliado, ao invés de um inimigo. Agora, faltava pouco para terminar tudo – assim como faltava pouco para que o homem da sua vida chegasse.

Na etapa final, ela passava o espanador de pó junto de um pano úmido para retirar todo o pó dos móveis, pois seu amado era alérgico a poeira. Satsuki era meticulosamente cuidadosa quando se tratava disso, sempre zelando pelo bem-estar alheio e também por saber como ele virava um bebê chorão quando sua alergia atacava.

Apoiou-se na ponta dos pés para erguer seu braço ao máximo para passar o espanador de pó no ponto mais alto da estante mas ao fazer o gesto com um pouco mais de força, esbarrou em algo que caiu em sua direção. Satsuki não era nenhum dos Milagres, mas tinha reflexos rápidos. E graças a esses reflexos que o o objeto não a acertou em cheio na cabeça, quando ela desviou para o lado. Apesar do pequeno susto, olhou para o chão da sala onde o objeto havia caído. Parecia um livro caído aberto, mas não era isso.

Era um álbum de fotografias.

Um álbum que estava sumido há algum tempo.

Estava levemente coberto de poeira, mas isso não impediu Satsuki de se aproximar. Sentou-se no tapete e trouxe o álbum para perto, arrastando-o em sua direção. Usou o espanador para limpar o pó e finalmente conseguiu ver a foto. Aquela foto. Não soube como conter um sorriso nostálgico diante da recordação que imagem trazia consigo.

Era uma foto dela com Aomine Daiki, uniformizados, para seu primeiro dia de aula em Touou.

Momoi se lembrava nitidamente daquele dia, como se fosse um acontecimento recente, mas fazia mais ou menos dez anos que a mãe de Daiki tirou aquela foto deles juntos antes de irem para o colégio. Touou havia recrutado Aomine somente, portanto, Satsuki teve que dar duro nos estudos para passar pelas provas de admissão da academia. A decisão dela em ir para Touou surpreendeu a todos da Geração dos Milagres, afinal, todos sabiam a respeito da paixão dela por Kuroko Tetsuya que tinha se transferido para o instituto Seirin. Na época ela alegava que tinha sido apenas para não deixar Aomine sozinho, tinha medo dele se meter em problemas e ninguém sabia o que ele poderia fazer sem nenhum tipo de supervisão. Mas alguns acreditavam que tinha algo mais ali.

E realmente havia.

Ela se sentia responsável por ele. Por seu estúpido amigo de infância que não saberia se virar sozinho sem a presença dela – por mais que ele declarasse que tê-la por perto era problemático. Quem mais se beneficiou disso foi o técnico Harasawa e o time de basquete, quando ela se voluntariou para ser a gerente do clube. Momoi Satsuki era uma forte aliada, e uma inimiga formidável para os adversários da equipe, ainda que não estivesse em quadra com os demais.

Uma vez Daiki disse que a chegada de Satsuki em treinos de outras equipes para sua coleta de dados era semelhante a chegada de um mau agouro. Ela deu socos nele por chamá-la de agourenta, e o xingou de vários nomes.

Sua risada feminina preencheu o cômodo, com as lembranças. No primeiro dia de aula tinha levado marmitas para os dois, mas a comida estava tão ruim que o moreno acabou pagando um lanche na cantina para eles, para não morrerem de fome.

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— Do quê você está rindo? – o timbre masculino prevaleceu.

Ela virou a cabeça, assustada. Estava tão absorta em suas lembranças que sequer o ouviu chegando.

— De uma foto. – respondeu, após se acalmar. – Faz tempo que chegou?

— Uns dois minutos, no máximo. Que foto é essa?

Se aproximou de onde ela estava sentada, e mesmo de pé, conseguiu ver a foto. Franziu o cenho.

— Você ainda tem essa foto? Achei que tinha se livrado disso.

— Claro que não, é uma foto especial.

Ele bufou, enquanto ela passava o dedo sobre a imagem, deslizando-o carinhosamente sobre a figura do moreno.

— Achei que ele fosse um fardo para você. – afirmou o outro, com o tom de voz com nuances de melancolia.

Ela interviu de imediato.

— Mas é claro que não! – defendeu-se, e se ergueu.

Ficou encarando o homem fardado com uma postura séria, enquanto ele parecia um tanto quanto encabulado, uma feição rara de se ver naquele rosto de traços masculinos.

— Sempre me perguntei porque você não foi para Seirin com o Tetsu. – disse, evitando fitá-la nos olhos. – Você gostava dele...

Ela sorriu. Mesmo depois de tantos anos, ainda havia aquele ciúme. Aquele receio de perdê-la.

— É, eu realmente gostava do Tetsu-kun. – proferiu, aproximando-se ainda mais dele. – Mas sempre amei você, Dai-chan.

Ficou na ponta dos pés para abraçá-lo pelo pescoço, envolvendo seus braços finos ali. Um sorriso convencido brotou nos lábios de Aomine Daiki, que apreciava tanto o o toque, quanto a proximidade de seus corpos.

— Você nunca foi um fardo porque eu sempre quis ficar com você.

A troca de olhares foi intensa, apaixonada. Seguida pelos lábios alheios que tomaram os seus abruptamente, mas o contato era igualmente delicioso e voraz; não obstante das mãos de Daiki que a envolveu pela cintura, intensificando ainda mais a pressão que o corpo dela exercia contra o seu.

— E aliás, o que seria de você sem mim, uh? – indagou, com um sorriso cheia de si, que foi respondido com um:

— Ah, Satsuki. – bufou, fazendo careta. - Cala a boca e me beija.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.