Trevas

XIV - Prelúrdios de uma guerra.


“ O grito veio acompanhado de um soco perturbadoramente forte em seu estômago, o lançando para trás com a maior força que ele já sentira em sua vida até aquele momento, força que nem mesmo Zabuza tinha, batendo contra as árvores e galhos que cravam cortes profundo em sua pele por vários segundos, até bater contra uma grande pedra, quase a atravessando, por alguns segundos ele ficou inconsciente e caiu ao chão, quase perdendo seus sentidos.

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Ao longe uma garota andava a passos largos, ansiosa para ver se ele havia sobrevivido, os cabelos brancos e curtos como a neve, os olhos dourados e brilhantes, assim como o sol, mas algo parecia queimar em seu interior, ela estava excitada com a batalha, mesmo que ela tivesse apenas onze anos, era monstruosamente forte, treinada desde os quatro anos na arte do combate, muito cedo ? Talvez, mas ela descendia de uma familia de grandiosos guerreiros.

Ela estava entretida com o garoto, na época ainda loiro, ela viu nele um olhar que nunca havia visto, um olhar que desafiava quem quer que o encarasse, talvez fosse porque nunca tivera um oponente a altura de mata-lo, ou porque talvez ele fosse arrogante o suficiente para achar que era mais forte do que qualquer um, mas foi inútil pensar nisso, ela havia errado em todos os pensamentos que tivera para com ele.

Errou, em tudo o que achava em relação a ele, o que antes era o passatempo de fazê-lo sentir medo dela, como muitos outros já sentiam, virou uma obsessão, um divertimento, um desafio, não importava quantas vezes batia nele, ele sempre se levantava segundos depois, para uma criança como ele, isso era insano, mesmo ele sendo surrado, estava se levantando.

Ele sentiu um gosto metálico em sua boca, que vinha de sua garganta, levou a mão até sua boca, um gosto que nunca havia sentido antes, algo vermelho saiu dele, cuspiu no chão, algo escarlate e quente, era a primeira vez que sangrava, a primeira vez que via seu próprio sangue.

Algo surgiu dentro dele, queimando-o, fervendo, ele sentiu ódio, suas feridas logo desapareceram de seu corpo em um vapor vermelho, ela o viu levantar, sua roupa acinzentada, com algumas partes em armaduras, como ombros, luvas, peitoral e pernas, bem trabalhadas por sinal, estavam a mostra por causa de uma saia que alcançava até metade de suas coxas, presa ao seu corpo por dois cintos, ela desembainhou a espada de sua cintura e a jogou, cravando-a em uma árvore, a atravessando com facilidade, dando a entender que entraria de cabeça em um combate desarmado contra o loiro, em seguida avançou contra ele, mirando um soco em seu rosto, girou, agarrando seu braço, que lhe passava reto, e depois com um balanço de corpo a jogou contra a pedra, a garota a atravessou com o próprio impulso que inicialmente fora usado para acertar o loiro.

Ao cair ela rolou, minimizando os danos, mas não escapou do que veio a seguir, Naruto pulou pelo buraco na rocha, caindo em cima dela, apertou os dentes com a dor do impacto, em seguida ele segurou seus cabelos e, em um giro, a lançou contra a rocha novamente, ao bater nela, rachando-a, Naruto se jogou contra sua adversária, atravessando a rocha com seu impulso, depois disso ambos rolaram e, em seguida, ele a lançou com toda a sua força, percorrendo um longo caminho até conseguir parar e recuperar o fôlego.

A garota se levantou, cambaleante, recuperando o equilíbrio, enquanto o Naruto caminhava lentamente, seu corpo doía, mas um sorriso desafiador surgia em seu rosto, ela estralou a mãos, enquanto via Naruto fazer o mesmo com o pescoço, ele olhava seu corpo, analizando-o, tentando prever seu próximo movimento.

Ela saltou em sua direção, girando, tentando lhe acertar um chute em sua cabeça, segurou sua perna defendendo o golpe, assim como ele imaginou que faria, quando sua outra perna chegou ao solo ele puxou aquela que estava em suas mãos, fazendo-a perder o equilíbrio, a jovem se ajoelhou e recebeu em sua face um chute giratório de Naruto, fazendo-a girar no ar com tamanha força que caiu de pé, apenas para ser alvo de um golpe de Naruto que ela não esperada.

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Segurando seus ombros ele lhe acertou uma joelhada, e, ainda curvada, recebeu um gancho do jovem loiro que a fez perder os sentidos momentaneamente, ele agarrou seu pé direito e iria lança-la em direção ao solo, mas em uma reação rápida ela chutou sua mão, girando o corpo e acertando um chute giratório em seu rosto, em seguida agarrando sua camisa branca assim que chegou ao chão, puxando-o, acertando um soco em seu estômago, em seguida em sua garganta.

Quando se preparava para lança-lo, ele girou, se abaixando, livrando-se do agarre dela, agarrou sua perna, a levantando junto com ela e a levando ao chão, em seguida ele tentou acerta-la, porém com um giro o fez errar o soco, fazendo seu punho furar, literalmente, o solo, o mesmo com o outro, mas o que ela não contava era a cabeçada que receberia dele, a deixando tonta, seguida segurou a gola de sua camisa, a levantando, acertando mais uma cabeçada, mantendo-a tonta por um breve momento.

Em seguida ele girou duas vezes, a lançando contra uma árvore, fazendo-a bater contra ela, arrastando-a com ela, quando caiu, pela primeira vez em sua vida (também) sangrou, sentindo o gosto metálico e a quentura do próprio sangue subindo pela sua garganta, quando chegou em sua boca ela cuspiu.

Olhou para ele com raiva, mesmo assim com um sorriso em seu rosto, ela se levantou, enquanto o olhava, ele fez o mesmo, devolvendo seu olhar, ele também sorria, correram um contra o outro, cada um deles armando um soco

-Naruto!- Sua raiva era palpável enquanto gritava seu nome em fúria, pronta para lhe desferir o soco mais forte de sua vida, com Naruto não era diferente, enquanto seus olhos exalavam raiva e ira, eles saltaram, enquanto ambos armavam o soco.

- Raven! -”

[...]

Ele voltou a si, enquanto ainda deitado no chão, havia recobrado a consciência, ele via sua versão mais velha levanta-lo pega gola de sua camisa, que agora quase não existia mais, armou um soco, porém Naruto o parou usando seu pé esquerdo evitando o punho de atingir seu rosto por centímetros, em seguida, com a perna livre o empurrou, jogando-se para trás, rasgando sua camisa, rolando para trás, mantendo sua guarda alta.

Aquela luta o lembrava dela, sempre irritada com tudo, nervosa, irada, mas que gostava de se divertir em um luta difícil e, segundo ela, excitante.

-Eu nunca soube o que houve com ela, se conseguiu sua vingança ou se sucumbiu a ela, pra falar a verdade nós tivemos um curto romance, engraçado não ? - Ele riu, enquanto o Naruto mais novo sentia um arrepio subir por sua espinha, aproveitando o momento sua versão adulta desapareceu, lhe aplicando um forte soco em sua face, quebrando seu nariz, lançando-o enquanto capotava no chão várias e várias vezes, até parar vários segundos depois, e assim permanecer por um tempo.

-Isso não é nem metade da minha força, agora se levanta, ainda não terminei - Ele ouvia seus passos indo lentamente em sua direção, enquanto ele parecia se misturar com a escuridão da noite, os olhos vermelhos brilhavam intensamente, enquanto as suiças em seu rosto se mantinham fortes e grossas.

Já faziam uma semana que eles lutavam sem parar, sem descansar, apenas paravam por curtos períodos de tempo quando Naruto ficava inconsciente, apenas para que, quando ele despertasse, já se visse alvejado por vários golpes.

Não era nada comparado ao treinamento que Zabuza lhe aplicou, era dezenas de vezes mais duro, apesar de estar sendo, literalmente, surrado, a dor não se comparava a nada do que ele já havia sentido, sua versão mais velha sabia onde acertar para causar dor, ele não dava tempo do seu corpo se regenerar, ia para cima dele sem piedade, sem misericórdia, avisara para Kurama que não queria interrupções até que ele permitisse ou julgasse necessário

Isso era algo que o Naruto daquela época não entendia, mas o outro sim, desde o começo ele tinha o conhecimento de que tinha a capacidade de transformar suas emoções mais poderosas em energia, que aumentava as capacidades físicas dele por certo tempo.

Por mais (in)útil que podia ser, não existia qualquer outra pessoa no mundo que podia fazer algo assim, e isso podia ser vantajoso, isso se ele soubesse usar adequadamente, assim como ele estava prestes a ensina-lo

Mas para isso ele deveria estar preparado, deveria aprender a canalizar adequadamente suas emoções, e apenas algo extremo o faria entender isso, o ódio que ambos continham não se equiparavam um ao outro, o Naruto mais velho era infinitamente mais poderoso do que o atual, e o mais capacitado a fazê-lo entender.

Pensando nisso viu Naruto mais uma vez seu eu ser lançado ao chão, seus dois braços arroxeados, com vários ossos destes quebrados, sabia que tinha trincado algumas costelas e que ele estava ao ponto de ficar inconsciente, mas mesmo assim ainda tentava se levantar, caindo várias vezes no processo, antes de se levantar recebeu um potente chute em seu queixo, fazendo-o sangrar, caindo no chão em cima do braço esquerdo que estava quebrado, cuspindo sangue e com dificuldades de respirar.

Sua versão mais velha chutou sua barriga, fazendo-o cuspir ainda mais sangue, enquanto ele sentia a dor dos ossos se quebrando, parecendo que o corpo dele iria se partir.

- Você se quer entende a si mesmo, como espera entender a fera que habita dentro de você ? - Sua pergunta soou sarcástica, em um tom de provocação mais do que palpável, ele viu seu olhar, olhando-o de cima, um olhar raivoso e, até mesmo decepcionado.

- Eu achava que era mais forte nessa época, eu não passava de um moleque, você não passa de um moleque, que fica chorando por que foi deixado de lado, que insiste em amar alguém que nunca vai retribuir da mesma maneira! - Chutou-o mais uma vez, lançando-o contra uma árvore, sabendo que havia quebrado mais algumas costelas, ao cair no chão, Naruto tossiu sangue.

-Vamos, eu não vou parar até que você me obrigue, não vou parar até você aprender o que significa esse poder ! - Ele se ajoelhou a frente de Naruto e começou a socar seu rosto com força, afundando-o um pouco no tronco da árvore cada vez mais, Naruto sentiu seu nariz se quebrar com a potência dos golpes, a dor, já existente em seu corpo, parecia se multiplicar dezenas de vezes a cada golpe.

No intervalo de um dos socos ele jogou o peso de seu corpo para frente, mordendo o antebraço de sua versão mais velha e girando seu corpo, fazendo-o bater contra a árvore violentamente, sentiu o gosto do sangue dele, sentiu seus dentes e presas se cravarem em sua carne com força, ele porém segurou seu pescoço, desvencilhando-se da mordida, levantando-o.

Chutou sua barriga, em seguida suas costas com toda a sua força, fazendo-o perder um pouco do fôlego, soltando-o levemente, ergueu seus pés seus pés com força, enrolando-os no braço de seu adversário, depois girou o braço junto com o corpo, obrigando-o a solta-lo, mas quando o fez, foi acertado em seu peito com um giro rápido, lançando a vários metros, batendo contra uma árvore, ficando imóvel por alguns instantes.

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-Você ainda não entende! - Urrou o outro Naruto, olhando-o com com raiva, exalando ódio em seu olhar, seu corpo começava a mudar, ele exalava uma aura azulada, enquanto sua tonalidade de pele se tornava mais escura e várias marcas surgiam em seu corpo.

- Você não o entende… Acha que tudo se resume apenas à raiva e seu ódio, ainda não compreende que você é mais do que isso… você é mais… - Ele cresceu, se tornando três vezes maior, criou uma cauda espinhuda, seus cabelos se tornaram brancos, seus olhos azuis, encoberto por uma aura negra que apenas lhe deixava ver o contorno de seu corpo.

- Nós somos mais ! - Com o urro, que se assemelhava ao rugido dos trovões durante a mais forte tempestade já vista na face da terra, a energia era tremenda que o fez desmaiar rapidamente, ainda na posição em que estava, sentindo sua consciência abandona-lo rapidamente, como se estivesse em frente ao pior monstro que poderia existir na face da terra.

[...]

Ele foi para um lugar diferente em sua mente desta vez, era um local repleto de raízes, que tomavam conta do local, subindo pelas paredes feitas de pedras escuras, onde parecia haver um castelo em ruínas também havia uma grande floresta azulada, cujas folhas das árvores se lançavam ao vento gélido e desapareciam no céu, que dava indícios de que uma tempestade cairia em breve, ou a qualquer momento.

As raízes da floresta começaram a se mover, sua cor azulada começou a ficar cada vez mais forte, até se tornar eletricidade pura e então desaparecer, limpando o caminho para que ele andasse livremente.

Ao se aproximar do castelo, ele viu a fera ao qual ele se transformava ao perder o controle com olhos azuis e ameaçadores, enigmáticos, antigos, compreensíveis, ameaçadores, como se soubesse seus medos, suas fraquezas e tudo o que você deseja proteger, encarar aqueles olhos era como morrer.

-Então finalmente nos encontramos pirralho humano - Sua voz exalava uma força que ele nunca sentiu, uma aura que sequer compreendia, Naruto pensou em falar, mas foi calado com o olhar da besta, que o intimidava.

-Você busca usar o meu poder, busca ser adequado o suficiente para satisfazer sua sede de poder para se vingar, não passa de um moleque irritado, de um rato procurando um jeito de matar um gato, de um garoto tentando matar um rei - Sua voz exalava o puro terror que ele sentia, seu corpo estava imóvel enquanto a figura saia de dentro das ruínas do castelo.

O corpo azulado, com várias pelagens azuis e escamas mais duras do que aço, dentes mais afiados do que navalhas e garras como lanças.

- Eu sou a sua própria natureza, sua solidão, sua tristeza, sua felicidade, eu sou suas emoções enacarnadas à minha imagem, se você não controla a si mesmo, como espera controlar meu poder ? - Suas palavras o acertaram em cheio, fazendo-o perder o equilíbrio enquanto ele saia completamente de dentro das ruínas, de forma majestosa, enquanto seu corpo libertava diversas faíscas, tão luminosas como o sol.

- Você não é nada! Não entende nada sobre si mesmo, só conhece a dor e a raiva, isso destrói as pessoas, e irá destruí-lo, assim como quase destruiu o seu “eu” do futuro - Sua respiração começava a acelerar diante da magnitude de tal criatura, olhando-o ferozmente, como se sua mera presença fosse o maior dos insultos para a besta, que não era tão besta assim.

