A garota sonserina the slytherin girl

CAPÍTULO DOZE - Monolith of Doubt


Logo os alunos monitores chefes de cada casa foram convocados à frente de toda a assembleia, para relatarem qualquer coisa que soubessem a respeito do caso ou que tivessem visto de suspeito pelos corredores nas noites anteriores...

E repentinamente à esquerda de Neelie Epans surgia Draco Malfoy, que ao passar lhe esbarrou de certo propositalmente e lançou-lhe um olhar por sobre o próprio ombro, um olhar que a congelou na hora ainda que ela não demonstrasse, e que certamente fora por muito mais que o esbarrão, e queria lhe dizer bem mais, embora os outros ali não pudessem perceber...

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Com exceção talvez de Astória, que se encontrava a sua direita e para quem não ousou olhar. Ela estava atrás da irmã mais velha que observava a tudo que acontecia na mesa dos professores, muito atenta, torcendo para que os sangues ruins e qualquer um que os tivesse ajudado fossem pegos...

Uma vez diante da assembleia, os monitores e monitoras de Grifinória, Corvinal e Lufa-lufa tremiam visivelmente ao serem interrogados e terem de relatar detalhes de suas vigílias, repetindo por mais de uma vez que não haviam visto nada de suspeito...

Contudo, o monitor chefe de Sonserina era o único que aparentava tranquilidade ao relatar sua vigília, e provocativo, o fazia olhando de longe para a direção de uma certa garota sonserina, que tentava esconder o nervosismo e apreensão que sentia com sua fala...

...E depois o alívio ao vê-lo ocultar que ele a vira vagar diversas vezes pelos corredores do castelo nas noites e madrugadas... Entretanto ela em instantes bufava para si mesma, pois ao mesmo tempo já imaginava que sua cumplicidade não seria de graça...

—...o que mais posso acrescentar, é que fico feliz em poder contribuir para a ordem nesta escola, e que não me surpreenderia se algum aluno de Grifinória ou Corvinal fosse pego fora da cama, ajudando os infratores, embora de fato não tenha sido eu a ter visto... Mas eu gostaria!

O sorriso cínico de Malfoy em sua direção ao dizer estas últimas palavras fez Neelie engolir em seco... Mas não por medo... E sim por raiva... Sim, era óbvio que ele mentia esperando algo posterior em troca...

Snape então o dispensou, e em seguida enquanto o loiro ainda voltava a se misturar aos seus convivas, toda Sonserina foi dispensada, e ordenada a sair do Grande Salão, enquanto as outras casas ainda continuariam ali para que a investigação prosseguisse...

Burburinhos se iniciaram entre os alunos de todo o salão, ao que logo silenciaram em segundos mediante aos olhares ameaçadores de Aleto e Amico Carrow, irmã e irmão sangues puros, os temidos auxiliares do diretor!

Enquanto saía com os outros alunos e alunas de sua casa, sem esconder o alívio, Epans ainda deu uma última olhada para o púlpito, e lá pôde ver a imponente figura de pele alva envolta em negro, cujo frio olhar ainda acompanhava discretamente cada um de seus movimentos até que ela deixasse o local...

§§§§§§§§

—Tenho certeza de que os cúmplices dos sangues ruins serão pegos!

—Você desconfia de alguém Daph?

Astória já perguntava à irmã, que demonstrava empolgação com todo o acontecimento, e Neelie apenas ouvia, enquanto as três caminhavam juntas rumo ao pátio do Castelo...

—Eu acho que pode ter sido a Minerva McGonagall! Aquela velha nunca me enganou! Ela sempre se opôs à política de nosso amado diretor! Sempre apoiou sangues ruins! Tomara que consigam provar que foi ela!

Neelie estava de frente para as duas irmãs já no pátio, e naquele momento viu às costas delas uma certa figura que a encarava de longe insistentemente, parcialmente ocultado por uma árvore...

Ela então suspirou fundo com discrição e pediu licença às irmãs Greenglass, indo na direção da referida pessoa com o lábio franzido... Porém quando ela se aproximou já havia saído de lá...

Ainda procurou um pouco nas pilastras que ficavam em volta, mas só haviam nos arredores pequenos grupos alunos da Sonserina despreocupados, aproveitando o dia de folga que havia sido dado somente à eles...

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Teria sido apenas impressão sua? Teria visto demais? Preferiu, pela lógica, pensar que sim... "O que diabos ele estaria fazendo aqui, me encarando daquele jeito, agora!?" - pensou.

Aquele dia era um sábado, e não haveria aulas, portanto os corredores estavam desertos... Porém, caminhando ao fazer a próxima curva arregalou os olhos, pois era como se tivesse encontrado uma parede negra em seu caminho...

