Emília

Ela acorda, já amanheceu, ela olha a filha dormindo serenamente, lhe da um beijo na testa, alisa aquela cabeleira que é uma mistura do cabelo dela em cor, castanho claro quase loiro, mas nas pontas tem os cachos rebeldes do cabelo do pai, e pensar nele faz ela girar o corpo, mas ele não esta ali, deita a cabeça sentindo o perfume dele que ali permanece, lembra de quando ele se deito na cama á noite, ela achava que ele não iria voltar, mas ali estava ele, e ela só queria deitar sobre ele, e senti-lo de fato junto a elas, e foi o que fez, achando que ele não iria permitir, mas ele a abraça e lhe da um beijo na cabeça, a quanto tempo ela queria estar assim em seus braços talvez desde o momento em que o viu na clínica, mas onde ele estava agora ela pensa, levanta vai até a salinha e ele não esta, o encontra na varanda, sentado olhar perdido no horizonte, ela se aproxima devagar, coloca uma mão em seu ombro, que ele rapidamente cobre com a sua mão.

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– Bom dia - ela lhe diz

– Bom dia, e Lívia?

– Ainda dorme.

– Humm- ele faz carinho na mão dela, faz ela pensar na pergunta que a muito quer fazer.

– Bernardo você ainda me ama?- ela precisava perguntar, precisava dessa certeza, de ser amada.

Como resposta ele a puxa para o seu colo, ela passa o braço em volta do pescoço dele, e ele segura o seu rosto com as mãos, encosta devagar o rosto no dela, e a beija suavemente, como se a beijasse pela primeira vez, a mão dela se enrosca nos cabelos dele, uma mão dele sai de seu rosto, e vai até sua cintura a puxando mais para perto, e o beijo suave, se transforma em um beijo de desespero,de reencontro, de desejo, de amor, tudo misturado pelo cinco anos perdido, para ela o beijo dele tem gosto de continuação do último beijo dado no hospital, como daquela vez lágrimas lhe vem aos olhos, e ela não consegue segurar o choro, ele para de beijá-la.

– O que foi - ele pergunta com os lábios grudados ao dela, mas ela nada diz, e busca a boca dele novamente, o beijando, por todo o rosto, como que pra compensar ele por todo esse tempo perdido, o beija na boca de novo só parando quando estar sem ar, e encosta a cabeça em seu ombro, então ele estraga tudo ao perguntar- Volta para casa comigo.

Bernardo

Ele sente o corpo dela ficar rígido, e não entende o porquê.

– Emília- ele chama- O que me diz?.

Ela começa a brincar com os botões da camisa dele, ele a faz olhar para ele, vê os olhos dela cheio, como um rio a transbordar, faz um carinho naquele rosto lindo.

– Eu não posso, não posso- então aquele rio que é o seu olhar transborda de vez, ele a abraça forte, não gostava de vê-la assim, ele só embala ela em seu colo, quando os soluços silenciaram, ela fala- Bernardo eu não posso.

Ela levanta do colo dele e vai até mureta da sacada, se apoia e não o olha. Ele fica olhando ela e não compreendia o porque ela não queria voltar.

– Emília- ele também levanta e fica do lado dela.- Porque não?

– Eu tenho medo- ela ainda não o olha.

– Medo do quê?

– Lia, ela pode voltar, ela pode cumprir a ameaça, ela pode fazer algum mal a mim ou pior a Lívia- ela engasga por um choro que não quer permitir sair.

– Olha para mim- ele vira o corpo ela faz o mesmo, ele segura o rosto dela com carinho e delicadeza e com toda a paciência ele lhe diz- Por favor deixa eu cuidar de vocês, eu promento proteger você, nossa filha, me deixa tomar conta de vocês, pelo menos dessa vez me deixa te ajudar.

Ele a olha percebe a dúvida em seu olhar, sabe que isso é normal, devido aos anos em que lutou sozinha essa luta, mas ele não vai desistir dela.

– Deixe-me pensar, só isso que te peço, me dê um tempo, preciso conversar com Lívia, será uma mudança grande, agora eu te peço por favor, me de esse tempinho.

– Sim lhe dou, desde que não fuja de mim novamente, que não me tire da vida de nossa filha, promete?

– Sim eu prometo ficarei onde você ja sabe onde estou, prometo, mas você não respondeu a minha pergunta.

– Qual? - ele parece um pouco confuso.

– Se você ainda me ama, mesmo depois de tudo.

– Sim eu te amo.- e ela sorri, ele a beija.