- Então o que eu faço !? Eles irão destruir tudo o que eu amo se eu não fizer nada ! Você viu! Você sabe! O que eu posso fazer !? Fugir e tentar começar do zero serviu apenas para eles nos pegarem! Eu não quero deixar isso acontecer ! Não quero perder tudo o que amo! Não quero ver isso destruído! - Ele gritava, libertando sua raiva, enquanto lágrimas de ódio rolavam por sua face, encarando a criatura nos olhos, ele se ajoelhou, tomando fôlego, por mais que em sua mente seu corpo não tivesse ferimentos, ele ainda sentia a dor dos ossos quebrados e trincados de “lá de fora”.

- Nada neste mundo é destruído, apenas transformado, isso prova que você ainda é, de certo modo, ingênuo, mas não sabe como usar a força que tem, é isso que o seu “eu” está tentando lhe ensinar, precisa apenas escuta-lo, ele quer te ensinar o mais rápido possível para poder evitar os eventos que ocorrerão logo mais, porque ele falhou ao evita-los, porque ele se dominou tarde demais - Sua voz se amenizou, a raiva em seu olhar sumiu, dando espaço à um azul infinito e belo como as estrelas, a floresta foi se tornando, aos poucos, parecida com uma normal, mas ainda fracamente as folhas brilhavam em um azul cintilante.

- Quando a neve cai, os galhos mais fortes, aqueles que resistem, com o acúmulo de neve logo se quebram, porém, os mais finos, aqueles que sabem a hora de se curvam, se dobram e deixam a neve cair, para se tornarem livres do peso dela - Assim como suas palavras foram se aproximando de sua mente e coração, a criatura se aproximou do jovem Naruto, sentando-se a sua frente, olhando-o nos olhos, enquanto ele ainda chorava sem perceber.

- Você ainda não aprendeu a se curvar - Sua voz levava um tom diferente do de antes, não sabia reconhecer, foi então que sentiu sua garra sobre seu braço esquerdo, exatamente sobre a marca que ganhara da Arachne, fazendo-a evaporar como se fosse apenas poeira sobre sua pele.

- Você possui muita neve sobre si - Sua voz parecia limpar sua mente, ele não sentia as lágrimas molharem seu rosto, pois pareciam evaporar, enquanto ele o olhava em seus olhos.

- Mas você não está pronto para aguentar esse tipo de neve - Ele apontou para si mesmo, enquanto Naruto se acalmava.

- Mas quando estiver pronto, vai poder suportar uma avalanche, e decidir quando será a hora certa de deixa-la cair - Seu enigma não fazia sentido algum naquele momento, mal sabia Naruto que aquilo, futuramente, faria mais sentido do que ele poderia imaginar.

Ele sentia seu corpo fraco, imóvel, cair nas folhas frescas e fofas que caiam das árvores, ele sentiu o sol no céu, que parecia lhe beijar o corpo, mesmo que fosse apenas sua mente, era agradável, o dragão o olhou lentamente, então deu meia volta.

- Quando estiver pronto humano… Quando estiver pronto -

[...]

— Eu não posso voltar para o meu tempo, pois ele não existe mais, tudo foi destruído, tudo foi devorado, restaram apenas ossos e desertos de areias vermelhas - Seu olhar se tornou duro, sabia que, enquanto despertava, o jovem Naruto ouvia cada palavra que ele dizia, vendo ele despertar por completo, continuou, ficou horas esperando ali apenas para lhe falar aquilo.

- Eu e Kurama viemos para cá com a ajuda de uma amiga querida, que se sacrificou para que viéssemos - Ele se sentou a sua frente, enquanto tocava a mão do mais jovem, estica do seu braço lentamente, enquanto vapor saia de suas mãos, curando os hematomas deles.

Naruto sabia que conseguia manipular o corpo de outras pessoas com o toque, naquele caso, estava condicionando seu corpo a se curar mais rápido, mas não era tão eficiente, ele praticamente fazia seu corpo trabalhar mais para se curar mais rápido, o que o cansava mais rapidamente, sendo necessário mais comida e descanso depois para que essa energia fosse reposta.

- Era um ritual de invocação reversa, onde ela me lançava para o passado, eu deveria ser apenas um fantasma aqui, na qual apenas você deveria me ver, mas algo ocorreu errado, fomos atacados antes dele finalizar, atacados por Konoha - O vapor em suas mãos se intensificou com a citação do nome maldito daquele reino podre e imundo, que lhe tirou tudo o que ele amava.

- Ela se chamava Shion, uma sacerdotisa de um país distante, que fugia de todos, pois ela tinha a estranha peculiaridade de prever a morte de qualquer um que a protegesse, então se isolou, buscando proteger o máximo de pessoas possível, no final, apenas ela conseguiu nos ajudar, e, com o ritual, nos mandou para cá... Eu a vi morrer, com uma lança atravessada em seu peito, mas, mesmo assim, a última vez que vi vida em seus olhos, ela sorriu pra mim - Lágrimas rolavam em seu rosto, enquanto o calor parecia queimar seu corpo, quase como se liberasse chamas vivas para dentro dele.

- Muitos morreram para que eu viesse aqui, para vinga-los, toda a conversa sobre buscar a paz não existe - Sem nem perceber, viu seu braço completamente curado, sem qualquer ferimento, sequer se lembrava da dor dilacerante de outrora.

- A única que tentava me ajudar de todo o coração e ainda ficou viva foi nossa querida irmã, além de nossa filha - Disse enquanto levava suas mãos até a caixa torácica, refazendo o mesmo processo.

- Os olhos frios e o semblante sério não combinavam com ela, mesmo assim, vestida como a rainha que haviam-na obrigado a ser, eu jamais vou perdoa-los- Ele sentia seus pulmões queimarem, enquanto sua pele parecia ficar vermelha.

- O que mais me machuca é o fato de, enquanto vínhamos para cá, eles feriram o útero de Kurama... Nosso sonho sempre foi ter uma família não é? Eles tiraram a que nós tínhamos, e também tiraram a chance de termos outra - Depois de terminar de curar suas costelas ele foi para o outro braço, em pior estado do que o direito.

- Com certeza existe um jeito de curar essa ferida, mas ela foi feita por um mago, e sim, foi por Neji Hyuuga, e eu sei que ele vai morrer, porque serei "eu" a mata-lo, ele foi o principal responsável pelo que aconteceu com Aya - Alguns segundos depois o mais baixa estava completamente curado, porém exausto, o processo era rápido, mas quanto mais veloz o processo, mais rápido ele se cansava, se não fosse a energia latente de Kurama, certamente já teria morrido há muito tempo.

- Você mudou, algo em seu olhar está diferente - Sua voz parecia estar longe quando na verdade estava à sua frente, Naruto não prestou muita atenção nisso,

- Volte, fazem duas semanas que não paramos, descanse, fique com nossa família, aproveite, e não se preocupe, eu tenho um plano para destroçar Konoha completamente - Ele sorriu malignamente, de um jeito que o próprio mais jovem julgava não ser possível.

- Pode ir, eu vou logo, tenho alguns espiões pra matar, eu até já sei quem vou ver primeiro - E então ele desapareceu, tão rápido que Naruto se quer pôde acompanha-lo.

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Se levantou com cuidado, enquanto olhava ao seu redor, caminhando lentamente até sua casa, estava cansado, com o corpo dolorido, dando sinais de que estava prestes a desmaiar a qualquer momento.

Vários minutos depois ele chegou até ela, ou pelo menos até seus arredores, sentiu uma movimentação atrás de si, e sabia muito bem quem era, abriu um sorriso, mexendo seu braço direito, afagando os cabelos brancos de sua preciosa filha, em seguida se ponto de joelhos e quase perdendo a consciência iniciou seu caminho ao chão, porém, antes de completa-lo ele foi amparado pela filha, que já esperava tal reação do corpo, há mais de duas semanas que ela apenas escutava a destruição na floresta sendo criada luta após luta, logo depois disso surgiu Kurama, ajoelhada frente dele, o abraçando, com os braços e com as caudas, se enrolando em cada parte do corpo dele, com a mão livre ele enlaçou sua cintura e se permitiu descansar a cabeça na curva de seu pescoço.

Ela exalava um cheiro característico de algo queimando, não era ruim, era um perfume completamente diferente e peculiar, era um cheiro que o agradava e o entorpecia, sempre fazendo-o querer mais.

Foi ali que ele desmaiou, se entregando aos braços da escuridão de sua mente e corpo exaustos, mas fez questão de fazê-lo com um sorriso no rosto.

[...]

- Pode me contar como ele ganhou essa cicatriz ? - Perguntou Aya, enquanto, na companhia de Kurama e Reya, ajeitavam o corpo do jovem para descansar melhor, isso incluía tirar algumas de suas roupas, que já quase não existiam mais, por sorte Aeryn estava dormindo, o sol estava alto, por volta do meio dia, seria uma grande briga para saber qual das duas tiraria a roupa de Naruto, Aeryn o tocaria o máximo que podia ( mesmo em lugares impróprios ) e já no primeiro toque seria aplacada por uma onda de prazer e luxúria incontroláveis, seria engraçado para se falar a verdade.

No meio do processo, ela viu uma cicatriz chamativa, que parecia nunca ter sido curada, grande, longa, que ia do início de seu ombro direito até perto do início da perna no sentido transversal, parecia ter sido um corte feio, Kurama não podia negar dizendo que não fora.

- Ele ganhou ela em seu primeiro combate de vida e morte - Quem respondeu foi a Kurama mais velha, que apenas agora fora notada no local, visto que Zabuza estava supervisionando o treinamento de Kiba, não estava muito presente, mesmo que quisesse, ele tinha que averiguar o desenvolvimento do garoto lobo, e garantir que ele não arrumasse problemas, visto o temperamento explosivo deste.

- Quando eu terminava de treina-lo na arte do combate, ele se encontrou com uma assassina, apesar de ter a mesma idade dele era talentosa, o suficiente para ser a primeira pessoa a fazê-lo sangrar, ela tinha uma arma mística, o que explica o fato de eu ter conseguido apenas cicatrizar - Ela parou ao ver o olhar de dúvida no rosto de Reya e Aya, respirou fundo e continuou.

- Uma arma mística é algo feito a partir de materiais raros, que, ao serem infundidos com magia, criam propriedades especiais, a arma que ela possuía se chamava Kattingu-saki (corte do destino), tudo o que essa foice, banhada em sangue de basilisco corta, não consegue ser curado, mesmo a cabeça de uma hidra não pode nascer novamente, Naruto sobreviveu apenas por não ter acertado um ponto vital - Sua voz parecia ir baixando o tom, enquanto afagava os cabelos negros de Naruto, trazendo lembranças antigas de sua mente.
Ela tinha um olhar diferente, um brilho peculiar, suspirou sem querer, chegando a disfarçar fingindo espirrar.
Ela parecia um adolescente na frente do seu primeiro amor, eu toque era ardiloso por sobre o rosto dele, mas também era dono de um carinho e gentileza que a própria Kurama mais jovem duvidava algum dia ter.

- Eu sinto tanta saudade desse tempo - Disse vagamente, mais para si mesma do que para qualquer outro ali, exibira um sorriso fraco, mostrando a presa direita, já que a esquerda estava quebrada.

- Ele me disse uma vez que, se fosse para ele ser pai, ele iria querer que eu fosse sua mãe, porque eu o entendia, de todas as formas... - Seu rosto ficou um pouco rubro, enquanto olhava fixamente para ele, alisou suas bochechas, acariciando suas suiças.
Ela parecia a ponto de chorar, de felicidade, de tristeza, de saudade, a única coisa que a impediu foi o toque dele, a sensação de sua pele explorando seu rosto e as marcas de seu rosto.
Ela viu seus olhos a olhando, com um leve sorriso em seus lábios.

- Eu penso nisso desde muito antes de você imaginar - Ele sorriu pra ela, que ficou rubra de um jeito que não ficava a muito tempo, depois disso ela sorriu pra ele, um sorriso de verdadeira felicidade

- Não mesmo, eu só me garanto com um de vocês - Ela se desvencilhou dele é daquele sentimento que começava a brotar entre eles.

- Não se preocupe, pra mim só existe uma de você - Ele direcionou seu olhar para a versão mais jovem de Kurama, que corou, de uma maneira que nunca havia feito, Reya nada entendia, olhando de um lado para o outro, até fechar seus olhos novamente e, dessa vez, dormir até se recuperar totalmente.
Ele dormiu com a cabeça no colo da versão mais velha de Kurama, que o olhava com um sorriso no rosto.

- Você sempre foi um imbecil, sempre dizendo essas coisas e apagando, seu idiota - Depois disso ela voltou a afagar seus cabelos e voltou seu olhar para sua versão mais nova.

- Não ignore o que você sente por ele, eu aprendi a amar ele, por quê você não poderia ? - A jovem Kurama não sabia, mas aquela frase a assombraria por muito tempo, até que finalmente entendesse que não era difícil amar, mas sim era ela quem tornava difícil.
A irmã mais nova se sentiu estranha, vê-lo rodeado de mulheres ( muito atraentes por sinal ) chegava a fazê-la sentir ciúmes, fazia duas semanas que não o via e quando o viu, rodeado pela atenção das mulheres do local ( tirando uma) a fazia ficar desconfortável.
Ainda assim se mantinha ali, preocupada com ele, atenciosa para com a pessoa que lhe mostrou todo o novo mundo.
Ela tirou o arco das costas, assim como a aljava de flechas para ficar mais confortável, puxou um banco para si mesma e se sentiu, olhando para ele enquanto recebia um cafuné.
Se ela não o conhecesse, e não soubesse o quanto Aeryn era atrevida, poderia dizer que ele exibia um sorriso pervertido, mas não era isso, não combinava com Naruto.
Ele era uma espécie em extinção, e a jovem Kurama não tardaria a entender isso.
Aya se aproximou um pouco mais, se "intrometendo" naquele momento tão singular, segurando a mão do irmão mais velho, as mãos já caleijadas por tanto tempo empunhando espadas e lâminas apertaram sua mão com força, avermelhou um pouco, mas sorriu.

[...]

- Oh! Pelos deuses! Quem deixou o Naruto em tal estado ? -Aeryn estava perplexa, Naruto dormira o dia inteiro, e ainda continuava, seus gritos histéricos se quer o acordariam
Ela sentiu uma mão segurar seu pulso e gira-la com violência, apenas para ver o Naruto mais velho com seus olhos vermelhos cravados nela de maneira intensa, ela saltou em sua direção, tentando capturar seus lábios, porém ele se abaixara, segurando a barriga dela, mexendo seus dedos freneticamente.