Ela tentou manter-se tranquila e mostrar-se indiferente, mas sentia as batidas do coração na garganta, pois um par de olhos maduros e tão negros quanto os seus a observavam de bem perto...

Por mais indiferença que conseguisse aparentar, por dentro ela estava gritando, enquanto ouvia a voz profunda falar pausadamente como de costume:

—Então, dando uma voltinha sozinha como sempre... A senhorita não é muito sociável...

—Oras, mas quanta honra, o ilustre Diretor de Hogwarts preocupado com minha vida social... Aliás, me surpreende encontra-lo aqui senhor, pensei que estivesse no Grande Salão... Ou melhor, não deveria estar?

Atreveu-se a responder com certa ironia. Mantinha aparentemente os nervos sob controle. Embora, não havia sido Severus Snape a quem vira no pátio instantes antes...

E de fato pensava que ele estava no Grande Salão, intimidando os alunos das outras casas com sua impotente presença, na investigação que lá ainda acontecia... E agora ele estava ali, examinando-a dos pés à cabeça, sem sequer disfarçar...

—Oras, senhorita... Quanto atrevimento! O que faço ou deixo de fazer não lhe diz respeito!

—Então, senhor... Apenas peço que deixe-me passar... Por gentileza...

Ele não se moveu, e nem tão pouco a respondeu. Continuou parado a centímetros de distância, contemplando-a de cima, investigando cada detalhe de seus olhos escuros e longos cabelos negros e lisos, como se quase pudesse aspirar seu cheiro com o nariz adunco.

Era ele mesmo ali parado mais que um “diamante negro”, agora... e sim um monólito de dúvida! Quando apenas podia se ouvir a voz aveludada dizendo, vagarosamente e com certa desconfiança...

—A senhorita... esteve caminhando sozinha pelos corredores ontem a noite... Sabe que eu a vi... Ainda que retornasse da biblioteca, e que aparentemente mais nenhuma testemunha a tenha visto fora de seu salão comunal, sabia que eu poderia puni-la por isto, não sabia? Ou... Colocá-la sobre suspeita no caso...

Ela o olhava calada e sem saber o que dizer, de fato não havia compreendido porque ele a deixara retornar ao salão comunal de Sonserina ao tê-la encontrado pela madrugada anterior com o livro de um certo Princípe Mestiço...

O livro de poções pego na Sala Precisa, onde ela deixara os prisioneiros fugitivos, embora ele não soubesse destes detalhes... Ao menos não ainda... Pois bastaria um pouco de Legiminência e tudo viria à tona.

Era o que ela temia... Desviou sutilmente o olhar do dele, enquanto Snape ainda a inspecionava de um modo que lhe chegava a ser incômodo. E agora levantava a sobrancelha e prosseguia:

—Não me recordo de vossa família, senhorita! Vosso pai? Quem seria...?

—Er...Ele trabalha no Ministério...

—Senhorita Epans... Neelie Epans, não é isto? Não possui... outro parente em Hogwarts, não é?

—Bem...Não...Não que eu saiba senhor! Agora será que posso ir? Me permite passar? Minhas...amigas...me aguardam!

Ele ainda a fitava insistentemente, e ela continuava sem olhá-lo nos olhos, visivelmente incomodada com o sutil, porém inconveniente interrogatório. Será que ele poderia de fato estar desconfiado de que era ela a culpada? E estaria certo!

Ou quando sondara sua mente na diretoria dias atrás, teria visto que na verdade ela não sabia nada sobre sua própria família, e o que respondia agora era apenas porque ouvira outras pessoas de Sonserina dizerem aquilo a seu respeito.

O que Snape estaria fazendo ali, novamente em seu caminho...? Contudo ela mal sabia que ele havia se sentido por demais fatigado com o inquérito imposto às outras casas, e abandonara o Grande Salão.

Sob o pretexto de que os Carrow, irmão e irmã, cumpriam muitíssimo bem a função de oprimir os alunos para descobrir o culpado, mesmo sem a presença do diretor...

Snape então finalmente a deixou passar por ele e seguir seu caminho... Enquanto com um farfalhar de sua longa veste negra, continuou também a caminhar, em direção ao caminho para a diretoria... Ainda intrigado...

Levando consigo além de suas famigeradas asas de morcego e das inúmeras mágoas que nelas escondia, também uma série de dúvidas, sentimentos e desconfianças, que cada vez mais iam lhe invadindo as ideias.

Enquanto isso, acreditando que já se encontrava sozinha nos corredores novamente, Neelie Epans recostou-se a uma parede, ergueu a cabeça e respirou profundamente...

Ainda sentia o coração lhe apertar... Não sabia se por medo das nítidas desconfianças do diretor, ou outra coisa... Agora era, ela mesma, um monólito de dúvida também!

(continua)

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.