- Para! Hahahah! Para com... Haha! Com isso! Eu imploro!! Ahahahaha! - gritava e gargalhava enquanto se esperneava, tentando se safar das cócegas, sem muito sucesso, até que em um movimento ele acertou uma mordida de leve em seu pescoço, absorvendo seu cheiro por suas narinas, enquanto suas mãos viajavam por seu corpo, o alisando de maneira discreta.
Ela gemeu, em alto e bom som, sem poder se segurar, em seguida ele se levantou, enquanto a vampira o olhava, querendo mais, ah, sim, ela queria muito mais, queria que Naruto a violasse de todas as maneiras possíveis, que a fizesse sua de todas as maneiras que ele quisesse, o moreno sorriu.

- Que graça teria se eu fosse rápido ? - A pergunta a fez sorrir enquanto se levantava, o olhando.

- Eu não quero graça, eu quero é sexo! - Se aproximou dele, andando a passos lentos, da maneira mais sensual que ela conhecia, ele alargou o seu sorriso, acariciando o seu rosto levemente.

- Hoje não morceguinha, hoje não - Pronunciou se afastando dela, chegando até a porta do quarto, girando o trinco, se preparando para sair daquele cômodo.

- Ah, e tente não “me” violar enquanto durmo, como você disse, não teria graça - E saiu, como se nada tivesse acontecido, deixando-a sozinha com o seu “eu” do passado, olhou-o maldosamente, mas, ao vê-lo ali, serenamente deitado, descansando, com respiradas leves e compassadas, todo o e qualquer tesão que sentia até o momento desapareceu, ela se sentiria mal acordando Naruto apenas para tentar seduzi-lo.

- “Droga Naruto, por quê você simplesmente não me come logo ?”-

[...]

Já era dia, de manhã, todos já haviam acordados, o vilarejo prosperava, seus moradores davam duro todos os dias por suas familia, todos estavam fora, menos Naruto, que se recuperava claro, todos estavam distraídos com alguma coisa, até ouvirem passos de uma garota.

Ela se aproximava a passos lentos, parecendo flutuar, se quer deixando pegadas na grama baixa do local, enquanto uma já podia ter ideia de quem era, outra já tinha certeza, essa era Kurama, ou Kuramas, que a olhavam séria, enquanto ia em sua direção, a parte inferior de seu rosto coberta por uma máscara negra, semelhante a Kakashi, e Zabuza, em suas costas um bastão negro, vestia roupas negras, uma camisa sem mangas, que chegava a mostrar a barriga chapada e bem definida, calças pretas, assim como suas botas, um visual muito diferente de quando ela se encontrou com Naruto pela última vez.

Seus olhos amarelos nada exalavam, a não ser uma sensação de frieza inumana, os cabelos curtos e brancos, semelhantes ao de Kakashi o lembravam um pouco, se Zabuza estivesse ali teria ficado irritado com a vaga lembrança do Hatake, ela olhou para eles, apressando o passo em direção a casa, enquanto todos olharam, não esboçando outra reação a não ser a apreensão, estavam nervosos.

- Ora, onde está aquele que eu vim ver ? - Olhou ao seu redor, porém nada viu, a não ser aqueles que estavam presentes, procurava Naruto, mas o que encontrou fora um bando de garotas aleatórias que julgava serem completas sem valor.

- Típico dele, juntar um bando de inúteis pra se esconder - Ela se aproximava, retirando de suas costas o bastão, que se alongou até chegar perto de sua altura total, um pouco menor do que ela.

A Kurama mais velha não queria atacar, não que não pudesse com ela, mas se lutasse do jeito que estava, ela acabaria matando-a, que má hora para Naruto, o SEU Naruto não estar apresente.

Ela andava ainda mais rápido, arrastando seu bastão na grama, começando lentamente a correr em direção a elas, a Kurama mais jovem se colocou na defensiva, levantando seus braços.

Em um giro ela lhe tentou acertar um golpe, porém, com a mão direita segurou o bastão dela e a puxou, tentando acerta-la um soco, porém, com uma jogada de corpo para trás curvou-se, escapando por pouco do golpe, em seguida, no mesmo momento, levantou sua perna, acertando um chute em suas costas, fazendo-a ser empurrada para frente, porém, para não cair ela segurou a outra extremidade do bastão, puxando-a novamente, desta vez acertando um soco, defendido pelos braços, lançando-a, junto com seu bastão, vários metros para trás, para onde Aya estava, empunhando seu arco iniciou uma sequência de tiros, facilmente defendidos com alguns giros de seu bastão.

O que ela não contava era o quão rápido um pequeno vulto negro podia ser, infligindo um longo, porém fino corte em sua roupa, na região das pernas, ao virar rapidamente seu olhar ela viu uma jovem criança de vestimentas negras, cabelos brancos e olhos azuis empunhando uma espada, lambeu seus lábios.

- É rápida baixinha, vai ser a primeira - Dito isso uma névoa enegrecida começava a ser expelida pelo bastão a partir de sua extremidade que não tocava o chão, a névoa se alongou até formar uma lâmina, transformando o bastão em uma foice de lâmina prateada como a lua.

Antes que qualquer um pudesse fazer qualquer coisa ela avançou contra Reya, lhe desferindo golpes com força e precisão do nível de um assassino profissional, ela queria mata-la, mas devagar.

Bloqueando os golpes com maestria usando sua lâmina, enquanto girava o golpe escapando de vários golpes do cabo da foice, girando sua espada, acompanhando o ritmo da adversária que parecia ter mais experiência, o jogo de pés era perfeito, ambas estudavam uma a outra, procurando brechas que, provavelmente, demorariam para surgir.

Em uma chante Reya tentou uma estocada em seu peito, ela girou seu corpo, desviando do golpe fatal, girando a foice no sentido de decapta-la, no mesmo momento Reya soltou sua espada, ainda em movimento no ar, abaixou-se e se jogou para a frente, pegando a espada novamente, enquanto se estabilizava, recobrando o equilíbrio.

Ela suspirou, enquanto que a adversária estranhou um pouco, ela conseguia ver seu hálito, como se estivesse realmente muito frio, o que não era mentira, sentiu a temperatura ao seu redor cair, enquanto a jovem garota se levantava lentamente, com um olhar frio direcionado a ela, sorriu por debaixo da máscara

- Você é interessante, os mesmos olhos, o mesmo estilo de luta, Danzou fez um bom trabalho não é ? você está provavelmente um pouco acima de um guerreiro de nível B não é mesmo ? - Disse, enquanto ajeitava a foice em suas mãos, pronta para atacar.

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- Não… - Sua voz saiu fria, sem qualquer sentimento humano, parecia uma boneca, sem qualquer emoção em seus olhos ou voz, isso trouxe um arrepio a ela, mas isso só a fez se interessar ainda mais pela garota.

-... Sou superior à um de nível A… - Em seguida, aproveitando o momento de surpresa da oponente ela avançou, estocando no ar com sua espada, com um sorriso presunçoso ela desviou do mesmo golpe uma segunda vez, girou a foice tentando corta-lo de baixo para cima, porém, seu cabo batera em algo, fazendo a lâmina chegar perto de Reya, mas não o suficiente para infligir qualquer dano.

Dois espinhos grandes de gelo haviam bloqueado seu movimento, girou a espada em sua mão, obrigando-a a se abaixar e saltar para trás, livrando sua foice da “trava”, Reya esticou sua mão em direção a ela, em seguida, ela foi rodeada por uma parede de gelo, formando um cubo perfeito, que logo em seguida foi cortado por ela.

- Acha mesmo que… - Parou de falar ao perceber que a garota sumira de sua vista, apenas para depois ver sua sombra acima dele, em queda livre, bloqueou o golpe de sua espada com facilidade, o que não percebera fora o fato de que sua espada estava banhada com gelo fino, que se quebrou perto de seu rosto, cegando-a o suficiente para irrita-la e obriga-la a fechar seus olhos.

Aproveitando essa chance, com um giro, acertara um chute em seu rosto, lançando-a para trás, Aya, que estava a todo o momento esperando uma oportunidade de atacar, atirou duas flechas ao mesmo tempo, porém, uma foi segurada por sua mão nua , a outra foi segurada por sua boca, com dentes perfeitamente brancos.

Ao olhar para Aya pareceu perceber quem ela era, principalmente de onde era, em seguida lhe lançou uma das flechas em sua direção, Aya desviou, enquanto que a Kurama mais velha a segurou com sua mão, jogando-a no chão logo depois, com o rosto sério.

- Acho que já chega de brincar - Uma grande bola de fogo foi atirada pela jovem Kurama, porém ela foi cortada pela lâmina da foice em duas, que nada fizeram a ela, viu Kurama arder em chamas, porém, suas chamas escarlates não derretiam a neve, se quer emitiam calor, enquanto suas nove caudas estavam a mostra em toda a sua beleza, junto com as orelhas, a partir da chamas uma espada se materializou, uma espada de bainha completamente negra, com o cabo da espada em vermelho, desembainhou-a e em seguida sua bainha ardeu em chamas, sua lâmina emitiu um fraco brilho prateado.

Seus olhares se cruzaram, enquanto ela e Reya se mantinham em posição de guarda, prontas para atacar ou serem atacar o que viesse primeiro, o que não esperavam era uma intromissão, e uma intromissão muito bem vinda.

- Sequer pense em arranha-las… - A voz exalava uma força descomunal, um poder incomenssurável, uma força sem limites, que trazia terror à alma de todos os seres vivos, a Kurama mais velha se aliviou ao ouvir essa voz, uma voz que ela passara a sempre querer ouvir.

Das sombras da floresta, cujos passos não podiam ser escutados, um homem chamou a atenção de todos ali, e seus olhos vermelhos, brilhantes na escuridão, denunciavam sua ira.

- Encoste em minha filha ou em qualquer outra e eu devorarei seu coração - Ele se aproximou, revelando ser Naruto, o Naruto mais velho, aquilo a deixou surpresa, não era esse Naruto que ela esperava ver, ele vinha banhado de sangue, um visão que chocou um pouco Aya, que, emocionalmente era a mais fraca ali, ficou enjoada e se ajoelhou no chão, sendo amparada pela Kurama mais velha, enquanto a outras duas baixavam a guarda relutantemente, a espada de Kurama desapareceu em chamas e Reya havia embainhado a sua.

-Eu… Não esperava isso - Ela estava desconcertada, poucos a haviam feito sentir o temor, o mais breve deslumbre da dúvida de sair via de um combate, poucos foram bons o suficiente para fazê-la sentir isso.

Estava perplexa, a aura ameaçadora lhe era familiar, mas a pessoa deveria ser muito mais jovem para ser quem pensava ser, ela viu seus olhos vermelhos ferozes e sanguinários, fortes de um jeito que ela sabia que jamais seria.

Ele se aproximou dela a passos lentos, sentia seu corpo pesado, mas ainda assim conseguia se mover, porém sentia que sequer seria capaz de fugir, então fez sua foice recuar para sua forma anterior, tornando-a um bastão e a colocando em uma pequena bainha de couro nas costas.

- Você é tão boa quanto eu me lembrava, apesar de eu não saber o que aconteceu com você no meu tempo - A sombra das árvores se dissipavam à medida que ele se aproximava, permitindo-a, enfim, enxerga-lo, e chegou a pensar que estava presa em algum tipo de armadilha ilusória, mas quando ele tocou seu ombro percebeu que era mentira.

- Entre, temos muito o que conversar, inclusive tem alguém que você quer ver não é ? Mas antes peça para sua amiga continuar escondida, pelo menos até de noite. - Ele começou a andar em direção a casa, enquanto ela ainda era alvo dos olhares ferozes de toda as outras.

- Não se preocupem garotas, ela não causará problemas comigo aqui, ela vai querer saber o que eu tenho para falar com ela, não é Raven ? - Ela estremeceu ao ouvi-lo falar seu nome, virou para trás, olhando algo dentro da floresta, assentindo com a cabeça, confirmando o que ele falara mais cedo, para que ela ficasse escondida, aquilo seria interessante para ela.

- Mas antes de entrar, preciso falar com você a sós, tenho algo que lhe pertence - Disse enquanto dava a volta na casa, indo para os fundos, não que se importasse de qualquer um de seus companheiros ouvir, mas porque assim teria certeza de que não seria qualquer um que ouviria, visto que ele era um sensor nato devido a suas habilidades, em especial de detectar sentimentos, sendo específicos ou não, mesmo camuflados, intrusos seriam facilmente achados por ele, só existia um tipo de pessoa que fugia de sua vasta habilidade sensorial, e, por infelicidade, Danzou era perito em “criar” esse tipo de pessoa.

Todas as outras entraram, enquanto ele e a garota iam para os fundos.

[...]

- Tudo está pronto ? - Questionou uma grande sombra, carregando algo semelhante a uma grande espada enfaixada, esta com o cabo beige com uma caveira entalhada na ponta, o indivíduo tinha um grande porte, claramente sendo fisicamente muito forte, era alto, por volta de um e noventa de altura, usava um manto negro que cobria toda a extensão de seu corpo e, curiosamente, este tinha a pele azul, com três guelras abaixo de cada um de seus olhos circulates, tinha dentes triangulares e cabelo azulado escuro.

- Não, precisamos de fundos para os preparativos, precisamos de mais acordos, mais contratos, mais dinheiro, se aquele idiota do Kakuzu seguir o plano até o momento certo, teremos o suficiente dentro de cinco anos - Disse um homem mascarado, usando aquele mesmo manto negro que lhe cobria todo o corpo enquanto estava sentado em uma pedra, curiosamente este usava uma máscara alaranjada em forma de espiral, com um único buraco para o olho direito.

Ali, no escuro daquela caverna sombria, úmida e tenebrosa, um Sharingan escarlate brilhou fortemente, enquanto o homem alto esboçava um sorriso.

- Mal posso esperar, estou ansioso para rever alguns antigos amigos - Imaginou-se, permitindo sua mente a leva-lo para outro lugar, enquanto o homem de máscara continuava sem nada falar.

-”Logo eu terei o poder que desejo para conseguir o que eu quero de verdade, e matarei todos que estiverem em meu caminho, quando eu conseguir, todos se ajoelharão perante mim”- Pensava enquanto parecia ser ainda mais absorvido pela escuridão da caverna, se tudo fosse concluído com sucesso, em pouco tempo superaria até mesmo o poder de todos os reinos juntos, pouca coisa a esta altura poderia impedi-lo, com as nações em conflito constante, poderia se aproveitar adequadamente para juntar o que quer que fosse, mercenários, dinheiro, poder e espiões para se manter informado.

No momento, no estado atual, apenas um reino podia ir contra ele, e logo, Konoha, junto com seu patético rei, irá cair diante dele, tão rápido quanto uma pedra afundando em um rio.

[...]

-“O sangue do dragão flui forte dentro de você, e isso te transformou em algo que eu não conheço” - Era isso o que se passava na mente de Kurama, enquanto via Naruto repousando na cama, enquanto seu corpo se recuperava de tudo o que sofrera de “si mesmo”.

Com o tempo, ela passou a odiar os humanos, sem exceção, todos a trataram como arma, como monstro, como uma aberração, nos ultimos mil anos fora temida como a demoníaca raposa de nove caudas, a grandiosa e terrível Kyuubi no Youko, nunca a perguntaram seu nome, ou o que desejava, apenas corriam ao vê-la.

Seu majestoso porte, gigantesca, capaz de aniquilar montanhas com o balançar de suas caudas e criar verdadeiras tempestades com o balançar de suas garras, tinha olhos que diziam ser capazes de arrancar as almas dos corpos de quem o encarava.

Mas, o que existia por trás do “monstro”, na realidade era uma “criança” que tinha medo da escuridão que havia no coração dos humanos, eram seres sujos e irracionais, que não conheciam nada além da destruição e do caos e, por mais que ela fosse a representante do ódio, nem mesmo ela era capaz de medir o tamanho das maldades que o ser humano era capaz de cometer.

Foi quando, nessa imensidão negra, que ela encontrou aquela pequena chama, o pequeno brilho, tão pequeno e longínquo quanto as estrelas do céu, suspirou lentamente enquanto o olhava, sem perceber que havia mais alguém ali, naquele quarto, enquanto o sol brilhava intensamente lá fora e, no proveito do horário, aproveitava o tempo sem a companhia de certa morta-viva.

-A resposta é sim Kurama - Ela se surpreendeu, se preparando para entrar em posição de combate, se não fosse a voz tão doce e familiar, era Aya, que fechava a porta atrás de si lentamente, tomando todo o cuidado possível para não fazer barulho.

Ela viu seu olhar de dúvida, perguntando-se “Sobre o que fala?”, sorriu minimamente, no final de tudo, Kurama sabia de tudo e todos, menos de si mesma, era tão engraçado que chegava a ser bobo, mas fazia todo e completo sentido.

- Você é SIM apaixonada por ele - Seu rosto ruborizou, assim como Aya, apesar de ser tão pouco em comparação ao rosto de Kurama, cujo vermelhidão predominava mais forte do que seus ruivos e flamejantes cabelos escarlates, desviou o olhar da loura, enquanto ela alargava o sorriso

- Não seja estúpida criança, eu tenho mais de mil anos, eu nunca me apaixonaria tão perdidamente por alguém que eu sei que irá durar menos do que eu nesse mundo, eu sou a personificação física da raiva e do ódio, eu não posso me permitir conhecer um amor assim, eu não posso me tornar fraca, eu preciso ser forte, por mim, por ele, por nossos amigos e, principalmente, por vingança - Ela disse apertando seus punhos, enquanto estava sob o olhar da loura, que entendia a justificativa, a razão, mas, falando sinceramente, uma mulher sabia quando outra mentia.

- Ele ficaria deprimido se escutasse isso - Olhou-o, enquanto respirava levemente, inspirando e expirando, repousando de um jeito que há muito não fazia, e Kurama sabia disso, afagou um pouco seus cabelos negros, em seguida acariciando suas suiças.

- Essa é uma decepção que eu não quero para ele - Sua voz parecia exalar remorso, e Aya sentiu isso, sentando-se ao lado dela na cama, na beirada, enquanto olhava para Naruto.

- Ele é tão importante para mim quanto para você, basta não magoa-lo Kurama, ele te ama, e mesmo que você não sinta o mesmo, não é motivo para simplesmente lhe dizer não - Ela se levantou, indo até a janela, olhando o céu, o sol alto, o clima excelente, um pouco quente, mas nada fora do normal.

Cada movimento de seu corpo tinha atenção de Kurama, enquanto ela voltava a olhar para ele.

- Ele estaria disposto a dar a vida por você, não menospreze isso, simplesmente não lhe diga não... -

- Não me diga como me sentir em relação a ele… eu só… - Ela se levantou, parecendo irritada consigo mesma, Aya olhava as dúvidas em seu olhar, podia até mesmo senti-las, mas não podia fazer nada, isso apenas ela poderia resolver, pensou em dizer algo, porém hesitou, permanecendo calada, enquanto a cabeça de Naruto se mexia no travesseiro inconscientemente.

- Ele tá bem ? - A voz familiar as pegou de surpresa, era Kiba, que havia acabado de chegar, sem camisa, usando apenas uma calça negra surrada, completamente descalço, vendo Naruto na cama, isso não era normal, ele conhecia o porte de combate de Naruto, pensou em perguntar, mas vendo o clima tenso naquele instante, preferiu tentar mudar de assunto.

- A coisa morta não está aqui, ainda bem - Ele suspirou, aliviado, Aya olhou-o, curiosa.

- Vampiros e lobisomens não se dão bem ? - Sua pergunta soou ingênua, Kiba sorriu para a loura, fazia tempo que ele não via um humano “normal”.

- Lobisomens e vampiros possuem uma rivalidade muito antiga, sempre fomos rivais em tudo, houveram vários conflitos, várias mortes para os dois lados, apesar de os vampiros serem mais difíceis de matar do que lobisomens, mas apenas um material em especifico pode nos matar na nossa forma de lobo, a prata, dizem as histórias que os vampiros tiveram um imperador, o primeiro, e ele era amigo do líder do clã de lobisomens, mas ele o traiu - Ele se aproximou das duas, enquanto parecia forçar a mente a lembrar das histórias.

- Sua traição foi tão suja que seu nome se perdeu no tempo, mas ele era muito poderoso, foi necessário uma guerra para sela-lo para sempre, tanto a ele quanto seu poder, e assim permanece até hoje - Parou de falar a frente de Aya, que o olhava curiosa, andou ela até ao lado de Kurama, sendo acompanhada por Kiba de perto.

- Deve fazer mesmo muito tempo, isso faz você se sentir mal ? - Aya perguntou curiosa, fazendo Kiba sorriu com sua curiosidade.

- Não, foi uma consequência de atos que não foram nossos, como poderíamos nos sentir culpados ? Além do mais, eu vou viver mais do que os humanos comuns, mais do que você ou Zabuza - Ficou parado, parecendo pensativo, até que riu sozinho e baixo, parecendo achar graça de algo.

- O que me intriga é o motivo dele estar rodeado de tantas mulheres, é algum tipo de maldição ou algo de gênero ? - Sua voz parecia sarcástica, enquanto olhara para Aya e Kurama, ele parecia estar brincando com uma presa, se divertindo, ela andou até ele, aproximando-se do mesmo, quando o fez, mesmo sendo quase uma cabeça mais baixa do que ele, moveu seu braço para trás.

Ela o encarava nos olhos, este sorria zombeteiramente para ela, encarando-a com os olhos ferozes e provocantes, que, com o pequeno sorriso que ele exibia naquele momento, ela sabia o que ele queria, ele a estava subestimando, a desafiando, foi quando ela fez.

Moveu-se de uma maneira tão rápída que ele conseguiu ouvir cada movimento do corpo curvilíneo dela, alcançando sua adaga e prenssando-a em seu pescoço, criando um pequeno corte, que sangrava lentamente.

- Não me provoque nunca mais, se não eu arranco o seu coração, isso se o Naruto não fizer pior - Disse friamente, enquanto se afastava dele de forma lenta, deixando-o sozinho com Kurama, enquanto alcançando sua aljava e seu arco, em seguida saindo.

- Não se culpe, você não tem nada que a atraia, na minha opinião você é um bocó, nem todas as garotas são como as da familia Inuzuka, e ela não vai se dobrar, não vai mesmo, no demais, controle seus instintos, sabemos que a época de reprodução é muito inconveniente, mas faça um esforço. - Disse rindo, tirando sarro do garoto lobo, que fez um muxoxo irritado, enquanto se sentava ao lado de Naruto na cama, enquanto ele sorria minimamente, ele havia gostado do jeito dela que não percebera o que estava fazendo, ainda faltava prática para controlar seus impulsos, sejam eles quais fossem.

- Depois me desculpo com ela - Sua frase fora solta no ar, mais para ele do que para qualquer pessoa, olhou Naruto ali, naquela cama, frágil para qualquer um, mas não desprotegido, ele o ouvia respirar, seu coração bater de forma lenta e compassado, mais lenta do que se lembrava de um “humano”, suspirou pesadamente, enquanto alongava os braços.

As vezes pensava em voltar para casa, para o conforto dos braços de seus pais e de sua irmã mais velha, eram valiosos para ele, afinal era sua familia, mas se fosse para ficar preso nos muros daquela cidade, então apenas voltaria para lá quando tivesse certeza de que era forte para conseguir sair.

Reya entrou no quarto para ver como Naruto estava, dando indícios de que ali permaneceria até ele acordar, já que ninguém mais podia ensina-la o que ele lhe estava ensinando, puxou uma cadeira e se sentou nela, olhando sempre para ele, Kurama sorriu, todas ali sentiam um afeto muito grande por Naruto e isso a alegrava.

[...]

Naruto flutuava em total escuridão, mesmo não conseguindo ver o chão conseguia senti-lo de forma firme sob os seus pés, olhou ao seu redor, procurando algum lugar que pudesse conhecer, mas não o achou, andou, a passos lentos e firmes, chegando a ecoar.

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De repente, no escuro, ele viu um homem, alto, vestido de negro, virado de costas para ele, andou em sua direção, mas não pôde mais, pois algo invisível o impedira de prosseguir.

- Faz muito tempo garoto, quatorze anos desde a última vez que nos vimos - Ele prendera a respiração, enquanto sentia as forças abandonarem seu corpo aos poucos, enquanto o homem se virava, sendo possível assim ver uma máscara laranja em espiral, com um único buraco.

Não via seu olho, mas sabia que ele o estava encarando.

- Naquela vez você tirou o que era meu, não vai ter uma segunda chance - Se aproximava dele a passos igualmente lentos aos dele inicialmente, olhando-o, enquanto ele via um brilho vermelho pelo buraco da máscara.

- Eu vou pegar tudo, no tempo certo eu vou arrancar tudo de você, pois é fraco, e jamais chegará ao nível ao qual me encontro, você é vulnerável, cheio de aberturas, sem objetivos, e por isso nunca me alcançará - Sua voz soava sombria aos ouvidos de Naruto, não gostava dele, nem de seu tom, mas sabia que conhecia aquele homem.

Sentiu o ar ficar pesado, mais pesado do que jamais sentira, ficou surpreso por se ajoelhar sozinho, tendo dificuldades para respirar enquanto o homem se aproximava como um fantasma.

Ele não conseguia se mexer, um músculo sequer, nem mesmo conseguia levantar a cabeça para ver o homem.

- E apenas para ver você se esforçar ainda mais, vou lhe contar um segredo, fui eu quem libertou a raposa de nove caudas no dia de seu nascimento - Aquilo o pegou de surpresa, mas não quer dizer que fora uma surpresa ruim, seus lábios se contorceram em um sorriso maléfico e diabólico, enquanto aos poucos se levantava.

- Foi você sua puta deslavada…- Sua voz soou diferente, parecendo várias ao mesmo tempo, chegando a surpreender o homem, seus olhos formigavam e ardiam, pareciam queimar dentro de seu crânio, seus ossos pareciam que iriam se partir a qualquer momento, os dedos em sua mão se mexiam furiosamente enquanto aos poucos levantava sua cabeça.

Enquanto fazia isso o tempo pareceu parar, se é que naquele lugar existia algum.

- Você transformou minha vida em um inferno seu puto… - Olhou para ele, com seus olhos ardendo em mais puro ódio, com os olhos mais escarlates que o mais puro sangue, as órbitas de seus olhos estavam vermelhas, irritadas, seus caninos cresciam à medida que as suiças em seu rosto enegreciam, a fenda mostrava um abismo infinito do mais puro terror que existia naquele mundo.

- Eu vou achar você homem da máscara, vou desmembra-lo bem devagar, por ter feito isto comigo e com ela, não me interessa o motivo, você vai morrer, de um jeito que vai levar anos, pois vou fazer questão de te trazer de volta todas as vezes apenas para testar a minha criatividade para tortura-lo - Levantou-se, até ficar completamente ereto, puxando a gola de sua camisa, encarando profundamente o sharingan escarlate do homem, que parecia sorrir por debaixo da máscara.

- Procure pelo nome Madara Uchiha… - Fui a ultima coisa que ouviu antes de tudo se escurecer.

[...]

Ele acordou alerta, pronto para matar quem estivesse a sua frente, chegando a assustar Kurama que estava sentada ao seu lado, ele arfava rapidamente, enquanto mantinha suas mãos na sua cabeça, Kurama olhava-o preocupada e assustada, claramente não sabia o que havia ocorrido.

Quando a viu ele abraçou-a com força, enquanto ela ainda permanecia estática, sem reação.

- Eu encontrei com o maldito bastardo… - Seu sussurro soou aterrorizador, raivoso, como se aquelas palavras pudessem fazer você sentir mais dor do que sentiria a vida inteira.

- Ele veio até mim por uma mensagem mental, talvez algo como uma mensagem deixada na minha mente na última vez que nos vimos, o maldito que lhe forçou a se libertar, que me fez passar um inferno, que fez isto contigo - Ela entendeu, abraçando-o de volta, superando o choque por pouco, não podia fraquejar agora, não na frente dele.

- Eu juro por todos os deuses que não existem, e pelos que se foram, eu terei a nossa vingança.. - Ele apertou ainda mais seu abraço, trazendo-a para mais perto dele.

- Kurama… Me dê a força, me dê o necessário… Me dê a minha vingança… - O quarto parecia queimar, tamanha era a vontade assassina de Naruto, não se surpreenderia se até mesmo as pessoas do outro lado de Uzushio sentissem.

-... Sim… -

[...]

Naruto saiu do quarto, enquanto sentia algo estranho no ar, seu corpo estava bom outra vez, completamente recuperado, mas sentia algo familiar por perto, andou para fora em direção a floresta, sem qualquer foco, apenas querendo aproveitar o pequeno intervalo que teve, queria poder ficar com Kurama e as outras, mas nesse momento queria ficar sozinho para refletir, por que aquele homem havia ido até ele ? Para provoca-lo? Para tentar leva-lo para uma armadilha ? Para estuda-lo? Seus pensamentos foram interrompidos por uma pequena surpresa para ele.

Um punho atravessara um tronco ao lado dele, o tempo de reação foi mínimo, mas ele reagira à altura, segurando-o e lançando seu dono para o chão, em seguida girando e catapultando-o para longe, até o responsável cair de pé.

- Ora ora querido, que boas vindas mais calorosas - Sua voz era inconfundível, assim como seu cheiro, aqueles olhos amarelos da cor do mel, cabelos acinzentados, quase prateados, o rosto coberto por um fino pano, ele a olhou longamente, pronto para avançar.

- O que faz aqui Raven ? Voltou para que eu te matasse ? -

- Eu me lembro de uma maneira diferente Naruto, você, debaixo do meu pé -

- Antes ou depois de eu ter quebrado um terço dos ossos do seu corpo ? -

- Chega! - A voz sombria soou alto naquele lugar, enquanto ambos os dois olhavam em sua direção, revelando-se a versão mais velha de Naruto, junto com a de Kurama, que olhava-os como se fossem boas velhas lembranças, já seu parceiro estava com a cara fechada, sério.

- Se estão tão bons para começarem a brigar mais do que imediatamente, estão prontos para treinarem mais do que imediatamente - Atrás dele surgiram Aya, Reya e Aeryn, um pouco incomodada pelos raios do sol, mas nada que a atrapalhasse.

- Escutem, eu vou dizer apenas uma vez, eu vou treinar cada um de vocês pessoalmente, vou tentar lhes ensinar tudo o que eu sei e que aprendi nesses dez anos, o que não foi pouca coisa, será doloroso sim, especialmente para você Naruto, pois é aquele que tem que ficar mais forte para o que está por vir - Disse apontando para ele, que assentiu, estralando os dedos das mãos.

Todas as outras o olharam, enquanto cada uma se aproximava dele, com exceção de Raven, ouvindo o farfalhar das folhas, enquanto ouvia também algo a mais, uma respiração que ele aprendeu a reconhecer, a marca em seu braço formigou um pouco, ele olhou ao seu redor, com um sorriso em seu rosto.

- Ei, já pode sair! Sei que está ai! - A figura foi descendo do alto das árvores, surgindo das sombras criadas por aquele céu alaranjado criado pelo pôr-do-sol.

Quando a silhueta já estava formada, Aya arqueou seu arco com suas flechas, apontando-as diretamente para a direção daquele ser que descia das árvores, estava completamente em posição de batalha, mas se acalmou ao sentir o toque de Naruto em sua mão, guardando ambos ( o arco e a flecha) em seus respectivos lugares.

Ele olhou para o braço dela, braço que havia sido decepado por ele, e que agora estava refeito, como se este nunca tivesse sido perdido em uma luta tão brutal quanto aquele que ambos protagonizaram, ela se movia devagar, como se tivesse acabado de acordar de uma soneca ou algo semelhante.

Todos olhavam para ela, centrando seus olharem mais especificamente na parte de baixo, exceto Zabuza e Kurama, Zabuza era o tipo de pessoa que já tinha visto várias coisas e quase nada o surpreendia, e Kurama, bem, Kurama e Naruto compartilhavam sua mente, poucas (e específicas) coisas não eram compartilhadas entre eles, Naruto andou em sua direção, olhando sempre em seus olhos, sem nunca desviar o olhar, o que a deixava feliz, nunca olharam para ela como um todo além dele, todos tiveram medo, nojo, e repulsa dela, todos sempre reagiam à parte dela que se assemelhava com uma humana, mas ele não, ele a compreendia, e não a julgava, de modo algum, como poderia? Sendo ele quem era, como vivera até aquele momento, jamais poderia.

- Ver’thlyiss, é bom lhe rever - Ela se abaixou, visto que sob as suas longas para aracnídeas se tornava quase duas vezes maior do que Zabuza, agaixou-se, se tornando equivalente a Naruto em altura, ele a abraçou, cautelosamente, cuidando para não machuca-la em momento algum, depois de um segundo completo ela retribuiu.

- Eu achei que tivesse matado ela - Expressou Aya sua indignação ao vê-la, ainda apontando suas flechas em direção a sua cabeça, Naruto sorriu, se desvencilhando do abraço dele.

- E por um momento matei mesmo, mas o que na verdade fiz foi aplicar nela um remédio que, além de amenizar a dor, ajuda na regeneração e funciona como um anestésico, cortesia da Aeryn - Sorriu amarelo, enquanto ela notava uma pequena cicatriz na garganta da Arachne, aos poucos ela abaixou o seu arco, guardou as flechas em seus devidos lugares, Aeryn se envergonhou um pouco pelo que foi dito por Naruto.

- Você está junto com Raven ? - Seu questionamento foi respondido com um aceno de sua cabeça, dando um sinal positivo, olhou para ela, que respondeu o olhar a altura, Raven não era o tipo de pessoa que tinha companheiros, ou assim Naruto pensava.

- Não seja infantil agora Naruto, teremos todos que confiar uns nos outros em algum momento, não deixe uma antiga rivalidade atrapalhar tudo, o mesmo vale para o resto de vocês, fui claro Naruto ? - Acenou para ele a contra gosto, Naruto nunca gostou de receber ordens, mas se fosse para um bem maior, quem sabe apenas daquela vez, além do mais, estava obedecendo a ele mesmo, isso era diferente, não era ?

- O que eu ensinarei para vocês será muito específico, eu decido quando estarão bons o suficiente, não irão comer, andar, dormir e nem mesmo respirar a menos que eu deixe, fui claro ? - Seu olhar daquela vez era diferente, um olhar determinado, obstinado, quase obssessivo, Naruto não entendia direito muitas coisas, mas aquele olhar, era o olhar de alguém que não queria errar, custasse o que custasse, ele queria fazer certo dessa vez, ele não queria perder mais ninguém.

A Kurama mais velha os olhava em cima de uma longa árvore, esta pareceu sorrir para ele enquanto a olhava, mesmo no estado em que estava, em comparação com a Kurama de agora, ela ainda era tão linda aos olhos dela, tão bela que, se quisesse, apenas com uma piscada, poderia fazê-lo perder o ar.

- Vamos começar… -

— Ele fica tããão sexy quando está sério assim - Sussurrou certa vampira, delirando acordada, recebendo uma forte cotovelada da Kurama mais jovem.

[...]

Minato estava inquieto, analizava vários papéis enquanto estava sentado em seu trono, vários relatórios entregados a ele por Danzou, que os recolhera, junto de Ibiki, o melhor investigador e interrogador de Konoha, de soldados que estiveram fora de Konoha, procurando alguma pista de Naruto e seus companheiros.

De acordo com alguns relatos, coisas estranhas tem ocorrido ao norte, onde era a fronteira de Konoha com o país do ferro, maior comerciante de ferro conhecido, além de quase todas as mineradoras daquela região ficavam próximas á fontes ricas de minérios de ferro, mais especificamente no centro de suas montanhas gigantescas, por isso ao nome.

Algo têm perturbado os moradores daquela região, algo que não era normal, algo sobrenatural, ele tinha que seguir aquilo, podia ser uma pista para encontrar Naruto, e, consequentemente a Kyuubi e sua tão amada filha, estava convicto de que a raposa havia feito algo com ela, ela se negaria a ir com ele, conhecia sua filha, ou assim esperava.

Kushina também andara preocupada, questionamentos e mais questionamentos eram feitos, por parte dela, para saber alguma informação da filha, apesar de tudo, ela têm suportado bem o trauma que Naruto lhe deixou, apesar de ainda não saber conscientemente, ela aguentava bem, até todo o trauma ser liberado conscientemente, até sua mente se acostumar com o que aconteceu e, aos poucos, aceitar

O que ocorrera há tempos atrás ainda criava alguns tumultos, consequências de algo tão ousado quanto a ordem do massacre Uchiha quando estes se rebelaram, alguns diziam que o rei Minato estava no comando, que ele não podia se deixar ameaçar por nada, nem ser tirado do trono por um golpe de estado, além do mais, era responsabilidade dele manter o reino em harmonia, além de protegê-lo de qualquer ameaça, externa ou interna.

Já outros discutiam se a medida que ele tomara fora realmente a certa, se não teria tido qualquer outra forma de resolver aquele problemático assunto, claro, não duvidavam de seu rei, jamais, porém, a pergunta que ficara no ar fora “Foi realmente necessário exterminar todo um clã?”

Nunca tentariam nada contra seu rei, mas ficavam inseguros, se uma decisão tão extrema fora tomada contra uma das familias mais poderosas e antigas do reino, o que o impedia de fazer o mesmo com qualquer outra ? Claro, desde que essa não tentasse nada contra o reino e, respectivamente, seu rei.

Tudo isso, as reuniões do conselho, o sumiço (novamente) de sua querida filha pelas mãos do “garoto-raposa”, tudo isso o desestabilizava mentalmente, o desequilibrava, queria ir ele mesmo procurar sua filha, mas não podia, não com toda esta situação que Konoha vinha sofrendo, além do mais, sempre mandava seus batedores procurarem pistas, até encontrarem esta, que, semanas mais tarde se provaria apenas um grupo de bandidos se aproveitando de moradores supersticiosos.

- As coisas se complicam cada vez mais, os líderes dos clãs exigem uma reunião com o conselho assim que possível, eles estão temerosos de que o senhor faça o mesmo com eles… Além do mais, tudo está indo conforme o planejado, por favor, me acompanhe para ser atualizado das informações do plano de contenção da Kyuubi - Minato deixou os papéis de lado e se levantou, andando junto de Danzou por algum tempo, até chegarem a uma sala bem guardada, vigiada constantemente pela Anbu Raiz, uma divisão separada da Anbu convencional, que é uma força de elite criada para executar missões de assassinato extremamente sigilosos, tanto fora de Konoha, quanto interno, o que eram chamadas de missões black list, missões de eliminações de alvos internos que representavam ameaças interna, como manipulação ou traição.

Já a Anbu raiz era algo diferente, acatavam apenas as ordens de Danzou, e de seu rei acima dele, eram máquinas de matar, extremamente eficientes em missões sigilosas, missões que poderiam durar meses e eram completadas com sucesso máximo, esses soldados eram treinados por Danzou, eram o que Reya deveria ter se tornado, uma casca, sem emoções que causassem conflito, ou dificultasse sua missão.

Dentro a sala, completamente vazia, apenas havia um pedestal, com um colar esverdeado, cujo pedestal de pedra emitia um brilho da mesma cor, era o colar do primeiro rei, cuja energia conseguia domar as bestas imperadoras, até hoje ninguém sabe por que.

- Conseguimos criar um selo embutido, ela responde à energia da Kyuubi, onde ela estiver, nós a acharemos, mas sabemos que está longe, muito longe, se formos atrás dela, ou mandarmos tropas, iremos nos desgastar demais no caminho para enfrenta-la com eficácia, então eu acho melhor esperarmos, por enquanto - Seu pensamento era sensato, era um estrategista nato, fortificado pela sabedoria da experiência, Danzou era difícil de enganar, mais difícil ainda era fugir dele, ainda mais sendo algo tão importante quanto a arma de Konoha.

- Sim, você está certo, mas ele está com a minha filha, eu não posso simplesmente ficar esperando Danzou, entende isso ? - Ele tentou com todas as forças não parecer desesperado, mas Danzou, perspicaz como era, conseguia ver profundamente em sua voz, mesmo tentando parecer firme, Minato estava desesperado.

- Senhor, precisamos manter a calma, já sabemos que ele é incrivelmente inteligente, não podemos cair de cabeça no jogo dele, do contrário seremos manipulados do jeito que ele quer - Minato tratou de se tranquilizar, ouvindo a voz da razão de Danzou, suspirou fundo

- Assim que o encontrarmos, basta usar esse colar, quem o estiver usando será incorporado pela energia pertencente ao senhor Hashirama, só é necessário usa-lo perto da Kyuubi, e ela será facilmente controla por certo período de tempo -

- Certo período ? - Questionou-o, Danzou o olhou, vendo um olhar de dúvida em seu rosto.

- A energia do senhor Hashirama contida neste cristal não é eterna, desde que uma pequena quantidade de energia seja deixada dentro do cristal, ela poderá crescer e ser usada novamente - Sua voz saia grave por suas cordas vocais, com certeza de que já vira aquela pedra ser usada, aquilo inspirou confiança em Minato, que acreditava cada vez mais na eficácia da medida que seria tomada.

- Pois bem, continuarei procurando por Aya, e não descansarei até encontra-la - Dito isso ele saiu da sala, voltando para seu trono, Danzou olhou a pedra um pouco mais, antes de seguir seu rei.

- Tudo está indo conforme o planejado - Disse ele para si mesmo, enquanto percorria o mesmo caminho de seu rei.

[...]

Aya olhava o céu, enquanto se lavava em um lago ali perto, junto de Reya, Chiaoyu, que chegara mais tarde, Kurama e Raven, mergulhou até a altura de seu nariz, ma não até ele, para assim respirar, olhara para as outras, Reya olhava para a pequena cascata que descia por entre as várias pedras, Kurama lavava uma de suas caudas, olhava para o corpo de cada uma delas, cheios de curvas, apesar de Raven não ser mais velha do que Naruto, e Kurama acompanhar a idade física dele, tinham corpos que a faziam sentir inveja, mesmo com o corpo tendo várias cicatrizes, Raven tinha uma pele bonita, coxas grossas, cintura fina, seios de tamanho médio, tinha um ar naturalmente sedutor ao redor dela, era sexy, isso não havia como negar, uma vez que sabia o quão manipuladora era o tipo de pessoa que ela era.

O mesmo valia para Kurama, não tinha cicatrizes, ou marcas, apenas uma pele quase branca, sedosa e suave ao seu olhar, Chiaoyu era a que mais chamava atenção, além de não ficar parada por causa de seu jeito agitado, era a que tinha o corpo mais desenvolvido dali, sentia-se envergonhada por ficar reparando no corpo de toda as outras, mesmo o de Reya, que tinha apenas oito anos.

Perdeu-se nos próprios pensamentos, enquanto criava bolhas na água, e Kurama percebeu, após se limpar melhor, inclusive depois de Reya tirar algumas manchas de sangue de sua pele, se aproximou de Aya.

- Algo te incomoda ? - Sua pergunta foi respondida com um olhar encabulado de Aya, que se afundou um pouco mais, sentindo seu rosto avermelhar e o seu cabelo, preso em um coque de qualquer jeito, se desenrolar libertando seus cabelos dourados, deixando-os se espalharem pela água, flutuando.

- Não fique chateada criança, você também vai crescer - Falou apontando para si mesma, mais especificamente para o próprio busto, Aya avermelhou ainda mais, desviando o olhar, levantou um pouco a cabeça, o suficiente para a boca sair da água, sendo possível falar.

- Todas vocês são tão atraentes, ou dão sinais de que vão ser - Desviou seu olhar para as próprias mãos mergulhadas na água, sentiu o olhar de Kurama sobre ela.

- E o que te faz achar que você não é ? - Essa pergunta a teria pego de surpresa, se ela não tivesse achado a própria resposta ao longo do tempo em que esteve por ali, em sua companhia.

- Toda a minha vida eu fui bajulada não por ser garota, ou por ser bonita, mas sim por ser princesa, eu nunca me senti bonita, atraente, apenas desejada, e sempre foi por meu título real, eu nunca estive satisfeita comigo mesma, nem com os olhares completamente respeitosos que me lançavam, como se vissem apenas a princesa, e não a garota que vinha antes do título - Sua voz soou triste e decepcionada, Kurama não podia ajudar muito, afinal de contas nem mesmo humana era.

- Por que isso tudo agora ? Está apaixonada ? - Aquela pergunta a pegou de surpresa, avermelhou mais do que os cabelos escarlates de Kurama em menos de um segundo.

- N-n-não! - O grito chamou a atenção de todas as outras, que a olharam rapidamente, se sentiu ainda mais envergonhada e se afundou completamente na água, logo as outras voltaram a fazer o que faziam, inclusive Chiaoyu voltou a brincar com a própria cauda, Reya ainda olhava a água do rio correr e Raven… Bem, esta estava um pouco mais distante, ainda não se sentia a vontade, enquanto sua companheira aracnídea foi dormir ou caçar algo.

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Logo Aya emergiu novamente, respirando levemente, enquanto Kurama sorria minimamente para ela.

- Uma vez eu ouvi que o mundo muda quando uma garota se apaixona - Aquela frase chamou sua atenção, enquanto tirava a franja da frente dos olhos e organizava seu cabelos em sua cabeça.

Kurama se abaixou um pouco, ficando da mesma altura de Aya, ela acariciou uma de suas caudas, enquanto ouvia alguns estrondos vindos da floresta, Naruto ainda treinava, parando apenas para comer e respirar, a responsabilidade sobre os ombros dele era maior do que a que estava nos de qualquer outro.

Aya se preocupou com o estado do irmão, chegando a virar a cabeça bruscamente quando um grande estrondo foi ouvido, a ruiva a tranquilizou rapidamente usando uma de suas caudas.

- Por que não diz pra mim o que você sente ? - Uma pergunta inesperada, um questionamento, acompanhado de uma curiosidade que Kurama não sabia explicar, apenas sabia que Aya precisava conversar sobre isso com alguém, do contrário seria doloroso para ela, cada vez mais.

- Eu não sei, eu fico confusa, eu me perco, perco as palavras, perco os gestos, os pensamentos, o meu coração dispara, sinto meu sangue correr mais rápido e… Eu me sinto estranha… - Confessou ela, tentando ser o mais específica possível, sem sucesso, estava confusa, não sabia o que sentia, Kurama também não sabia lhe explicar direito, não do jeito que deveria ser explicado.

- O máximo que eu sei sobre o assunto é atração, quando um deseja o outro, mas eu nunca senti nada parecido, é como eu te disse na outra vez, eu não posso me envolver com ninguém, nem quero, vou durar neste mundo muito mais do que qualquer outro, e, ficar sozinha depois de me envolver assim com alguém, me machucaria muito - Se afundou na água, deixando sua cabeça de fora, pensativa, enquanto Aya olhava aos poucos para ela.

- Viver algo que você sabe que vai passar, mas sabe que também vai te trazer grande felicidade, é melhor do que não viver não é ? - Kurama a olhou, enquanto filtrava aquelas palavras.

Outro estrondo foi ouvido, esse, dessa vez, muito mais forte e perto de onde estavam, foi possível ver Naruto sendo arremessado para o lago, de forma que ele rolava a todo o momento.
Parou apenas quando bateu sua cabeça em algumas pedras, ficando preso por alguns segundos, quando se soltou caiu na água, formando uma mancha grande de sangue na água, chegando a assustar a maioria das garotas, Aya pensou em ir ao seu socorro, mas se lembrou de seu estado, evitando ao máximo se levantar.
Demorou alguns segundos, mas ele emergiu, sem camisa, com vários cortes em suas costas, braços e peitoral, o cortes aos poucos paravam de sangrar e se fechavam, mas não se curavam, apenas para parar o sangramento.
Cambaleou um pouco, abrindo os olhos lentamente, os coçando, olhando o próprio reflexo na água por alguns segundos, vendo os cortes em seu rosto se fecharem rapidamente, limpou o sangue que ainda tinha em seu rosto e saiu do lago, apenas com o que restava de sua calça, parcialmente rasgada.
Ao sair do lago, ainda sendo alvo de todas as garotas ao mesmo tempo seu corpo fraquejou, forcando-o a se ajoelhar e ofegar um pouco, descansou alguns segundos, apenas para se levantar novamente, com dificuldade.
Seu braço direito alcançou o ombro esquerdo, mexendo-o com violência, levando-o de volta para o lugar ao qual pertencia, criando um estalo, o jeito tão normal com que ele fazia isso a assustava, imaginava quanta dor ele já sentiu para fazer algo como aquilo tão naturalmente.
A passos lentos ele se afastou, se apoiando ainda nas árvores, até cair no chão, inerte, sem reação, parecendo algo morto.
Aya não se segurou, se levantou mais do que rapidamente, juntando uma toalha, enrolando-a ao redor do próprio corpo e correndo em direção ao irmão.

- Naruto! Você está bem ? - Perguntou-lhe, vendo-o virar a cabeça dele em sua direção, olhando-a.

- Não se preocupa comigo - Sussurrou, como se não tivesse força o suficiente para falar a frase em tom normal.

- Como não me preocupar ? Ainda mais quando você fica se acabando de tanto treinar - Havia preocupação em seu olhar, algo que ele pensava que nunca veria, não nela, não em relação a ele.
Vagarosamente ele se levantou, ficando de joelhos, apenas agora se dando conta de onde fora lançado, e ficando um pouco envergonhada por interromper algo tão íntimo.
Ele levou a sua mão até a cabeça da menor, lhe fazendo um cafuné carinhoso, ela corou um pouco, mas não se moveu.

- Eu agradeço pela preocupação, mas isso é algo que tenho que fazer sozinho - Separou a não de seus cabelos molhados, enquanto andava na direção da floresta.

- Desculpem o incômodo - A frase alcançou as garotas, Kurama e Chiaoyu mergulharam o corpo até o pescoço, escondendo-o, Reya, como já estava com seu corpo debaixo da água não se preocupou muito e Raven, vem, como estava sentada em cima de uma pedra achatada, apenas cruzou as pernas e colocou um de seus braços a frente de seus seios, olhando-o feio o tempo todo.
Aya ainda olhava para a direção em que ele andava, quase questionando-o, mas ela sabia a verdade, ele era o que ficará mais perturbado com o descobrimento do que o "futuro" lhe reservava, isso não a agradava.

- Por que não beijou !? - A pergunta a pegou de surpresa, virando-se rapidamente, vendo Chiaoyu com um sorriso em seu rosto, Aya avermelhou até a alma.

- Eu beijaria, sem compromisso claro, só pra alegrar ele - Balançava sua cauda lentamente por sobre a água, agitada, parecendo sonhar acordada, mas na realidade o que queria era brincar com a loura.

- Ora sua... - Livrou-se da toalha, pulando no lago, indo em sua direção justamente para enforca-la.

- Miau! Foi brincadeira! - Falava enquanto fugia do monstro loiro que provocara, elas apenas não imaginavam o quão desenvolvida era a audição de Naruto.

- "boba" -

[...]

Sasuke treinava com seu irmão mais velho, um treino intenso e além do que normalmente era feito por eles, Sasuke lutava sozinho contra duas pessoas, essas sendo Itachi e sua mãe, Mikoto.
Sempre tentava se esquivar, mas sempre era alvejado por socos rápidos e fortes, desviando de alguns, sendo atingidos por outros, seu Sharingan, já no terceiro nível, não era avançado o suficiente para prever dois inimigos de uma vez, nenhum era, além do mais, não conseguia rivalizar com Itachi, a diferença entre eles era enorme.

Foi levado ao chão novamente por um golpe do irmão, sentiu raiva do quão patético ele era em comparação com ambos, levantou-se rapidamente, enquanto olhava-os, seu sharingan brilhavam em escarlate, sangrava um pouco, haviam vários hematomas em seu corpo, mas ainda assim se levantava, e insistia, mesmo sabendo que não tinha como vencer, não de uma maneira convencional.

Sua mão esquerda brilhou em azul, faíscas eram ouvidas como se fossem sons de pássaros, e então ele exclamou, levando a mão ao chão.

- Chidori! ( Mil Pássaros )

Várias faíscas e relâmpagos foram libertadas no solo, que percorreu por uma longa distância em volta dele, sua mãe e irmão mais velho saltaram para trás, rapidamente, enquanto ambos estavam no ar, Sasuke apontou cada uma de suas mãos para suas direções.

- Yajirushi! ( Flechas )

Cada uma de suas mãos libertou uma flecha de raios, que foi em sua direção, seguindo-os a medida que caiam, sua mão girou no ar, desviando do golpes, já Itachi fora atingido em cheio, bem no coração, porém, seu corpo se desfez em vários corvos negros, se agrupando no chão, formando seu corpo novamente.

- Se é esse o caso… - Ele puxou fôlego, em seguida sopro, segurando-o por um segundo completo

- “Tekibi” (Fogueira) -

Em seguida expeliu pela boca uma grande quantidade de chamas, que teria engolida Sasuke por completo, se ele não tivesse rolado para trás, mas ele foi surpreendido por sua mãe, que surgiu logo atrás dele, lhe aplicando um forte soco na região das costelas, fazendo-o perder o ar, em seguida um chute giratório em seu rosto, o lançando para trás, fazendo-o cair quase inconsciente.

- Por hoje chega, vai demorar pra você se recuperar disso tudo, não adianta insistir - Disse Mikoto, indo de encontro ao filho mais novo, junto com Itachi, o ajudando a levantar.

- Todo o resultado acarreta tempo, descanse e se esforce mais na próxima -Depois disso ele apagou.

- Ele quer alcançar o Naruto, à primeira vista isso parece bobo, mas, se olharmos de perto.. - Parecia pensar alto enquanto sua mãe prestava atenção em seu filho mais novo, pensavam, como mãe, se isso era um bom incentivo para Sasuke, mas prestou mais atenção ao que se passava ali.

Sasuke era próximo do pai, e a perda dele foi um duro golpe para suportar, que filho, que ama seu pai, ficaria neutro com a morte dele ? Nenhum não é mesmo ?

Sasuke queria ficar forte, para proteger o que restava de suas familia, Sasuke e Itachi eram herdeiros de um sangue especial entre os Uchihas, eles eram guerreiros com potencial extremamente amplo.

Guerreiros com habilidades exepcionais tanto nos campos do combate quanto nos campos da magia, mais simples do que isso ? Sasuke e seu irmão faziam parte de uma gama de guerreiros extremamente rara, eram capazes de usar magia e lutarem corpo a corpo.

Pessoas com essas habilidades podiam ser contadas nos dedos, e sua mana acelerava o seu processo de cura, não como Naruto obviamente, mas ainda assim rápido.

Ainda assim, demoraria anos até ele sequer chegar perto do poder de Naruto.

[...]

Fazia certo tempo que eles haviam começado a ser treinados pela versão mais velha de Naruto, ele sabia como explorar ao máximo as capacidades d cada um deles, e levava isso muito a sério, além de ser muito rígido e rigoroso.

Quando passara a frente do seu quarto, que tinha a porta aberta no momento, ela o viu, deitado na cama, com o lençol, a esta altura quase que completamente vermelho com seu sangue, ele comera apenas algumas frutas, sabia disso por que os restos delas estavam ao redor dele, parecia respirar com dificuldade, enquanto os cortes em seu corpo, aos poucos, parava de sangrar, se virou, olhando a Kurama mais velha a encarando, já que ela estava ali naquele cômodo antes dela.

- Você não pode cura-lo como sempre faz ? - Seu questionamento era válido, ela já vira Naruto se livrar de coisas muito piores graças a Kurama, mas estranhou quando a viu negar.

- E deixa-lo dependente de mim? Não, ele tem que passar por isso, é um “mal necessário”, se ele quer ficar realmente forte, do jeito que o ensinei, ele deve passar por isso - Aya sentia certa relutância em sua voz, sentia o quanto ela queria ajuda-lo, mas também sentia que ela sabia que deveria deixa-lo passar por aquilo, porque era necessário.

- Você deve saber como eu me sinto, saber que posso amenizar a dor dele, mas não posso pois se eu o fizesse agora, eu iria aumentar mais pra frente - Afagou um pouco os cabelos dele, enquanto o olhava, sorrindo.

- Eu o amo mais do que você, e daria a minha vida para protegê-lo - A frase a pegou de surpresa, se a Kurama atual dizia que era impossível para ela amar, pois não era de sua natureza, o que mudou naquela Kurama ? O que a fez querer tanto amar ?

- Eu entendo seu questionamento, mas sabe, algo mudou sim, enquanto eu estava presa, condenada ao que parecia uma eternidade tendo meu poder extraído, sendo motivo de risos enquanto era violada de todas as formas possíveis, eu percebi o quanto eu fui burra, quando eu sai de lá, quando ele me buscou, a primeira coisa que eu fiz, depois de ele ter me tirado de lá, foi beijar ele com toda a minha vontade… - Aya corou com a descrição tão emocionada de Kurama, imaginando a cena.

- E quer saber ? Para ele era a mesma coisa - Foi a vez de Kurama avermelhar, toda a vez que se lembrava daquele momento ela ficava com o corpo ardendo em chamas, gemeu baixinho, afundando nas memórias de outrora, Aya corou ainda mais, e ao perceber isso Kurama riu baixinho.

- Eu estava errada sobre você… - Olhou-a longamente, suspirando - … Eu não gostava muito de você, eu tinha medo de perder o Naruto para a irmãzinha linda dele - Aya avermelhou, desviando o olhar, fazendo Kurama sorrir, a raposa tinha o dom de fazê-la avermelhar.

- Você sabe que tem que contar pra ele não é ? - Ela ficou confusa, indecisa, não sabia se fazia isso ou simplesmente continuava a mentir para si mesma por mais tempo, ela não queria ser rejeitada, não queria que ele lhe dissesse não, com tudo o que ela perdeu por ele, não queria receber um simples ‘Não“.

Olhou para as próprias mãos, elas tremiam, não de excitação, não, ela estava com medo.

- Isso é errado - Sua voz saiu um pouco chorosa, indignada, com raiva, com medo, indecisa e perdida, como uma vez Naruto já estivera.

- Não é não, ele é e não é a mesma pessoa, ser destruído e reconstruido diversas vezes não o faz ser o mesmo, e quer saber ? Tudo o que vocês passaram, mesmo aquela pequena aventura naquela caverna, bem, ele não sabe ainda, mas nasceu algo ali, na nossa linha do tempo, eu só o via tão feliz quanto eu me lembro, quando ele estava com você - Aquilo a pegou desprevenida, não sabia o que pensar, nem mesmo uma palavra vinha até a sua mente naquele momento.

- De nós, você é a única “normal”, e isso o faz se sentir diferente, todas as outra, até mesmo Reya, possuem um poder esmagador e, neste momento, se quiserem e se esforçarem, podem sim derrotar o Naruto, principalmente Raven, Aeryn e Reya, até mesmo eu posso, mas o fato de você ser realmente uma garota “normal” é um diferencial aqui, se formos atacados, você será o elo fraco, terá que ser protegida, e isso é um detalhe que chama mais a atenção dele para você - Suspirou, recuperando o fôlego, enquanto o via virar a cabeça, aparentemente incomodado com as feridas, aquilo claramente lhe causava dor, mas ele suportaria, como suportou tudo até aquele momento.

- Ele se sentia mais útil perto de você, eu e Aeryn temos mais de mil anos, Chiaoyu, Raven e Reya nasceram com o intuito de serem assassinas, além do mais, Chiaoyu é de uma raça que supera de longe todo o potencial humano, se ela quisesse, poderia até mesmo bater de frente com Zabuza - Aya olhou para ela, surpresa e estática, sabia dos rumores e dos feitos do portador da grande espada, e podia claramente dizer que ele era um monstro.

- Com você, ele se sente necessário, se sente precioso, porque sabe que você precisa dele para protegê-la, esse é um elo que ele não tem com mais ninguém - A realidade bater à porta de Aya, que entendia, mesmo que um pouco agora, o ponto de vista de Naruto, não importava o quanto ele quisesse ficar forte para proteger a todos, ele jamais conseguiria.

Não importava o quanto ele treinasse, todos os seus companheiros eram monstruosamente mais fortes do que ele, de um nível que ele jamais chegaria, não enquanto eles fossem vivos, sempre treinando e evoluindo.

- Ele quer se sentir necessário, aceitação foi apenas uma justificativa para que ele fugisse de Konoha, ele não se sente assim, com os aldeões, com os outros ou mesmo comigo - Uma lágrima solitária percorreu o rosto de Kurama, que sorria gentilmente enquanto o olhava.

- Ele sempre foi tão único… - Ela sussurrou, se abaixando lentamente e depositando um beijo na bochecha de Naruto, que não reagiu de forma alguma, em seguida se levantou, deixando Aya sozinha com ele, olhando-o.

- Por favor, pense com carinho no que eu disse - Depois disso ela saiu, enquanto fechava a porta atrás de si sem fazer barulho, a loira virou sua cabeça para olha-lo, podia ver claramente os músculos tensos por causa do treinamento e da dor.

Tocou suas costas lentamente, sentindo-o respirar com um pouco de dificuldade, percorreu toda a sua extensão até quase o fim dela, olhou o lençol, estava sentada perto das manchas de sangue dele, era sangue demais para apenas uma pessoa, mas ainda assim ele ainda estava ali, respirando, com o coração batendo, ela não entendia porque, apenas sabia que ele estava vivo, olhou para uma das paredes do quarto, vendo aquele mesmo quadro, que antes, estava pendurado na parede de seu quarto.

Ela não queria ser o elo fraco, não queria depender de todos, principalmente não queria causar problemas para Naruto, mas ela estava feliz por saber que, mesmo sem querer, tinha a atenção dele.

Fez o mesmo que Kurama, depositou um beijo em sua bochecha e saiu, sem fazer barulho.

[...]

Ele acordava, seu corpo ainda estava dolorido, os cortes estavam quase se fechando por completo, sentiu algo molhado em seu lençol, abriu os olhos lentamente enquanto se apoiava na cama, por um momento ele levou um susto ao ver o vermelho a sua frente, demorou alguns segundos para perceber que era o seu sangue ali, coçou seus olhos, depois disso virou o rosto para a janela, ainda estava escuro e frio, sentiu uma presença hostil no quarto, mas sabia exatamente quem era.

- Ainda bem que acordou, venha, vamos continuar - Do mesmo jeito que estava foi para fora, acompanhado de sua versão mais velha, ao chegarem lá, começou a falar.

- Você não domina o poder de sua fera interior, melhor ainda, não domina o seu próprio poder, e agora que eu já te “esgotei”, será mais fácil para você encontrar o caminho, algumas vezes você já sentiu algo parecido com o seu corpo se mexendo sozinho não é mesmo ? - Aquilo o pegou de surpresa, mas era previsível que ele soubesse, afinal, era ele mesmo ali.

- Isso é interessante não é ? Em momentos extremos, não era você, era outra pessoa, assim como eu, você possui no seu sub consciente, uma outra parte de você, e essa parte de você é que controlou tudo, inclusive durante o seu treino com o Zabuza, eu vou te ensinar a se juntar de novo - Ele liberou sua intenção assassina, obrigando o corpo de Naruto a se ajoelhar, em seguida o encarou, seus olhos vermelhos brilharam, tirando o foco do menor, depois disso ele o nocauteou.

[...]

Ele estava em um local escuro, não sentia nada, nem mesmo o solo em seus pés, flutuava no meio do escuro, da escuridão, a frente dele, surgiu um pilar de vidro, grande o suficiente para abrigar uma pessoa ali dentro, uma aura negra começou a emanar dela, dois brilhos vermelho sangue o encaravam.

- Aahh, finalmente nos vemos de novo, tenho que admitir, demorou mais do que o esperado, mas finalmente nos vemos, pequeno e solitário “príncipe” - A última palavra o fez ficar nervoso, mas se controlou, o suficiente para focar sua mente no que realmente importa.

- Me conte, se você é uma parte de mim, é plausível pensar que um dia nós já fomos um, me conte como nos separamos - Seu questionamento foi entendido pela figura, que desapareceu, em seguida o pilar brilhou fracamente, mostrando uma memória muito antiga, tão antiga que nem mesmo ele se lembrava.

As lembranças mostravam ele, com cinco anos de idade, rodeado por aldeões, em uma das típicas surras que ele levava todos os dias, mas, aquela ocasião parecia ser diferente, vários deles estavam com armas em mãos, pedaços de madeira com pregos, barras de metal com pontas e alguns até mesmo tinham facas.

Ele estava no meio disso tudo, encolhido no chão, e depois, começaram a feri-lo, desferindo vários golpes por todo o seu corpo, algo que fizeram demorar vários minutos, até cravarem a faca até o cabo no meio de seu peito, em seu coração, no final, o choque que o garoto sofria era quase palpável, sentia a vida abandona-lo aos poucos.

- A primeira experiência de quase morte foi um gatilho que desencadeou um choque tão grande que a mente não aguentou - A voz da figura, que parecia com a sua própria, só que distorcida de forma medonha que conseguia arrepia-lo se fez presente na escuridão.

- Depois disso, pela primeira vez, eu fiquei no controle, por isso você não se lembra - Depois de alguns minutos sangrando, ao que parecia ser a primeira vez, uma energia avermelhada foi liberada do corpo do pequeno loiro que sangrava, lentamente ele se levantou, arrancando a faca do seu peito como se não fosse nada, jogando-o contra a perna do mesmo homem que a cravou em seu peito, fazendo-o gritar de dor.

Era noite, as ruas completamente vazias, o beco escuro em que estavam era o cenário perfeito para ele naquele momento, naquele momento ele sorriu, o pequeno louro sorriu como nunca sorrira na vida, a energia avermelhada tomou forma por todo o seu corpo, criando uma névoa, tomando a forma de uma raposa em volta de seu corpo, as garras, as presas, os olhos escarlates com a pupila em fenda, os cabelos bagunçados, as suiças em seu rosto mais proeminentes, aquilo aterrorizou os homens de uma maneira sem igual.

Segundos depois Naruto estava com o corpo banhado com o sangue deles, de todos eles, vendo aquilo ele ficou perplexo, não se lembrava disso, de acordo com a voz, foi uma das consequências do choque mental que ele sofrera.

- Nossa mente se fragmentou em dois pedaços, eu o deixei no controle porque eu, como todo o seu ódio acumulado, seria muito destrutivo e causaria problemas, agora, eu posso me juntar de novo, podemos impedir Naruto, podemos impedir eles de nos tirarem tudo o que for precioso, vamos matar cada um deles, na hora certa, vamos destrui-los, fazê-los sofrerem, eles vão pagar - A voz parecia a de um demônio sedento por sangue, pronto para devorar a alma de cada um, Naruto tocou o pilar, fazendo-o brilhar um pouco mais.

- Nada vai mudar, você ainda será você, mas não será mais você, seu jeito de pensar vai mudar, ainda seremos nós, você não tem acesso a todo o seu potencial, por isso fica se matando nesse treinamento insano, se continuar assim você vai morrer - A voz parecia séria quanto a isso, Naruto estava indeciso, ele não queria mudar, se ele mudasse, as pessoas com a qual ele se importava o olhariam diferente, e ele não queria isso.

- Você não quer ficar mais forte ? Para proteger a todos ? No estado atual até mesmo nossa filha pode nos derrotar, nós somos fracos, somos patéticos… - Naruto socou o pilar, quebrando-o.

- Juntos seremos mais … -

Foi a última coisa que escutou.

[...]

Abriu seus olhos, se levantando rapidamente, não se sentia diferente, de modo algum, não se sentia mais forte, ou mais rápido, nada mudou aparentemente, ele via o seu “eu” do futuro sorrir para ela, satisfeito, mesmo que um pouco.

- E está certo, não se sente diferente, nada mudou, exceto por uma coisinha… - Suspirou, parecendo tentar se lembrar com clareza, procurando as palavras certas para lhe explicar o que ocorreria dali por diante,

-... Sabe o motivo de, mesmo depois de ficar inconsciente, conseguir se lembrar de tudo o que ouviu ? - Seu questionamento o fez pensar um pouco, nunca se perguntara isso, achava que tinha sido algum resultado inesperado do treino de Kurama, ou mesmo do de Zabuza.

- Sim, era o seu “outro lado”, como você acha que consegue exercer tanta força em seu corpo ? Apesar de ser um “humano” comum, ainda assim você está no nível de um guerreiro de nível A, é de lá que vem o seu “poder” - Agora fazia sentido, as memória que tinha, mesmo quando estava apagado, as vezes em que seu corpo se controlara como se tivesse vida própria em momentos de alto risco.

- Agora que você tem a “ultima peça do quebra cabeças”, eu vou te ensinar como se transformar em um monstro de verdade - Somente agora Naruto vira a cauda escamosa que saia das vestes da pessoa a sua frente, enquanto seu braço se transformava lentamente em algo escamoso e espinhudo.

- Mas aviso desde já, vai doer - Ele o encarou, tentando intimida-lo, o mais novo deu um passo a frente, encarando-o com seriedade em seu olhar, deixando-o satisfeito por dentro.

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- E o que estamos esperando ? -

[...]

Acordou com sede, estava um pouco frio essa manhã, o sol se mantinha tímido, se escondendo por detrás das nuvens escuras e grossas do céu, que parecia que iria desabar a qualquer momento.

Viu o vento soprar forte, trazendo algumas folhas das árvores para dentro de seu quarto, fechou a janela, deixando apenas uma fina fresta e saiu, pronta para tomar seu café da manhã, não sem antes ir ao banheiro.

Passou ao lado do quarto de Naruto, parou a frente desta, pesando se bateria ou não, decidiu bater, uma, duas vezes, mas não obtivera resposta, chegou a se virar para continuar andando, pensando que seu irmão ainda estava descansando, qualquer um optaria por descansar depois de ontem, mas, quando se preparava para sair, eis que a porta se abre, revelando não estar trancada.

Aya estranhou, deu uma pequena espiada, vendo a cama vazia, coberta com o sangue dele, entrou em seu quarto, procurando-o, até perceber que ele saira, e já até sabia onde procurar.

Ao chegar do lado de fora, no fundos, viu algo que a chocou um pouco, a versão mais velha de Naruto estava lutando, parecendo não se segurar, contra seu irmão, mas este estava diferente, com uma cauda escamosa, seu braço esquerdo completamente azul e escamoso, com garras longas e pequenas escamas pontiagudas, os vários cortes que haviam em seu corpo aos poucos se fechavam e se curavam, Naruto parecia não pensar, atacando apenas por instinto.

- Você é imbecil ? Eu te disse pra não ir fundo assim de uma vez seu idiota ! - O mais jovem avançou contra ele, tentando corta-lo, porém, teve sua cauda segurada e foi lançado com um giro em direção as árvores, quebrando uma com facilidade.

- Você tem que parar de ser impulsivo assim, esse é um dos seus vários pontos fracos - Olhava-o se levantar sem dificuldades, pronto para avançar contra ele novamente, mas se segurou ao perceber Aya ali, sua versão mais velha também havia percebido, mas nada disse, apenas ficou olhando-o, como se nada tivesse mudado, e nada havia mudado mesmo.

Naruto endireitou sua postura, parecendo ter o domínio completo dos impulsos animalescos de sua contra parte, colocando-se em posição de luta novamente, ver ele daquela maneira a fazia se sentir estranha, era como sentir medo, mas não era medo, e ela sabia disso, pois já sentira medo.

Ele a fazia sentir confusão em seu ser, era como se ele pegasse todos os seus sentimentos e os transformassem em outra coisa, Naruto, daquele jeito, mexia com seu espírito, mas não era de uma forma boa, se sentiu enjoada, se afastando lentamente, chegando a cair sentada no lugar.

Sua pele começou a se tornar escamas aos poucos, sua cauda parecia formigar de tão agitada que estava, mas nada disso abalou Naruto, que parecia continuar o mesmo, sem se importante com o que seu corpo sofria, ele apenas tentava manter a concentração.

- Isso… Aos poucos, deixe fluir pelo seu corpo, mas deixe te dominar - Com as instruções de seu outro eu, o mais jovem continuou, pequenos chifres surgiram em sua cabeça enquanto seus cabelos, aos poucos se tornavam brancos, em seu braço direito surgiram escamas amarelas e uma pelagem como a neve.

Ele parou, sentindo ter chegado ao limite de sua concentração, se colocou de joelhos, enquanto ofegava, aos poucos parecendo voltar ao normal.

- Foi melhor do que eu esperava, chegou até quase metade, agora descanse um pouco … -

- NÃO! - Ele se levantou com dificuldades enquanto arfava, cansado mentalmente e fisicamente, todo aquele poder não vinha sem algum tipo de sacrifício.

- Meu inimigo não descansa ! - Ele voltou a se afundar naquela onda de poder insano e inconstante, sua pele começou a se tornar azul, seus olhos faiscaram, seus chifres se alongaram, a pelagem branca que agora era seu cabelo, rodeou seu pescoço e começou a crescer em seu peito.

- Eu não vou descansar… - Seus olhos rubis se tornaram brilhantes, seus dentes se tornaram pontiagudos, enquanto espinhos cresciam em sua cauda rapidamente, assim como em suas costas.

- Eles não vão descansar até me tirarem tudo - O ar parecia ficar mais pesado ao redor dele, enquanto o vento começava a soprar forte, por mais que estivessem afastados da casa, não duvidariam que ele conseguisse causar algum dano a ela, seu corpo começava lentamente a mudar, crescendo, enquanto seus músculos cresciam.

- Naruto! Não se entregue ao seu ódio! - A frase parecia ter feito ele recuperar o controle sobre o próprio corpo, parando de mudar no mesmo momento, voltando ao tamanho de um humano normal.

- Não tente avançar mais do que isso, você só pode controlar parcialmente esse poder porque a fera ainda não lhe deu permissão para usar o poder completo dela, e mesmo quando ela o der, terá que treinar muito mais para domina-lo, por enquanto volta ao que era antes - Aos poucos Naruto voltava ao estágio anterior, parecendo cada vez mais humano, porém muito longe disso ainda, Aya se sentiu melhor, sem aquele ar pesado e sufocante.

O Naruto mais jovem a olhou, percebendo-a ali apenas agora, quase perdeu o controle de sua mudança, foi em sua direção, lhe estendendo a mão direita, esta que estava completamente normal, para ajuda-la a se levantar, prontamente ela aceitou a ajuda, levantando-a com facilidade.

- Desculpa se eu te assustei - Ela o olhava, enquanto um sorriso acolhedor era desenhado no rosto de Naruto que, por mais que estivesse diferente agora, ainda era o Naruto que ela amava.

Colocou-se de pé rapidamente, enquanto o Naruto mais velho sorria para o casal, parecendo se entreter com uma ideia interessante para ela, chegou até mesmo a abrir a boca para dizer algo, mas morreu no meio do caminho, fechando-a de volta e segurando uma risada, nenhum dos dois entendeu, dando de ombros.

- Vocês são mais próximos do que eu me lembrava, tanto quanto a Aeryn e a Kurama - Seu comentário fez Aya ficar vermelha de vergonha, ela sabia a relação que Naruto tinha com ambas, tanto que chegou a cogitar se Naruto já não fora para cama com uma delas alguma vez, ou as duas ao mesmo tempo, deuses, o que ela pensava? Isso não era um comportamento aceitável de alguém que até pouco tempo atrás era uma princesa de um reino tão poderoso quanto Konoha.

Seu rosto avermelhou rapidamente enquanto que o seu irmão mais velho a olhava sorrindo fracamente, olhou para sua versão mais velha e trocaram sorrisos enquanto se olhavam, Aya senti um arrepio na espinha.

- Ei Aya, Qual de nós você escolheria ? - A pergunta a surpreendeu, enquanto alternava o olhar tanto para um quanto para o outro, avermelhou ainda mais ao ver a versão mais velha de Naruto se aproximar, enquanto sua versão mais nova se mantinha naquele mesmo estado, com quase um terço do corpo transformado em escamas, incluindo sua cauda.

- Nós poderíamos fazer essa pergunta para a Aeryn, e quem sabe algo mais - Disse ele em alto e bom som, olhando em direção a sua casa, vendo uma sobra ali, a sombra de uma vampira com o olhar frenético cravado nele como se sua vida dependesse disso, encarando tanto a versão mais velha de Naruto, quanto ele mesmo com uma luxúria sem limites, enquanto deliciava seus olhos com o corpo bem definido do Naruto mais novo, que por sinal estava sem camisa.

Ao ouvir aquilo ( Nunca subestime a audição de uma vampira ) seu rosto avermelhou, enquanto ela se encolhia ainda mais, tentando ( Sem sucesso ) reprimir o prazer que sentia com aquela visão e aquelas palavras ditas de maneira tão sedutoras que fazia qualquer garota se derreter.

A pequena loirinha se encolheu ao sentir o olhar de ambos sobre ela, preparando-se para correr dali, mas quando percebeu ambos já estavam ao lado dela, enquanto o Naruto mais novo enlaçava sua cauda em sua cintura, e a versão mais velha dele rodeava seu pescoço com o seu braço esquerdo.

- Eu… - O mais alto sussurrou em sua orelha esquerda, lambendo-a de leve, enquanto Aya sentia um arrepio pelo ato dele.

- … Ou eu ? - O mais baixo apertou um pouco mais a sua cintura, trazendo-a mais para perto dele, Aya sentia como se fosse explodir por causa das provocações, sentiu um arrepio forte percorrer todo o seu corpo, quem dera ela soubesse porque, já que não conseguia enxergar tão longe quanto os Narutos.

Ela era alvo de uma vampira em particular, que estava se remoendo de ciúmes ao ver a cena inusitada, rangendo os dentes, franzindo o cenho, criando uma aura amedrontadora que traria medo até mesmo à Zabuza.

Seus olhos brilhavam em vermelho, sua vontade era de ir lá, agarrar os dois e leva-los para a cama de uma vez, os dois ao mesmo tempo, porém isso atrasaria o treinamento de Naruto demais, visto que ela o faria ficar com ela até que ficasse satisfeita, algo que ela não saberia dizer quando iria acontecer, mas tinha a impressão de que iria demorar muito tempo.

Além do mais, estava sol lá fora, e, apesar de ser resistente a ele, não gostava de ser exposta à luz do sol, a fazia ficar fraca, além de que a incomodava muito, ah mas como queria estar ali, sendo alvo de toques tão ousados por parte de ambos os dois, delirava e suspirava de prazer só de pensar.

Eles sorriram quando perceberam que Aya não aguentaria muito mais tempo daquele jeito e se afastaram, deixando-a suspirar enquanto tentava, tentava, voltar ao normal, ainda de pé, tentando controlar a vermelhidão que predominava o seu rosto.

Olhou para um, olhou para outro, tentando respirar normalmente enquanto os via sorrir, como se eles se deleitassem com o que acabou de acontecer, a loirinha acalmou seu coração com dificuldades, isso à medida que ambos se afastavam dela.

- Se fosse a Aeryn… - Balbuciou o mais novo,, enquanto o mais velho alargava o sorriso em seus lábios, mentalizando a cena entre eles e a vampira.

- Ela faria questão de tirar a roupa ali mesmo… - Olhou diretamente para a janela da cada, a mais alta, onde Aeryn em pessoa os olhava, curiosa, fantasiosa, e completamente cheia de tesão.

- Eu faria questão de conhecer cada pedaço do corpo dela - Sussurrou, enquanto Aeryn lia seus lábios, sentiu seu coração pulsar forte enquanto sua intimidade se tornava cada vez mais úmida, se encolhendo um pouco.

O outro moreno também olhou para ela, com um sorriso arteiro em seu rosto, provocando-a ainda mais, saiu dali correndo, voltando para o seu caixão rapidamente, não suportando mais a luz do sol.

- Vamos continuar - O ar mudou completamente, enquanto o mais velho se colocava em posição de luta, assim como o mais novo, Aya tratou de se afastar, aqueles combates costumavam atingir uma grande área, de todo o modo ficaria ali, quem sabe ela não aprendia algo ?

Longe dali estava Raven, sentada em posição de Lótus, meditando calmamente, junto com sua companheira aracnídea, que tecia algo com sua teia, aranhas eram naturalmente criaturas noturnas, mas ela não, de noite, naquela região, não haviam muitos animais para se caçar, durante o dia era diferente.

Saía sempre que podia, viver perto de várias pessoas a deixava desconfortável.

[...]

- Mestre! Descobrimos um dos esconderijos, a leste daqui, uma aldeia chamada Otogakure, no meio da floresta, protegida por uma barreira mágica que, além de poderosa deixa tudo dentro dela invisível - Disse uma garota, reportando seu relatório à um senhor.

A jovem tinha por volta de treze anos, cabelos negros caídos em cascata, olhos da mesma cor, vestindo uma camisa negra sem mangas, calças escuras e botas de cano alto, portando uma espada na cintura, estava ofegante, correra por vários minutos com o máximo do seu fôlego para se reportar ao seu mestre.

Este por sua vez tinha cabelos brancos, olhos negros, usando uma bandana de metal com o kanji que significava “óleo”, duas marcas avermelhadas abaixo de seus olhos, usava uma camisa esverdeada por baixo de um kimono vermelho, calças acompanhando a cor da camisa e sandálias de madeira, ele sorriu.

- Parabéns Mitsuki, está quase me alcançando neste quesito, mas me diga, como está a defesa armada deles ? - Seu questionamento era válido, a garota parecia se forçar a lembrar, mesmo que um pouco, de tudo o que vira ao mesmo tempo, puxando as informações de sua memória.

- Eles não tem muitos homens, pelo menos foi o que eu vi, devem haver mais lá dentro do que fora, mas dependendo do que o mestre decidir, será dificil uma invasão neste momento -

- Devemos voltar, faz alguns anos que estamos fora, reunimos muitas informações de sigilo absoluto, se formos pegos agora não terá valido de nada, vamos Mitsuki, arrume suas coisas, estamos de partida - Viu sua pupila recuperar o fôlego enquanto se levantava, já se preparando para partir daquele local.

- Você só está ansioso para ver as mulheres nas termas - Fez um muxoxo fofo, irritada com as “pesquisas” de seu mestre tarado, ele sorriu amarelo, disfarçando, apesar de todos os títulos que Jiraya poderia ter, era necessário para ele “pesquisar” para seus livros, que fazia muito sucesso entre os homens, e, as vezes, entre as mulheres.

- Faça o que eu digo, não faça o que eu faço - Disse andando rapidamente enquanto via a pequena pupila começar a ficar irritada, tentada a bater no velho, ele sorriu, Mitsuki lembrava a ele sua parceira de equipe.

A próxima semana fora passada inteira em viagem, parando apenas para dormir e descansar, ao chegarem em Konoha, Jiraya fora recebido com sorrisos, fazia mais de sete anos que ele estava fora.

Muitos ali, principalmente soldados e aqueles que faziam parte do exército sabia quem era aquele homem, ficaram surpresos ao saberem que ele tinha adotado uma aprendiz, sabiam o quão rígido ele era, poucos iniciantes seriam capazes de aguentar seu treinamento árduo, mas Mitsuki não era apenas uma iniciante.

Foram mais do que rapidamente em direção ao castelo do rei, reportar as informações que conseguiram, Konoha estava um pouco agitada, o outono estava chegando, e com isso um festival anual, como de costume em Konoha, Jiraya gostava daquela época do ano, ele podia beber, gastar e pesquisar, tudo ao mesmo tempo, apesar de Mitsuki não gostar muito de muitas pessoas no mesmo lugar, se dava ao luxo de aproveitar e ganhar dinheiro nas barracas de jogos.

[...]

Dentro da própria mente, uma certa vampira andava por um local escuro, um corredor para ser mais exato, sem qualquer luz além das tochas que mal iluminavam aquele caminho sombrio e arrepiante, com paredes rachadas, repletas de marcas de mãos feitas com sangue, que escorriam das rachaduras das paredes, tomando forma.

Andava vagarosamente, enquanto seus olhos azuis brilhavam no escuro, se tornando vermelhos, o cabelo antes negro se tornou prateado, uma característica das imperatrizes de sua raça, já que uma vampira tem uma “relação” mais próxima com a lua, tendo mais proveito dela, por isso seus cabelos mudavam, era uma questão de poder, e, como (ex) imperatriz de sua raça, tinha tal proximidade com a luz, ainda mais a cheia, quando seus poderes eram mais do que fortalecidos.

Ela torcia para que o momento de ela se alimentar chegasse logo, era sempre difícil manter a fome sobre controle, por isso mais do que vivia em seu caixão, feito da madeira de sua terra natal.

Andou até chegar a um portão prateado, repleto de cadeados, olhou-o longamente, enquanto várias mãos começavam a “brotar” do chão, ignorou o fato, elas nada podiam fazer à ela, teriam que se conformar enquanto suas vidas eram usadas para manter a dela.

Estava ansiosa para retirar o lacre da chave mestra, e trazer à terra o rio dos mortos, queria se alimentar, sentir o sabor, a textura, a sensação de beber sangue, era um prazer indescritível, quase o mesmo prazer que sentia com Naruto.

Por falar nele, o pensamento dela se voltara para o garoto, se perdendo um pouco, até negar à própria mente o que ela queria, voltando à realidade de seu confortável caixão.

Abriu os olhos lentamente, constatando de que ainda estava dentro de seu local de descanso, sentia que já havia escurecido, em seguida saíra de dentro dele, respirando, se alongando, espreguiçando-se.

Bocejou levemente, de um jeito fofo, enquanto olhava ao seu redor, todos pareciam estar fora, exceto por uma presença, sentado em uma cadeira, com várias ataduras enroladas em seu corpo, braços, busto, pescoço e mãos, estava sem camisa, ele gostava assim.

Ela sorriu ao vê-lo, com a cabeça baixa, cochilando, se recuperando lentamente do exaustivo dia de treinamento consigo mesmo.

Sentou-se ao seu lado, puxando uma cadeira para perto dele, segurando sua mão, o acariciando de leve, ele abriu seus olhos, enxergando-a através dos cabelos negros e bagunçados de sua cabeça baixa.

-O meu "eu" me ajudou a elaborar um plano de contra medidas para com Konoha, se tudo estiver indo conforme a linha temporal dele, dará certo, e a folha cairá - Disse olhando a própria mão esquerda, a apertando com força.

- Mas para isso, eu vou ter que te pedir um favor, é um passo que será necessário - Sua voz soava sombria, o suficiente para excita-la com apenas uma palavra.

Seu olhar curioso o alcançava, enquanto ele sorria de vele.

- Depois que cumprirmos ele, e depois que o nosso treinamento terminar oficialmente... - Seu sorriso de raposa se alargou, se tornando ameaçador e mortal para quem o visse, fazendo Aeryn ficar curiosa o suficiente para chegar mais perto dele.

- ... Eu vou declarar guerra contra Konoha... -